Não era só a tosse que desaparecia; o sabor dos rebuçados e o conforto da mão que no-los entregava - no meu caso era o meu Pai, que juntava várias tirados de um boião e os metia nas minhas mãos em concha - faziam do Dr. Bayard o médico que resolvia os problemas do planeta.
Desde derrotas do Benfica, feridas nos joelhos, desamores platónicos ou perdas irreparáveis dos melhores berlindes da colecção, aquele gostinho a mel tudo sarava, melhorava e compunha.
Talvez o Dr. Bayard possa resolver também os fascismos, as guerras, os egos e as invejas, os medos e a lancinante crueldade que sobrevive aos séculos dos homens; a maldade feita açoite sobre o mundo.
Pelo sim pelo não, na esperança de que o Dr. Bayard ainda mantenha os seus milagrosos poderes intactos, que uma avioneta sobrevoe a Europa, deixando cair, como bombas-doces, rebuçadinhos para a tosse.