Há muito a tendência de analisar equipas, jogos e
performances olhando para os resultados e não para o jogo, desempenho,
desenvolvimento e processos.
É compreensível. Para a história ficam os resultados e os
vencedores. Na memória a complexidade do jogo desvanece e resta-nos os números
e os nomes.
Como é que uma Holanda que deu 5-1 à Espanha teve tanta
dificuldade com a Austrália?
E não falo da dificuldade de um resultado com a vantagem mínima (3-2) mas sim da dificuldade de uma equipa em se sobrepor à outra durante os 90 minutos.
Sim no Euro-2012 chegámos às meias-finais. O resultado na competição até é bom. E o desempenho? Com quem jogámos? Como jogámos? Como foi o jogo com a Dinamarca? Como se desenvolveu a vitória com a Holanda? Como foi o jogo com a República Checa?
E não falo da dificuldade de um resultado com a vantagem mínima (3-2) mas sim da dificuldade de uma equipa em se sobrepor à outra durante os 90 minutos.
Sim no Euro-2012 chegámos às meias-finais. O resultado na competição até é bom. E o desempenho? Com quem jogámos? Como jogámos? Como foi o jogo com a Dinamarca? Como se desenvolveu a vitória com a Holanda? Como foi o jogo com a República Checa?
O bom trabalho resultará em bons resultados com muito mais
frequência do que o mau trabalho.
É porque um resultado foi negativo que o trabalho está a ser mal feito? É porque o resultado foi positivo que o trabalho está a ser bem feito?
Com qualidade e competência mais possivelmente conseguimos bons jogos e resultados. Nem sempre irão aparecer, contudo as probabilidades de aparecerem são muito maiores do que sem qualidade e com incompetência.
É porque um resultado foi negativo que o trabalho está a ser mal feito? É porque o resultado foi positivo que o trabalho está a ser bem feito?
Com qualidade e competência mais possivelmente conseguimos bons jogos e resultados. Nem sempre irão aparecer, contudo as probabilidades de aparecerem são muito maiores do que sem qualidade e com incompetência.
Portanto prefiro fiar-me no bom trabalho do que em
resultados pouco sustentados.
Hoje nem quero saber sobre o que se fez nos amigáveis, sobre os treinos no Brasil, sobre o hotel, temperatura ou corridas nas saunas. Hoje não quero saber de penteados nem que sejam todos Meireles. Hoje não quero saber quantas meninas chamaram pelo Cristiano, quantos sacos de gelo ele equilibrou no joelho nem quantas garrafas de água bebeu. Hoje não quero saber das selfies presidenciais nem das conferências de imprensa surreais.
Portugal entra no Mundial a pensar que está num jogo entre amigos de férias no Brasil. É atropelado pela Alemanha, não entra no jogo e vê dois titulares saírem lesionados e outro acabar do mesmo modo.
Hoje nem quero saber sobre o que se fez nos amigáveis, sobre os treinos no Brasil, sobre o hotel, temperatura ou corridas nas saunas. Hoje não quero saber de penteados nem que sejam todos Meireles. Hoje não quero saber quantas meninas chamaram pelo Cristiano, quantos sacos de gelo ele equilibrou no joelho nem quantas garrafas de água bebeu. Hoje não quero saber das selfies presidenciais nem das conferências de imprensa surreais.
Portugal entra no Mundial a pensar que está num jogo entre amigos de férias no Brasil. É atropelado pela Alemanha, não entra no jogo e vê dois titulares saírem lesionados e outro acabar do mesmo modo.
Chega o segundo jogo e os jogadores portugueses entram cheios de vontade de
limpar a triste imagem, desta vez frente a uma selecção americana expectante e
demasiadamente respeitadora.
Portugal faz 10 minutos de força. Consegue chegar à vantagem numa jogada fortuita finalizada com qualidade pelo Nani.
A partir daí não houve Portugal até ao “time-out”. Foi ver os americanos trocar a bola com qualidade, criarem espaços e aproximarem-se da nossa baliza cada vez com mais perigo.
Aquele descanso de dois minutos ou fez bem a Portugal ou fez mal aos EUA. Nos últimos minutos antes do intervalo voltámos a jogar e podíamos ter aumentado a vantagem.
Se calhar 2 minutos de descanso é o ideal para estes jogadores. É que quando o descanso foi de 15 só os cansou mais.
Portugal entrou na segunda parte amorfo. Foi ver os EUA jogar e rezar para que nada acontecesse durante 45 minutos. Essa fé durou 20 minutos. 1-1.
Infelizmente não soubemos aproveitar o erro comum a todas as menores equipas após chegarem ao golo. Com o empate os EUA, satisfeitos, devolveram a bola a Portugal, baixaram linhas, dispensaram a iniciativa de jogo, exageram no travão e assim deram toda a hipótese para chegarmos novamente ao golo.
