domingo, 23 de dezembro de 2018

Sport Tareão e Benfica


- Telepizzi. Entregas ao domicílio.
- Jardel à Luisão, Sá à Ricardo. GOLO!
- Golo em curva do Mónaco para o Príncipe Grimaldo.
- O Zivkovic é bom, não é, Professor?

Muitos meses depois, voltou a dar gozo ver um jogo do Glorioso. Obrigado, super-craques.

11 Glorioso para honrar a Gloriosa Camisola

Ulisses
Almeida, Conti, Jardel, Grimaldo
Fejsa
Zivkovic, Pizzi, Krovinovic
Jonas, Félix

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Jonas anti-tempo



Há uma certa maneira de Jonas jogar à bola que me deixa saudoso da minha vida.
Lembro-me de mim na adolescência. Sou eu ali no canto do ciclo a fumar cigarros e a dar beijos às miúdas quando o Jonas avança pelo campo, faz triangulação, recebe, finge que remata, deixa cair o guarda-redes, depois golo.

É provável que eu goste do Jonas porque sinto falta das sandes de tulicreme e manteiga, das saudades daquilo que eu senti há muitos anos. Já tocou, a professora de Matemática está à espera mas eu ainda tenho a Vitorina ao meu colo a cheirar a perfume de flores e a língua dela parece um helicóptero.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Keizer e o corredor central

O impacto que Marcel Keizer tem tido no Sporting e no futebol português tem sido tremendo, somando por vitórias os jogos já disputados e com golos em catadupa, alterando radicalmente a forma de jogar da equipa, transformando-o num estilo ofensivo, atractivo e, sobretudo, incrivelmente concretizador.

Deste modo, parece-me interessante reflectir sobre o porquê de um impacto tão significativo e imediato numa liga em que a qualidade defensiva das equipas é tão elogiada, fazendo-o com um plantel já de si fraco do ponto de vista da qualidade individual e que tem sido sucessivamente limitado pelas várias lesões que têm surgido.

O modelo de jogo de Keizer permanece incompleto e melhorias a serem necessárias, sobretudo em termos defensivos. Não obstante, a ideia de um jogo ofensivo, combinativo e rápido tem feito miséria nos blocos defensivos que tem enfrentado. Para além do colectivismo e rapidez, a chave para este sucesso imediato, quanto a mim, reside ma forma como o Sporting não ignora o corredor central, ao contrário da esmagadora maioria das restantes equipas do campeonato. 

Na verdade, chega a ser desesperante ver tantas equipas do maior escalão nacional vetarem o corredor mais importante do jogo a um total deserto. E este estilo de jogo generalizado, ajuda a mascarar os péssimos posicionamentos defensivos que, também eles, privilegiam a defesa dos corredores laterais e detrimento do corredor central, com a agravante de, não raras vezes, o fazerem com referências marcadamente ao homem e não zonais.

Ora, o Sporting de Keizer mais não tem feito que explorar espaços interiores, é nem tem sido necessário provoca-los, porque estão lá e sempre estiveram. E tem sido através so desequilíbrio interior que todo o jogo ofensivo tem fluído, mesmo que depois termine num cruzamento. Porque frente a blocos dispostos em largura, ao provocar por dentro, facilmente se veem adversários a correr em desespero para fechar o espaço interior, abrindo assim diversos espaços e em todas as direcções, que depois são facilmente aproveitados por quem aparece de trás. 

Está ainda por ver este Sporting a enfrentar uma barreira defensiva verdadeiramente coesa e racional, isto é, disposta em marcação zonal, que privilegie o corredor central e a unidade do próprio e verdadeiro bloco, para que assim se possa perceber a total valia das ideias do treinador holandês, nomeadamente, a paciência para circular, provocar e procurar o espaço interior, e ligação entre sectores. 

Enquanto quem enfrentar este Sporting continuar a defender como se estivesse a faze-lo contra qualquer outra equipa do nosso campeonato, dificilmente deixarão de sofrer golos ou, pelo menos, evitar oportunidades claras para tal. 

Em todo o caso, chega a ser caricato que o treinador que chegou “sem currículo” tenha, em tão pouco tempo, colocado completamente a nu as debilidades defensivas existentes no campeonato dos treinadores da “estratégia”, sem que para isso tenha sido necessário nada de verdadeiramente especial, apenas aproveita o que está, como sempre esteve, disponível. 

