sábado, 18 de maio de 2013

Kentucky Fried Entremeada

Ali, onde agora vive um senhor mamarracho de nome Colombo, era um baldio de terras aos solavancos, couves, armaduras de príncipes antigos e casas da idade do Fernando Pessoa. Ali, onde a esta hora senhoras elegantes e meninas petulantes encontram mais uma fantástica bugiganga para encher a vaidade dos quartos e salas de estar, foi, um dia, um parque arcaico de estacionamento, um caminho tortuoso até à catedral e uma enorme sala de repasto benfiquista. Ao ar livre, como tinha de ser. 

 O carro estacionava-se a 2 quilómetros do Estádio e a partir daí punham-se galochas e enfrentava-se o lamaçal. Antes de chegarmos ao repasto, deliciava-nos todo aquele benfiquismo em forma de gente: grupos de 10, 15 pessoas faziam círculos imperfeitos em volta de uma fogueira, de um fogareiro e de uma panelona digna de reis que no seu interior aquecia e amparava um bruto cozido à portuguesa ou, para os mais sensíveis às vicissitudes das transformações gástricas, um belo de um caldo verde, recheadinho com chouriço do melhor que podia haver; para beber, tinto, que era a cor e bebida naturais de quem, por dentro, levava acesa a chama imensa. 

 Normalmente, eram homens, pais e filhos, poucas mulheres e ainda menos filhas. No entanto, a equipa feminina de cada família tinha também o seu ofício, visto que vinham das mãos delas os repastos que tanto aconchegavam o estômago e o coração dos seus mais-que-tudo. A fome e a sede, ali, naquele sítio onde hoje ardem galinhas de Kentucky e carnes do Sr. MacDonald, não eram mais do que a medida certa para o impulso de noites de glória. Começava com o ritual de comer e beber; acabava em goles de golos. 

Para quem não levava metade da casa atrás, esta era uma visão que aproximava e apaixonava e servia de entrada ao que viria a ser a refeição, sentados que ficávamos em banquinhos corridos de madeira rodeando as casas de repasto, quase sempre entregues a famílias inteiras. O ritual era simples: fazia-se um rectângulo de balcões, em volta bancos para os benfiquistas não comerem de pé e lá dentro era uma festa de cerveja, vinho e cheiros de carnes com muita gordura. Para os meninos, trina de laranja, para os pais, vinho em barda, que a noite era uma criança. Nos entretantos, enquanto se trinchavam pedaços de entremeada, febras e as sopas iam ao lume, e regados, bem regados, a cerveja, a tinto, a branco e, para os mais friorentos, a abafadinho, discutiam-se onzes, dizia-se mal do treinador (sim, já na altura acontecia) e ansiava-se pela hora da visão gloriosa de um relvado iluminado por 4 focos de luz. 

 Os pais faziam a sua pedagogia, perguntando aos filhos o nome dos 11 heróis que iriam entrar em campo, os filhos acertavam em 3 ou 4 jogadores mais conhecidos e de tempos a tempos até aparecia um que falava no nome de um jogador de um rival nacional. O pai não gostava, batia com o copo com força na madeira e gritava: "esse é lagarto, filho!" e o filho, que nunca se tinha apercebido de que os homens tinham a capacidade de se metamorfosear em répteis, bebia mais um gole de trina enquanto dizia para dentro que nunca mais abria a boca para dizer o nome daquele jogador. 

E o mais bonito de tudo era quando, na mesma mesa, se juntavam avô, pai e filho. E todos eles, ali sentados em redor de um objectivo, apesar das idades, a sentirem o mesmo: a pulsação acelerada, a ansiedade, o nervosismo, a paixão. Todos eles com o coração da mesma idade.



3 comentários:

Benfiquista Tripeiro disse...