Nem essa facilidade nos chegou e foram os americanos a conseguir o golo da vantagem.
A 10 minutos do fim parecia não haver mais jogo. Os 11 deles festejavam e os nossos choravam e desesperavam.
O árbitro olhou para o relógio, colocou o apito na boca, inspirou, o Cristiano cruzou, o Varela marcou, o árbitro expirou e o apito apitou.
2-2 com um golo a abrir e um a fechar e pelo meio com mais uma exibição muito muito pobre.
Entretanto vimos mais dois jogadores saírem por lesão.
Não coloco em causa a vontade e o esforço dos jogadores. Não coloco em causa a vontade do seleccionador.
Questiono sim a qualidade de quem actuou e de quem seleccionou. E como quem joga é escolhido pelo seleccionador e como quem é convocado é escolhido pelo seleccionador…
Esta selecção não tem problemas de vontade. Esta selecção sofre por pouca qualidade individual, técnica, colectiva, táctica, de liderança e física.
Valerá a pena nesta altura continuar a bater na tecla da pobre e triste convocatória?
Só se for para perguntar onde pára o suplente do Coentrão.
Só se for para perguntar porque não são convocados os melhores jogadores, aqueles que estão em melhor forma, aqueles que fazem melhores épocas e aqueles que estão em melhores condições físicas. Só se for para perguntar porque foram esses jogadores preteridos em prol de outros de menor qualidade, que pouco jogaram na época ou nos últimos meses, que se apresentam lesionados ou a recuperar de lesões, que estão em péssima forma e sem confiança.
Será suposto acreditarmos que o escândalo das lesões nada tem a ver com isto?
Portugal faz 10 minutos de força. Consegue chegar à vantagem numa jogada fortuita finalizada com qualidade pelo Nani.
A partir daí não houve Portugal até ao “time-out”. Foi ver os americanos trocar a bola com qualidade, criarem espaços e aproximarem-se da nossa baliza cada vez com mais perigo.
Aquele descanso de dois minutos ou fez bem a Portugal ou fez mal aos EUA. Nos últimos minutos antes do intervalo voltámos a jogar e podíamos ter aumentado a vantagem.
Se calhar 2 minutos de descanso é o ideal para estes jogadores. É que quando o descanso foi de 15 só os cansou mais.
Portugal entrou na segunda parte amorfo. Foi ver os EUA jogar e rezar para que nada acontecesse durante 45 minutos. Essa fé durou 20 minutos. 1-1.
Infelizmente não soubemos aproveitar o erro comum a todas as menores equipas após chegarem ao golo. Com o empate os EUA, satisfeitos, devolveram a bola a Portugal, baixaram linhas, dispensaram a iniciativa de jogo, exageram no travão e assim deram toda a hipótese para chegarmos novamente ao golo.
Nem essa facilidade nos chegou e foram os americanos a conseguir o golo da vantagem.
A 10 minutos do fim parecia não haver mais jogo. Os 11 deles festejavam e os nossos choravam e desesperavam.
O árbitro olhou para o relógio, colocou o apito na boca, inspirou, o Cristiano cruzou, o Varela marcou, o árbitro expirou e o apito apitou.
2-2 com um golo a abrir e um a fechar e pelo meio com mais uma exibição muito muito pobre.
Entretanto vimos mais dois jogadores saírem por lesão.
Não coloco em causa a vontade e o esforço dos jogadores. Não coloco em causa a vontade do seleccionador.
Questiono sim a qualidade de quem actuou e de quem seleccionou. E como quem joga é escolhido pelo seleccionador e como quem é convocado é escolhido pelo seleccionador…
Esta selecção não tem problemas de vontade. Esta selecção sofre por pouca qualidade individual, técnica, colectiva, táctica, de liderança e física.
Valerá a pena nesta altura continuar a bater na tecla da pobre e triste convocatória?
Só se for para perguntar onde pára o suplente do Coentrão.
Só se for para perguntar porque não são convocados os melhores jogadores, aqueles que estão em melhor forma, aqueles que fazem melhores épocas e aqueles que estão em melhores condições físicas. Só se for para perguntar porque foram esses jogadores preteridos em prol de outros de menor qualidade, que pouco jogaram na época ou nos últimos meses, que se apresentam lesionados ou a recuperar de lesões, que estão em péssima forma e sem confiança.
Será suposto acreditarmos que o escândalo das lesões nada tem a ver com isto?
O Paulo Bento diz que nada fazia prever a lesão de um jogador que todos
sabíamos estar pelos arames, jogador que só aguentou 5 minutos e a jogar sem bola. Foi esta cegueira
que comandou a convocatória, analisou os treinos e definiu os titulares.
O trabalho de Paulo Bento tem sido um simples copy paste. Parou no tempo e
está há 3 anos a apostar na repetição. Por isto foi fácil adivinhar o 11 de
ontem. Muito fácil.