De uma assentada, o treinador holandês coloca em cauda dois dos maiores mitos do futebol português: O de que em Portugal se defende bem e de que o treinador Português, na sua generalidade, está na vanguarda do futebol.

Ontem finalmente já pudemos ver momentos de bom futebol. Óptima e criteriosa saída de bola do Montalegre.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Orgulho Benfiquista na Luz

Hoje com o AEK na Luz não há nada a ser disputado. Pontos insípidos. Posições definidas. Um AEK já conformado com a eliminação e focado nas competições internas. Um Benfica desiludido mas conformado com a relegação para a Liga Europa.

Contudo hoje está muito mais em jogo que a competição em si.

Não, não iremos lutar por nada mais do que aquilo que já temos. Iremos jogar por aquilo que somos e precisamos.

Assim defino 3 objectivos para hoje:

- Os milhões. É o menos importante do que podemos retirar deste jogo. Temos obrigação de ir recolher pelos menos mais estes 2,7M.

- O momento da equipa. Jogamos pouco mas é com vitórias que, pelo menos na vertente psicológica, conseguimos afastar-nos de maus momentos. Vencer hoje o AEK é um reforço para o momento de vitórias que temos tido nos últimos 3 jogos.

- O orgulho benfiquista. Este para mim é o mais importante. Hoje, despedida da maior competição de clubes que existe, é obrigatório elevar o símbolo que todos carregamos ao peito. Vencer, jogar bem e mostrar um Benfica bem vivo nos relvados da Luz. É o retribuir aos adeptos e à nossa história.

Bem sei que este jogo não pode ter a mesma importância da deslocação ao Estádio dos Barreiros que aí vem. Mas é um jogo que tem de nos orgulhar.

Neste contexto de necessária gestão, recuperação e glória, lançaria o seguinte 11:

Na baliza o Svillar. O miúdo já acalmou. Está mais maduro. Menos louco. Espero é que não tenha perdido toda a sua loucura. Toda a sua coragem. Nas últimas aparições vi um Svillar mais sereno mas também demasiado escondido. Crescer não é abdicar das suas melhores qualidades. Isso não é evoluir. Precisa de jogo, precisa de competir. Precisa de ser colocado à prova. Hoje é um bom jogo para isso.

No centro da defesa lançaria o Conti com o Jardel. Não abdicaria nunca de ambos os centrais titulares. O Rúben merece o descanso e o Jardel tem jogado menos que o miúdo. Além disso, pela sua experiência e posição no centro da defesa, o Jardel é o jogador indicado para integrar e orientar o Conti. No argentino ou temos central ou não temos. Que jogue e nos convença que temos.

A equipa precisa de uma solução para o lado direito da defesa. O Almeida é o Almeida. No seu melhor consegue dar-nos uma exibição segura. Temos o Corchia, um jogador com maior potencial que o André. Lançaria o francês. Uma boa oportunidade de ganhar ritmo e crescer exibicionalmente. Uma boa oportunidade para começar a ganhar o lugar.

Na esquerda mantinha o Grimaldo. O craque espanhol não tem substituto e nesta altura em que também o Rui Vitória viu a Luz - Zivkovic - acho importante continuar a cimentar as rotinas entre o espanhol e o sérvio.

O meio-campo é onde tenho mais dúvidas. Gostava de poder descansar o Fejsa mas o sérvio não tem substituto. O Alfa não tem qualidade nem para o Benfica dos anos 90 e o Samaris anda encostado há tanto tempo que neste momento não consigo esperar nada de bom dele. Assim, colocaria o Fejsa no apoio ao Krovinovic e ao Félix. Estes dois precisam de crescer com jogo. Um com maior leitura táctica e outro com maior criatividade. Os dois bem sustentados pelo Fejsa têm a oportunidade de explorarem o seu futebol e se soltarem no meio-campo. O Félix tem jogado mais pela linha mas penso que pode fazer a diferença na construção de jogo e nos apoios centrais ao avançado.

Na esquerda já referi que manteria o Zivkovic. Mais um craque que tem de crescer com jogo.

Na direita, não havendo Salvio para descansar o Rafa, lançaria o ex-bracarense. O Rafa está com a corda toda e pode ser importante continuar a alimentar o seu bom momento.

