O problema do Benfica são três: ter Vieira como Presidente; ter Vieira como Presidente; ter Jesus como treinador.
O que originam estes três problemas? Uma liderança acéfala, incompetente, ruinosa em termos financeiros; destruição dos princípios fundamentais do benfiquismo, espoletando uma segunda cria de ideologia benfiquista, esta passando por uma sã convivência com o "quase"; total insucesso desportivo; pelas acções sobranceiras, arrogante e despropositadas, cada vez mais ódio por parte dos outros clubes e adeptos em relação ao Benfica.
A maior parte desta lista que vai matando o Benfica é responsabilidade exclusiva de Vieira e dos seus dirigentes comprados a peso de ouro para acreditarem no que há pouco tempo já não acreditavam - e são exemplos deste tachismo vira-casacas Vice-Presidentes como Gomes da Silva, Moniz ou Varandas. Como pode o Benfica ser bem representado e defendido se tem na Direcção um bolo que mistura vendidos, oportunistas, interesseiros, incompetentes e adeptos de outros clubes? Alguém que acredite que tal misturada pode fazer algo pelo Benfica já não está apenas cego; está morto. De actividade cerebral.
Por fim, Jesus. Os erros cometidos não são, na sua generalidade, novos. Desde que chegou que os comete. Porém, neste último jogo, com a alucinante escolha de partir o futebol que, ainda assim, naquele momento tinha alguma coerência, e decidir meter 8 jogadores à frente da bola, num caos completo em que em vez de decidir potenciar o futebol inteligente procurou o regresso ao chuveirinho praticado nas ilhas britânicas em 1914, Jesus demonstrou que ou já não quer saber ou está de má-fé. Qualquer uma não serve, tem de sair.
Como Vieira é idolatrado por uma massa em coma e Jesus, por lhe ter sido renovado estupidamente o contrato (só mais uma de Vieira), está atrelado ao Grande Líder, resta procurar o melhor dentro da lama. Há que tentar o que ainda é possível. E o que é possível mudar passa pelo factor mentalidade. Este grupo vem destruído desde a época passada, só um tonto não o percebe. Há que injectar sangue novo que não só melhorará as possibilidades de um futebol melhor e mais seguro como dará sinais para dentro de que todos têm de estar a 100 por cento com os objectivos do clube; caso contrário, serão afastados.
Por ora, duas grandes mudanças se impõem: a substituição de Artur por Oblak - o brasileiro não tem estado bem, é evidente, mas passa esta passagem de testemunho mais pelo efeito-choque e pela necessidade de apostar na qualidade do último do que qualquer outra razão; integrar imediatamente, já no próximo jogo, Bernardo Silva na equipa, fazendo dele o terceiro médio, com Enzo e Matic nas suas costas. Com isto, o Benfica muda radicalmente a sua disposição no miolo, procura um novo e melhor equilíbrio, e aposta num jogador que, pelas capacidades e talento que tem, pode elevar o futebol da equipa a um patamar que este ano ainda nunca atingiu.
Enquanto tivermos Vieira a liderar o clube, perderemos 4 em 5 campeonatos, é certo. Mas ao menos façamos por ver bom futebol. Os títulos ficarão para quando a maioria em coma decidir abrir os olhos e iluminar o coração.