terça-feira, 20 de maio de 2014

A nossa época



Uma vez finda a época desportiva para o Benfica, uma vez arrumados os muitos festejos do Benfica referentes a esta época, chega a hora do habitual balanço. Indo por partes:

Taça da Liga – Finalizar uma competição, seja ela qual for e frente a quem quer que seja, com 0 golos sofridos e apenas 1 empate - em casa do maior rival, jogando largos minutos com 10 jogadores e que deu acesso à final da mesma – seria sempre um feito assinalável. Se juntarmos a isto a conquista do “caneco”, temos todas as condições reunidas para classificar o trajecto da equipa de notável. Pode não ser a competição que mais interesse gera nos clubes que dela fazem parte, mas não deixa de ser uma competição de caracter oficial e constituída na sua íntegra por clubes profissionais. Menorizar a competição é um acto mesquinho e de má vontade de quem já tem duas finais… perdidas (seja Sporting, seja o Porto).

Taça de Portugal – A prova rainha do panorama competitivo nacional é, tem de ser sempre um dos maiores objectivos da época de um clube como o Benfica. A taça é a festa mais genuína do povo, é a origem das origens da festa do futebol. O Jamor é o ponto alto do entusiasmo de quem faz do futebol o espectáculo que é hoje em dia. Conquistar a Taça de Portugal é figurar na festa mais bela de toda a época desportiva, para além de ser um motivo de enorme orgulho para quem a conquista. Se vence-la já é facto de suficiente relevo, conquista-la tendo deixado pelo caminho os maiores rivais em confronto directo, só embeleza e engrandece a conquista. Os números podem não ser tão encantadores quanto os da Taça da Liga, mas a caminhada até à glória final é ainda mais deliciosa. A juntar a tudo isto, há o facto de com a Taça de Portugal conquistarmos uma dobradinha há muito fugida do nosso museu e fazer sentir a muitos milhares, como eu, o sabor dessa tal dobradinha transformada em “triplete” ou lá o que se queira chamar, coisa que nunca antes tinha sentido.

Competições Europeias – Acabamos como começamos, ou seja, mal. Chegar à final da Liga Europa é prestigiante e saboroso, mas não podemos esquecer que este feito, mais uma vez, decorre de um estrondoso falhanço na Liga dos Campeões. Tínhamos plantel de Liga dos Campeões e estivemos integrados num grupo onde eramos, sem qualquer margem para duvida, uma das duas melhores equipas. Beneficiamos do estatuto de cabeça de serie número 1 na hora do sorteio, mas claudicamos na hora de confirmar o estatuto. E este ponto não pode ser desvalorizado. Temos conseguido boas carreiras Europeias, como as duas finais da Liga Europa consecutivas o atestam, mas sempre à custa da segunda prova Europeia (à excepção do 3º anos de Jorge Jesus). Não, não tínhamos, nem teremos num futuro próximo, a obrigação de chegar à decisão da prova, mas tínhamos a obrigação de, pelo menos, chegar à fase a eliminar da liga milionária. Já demonstramos ser uma das melhores equipas da 2ª divisão europeia, mas tardamos em conseguir a “manutenção” entre os melhores, ainda que tenhamos qualidade superior a alguns que por lá andam. Uma vez eliminados da LC, fomos a melhor equipa da Liga Europa. O nosso poderio foi tal que Jorge Jesus se deu ao luxo de ir passando eliminatórias recorrendo constantemente às segundas linhas do plantel. Merecíamos a vitória, mas não é por não a termos conseguido que deixará de ter sido uma boa prestação.

Campeonato Nacional – Ao contrário do que aconteceu na Europa, acaba de forma completamente diferente do que começamos. Ficará sempre a dúvida se seriamos capazes de dar a volta ao campeonato se existisse um FCP ao nível dos últimos anos. Nunca saberemos se conseguiríamos reverter os 5 pontos de atraso que tivemos para o Porto, mas o futebol é isto mesmo, é aproveitar os momentos menos bons dos rivais para alicerçarmos as nossas conquistas. Não obstante, a primeira metade da prova quedou-se apenas pelo “qb”. Começamos mal, jogando mal e perdendo, mas conseguimos ir ganhando sem nunca deslumbrar até Janeiro, ou seja, conseguimos aguentar o nosso momento mau, ganhando. E isto permitiu que a partir de Janeiro não deixássemos dúvidas sobre quem era a melhor equipa da prova. O jogo com o FCP marca o ponto de viragem na época. A partir desse momento criou-se uma bola de neve positiva que a equipa soube aproveitar e potenciar. Não fomos exuberantes de princípio ao fim, mas fomos Campeões indiscutíveis.

Em suma, foi a melhor época do clube nos últimos largos anos. Internamente fomos absolutamente dominadores e inquestionavelmente melhores. Em nenhuma das provas deixamos de enfrentar e vencer os rivais, sendo esta a prova do algodão para cada uma das provas. Na Europa conseguimos esconder um desaire com um grande desempenho na Liga Europa. Parabéns à equipa, parabéns a Jorge Jesus, parabéns à Direcção e obrigado a todos.

4 comentários:

Anónimo disse...

o grupo da champions do SLB foi o único com 4 campeões nacionais (2013 2014)

José Moreira disse...

Isso de que vale anónimo? Campeões de Inglaterra, Alemanha e Itália? Não, campeões da Grécia e da Bélgica... certo? Por outro lado, o Benfica foi cabeça de serie nº 1 no sorteio e ficou na fase de grupos... quantos mais foram?

mil nove zero quatro disse...

O outro a ficar de fora foi o fócul ehe. Curiosamente, no nosso grupo éramos os únicos que não tinham sido campeões na temporada anterior.

fiquei com a sensação, na LC, que não passámos porque o Jesus abordou mal os jogos com o Olympiakos, que eram uma autêntica eliminatória. E que levámos um banho em Paris porque ele pensou que o PSG era Ibrahimovic, Cavani e mais 9. Se bem se lembram, nem treino prévio no relvado lá fizemos.

De qualquer forma, o jogo, antes de Janeiro que me fez acreditar que a época afinal podia ser de nível foi o de Bruxelas, uma noite europeia à antiga. Aquela reviravolta acordou-me em definitivo.

luis disse...

Parabéns a Todos mas já faz parte do passado. É óbvio que esta época balnear até o Sol do Piçarra é Campeão ;)

nota: 16 de Abril de 2014 !!

Benfica Todos Tempos