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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Explicações? Mas quais explicações?



Os alarmes Benfiquistas soam por todo o lado depois desta decepcionante pré-época. As saídas foram (e serão?) mais que muitas e as entradas ainda não passam de futuros jogadores. A nação Gloriosa assusta-se, questiona-se e pede explicações sobre tudo isto ao Presidente.

Agora, pergunto eu: Mas quais explicações?

Explicações sobre como se vende uma equipa campeã em menos de nada? Mas estamos dentro do plano traçado, ou seja, sermos campeões de 4 em 4 anos ou alguma vez imaginaram que seria com Vieira que iriamos voltar a ser bi-campeões? Se em quase década e meia que o Presidente leva em funções no clube conseguimos 3 títulos nacionais, porque raio seria de esperar 2 títulos em 2 anos?

Explicações sobre o facto de termos vendido os direitos económicos de mais de metade de um 11 campeão e termos ficado pelos 70M€ de dividendos, mesmo depois de nos afirmarem que o activo do clube excede o passivo? Mas há quantos anos fazemos nós negócios com fundos? Quantos dos jogadores do plantel principal pertenciam em exclusivo ao clube? Qual foi mesmo a novidade?

Explicações como, apesar de tudo, já superamos os 60M€ de receita nas vendas anunciadas, mas mantemos uma incapacidade confrangedora de investimento em novos atletas? A gestão megalómana e assente num modelo de sucessivo endividamento e aumento de passivo sempre foi ou não aceite pela maioria dos sócios do clube? É desta época que o passivo do clube atinge os valores astronómicos que conhecemos? Não foram sendo os relatórios e contas aprovados em AG? E quando não foi, quem se importou com isso?

E todo este plano de sucesso desportivo limitado e endividamento desmiolado não foi sendo sufragado e eleito nos sucessivos actos eleitorais?

Que ninguém se diga enganado, porque enganado só foi quem quis. Não queiram esclarecimentos teóricos, porque as explicações para o que está a suceder no clube estão na prática dos últimos largos anos!

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Oremos a Nossa Senhora das Furnas

As análises sérias às contas do Benfica, feitas por pessoas que percebem do assunto e são honestas, dividem-se entre a preocupação e o medo. Há os moderados, que assumem que o clube está numa situação difícil em termos financeiros - por isso, estão preocupados; há os mais temerosos, que vêem num futuro não muito distante um desfecho ao nível daquele que Vieira deixou no Alverca - contas maquilhadas que, após a sua saída, se revelaram ser falsas e absolutamente letais para o futuro do clube.

Fora deste espaço honesto e sério de análise às contas do clube, há uns quantos benfiquistas que acham que o Benfica está no rumo certo ou que a situação é perfeitamente sustentável no curto, médio e longo prazo. Neste grupo, haverá 3 tipos de pessoas: as pagas pelo clube para espalharem mentiras pelas redes sociais e Comunicação Social, maquilhando o mau em bom - chamemos-lhes: os «Pedros Guerras»; o honestamente optimista, alguém que vê o problema mas prefere acreditar nas milhentas soluções mentirosas que a Direcção lhe vende para o futuro - por isso, sempre que faz uma análise, procura iluminar os lados positivos, "esquecendo-se" dos factores evidentemente negativos; o ignorante que acha que o curso que tirou lhe serviu para pensar esquecendo-se que o acto não depende de números mas de factores que extravasam o marranço.

Ninguém competente na área, honesto como benfiquista e sério como ser humano, pode vender aos outros benfiquistas a ideia de o clube estar a ser bem gerido. A explicação é simples: não é compatível assumir uma boa gestão num clube de futebol que necessita de fazer constantes mais-valias anuais para não apresentar resultados pornograficamente negativos. As vendas de jogadores não devem servir para maquilhar Relatórios & Contas; antes devem ser o suporte extra que dará lucro e fará evoluir o clube para patamares de maior qualidade e de melhores objectivos. É, aliás, o próprio Domingos Soares Oliveira que o diz, quando em 2009 mente aos benfiquistas afirmando que o clube já não precisava "de vender jogadores para equilibrar as contas". 5 anos depois, estamos prestes a sangrar uma equipa campeã, retirando-lhe 6, 7 ou mais titulares. Mas ainda há quem acredite nas coisas que estas pessoas que desgovernam o Benfica dizem.

Garay por 6 milhões é, assim, mais um sinal do que o Verão trará. O comum tontinho continuará a dizer que o Benfica vendeu porque não podia deixar o jogador contrariado (escuso-me a explicar o porquê de esta teoria ser absurda), aceitará ter vendido abaixo da cláusula (ao contrário do que o Presidente sempre defende, mentindo) e papagueará que ainda só foi vendido 1 (na verdade, já saíram 4) e que não "devem falar antes de tempo porque desestabilizam". O comum tontinho não sabe pensar, não sabe antecipar nada e pior: acha que deve fazer de polícia do que os outros dizem. Quando levar com toda a realidade que ele dizia não vir a acontecer já esquecerá e andará louco por um Cortez qualquer que ele defenderá à exaustão - insultando todos os que disserem que ele é um cepo, como mais tarde também se verificará - porque o «Jesus vai ensiná-lo a defender». 

