Às vezes fico com a sensação de que os dirigentes do Benfica passaram os últimos 30 anos no meio do mato. Só assim se explica a absurda estratégia de Comunicação que existe no clube. Deixando de lado as entradas e saídas no próprio Departamento - e a novela que para ali há, entre Ricardos e Juans; ninguém percebe nada do que ali se passa, além da evidente corrida das cadeirinhas e dos tachos -, foco-me apenas na forma como Vieira e os seus auxiliares têm gerido a questão política da arbitragem. O ano passado, com 5 pontos de avanço no campeonato, o Presidente não conteve a usual pesporrência (mas só quando está tudo bem, claro) e lá foi para a televisão anunciar coisas, entre elas a decisão que seria dada a conhecer aos benfiquistas no final do mês - passou um ano e ainda não sabemos de nada. Sobre os árbitros? Nada disse. Que estava tudo muito bem, que não devemos falar em arbitragens, que o importante é o futebol. Dois meses depois, perdido de forma imbecil o campeonato, lá vieram as críticas.
Já esta época, fomos brindados com mais umas curiosas declarações do curioso (digamos assim, em jeito simpático) do Vice Rui Gomes da Silva. Após um jogo do qual saímos prejudicados, vem o senhor afirmar que tinha sido avisado para o prejuízo antes do encontro, com aquele ar de espertalhão que sabe tudo que ele tem como ninguém. Ora, então sabia, não disse nada, viu a equipa ser prejudicada e...? Ninguém, dentro do clube, achou que devia levar este caso a outras consequências?
O que se passa no Benfica é simples: dentro e fora de campo, cometem-se constantemente os mesmos erros sem que ninguém aprenda ou queira aprender com a realidade. Em vez disso, parecem todos viver numa redoma muito ilusória, criada pela liderança no campeonato, que os iliba de qualquer tipo de planeamento estratégico. Uma espécie de fórmula mágica: se somos líderes, não abrimos a boca; se depois perdermos o campeonato, escudamo-nos com justificações sobre factores que, antes, não mereceram quaisquer reparos - mesmo que tenhamos sido prejudicados nos três jogos em que perdemos pontos. É este tipo de pensamento resultadista (dentro e fora do campo) que leva os benfiquistas a uma colectiva alucinação de que estamos "munta fortes" e, no fim, ao desespero de assistir a finais de época deprimentes, caindo, claro, na posterior justificação. É agora, meus caros. Era ontem, anteontem, logo no primeiro jogo contra o Braga. Enquanto vocês estiveram na selva amazónica durante 30 anos, o país mudou, mudaram governos, mudaram os clubes, mudou a ética e a deontologia. Só uma coisa se mantém: a estratégia de confronto e falsa vitimização por parte de Pinto da Costa. Ainda não compreenderam? Só cá estão há 12 anos mas, caramba, vejam lá se abrem os olhos.
Pondo de lado a pornográfica novela do apoio inequívoco a Fernando Gomes (que ainda não percebi como pode ser matéria aceitável para tantos e tantos benfiquistas, mais uma vez criando episódios dignos de grandes policiais, com conspiração à mistura), a forma como o Presidente Vieira aborda a questão da arbitragem é digna de anjinho. Quer dar uma de urbanidade e tal, de elevação. Meus caros, a democracia tem esta grave falha: do atrasado mental ao génio, do burro ao douto, todos podem abrir a boca. Dir-me-ão: "mas assim é que tem de ser, Ricardo, somos livres". Certo, mas convém que o douto (ou semi-douto, vá, ou apenas um que pretende ser douto) saiba relacionar-se com as estratégias do atrasado mental. Caso contrário, fica sempre em desvantagem. O Porto pressionou antes do jogo e pressionou depois do jogo. Resultado? Vem aí Jorge Sousa para Coimbra e depis virão mais uns famigerados adoradores do pintinho para Braga e jogos cruciais (entre eles o do Dragão). Mas terão tido Pinto da Costa (a estúpida novela do telemóvel revela o nível de atraso mental a que se pode chegar em democracia) e sobretudo Vítor Pereira alguma razão no que disseram? Terá sido o Porto prejudicado?