O maior de todos os craques deveria poder jogar sempre. Aliás, por mim na BTV eram jogos diários do Jonas. O brasileiro poderia jogar em todos os escalões e até em amigáveis com a produção ou adeptos. Infelizmente fisicamente o Jonas não dá para tanto. Hoje dar-lhe-ia a pausa merecida.

O seu substituto óbvio é o Ferreyra. Ferreyra ou Seferovic. Contudo gostava de ver o argentino em acção. Muito poderia ganhar este Benfica se a sua equipa técnica conseguisse tirar proveito deste jogador. Ferreyra a receber o Zivko, Grimaldo, Rafa, Félix e Krovinovic. A recebê-los, a sustentá-los e a beneficiar dos seus apoios.

Um 11 para ganhar, para jogar e para nos fazer crescer.


A única oposição a Vieira chama-se Ontem vi-te no Estádio da Luz



O principal problema da crítica gratuita e infundada é o de minar o caminho da verdade e libertação do clube. Sempre que a oposição - ou pseudo-oposição porque a única real oposição a Vieira chama-se Ontem vi-te no Estádio da Luz - ataca sem razão as pessoas da estrutura do clube, mais difícil se tornará a saída do actual Presidente. Em vez de tiros certeiros que abalem a ditadura vierista, estes ataques fazem ricochete e acabam como armas para quem desgoverna o Sport Lisboa e Benfica.

Quando este programa foi para o ar, imagino que há mais de 10 anos, defendi publicamente Ricardo Palacín. Na altura, muitos dos que hoje com ele partilham os estúdios e programas da BTV atacaram o actual director da televisão do clube porque "isto é uma vergonha", porque "nenhum benfiquista usaria esta t-shirt", porque "há que respeitar a dignidade do Benfica!".

Na verdade, aquilo tinha sido uma brincadeira, uma mera aposta. E claro que qualquer benfiquista com cérebro, sentido de humor e cumpridor das suas apostas teria usado aquela t-shirt. Basta não ser grunho e estar bem com a vida para poder usar uma t-shirt assim.

Claro que é giro ver agora toda essa gente que insultou Palacín de tudo e mais alguma coisa andar pela BTV a lamber-lhe as botas para manterem os seus lugares nos programas onde só defendem o Presidente e atacam os benfiquistas que não comem na gamela do carneirismo. Mas esse é outro assunto para outro dia.

Ricardo Palacín faz mal ao Benfica. Não por não ser benfiquista, não por usar esta t-shirt. Faz mal ao Glorioso porque é o Director da Propaganda, o Director do veículo televisivo que envergonha e humilha o Benfica por não ser mais do que uma televisão de louvores a Vieira e de perseguição aos benfiquistas com cérebro.

Com tanto para criticar na BTV, achar nesta imagem razão para atacar Palacín é fraco, é pobre, é insuficiente, é a razão pela qual Vieira se passeia há 15 anos sem verdadeira oposição. É dar razões aos vieiristas para continuarem a votar no único Presidente ilegítimo da História do Benfica. E isso é que não é nada benfiquista.

Um Presidente à Benfica


segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

O Benfica entregue aos bichos.

Imaginem que estão em 1985, acordavam, iam ao Estádio da Luz e alguém vos dizia que:
- o Presidente agora era um tipo que é sócio dos três clubes;
- o n°2 é sportinguista;
- o n°2 usa o clube para pagar o casamento da filha.
No dia a seguir, estavam Presidente e n°2 no olho da rua. No Benfica de Vieira, para os vieiristas está tudo bem. Foi apenas um... "adiantamento".

Um Presidente à Benfica


domingo, 9 de dezembro de 2018

Príncipe Grimaldo, o junta-peças


O talento de um jogador não tem medidas nem quadros nem matemáticas; não fica irrefutavelmente provado nem a Ciência consegue publicar um estudo que demonstre, A+B+C, a indesmentível qualidade de um futebolista. É por isso que 1 milhão de pessoas pode achar o Pizzi "um craque" e o outro milhão achá-lo "um cepo". Tudo depende da percepção que cada um tem do jogo.

Eu gosto sobretudo de jogadores que, a cada acção, estejam pensando e executando o quadro geral: o golo. Pode o jogador estar na defesa e já demonstrar ter visto a bola nas redes segundos antes de ela lá chegar. É o caso de Grimaldo nesta e em quase todas as jogadas em que intervém.

