1) Sem Fejsa e Amorim, sobra Almeida e... André Gomes. Muito curioso o texto do Nuno sobre o William Carvalho; penso que o André Gomes poderia perfeitamente ter um percurso semelhante e potenciar o seu talento numa posição mais recuada.
2) Este jogo com o Rio Ave é o jogo mais perigoso que teremos até ao final do campeonato. Uma equipa que tem capacidade e qualidade para se organizar defensivamente não no estilo autocarro mas sempre numa contenção que está preparada para a recuperação e rápido gatilho rumo à baliza adversária - cuidado com o espaço deixado nas costas do nosso médio defensivo. É a última grande prova. Ultrapassando-a, poderemos apostar em força nas outras competições.
3) Não concordo com a teoria de que, se eliminarmos o AZ ALkmaar, para nós será melhor enfrentar logo a Juventus para não apanhar a equipa italiana na final e no seu estádio. Por duas razões:
Parece-me que ao Benfica interessará, antes de mais, conseguir chegar ao último jogo, que é sempre, como o ano passado pudemos sentir ao vivo e a cores em Amesterdão, uma festa maravilhosa de futebol e convívio entre adeptos. Lá chegando, é para ganhar. Mais do que disputar, é para ganhar. Já chega de finais perdidas - temos 5 finais perdidas na Taça dos Clubes Campeões Europeus (63, 65, 68, 88, 90), uma na Taça UEFA (83) e uma na Liga Europa (2013). E, ao contrário do que se diz, não temos 2 finais ganhas; temos 3. Uma na Taça Latina (50) e duas na TCCE (61, 62). Para um clube com a nossa grandeza, não vencer nenhuma competição europeia há mais de 50 anos é triste; é tempo de finalmente acabar com a seca.
Por outro lado, ninguém nos garante que a Juventus não será eliminada até à final. É pouco provável, mas não impossível. Nesse sentido, quero um Benfica-Basileia para as meias-finais, caso passemos a equipa holandesa. E um Sevilha-Juventus para o outro jogo.
4) A entrada de Nuno Gomes no Benfica é um clássico de Vieira. Numa fase crucial da época, decide inventar um cargo (ninguém sabe o que aquilo é; vai fazer companhia ao Rui Costa a olhar para as bolas dos sorteios?) para um jogador que tem uma péssima relação com o treinador. Resta saber se Vieira é mesmo completamente incompetente ou se faz de propósito - qualquer uma não nos serve. Benfiquistas competentes no clube? Sim, é o que defendemos; tachos a benfiquistas sem qualquer razão para isso? Não, não é o que defendemos. Um sinal de que Jorge Jesus deverá estar mesmo de saída.
5) Há quem garanta, nesses sombrios corredores da informação privilegiada, que Marco Silva está já contratado para a próxima época. Se for o caso, é uma boa escolha. Saindo Jesus, não vejo nenhuma outra alternativa ao catedrático da Reboleira do que o treinador do Estoril. A conversa sobre a "experiência que ainda não tem" é uma treta sem sentido. Quando há qualidade, quando há competência, quando há coerência e evolução no trabalho de um treinador, só precisa que lhe dêem um plantel de qualidade, que ele fará o resto.
6) O título é do excelente livro do excelente escritor que é Mário de Carvalho.