O resultado de ontem é incomparavelmente mais agradável
que a exibição. O Benfica foi sempre uma equipa muito amarrada às suas tarefas
defensivas e pouco mais se viu do campeão e líder da liga em Alvalade.
Diga-se, em abono da verdade, que o Sporting também
esteve longe de fazer um jogo agradável e completo, pelo contrário. Neste ponto
estou de acordo com JJ quando se referiu ao jogo como uma partida em que ambas
as equipas se anularam mutuamente.
Defensivamente o Benfica esteve ao seu nível, ou seja,
muito bem. Espaços interiores e profundidade muito bem vigiados e sem nunca dar
grandes veleidades ao ataque leonino. A única vez em que o Sporting consegue
explorar as costas da nossa defesa (lance que dá origem ao golo) nasce de um
mau passe de Samaris. Fora este lance, não houve qualquer outro em que algo de
semelhante se passasse. E neste capítulo, os centrais, sob a voz de comando de
Luisão, foram importantes e imperiais.
Do ponto de vista ofensivo é que a coisa esteve ao nível
do pior que já vimos no Benfica de JJ ao longo destes 6 anos. Não me lembro de
uma única jogada construída sem uma perda de bola, pelo menos, eminente.
Faltou qualidade na saída pelo meio, pelas zonas
interiores, onde A. Almeida e Samaris foram curtos, Salvio desastrado (ainda
que o seja muitas vezes, ontem foi ainda mais) e Ola John desligado até da
emotividade do jogo. Jonas era o único que ia remando contra tamanha falta de
qualidade ofensiva, mas perante um William Carvalho tão inspirado e um Tobias
Figueiredo tão seguro, nem sempre foi bem-sucedido. Mas apenas quando a bola
chegava ao Brasileiro se acendiam algumas luzes no ataque Benfiquista, tudo o
resto era do mais profundo breu que se tem visto.
É em jogos como este que nos faz falta um jogador de altíssima
competência ofensiva, quer em condução quer em passe, e que não deixa de vestir
o fato-macaco na hora de fechar espaços defensivos. Alemeida e Samaris
cumpriram defensivamente, mas ofensivamente foram muito limitados. Talisca
oferece melhor saída de bola, ainda que não seja nada de extraordinário, bem
pelo contrário, mas fica muito aquém do que se pede daquela posição em termos
defensivos em jogos como este. Por isso, ontem durante o jogo, só me ocorria uma
memória… Enzo Perez.
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