Antes de receber na linha já fez sinal a Zivkovic, anunciando o 2-1. O sérvio, outro talento inato, percebeu o que o espanhol quer e foi-lhe fiel. Aqui o que Grimaldo procura e sonha, ainda antes de receber do central, é ter espaço aberto pelo meio. Já se imaginou a correr pelo corredor central sem muita oposição. E é isso que acontece após a combinação com Zivkovic: miolo aberto, os jogadores do Vitória a terem de ir recuando lentamente e Grimaldo com várias opções. É aqui que, apesar de a Ciência não o poder provar, é possível distinguir os craques dos cepos.

Quando recebe à entrada do meio-campo adversário e se vê com espaço, o craque, 99 em 100 vezes, não pensa em passar de imediato a bola (mesmo que tenha duas ou três opções abertas). O cepo sim, destruindo a possibilidade de aproveitar o espaço e criar outros. O craque vai seguir com a bola enquanto os seus milhares de radares frontais e laterais vão interpretando o movimento colectivo dos dois corpos gelatinosos: o movimento da equipa adversária e o movimento da sua própria equipa.

O craque neste instante não pensa individualmente, não procura meter a bola num jogador específico só porque sim. O craque junta-peças no meio. Aproveita o natural movimento da equipa que defende - movimento de recuo e de aproximação ao centro - enquanto vai esperando o movimento natural da equipa que ataca - vários movimentos laterais e de profundidade.  O craque vai esperar pelo segundo certo em que um dos elementos do adversário não aguentar mais aquele passeio pelo relvado e destruir toda a sua própria organização colectiva. É o que acontece quando o lateral-direito do Vitória sai da sua posição e deixa o espaço nas costas.

O craque já estava à espera porque era isso que ele, provocador, vinha a procurar desde que recebeu de Zivkovic. O cepo, quando recebesse de Zivkovic, teria metido imediatamente na profundidade que Gedson estava a pedir, acabando por criar uma jogada sem qualquer vantagem numérica nem espaços para criar desequilíbrios.

Juntar peças no meio, provocar o desposicionamento de uma peça específica, para um cheque-mate pelas alas. Não é para todos. É só para os craques. Craques como o Príncipe Grimaldo.

 https://m.youtube.com/watch?v=mX1g1lQeInQ

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Viver 3 anos na ignorância


Foi hoje publicada uma entrevista feita pelo “Conversas à Benfica” ao treinador Rui Vitória. Antes de entrar no conteúdo da mesma, gostaria de elogiar a disponibilidade do treinador do Benfica para este tipo de entrevista/conversa que sai completamente do registo habitual e que, por isso, permite abordar temas diferentes dos habituais e, mais do que isso, aborda-los de forma diferente. Por isso, parabéns a Rui Vitória e ao “Conversas à Benfica”!

A entrevista foi vasta e variada, mas gostaria de me debruçar mais sobre os momentos em que o treinador aborda os aspectos mais concretos do jogo, começando pelo processo de jogo da equipa:

A dada altura é questionado o porquê de o processo de jogo ter sido alterado do 4x4x2 para o 4x3x3. Se é natural que o entrevistador cometa este tipo de lapso, é absolutamente inadmissível que um treinador, seja de que escalão for, não consiga corrigir de imediato a pergunta, porque processo de jogo é uma coisa e sistema tactivo outra, podendo ou não depender um do outro. Por aqui se entende o que pensa Rui Vitória sobre o processo colectivo das equipas que treina. Cada um que retire daqui as suas próprias conclusões;

A conversa vai fluindo e na justificação das escolhas que faz, nomeadamente para as alas, Rui Vitória refere, por exemplo, que “Cervi tem um bom entrosamento com Grimaldo”. Mais uma vez, o treinador do Benfica observa as escolhas partindo do individual, isto é, determinados jogadores desenvolveram naturalmente um bom entrosamento, então as escolhas vão por ali e não porque o treinador tenha uma ideia maior para todo o conjunto, fazendo escolhas em função dessa ideia maior, em função do plano colectivo, não. As escolhas partem do individual somando-se umas às outras;

