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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Luís Filipe Vieira, 20 de Outubro de 2012.

«Vamos baixar as quotas e os bilhetes até janeiro. Esta medida já estava a ser pensada e não é demagogia. Quero um estádio sempre cheio e não meia casa»

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Código Luís Filipe

A 26 de Junho de 2009 - 9 anos depois de ter chegado ao Benfica e 6 após ser reeleito pela primeira vez, já com a "consolidação financeira" executada -, o líder Vieira falava ao povo, desta vez com o foco no sucesso desportivo: 

 «Falta-nos conquistar títulos. Posso garantir que este mandato será para fazer obra nisso. Temos serenidade para investir no nosso ‘core business’ e ganhar não um, mas dois ou três campeonatos seguidos». 

 Vieira prometeu "dois ou três campeonatos seguidos", mas de facto só ganhou mesmo um. Não dois ou três seguidos, um. Mas nessa noite em Vila Nova de Gaia, enquanto prometia coisas - afinal, a sua grande especialidade - Vieira não esqueceu a sua grande mais-valia, o atacar a "oposição" (seja lá o que isso for no Benfica): 

 «A inveja faz o mal de muita gente, especialmente dos incompetentes, dos que não conseguem fazer». Repare-se na lógica: «a inveja». As pessoas que criticavam Vieira e a sua visceral incompetência eram «invejosos». Mas... invejosos de quê? Não sabemos. O palpite, no entanto, tem de ir para uma coisa muito lógica: as pessoas tinham inveja de que Vieira na altura já tivesse ganho, em 9 anos - 6 como Presidente -, muita coisa. Assim do tipo... 1 Campeonato. Faz todo o sentido. Malandros dos invejosos, pá. 

 E o que diz Vieira, 4 anos e 3 campeonatos perdidos depois? 

 «Esta não foi uma época de sonho, mas foi uma época que nos fez sonhar como há mais de 20 anos não o fazíamos». Não foi de sonho, mas foi uma época «que nos fez sonhar». É bonito e romântico. Sonhámos, valha-nos isso! E mais, grande líder? 

 «É evidente que quando não se ganha temos a tendência suicida de colocar tudo em causa. A verdade é que se tivéssemos ganho haveria coisas que teríamos de corrigir, mas também é verdade que o facto de não termos ganho não significa que tudo está mal». Cá está: quando não ganhamos, temos a tendência suicida de colocar tudo em causa. É bem verdade. Abutres, são todos uns abutres. É que querem ganhar esquecendo esse pormenor que diferencia os heróis dos outros: «também é verdade que o facto de não termos ganho não significa que tudo está mal». Não, está tudo óptimo. Só falta ganhar. De resto, estamos maravilhosos, lindos, elegantes. Estamos como queremos. Obrigado, grande líder. Só tenho uma pergunta: mudamos alguma coisa? 

 «Vamos mudar aquilo que tivermos de mudar mas com ponderação, para não estragar tudo o que de bom conseguimos nos últimos anos. Não devemos ter medo das nossas convicções». Excelente. Não tenhamos medo das nossas convicções como aquelas que há 4 anos diziam que, e cito o nosso grande Presidente: «Posso garantir que este mandato será para fazer obra nisso. Temos serenidade para investir no nosso ‘core business’ e ganhar não um, mas dois ou três campeonatos seguidos». Grande líder, não mude nada, nem sequer «com ponderação», o caminho tem de ser este, não «tenhamos medo das nossas convicções», enorme Presidente. E pode deixar-nos alguma coisa (vá, aos políticos da Assembleia mas estamos por tudo)? 

 «O que vos posso aqui deixar é que vamos manter o rumo e continuar a trabalhar com a mesma seriedade, o mesmo rigor e a mesma paixão que nos trouxe até aqui». Lindíssimo. Podemos não ganhar nada, mas, caramba, temos um poeta como Presidente.