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sábado, 2 de dezembro de 2017

Olhar sobre o Clássico

Entrada de águia. Entrada à Benfica.

Bom 11, boa atitude e boa preparação.

Uma equipa equilibrada, a fazer uma pressão em bloco e com os criativos sempre a dar e a procurar as linhas de passe.

Foi assim que entrámos no Dragão.

Assumimos a bola. Fomos para cima deles. Partimos a equipa portista que não conseguiu ter a bola controlada para começar jogadas de ataque.

5 minutos. 10 minutos. Uns 15 minutos de grande Benfica. Um arranque de jogo onde podiamos ter marcado.

Pena ter durado só um quarto de hora, um 1/6 do tempo regulamentar.

O entusiasmo inicial passou e o Porto começou a reagir. Inicialmente só com bolas bombeadas para o Marega - um poço de força e velocidade - que pela linha deixava todos para trás. Contudo o maliano - também um deficitário em técnica - se ia atrapalhando depois dos piques.

Mas estes arranques foram dando moral ao Porto e foram expondo aos poucos as nossas deficiências de jogo, algo que foi fazendo a equipa caminhar para as exibições comuns desta primeira metade da época. 

O Salvio bem marcado não teve espaço para as suas correrias. Desapareceu.

O Grimaldo perdeu liberdade para subir. É um ala esquerdo e nunca o defesa esquerdo. Perdeu ele e perdeu o Cervi. 

O Jonas começou cada vez a ficar mais sozinho. O Pizzi limitou-se a trabalhos defensivos. Só o Krovinovic parecia poder trazer alguns desiquilibrios no nosso ataque.

O Porto foi crescendo na primeira parte. Começou a ter mais bola, o Herrera pôde falhar sem consequências, o Sérgio Oliveira começou a ter mais bola para pensar, o Brahimi apareceu mais e o Aboubakar começou a jogar.

Uma primeira parte sem grande história, muita luta e com o Benfica a começar melhor mas com o Porto a terminar por cima.

Sobre a segunda parte quase prefiro não falar. Não falaria por me custar mas nunca pode ser esquecida. Porque sim, o Benfica sai pontualmente vivo do Dragão mas pareceu morto durante aqueles últimos 50 minutos.

Minutos fáceis de resumir.
O Sérgio Conceição voltou à fórmula do inicio de época ao colocar o Otávio no lugar do Sérgio Oliveira. O Rui Vitória achou que a equipa não jogava por falta de força no meio-campo e por isso lançou, ineficazmente, o Samaris. O Sérgio Conceição a desesperar por marcar de certeza que se arrependeu de ter tirado o Aboubakar. O Porto esmagou e, com toda a facilidade, criou várias oportunidades de golo. O Varela esteve concentradissimo e mostrou que entre os postes é bastante bom. O Marega foi um desastre, primeiro na condução e depois na finalização. O Benfica não atacou e não sabe defender. O Porto foi para cima e o Benfica simplesmente não jogou.

Foi algo muito pobre e totalmente inaceitável aquilo que fizemos na segunda parte. Espero que o Rui Vitória tenha noção e que trabalhe sobre isso, deixando-se de ilusões e de chavões de auto-ajuda.

Este Benfica esteve morto até o apito do Jorge Sousa nos ressuscitar com um empate que nos mantém a 3 pontos da liderança. Mas e agora? Seremos Benfica ou uma sombra de nós próprios?

Sobre as polémicas:

Percebo que um árbitro tenta desenvolver um plano de arbitragem durante os 90 minutos. Há o Bom Senso e esse protege o espectáculo. Contudo erros são erros.

Amarelo por mostrar ao Filipe logo no inicio do jogo. Penalty do Luisão a fechar a primeira parte. Fora-de-jogo mal tirado ao Porto numa jogada de muito provável golo do Herrera. Falta e amarelo por mostrar ao Alex Telles por mão na bola.
Já o Zivkovic foi bem expulso.

O Benfica fará figura triste se andar a falar sobre a arbitragem deste jogo. É respirar de alivio pelo empate e focar na pobreza que foi aquela segunda parte.

O Porto tem total razão em se queixar da arbitragem. Passar a semana a falar disso será só desespero. Deviam preocupar-se mais com a qualidade exibida pelo Marega, com o desaparecimento do Óliver, com os desempenhos do Herrera, com as inseguranças do José Sá e com a falta de banco de qualidade em termos de soluções de ataque.

Quanto à situação do adepto não espero nada menos que um jogo no Dragão à porta fechada. 

Depois da vergonha europeia, este mês vai decidir a nossa continuação na Taça - jogo em Vila do Conde - e na Taça da Liga - recepção ao Portimonense e jogo no Bonfim, numa disputa acesa com o Braga.
Além disto, vai também definir como chegamos ao Derby na Luz.

Benfica - Estoril
Boavista - Sporting
Setúbal - Porto

Tondela - Benfica
Sporting - Portimonense
Porto - Maritimo

Cinco vitórias crucias e uma vitória, com o Basileia, pela honra do manto.
Portanto, que Benfica iremos ter? Um Benfica lançado ao Penta ou um Benfica moribundo?
Passo a palavra ao Rui e a bola aos jogadores.

Isto sem nunca esquecer o quanto lindo é vermelho e branco.