Há ainda a justificação para o pouco rendimento de Ferreyra: O treinador do Benfica justifica esse menor rendimento (e não falo de golos) com factores emocionais e sociais. Em momento algum é capaz de fazer uma análise futebolística ao jogador e à forma como se enquadra ou não nas ideias colectivas. Ou seja, Rui Vitória faz depender o rendimento do jogador de factores que são absolutamente incontroláveis por si, não sabendo explicar quais os factores que dependem do treinador e que podem ou não ajudar Ferreyra a ter um enquadramento competitivo melhor. Sabemos assim, pela boca do próprio, que se Ferreyra render algo antes de sair (a ideia que fica é que Janeiro será o limite para a estada do Argentino no clube), tal acontecerá por completa aleatoriedade, como quase tudo o que acontece em campo na equipa do Benfica, diga-se;

Por fim (ainda que não tenha sido esta a ordem cronológica da conversa) Jonas. Rui Vitória reduz a participação do melhor jogador do Benfica ao momento/gesto da finalização, Rui Vitória acha que o jogador mais completo do plantel participa apenas no momento mais reduzido do jogo, Rui Vitória ignora por completo a infinidade de coisas que Jonas dá à equipa para lá dos golos que concretiza e/ou assiste, Rui Vitória não vê a quantidade de jogo interior que Jonas produz (e que se esgota nele, percebendo-se aqui o porquê), Rui Vitória nunca percebeu a qualidade de decisão com e sem bola que génio Brasileiro aporta ao jogo colectivo do Benfica. No fundo, Rui Vitória não faz ideia do que é e do que vale o seu melhor jogador, mesmo que trabalhe com ele há mais de 3 épocas desportivas. Se é normal/compreensível que o adepto resuma o jogo de Jonas aos golos/assistências, ver o seu treinador faze-lo é simplesmente absurdo e aterradoramente revelador.

Um treinador à Benfica


domingo, 2 de dezembro de 2018

A (des)Confiante Goleada

"Na primeira parte desgastámos o adversário, na segunda foi uma dinâmica muito forte. Quem viu o jogo sentiu essa confiança e vai mais satisfeito para casa."

São estas coisas que me assustam. A certeza que o treinador do Benfica acredita mesmo nisto.

Vamos lá pensar um pouco o jogo de ontem.

Rui Vitória olha para os primeiros 45 minutos e vê uma estratégia de desgaste do adversário. E acredita nisso.

Não. Não houve nada a funcionar naquela primeira parte. Não houve uma estratégia a funcionar. Não houve. Foi simplesmente miserável. Equipa desligada, sem alma e sem futebol. Não houve qualquer desgaste do adversário. Um jogo ofensivo lento e com espaço para o adversário ir no seu tempo tentando aproximações à nossa área. Sem desgaste.

Agora sim, nos segundos 45 minutos houve uma dinâmica muito superior. Mas também aqui o treinador não se pode iludir. O resultado é logo desbloqueado no arranque pelo gênio do Jonas. Boost de confiança encarnado e quebra anímica do adversário. Mais 3 golos, 3 oferendas do adversário.

Assusta-me que o treinador do Benfica pense que por ter convocado só 18 que tudo já ficou resolvido. Assusta-me que ache que já está tudo operacionalizado.

Assusta-me que ele, e só mesmo ele, tenha sentido toda aquela confiança e que esteja plenamente satisfeito com a exibição da equipa.

Agora, apesar da miserável primeira parte e de 4 golos muito sui generis , é justo e até refrescante ver a pujança da equipa na segunda parte.
A equipa entrou muito rápida e principalmente muito agressiva ofensivamente. Agressiva na pressão alta e principalmente agressiva no momento pós recuperação da bola. E nesta mudança de postura há sem dúvidas mérito do treinador.

Contudo não me parece que dê para ganharmos muitas vezes dependendo somente deste futebol de agressão ofensiva. Até porque este estilo não parece poder durar sequer 60 minutos.

Além do resultado a melhor noticia é sem dúvidas a titularidade do Zivkovic.

Um trio ofensivo com o genial Jonas, com o craque maravilhoso que é o Rafa e com este talento sérvio que precisa jogar muito mais, servido pelo base Pizzi, o melhor jogador para criar os apoios aos talentos da equipa, é sem dúvidas um poço de talento a libertar nas defesas adversárias.

Com jogadores destes até parece batota, até parece fácil.

Mas como ele já nos disse, se fosse fácil não era para ele.