Nem mesmo o 4-0 mostrou a este seleccionador que algo estava mal porque a culpa foi do árbitro, ponto.
Nem mesmo o 4-0 mostrou a este seleccionador que algo estava mal porque a culpa foi do árbitro, ponto.
O destro adaptado A.Almeida passou o jogo a apanhar com o extremo e o
lateral. Já se sabe que o Cristiano não acompanha o lateral e mesmo assim nada
se viu para compensar isso.
Como o lado esquerdo estava tão fácil então na segunda parte foi para lá o Veloso. Não havia outra solução? Em Maio havia.
O Veloso a jogar a lateral é uma tristeza. Se ser polivalente é um jogador poder posicionar-se em mais do que uma posição então todos os jogadores são polivalentes em todo o campo. O Veloso é médio e não é polivalente.
Como o lado esquerdo estava tão fácil então na segunda parte foi para lá o Veloso. Não havia outra solução? Em Maio havia.
O Veloso a jogar a lateral é uma tristeza. Se ser polivalente é um jogador poder posicionar-se em mais do que uma posição então todos os jogadores são polivalentes em todo o campo. O Veloso é médio e não é polivalente.
O Meireles continua a jogar nesta selecção. É por causa da barba?
Sobre o Moutinho não opino. Tem qualidade mas não tem condições para a mostrar.
Sobre o Moutinho não opino. Tem qualidade mas não tem condições para a mostrar.
O Bruno Alves é força e impulsão. Tirem-lhe isso e é central de segunda
divisão portuguesa. No Posicionamento defensivo, leitura defensiva e defesa
pelo chão é fraco, fraco e fraco.
O Ricardo Costa ao lado dele parece o Nesta.
O Ricardo Costa ao lado dele parece o Nesta.
O Éder é um avançado em total sub-rendimento. Sem ritmo de jogo. Talvez
porque enfrentou duas graves lesões nos últimos dois anos, tendo passado boa
parte da época a recuperar delas. Mais um entre muitos nestes 23.
O R.Costa e o Nani foram os bons neste jogo.
Desde a saída do Figo que ainda estou à espera de um capitão na selecção. É
que dar o corpo quando se marcam golos insignificantes é show-off mas dar a
cara quando a equipa está por baixo é liderar.
O Postiga? Jogou o mesmo de sempre, não se pode exigir mais.
Dinâmica? Juventude? Frescura? São qualidades que Paulo Bento não tolera.
Eu tinha equacionado como uma boa aposta para a titularidade jogar com a
dupla William-Moutinho, com o Cristiano na esquerda e depois ou com Rafa-Nani
ou Nani-Varela ou Nani-Vieirinha.
Paulo Bento mostrou como mandar um belo “fuck off” à sorte. As lesões e
condições do jogo fizeram com na segunda parte finalmente víssemos esta
formação em campo mas mesmo assim o seleccionador soube como sabotar o sistema.
O extremo destro que tem como maior característica a sua velocidade e capacidade de procurar a linha para cruzar foi encostado à esquerda. O extremo com melhor capacidade de organizar jogo e compensar as incursões centrais do Cristiano ficou pela direita. O considerado melhor do Mundo que tem o seu melhor jogo nas dinâmicas que faz entre a esquerda e a área foi colocado a jogar no meio.
Lógica? Simples anarquia e bloqueamento de pensamento.
O extremo destro que tem como maior característica a sua velocidade e capacidade de procurar a linha para cruzar foi encostado à esquerda. O extremo com melhor capacidade de organizar jogo e compensar as incursões centrais do Cristiano ficou pela direita. O considerado melhor do Mundo que tem o seu melhor jogo nas dinâmicas que faz entre a esquerda e a área foi colocado a jogar no meio.
Lógica? Simples anarquia e bloqueamento de pensamento.
Desta vez nem a desculpabilização infundada nem o complexo de inferioridade
português poderá amenizar as responsabilidades destes que nos representam.
Agora é ganhar ao Gana e esperar um milagre. O problema é que ganhar a esta
selecção africana é já em si um milagre.
Felizmente há muito mais neste Mundial do que Portugal. Felizmente os
treinos e amigáveis do Benfica estão perto de começar.
Agora é esperar o boletim clínico, talvez a parte mais entusiasmante e
imprevisível desta estadia no Brasil. Neste Mundial, o boletim clínico é o
Bingo dos portugueses.
2 comentários:
Muito bem analisado,eu trocaria o Moutinho pelo Rubem Amorim. Todos falam do AA como substituto do FC e o substituto do JP (DD) quem sera? Ou todos tinham a certeza de que o FC se iria lesionar?
"O Ricardo Costa ao lado do Bruno Alves parece o Nesta..." morri a rir
Enviar um comentário