Não. O Porto prepara o futuro da mesma forma que vem preparando o futuro dos campeonatos há 30 anos: pela mentira, falsidade, corrupção e - é este o fulcral ponto que os dirigentes do Benfica ainda não entenderam e os adeptos não querem perceber- por competência na estrutura. Ali não há falhas graves de Comunicação; toda a gente está bem instruída para o que tem de dizer; tudo é pensado ao pormenor com o objectivo de vencer todas as pequenas batalhas que no fim geram títulos. Sim, o Porto é actualmente - e nas últimas três décadas - um clube gerido por um corrupto. Mas um corrupto que sabe o que faz para além de ser corrupto. Se fosse só corrupto, não ganhava tanto. É isto que a soberba benfiquista - de dirigentes a adeptos - ainda não foi capaz de entender. Enquanto se mantiverem no registo: "ah eles só ganham porque são corruptos", vamos continuar a perder, isso é certinho. Enquanto, em resposta aos atrasos mentais do pintinho e do seu bobo da corte, continuarmos a evitar falar em arbitragem porque vamos na liderança e só abordarmos o tema com a porta toda escancarada e partida, vamos continuar a perder, podem ter a certeza. Como tu, Luís, nos teus negócios pessoais não és nada parvo, se calhar terei de chamar outro nome a esta estratégia constantemente equivocada.
O Porto foi prejudicado na Luz? Não foi. O Porto tem razão em pedir a expulsão a Matic e Maxi Pereira e vociferar contra um fora-de-jogo mal assinalado a Defour. E o Benfica? Espantem-se, dirigentes e treinador do Benfica que calaram perante o circo portista: o Benfica também tem várias e graves razões de queixa: Moutinho devia ter sido expulso ainda na primeira parte (foram mais de 5 faltas para amarelo), Fernando devia ter ido para a rua por agressão a Gaitán e, a cereja no topo do bolo, aos 90+3 Garay sofre penálti claro dentro da área portista. Ouvimos alguém do Benfica falar nisto? Na conferência de imprensa, na flash-interview, nos programas de televisão em que temos 3 estarolas afialhados? Não ouvimos. Parece que não houve nada, parece mesmo que fomos beneficiados. Depois, quando levarem com arbitragens jeitosas amanhã, em Braga e nos momentos cruciais, queixem-se. Pode é dar-se o dia em que os benfiquistas já não comerão as desculpas fora do prazo de validade.
Já esta época, fomos brindados com mais umas curiosas declarações do curioso (digamos assim, em jeito simpático) do Vice Rui Gomes da Silva. Após um jogo do qual saímos prejudicados, vem o senhor afirmar que tinha sido avisado para o prejuízo antes do encontro, com aquele ar de espertalhão que sabe tudo que ele tem como ninguém. Ora, então sabia, não disse nada, viu a equipa ser prejudicada e...? Ninguém, dentro do clube, achou que devia levar este caso a outras consequências?
O que se passa no Benfica é simples: dentro e fora de campo, cometem-se constantemente os mesmos erros sem que ninguém aprenda ou queira aprender com a realidade. Em vez disso, parecem todos viver numa redoma muito ilusória, criada pela liderança no campeonato, que os iliba de qualquer tipo de planeamento estratégico. Uma espécie de fórmula mágica: se somos líderes, não abrimos a boca; se depois perdermos o campeonato, escudamo-nos com justificações sobre factores que, antes, não mereceram quaisquer reparos - mesmo que tenhamos sido prejudicados nos três jogos em que perdemos pontos. É este tipo de pensamento resultadista (dentro e fora do campo) que leva os benfiquistas a uma colectiva alucinação de que estamos "munta fortes" e, no fim, ao desespero de assistir a finais de época deprimentes, caindo, claro, na posterior justificação. É agora, meus caros. Era ontem, anteontem, logo no primeiro jogo contra o Braga. Enquanto vocês estiveram na selva amazónica durante 30 anos, o país mudou, mudaram governos, mudaram os clubes, mudou a ética e a deontologia. Só uma coisa se mantém: a estratégia de confronto e falsa vitimização por parte de Pinto da Costa. Ainda não compreenderam? Só cá estão há 12 anos mas, caramba, vejam lá se abrem os olhos.