Entretanto, o Estádio que - palavras de Vieira - estaria garantidamente pago em 2012 afinal só estará pago em 2024. Mas as contas do Benfica estão no caminho certo. E quem não o afirmar não é bom benfiquista porque defender o clube é defender as mentiras, enganos e aldrabices que todos os anos são atirados para os olhos dos crentes na Nossa Senhora das Furnas.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A minha ideia para o Benfica - Parte 1 - Gestão Financeira e Futebol

As premissas fundamentais para um Benfica simultaneamente vencedor e virado para a paixão e comunhão entre adeptos, funcionários e dirigentes terão de ser sempre as mesmas: benfiquismo e competência.

É a partir delas que o Benfica terá de se reconstruir de base, eliminando agentes nocivos à primeira, mesmo que aptos na segunda ou - e também isto muito importante - abdicando de elementos que, apesar de sentirem muito o clube, sejam, do ponto de vista da competência e do rigor, pessoas que não garantem o caminho do sucesso sustentado e orientado para a organização.
Não quero com isto dizer que devamos abdicar desses elementos noutras áreas – podem e devem ser orientados para zonas do clube, para acções de divulgação, em que o clubismo “tradicional”, tal qual o conhecemos, será defendido e exponenciado ao máximo junto dos adeptos e potenciais futuros sócios; defendo apenas que, em termos estruturais, devemos exigir a quem nos represente não só paixão e fervor clubísticos como também o talento e a capacidade de trabalho suficientes à profissionalização de um clube que, além da paixão, vive de resultados, sejam eles desportivos, financeiros ou publicitários.
Estes três elementos fundamentais – sucesso desportivo, rigor financeiro e expansão da marca Benfica – não devem conviver isolados uns dos outros; pelo contrário: deverão estar interligados e dependentes da organização em cada um deles para que o todo, o clube, sobressaia como marca e como instituição de cariz ganhador e de saúde económico-financeira.

Tendo como base para a admissão na estrutura do Benfica pessoas que preencham as premissas supracitadas - benfiquismo e competência – dividamos a organização do clube, a Direcção, nas seguintes sub-estruturas: Gestão Financeira, Futebol, Comunicação, Marketing, Modalidades, Futebol de Formação e Sócios e Adeptos.

Seis pontos cardeais, para cada uma delas um Vice-Presidente, sem necessidade de inventar mais porque para cada uma corresponde o espaço necessário a que outras sub-estruturas tenham o devido destaque, sendo que entre elas terá de haver uma íntima ligação, especialmente entre o Futebol e o Futebol de Formação e entre a Comunicação e o Marketing; a Gestão Financeira e as Modalidades, embora funcionando de forma autónoma, reportarão, como é lógico, ao número 1 do clube, o Presidente.

Farei uma dissertação sobre as várias áreas e aquilo que defendo para cada uma, dando nomes que me parecem ter perfil para os cargos; o mais importante será o perfil, os nomes deverão ser tidos com alguma relatividade, porque certamente haverá mais do que um benfiquista competente para cada uma das sub-estruturas.


Gestão Financeira

É a vertente do clube que menor ligação tem com os adeptos, por duas razões principais: a ignorância de grande parte dos benfiquistas em relação a questões de ordem financeira - por desconhecerem a forma como se organiza e equilibra uma instituição de tamanha dimensão; e porque ao adepto comum, mais do que estudar orçamentos, informar-se sobre empréstimos obrigacionistas ou analisar criteriosamente as contas semestrais, interessa o pontapé na bola e as contratações sonantes – e a pouco clara política de Comunicação (cá está a necessidade de as sub-estruturas funcionarem em uníssono e não viradas para dentro), que, de tão pobre e parca de informação, afasta os sócios e adeptos da compreensão integral do que se vai fazendo nesta área.

A política de comunicação tem, por isso, um desafio importante: servir de farol aos benfiquistas, iluminar-lhes o caminho para o entendimento claro sobre as várias áreas do clube, especialmente, e porque é dela que nos debruçamos, sobre a Gestão Financeira. Com uma informação acessível e clara, os benfiquistas poderiam não só conhecer mais do que se vai fazendo como provavelmente muitas das críticas infundadas não existiriam porque, com conhecimento e explicação, só quem desse novas ideias poderia ter motivos de crítica. Assim, no lamaçal que é a política comunicacional do clube, todos os empréstimos absurdos (serão?), todas as políticas financeiras presumivelmente danosas para o Benfica (serão?), todas as megalomanias incongruentes em discursos demasiadamente optimistas, são alvos fáceis da crítica, mesmo da crítica acéfala e nada sustentada.

