terça-feira, 10 de abril de 2018

O pontapé de bicicleta do Jonas

Passámos a última semana a falar (e bem!) do pontapé de bicicleta de Cristiano Ronaldo. Mas, no último jogo do Benfica, também assistimos a um "pontapé" desses. Daqueles que, nos relatos, fazem a voz hesitar no momento de escolher a palavra certa para o descrever. Corria o minuto 92 quando Raúl Jiménez arrancou rumo ao golo. O mundo parou. O país ficou em silêncio. Alguns fecharam os olhos. Outros deram as mãos. Golooooooo.

Os jogadores saltaram as barreiras publicitárias e correram em direção aos adeptos. No entanto, foi fora do relvado, naquele pequeno camarote, que o jogo foi ganho. Jonas, embora lesionado e fora das quatro linhas, esbracejava e festejava aquele golo como se ele houvesse sido, mais uma vez, "o culpado do costume". Não foi. 

A verdade é que aquela comemoração foi mais do que isso. Foi mais do que um golo. Aquela comemoração foi igual à tua, que estavas no estádio e que abraçaste um desconhecido. Ou à tua, que, em casa, sozinho, apenas na companhia da tua televisão, gritaste até não teres voz. Ou à minha, que, no meio de um café cheio de gente e barulho, dei por mim aos saltos, agarrado ao meu pai. Jonas não marcou. Mas deu-nos isto. A certeza de que o Benfica é, acima de tudo, uma família. E este título, venha o que vier, já ninguém nos tira.

André.



2 comentários:

Sjwaria Law disse...

Foi lindo!!

Anónimo disse...

É verdade! É mesmo verdade!

Dei por mim mesmo a abraçar desconhecidos, que pouco antes maldizia por estarem a encher-me de fumo dos seus cigarros, o que abomino!