Pondo de lado a pornográfica novela do apoio inequívoco a Fernando Gomes (que ainda não percebi como pode ser matéria aceitável para tantos e tantos benfiquistas, mais uma vez criando episódios dignos de grandes policiais, com conspiração à mistura), a forma como o Presidente Vieira aborda a questão da arbitragem é digna de anjinho. Quer dar uma de urbanidade e tal, de elevação. Meus caros, a democracia tem esta grave falha: do atrasado mental ao génio, do burro ao douto, todos podem abrir a boca. Dir-me-ão: "mas assim é que tem de ser, Ricardo, somos livres". Certo, mas convém que o douto (ou semi-douto, vá, ou apenas um que pretende ser douto) saiba relacionar-se com as estratégias do atrasado mental. Caso contrário, fica sempre em desvantagem. O Porto pressionou antes do jogo e pressionou depois do jogo. Resultado? Vem aí Jorge Sousa para Coimbra e depis virão mais uns famigerados adoradores do pintinho para Braga e jogos cruciais (entre eles o do Dragão). Mas terão tido Pinto da Costa (a estúpida novela do telemóvel revela o nível de atraso mental a que se pode chegar em democracia) e sobretudo Vítor Pereira alguma razão no que disseram? Terá sido o Porto prejudicado?
Não. O Porto prepara o futuro da mesma forma que vem preparando o futuro dos campeonatos há 30 anos: pela mentira, falsidade, corrupção e - é este o fulcral ponto que os dirigentes do Benfica ainda não entenderam e os adeptos não querem perceber- por competência na estrutura. Ali não há falhas graves de Comunicação; toda a gente está bem instruída para o que tem de dizer; tudo é pensado ao pormenor com o objectivo de vencer todas as pequenas batalhas que no fim geram títulos. Sim, o Porto é actualmente - e nas últimas três décadas - um clube gerido por um corrupto. Mas um corrupto que sabe o que faz para além de ser corrupto. Se fosse só corrupto, não ganhava tanto. É isto que a soberba benfiquista - de dirigentes a adeptos - ainda não foi capaz de entender. Enquanto se mantiverem no registo: "ah eles só ganham porque são corruptos", vamos continuar a perder, isso é certinho. Enquanto, em resposta aos atrasos mentais do pintinho e do seu bobo da corte, continuarmos a evitar falar em arbitragem porque vamos na liderança e só abordarmos o tema com a porta toda escancarada e partida, vamos continuar a perder, podem ter a certeza. Como tu, Luís, nos teus negócios pessoais não és nada parvo, se calhar terei de chamar outro nome a esta estratégia constantemente equivocada.
O Porto foi prejudicado na Luz? Não foi. O Porto tem razão em pedir a expulsão a Matic e Maxi Pereira e vociferar contra um fora-de-jogo mal assinalado a Defour. E o Benfica? Espantem-se, dirigentes e treinador do Benfica que calaram perante o circo portista: o Benfica também tem várias e graves razões de queixa: Moutinho devia ter sido expulso ainda na primeira parte (foram mais de 5 faltas para amarelo), Fernando devia ter ido para a rua por agressão a Gaitán e, a cereja no topo do bolo, aos 90+3 Garay sofre penálti claro dentro da área portista. Ouvimos alguém do Benfica falar nisto? Na conferência de imprensa, na flash-interview, nos programas de televisão em que temos 3 estarolas afialhados? Não ouvimos. Parece que não houve nada, parece mesmo que fomos beneficiados. Depois, quando levarem com arbitragens jeitosas amanhã, em Braga e nos momentos cruciais, queixem-se. Pode é dar-se o dia em que os benfiquistas já não comerão as desculpas fora do prazo de validade.