Em termos puramente financeiros, recuso-me a fazer observações profundas porque sou um ignorante na área (já agora, aproveito para chamar o Americano a sair das catacumbas em que entrou e a pronunciar-se sobre esta e outras áreas que sinta poder debater com bases sólidas, como nesta pode). Exijo apenas, e é muito, o que me parece nem sempre existir: rigor, organização, planeamento, antecipação de resultados (positivos e negativos) e, claro, voltando ao mesmo, que é a base que deve sustentar qualquer clube organizado, uma comunicação que nos informe em vez da desinformação existente actualmente.

Nome para Vice-Presidente: Bagão Felix.


Futebol

Esta é uma área que mexe com os sentimentos mais íntimos dos benfiquistas e a que mais estará sob o escrutínio e avaliação de todos, por ser a que mais facilmente é acompanhada e interpretada por aqueles que seguem o clube.

Na área “Futebol”, não há quem não dê opinião, mesmo que muitas vezes tão válida como a que dá sobre “Gestão Financeira”. Mas no futebol há esta ilusão: achamos que, por não serem números, temos capacidade para ir além, opinarmos, julgarmos, darmos as nossas próprias ideias. A filosofia reinante é a de que em termos futebolísticos não será necessário “saber académico”, uma noção que obviamente incorre numa falácia tremenda mas que, na génese, tem uma verdade: todos nós, mal ou bem, lidámos e lidamos com questões ligadas ao fenómeno. Que isso faça de nós “académicos”, puro engano; mas sem dúvida estamos mais preparados para avaliar o trabalho nesta área, porque ele também nos aparece de forma mais clara e directa, do que, por exemplo, na área anterior.

Os princípios que devem nortear esta sub-estrutura são simples na teoria mas complexos quando os (não) vemos aplicados: uma excelente área de prospecção, uma relação íntima com a formação e seu departamento, identificação e interpretação assertiva nas contratações, seja para técnicos ou jogadores, que deverão corresponder não só à qualidade exigida para servirem o Benfica mas, e talvez ainda mais importante, que aliem essa qualidade ao perfil do que se pretende.

Um exemplo: não basta contratar um treinador de grande qualidade, com um passado com resultados que dão mostras de poder ter sucesso no Benfica; tem de haver um identificação do perfil: conhecer-lhe as ideias a fundo, interpretar se essas mesmas ideias se adequarão à ideia geral do clube e se o próprio técnico tem condições para trazer a qualidade exigida juntamente com a comunhão com a idiossincrasia do Benfica. Isto é fundamental, para que se não desperdice talento e qualidade. O mesmo serve para os jogadores. Neste prisma, importa estabelecer uma ideia fundamental: um sistema e modelo de jogo que nortearão toda a estrutura do futebol, desde os mais novos até à equipa principal.

É uma ideia que não é nova mas que tarda em aparecer no Benfica. É lógico que haverá lugar a uma flexibilidade táctica e às ideias do técnico mas importa estabelecer esse princípio, para que o trabalho feito na formação não desague num mar de equívocos quando os jogadores chegam à idade de poderem alimentar o plantel principal. Por isso é tão importante que as áreas “Futebol” e “Futebol de Formação” estejam intimamente relacionadas e que, não raras vezes, os treinadores, também eles em formação, das bases possam pontualmente subir na hierarquia e treinarem o plantel principal. Não é uma utopia nem uma visão demasiadamente romântica; é o que faz mais sentido, tanto do ponto de vista desportivo quanto financeiro. Uma aposta clara na formação de jogadores e treinadores, aliando a isso uma ideia geral de um sistema e modelo de jogo, será não só garantir uma redução drástica nos custos como a valorização da marca Benfica e do benfiquismo.

Obviamente não defendo a ausência de contratações de jogadores de outros campeonatos; também servem o clube de forma importante e valorizam os que vêm da formação. Mas com rigor, com critério, não esta aventura infinita por compras ao desbarato, sem qualquer planeamento, que só aumentam o orçamento e nada ou pouco trazem de ganhos desportivos ao clube. Daí a importância de uma prospecção de excelência, que identifique e acompanhe os jogadores desde muito novos, que lhes conheça não só o valor futebolístico mas outras características igualmente importante, como a cultura desportiva, a personalidade, o conhecimento que têm do clube.

Defendo uma mescla equilibrada entre os nossos jovens e jogadores mais experientes de qualidade inegável, aptos a entrarem na equipa sem períodos de adaptação ou empréstimos anos a fio. O Benfica, embora actualmente pareça, não é uma empresa de jogadores; é um clube de futebol. Contratar não deverá ser para pôr a rodar noutros campeonatos ou outras equipas do nosso, na esperança de que um dia venham a render financeiramente. A melhor forma de valorizar os passes dos jogadores contratados será sempre englobando-os num plantel com uma ideia tão bem definida que lhes dará o espaço necessário para mostrarem talento e valorizarem o próprio passe e o clube que representam. Este terá de ser o caminho: prospecção de excelência, relação íntima com a formação e critério ideológico nas contratações. Passa por aqui o sucesso desportivo e o equilíbrio das contas do clube.

Nome para Vice-Presidentes: Rui Costa