Que saudades! Lembro-me de quando era miúdo o meu pai de vez em quando (não tantas vezes quanto gostaria, tanto ele como eu) me surpreender com um bilhete para ir ver o Benfica. Era melhor do que o Natal. Para mim, que via o Benfica sempre de longe, ir à Luz era um dos acontecimentos mais importantes do ano. Quando lá chegávamos, ficava sempre espantado com esse espaço todo, o descampado enorme e, ao longe, épico, majestoso, o estádio da Luz, o maravilhoso estádio que eu via na televisão de vez em quando e sonhava com o dia em que lá íamos. O meu pai, que na altura trabalhava fora, de vez em quando lá fazia o esforço e comprava sempre os melhores bilhetes, bancada central, atrás dos bancos das equipas. Esse dia era maravilhoso para mim, só eu e o meu pai, o dia todo, para ir ver o Benfica. No caminho para baixo, comprava a Bola e eu levava um caderninho com o onze inicial, os suplentes, o alinhamento do adversário e íamos a comparar opiniões sobre como o Benfica ia jogar e quem ia marcar os golos. Mal chegávamos a casa, os bilhetes iam direitinhos para a parede do meu quarto, como troféus expostos com orgulho.
Cresci entre adversários, sempre a defender acerrimamente o meu clube, tal como o meu pai me ensinara. Quando perdíamos, ele lá me dizia o que devia responder às provocações que eu sabia que ia ser alvo na escola. O Benfica era para nós uma fonte de união, um extra na nossa relação por vezes longínqua, devido ao trabalho dele. O Benfica não é só um clube, é algo que faz parte da família, como um parente.

Hoje em dia, temos a felicidade de poder ir ver o Benfica quando queremos. Sempre que há jogo europeu estamos lá. No primeiro jogo da época estamos lá. Nas apresentações estamos lá. E amanhã, mesmo sabendo que as hipóteses de sairmos a festejar são praticamente nulas, lá estaremos, nos nossos novos cativos, uma inovação introduzida este ano e que certamente para o ano iremos repetir. Entretanto juntou-se a nós outro grande Benfiquista, o avô da minha mulher, e agora sempre que o Benfica se mostra à europa do futebol lá vamos nós apoiar. Saímos cedo, almoçamos já em Lisboa, a meio da tarde, com calma, a falar sobre como o Benfica vai jogar, quem alinhará de início, quem irá marcar os golos.
Há coisas que felizmente não mudam. O amor pelo Benfica é uma delas. É mais do que um clube. É uma paixão.

Anónimo disse...


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Quem será o treinador do SLBenfica em 2013/14
Sábado, 18 de Maio de 2013
Irá o Paços ser tão empenhado como o Estoril?

A minha resposta é não. Isso porque os jogadores do Paços estão a ser ameaçados!!


O "braço-armado" portista sabe bem onde trabalham esposas e familiares, sabem os nomes e onde estudam os filhos.
Devido a esta situação dois jogadores normalmente titulares pediram a Paulo Fonseca dispensa do jogo. Foi recusado pelo treinador. Mau estar instalado no clube.
Jogadores do Paços amedrontados, desconcentrados só querem que o jogo passe depressa, que o porto seja campeão e que possam voltar à vida normal com a sua família.

* Adeptos Pacenses agredidos e roubados.
Para conseguir o máximo dos bilhetes possíveis, elementos das claques portistas têm estado a semana todo em Paços. Agrediram adeptos adversários e roubaram os poucos que já tinham conseguido bilhete. Vários relatos inclusive de idosos mal tratados. Poucos adeptos Pacenses estarão presentes no jogo de Domingo. O medo e o terror dominam a cidade. Um clube pacato, sem grande força popular e mediática "come e cala".
Vários novos sócios do Paços nos últimos dias, todos da zona do porto. Consta-se que todas estas inscrições foram suportadas pelo fcp e todos estes novos sócios são membros dos grupos de apoio organizado do clube. Algo que seria muito fácil de investigar por quem de direito… Objectivo "silenciar e controlar" as reduzidas áreas de sócios Pacenses.

* Josué, jogador preponderante na equipa do Paços e membro dos "Super-dragões" desde há muitos anos, garantiu no seu circulo de "amigos" que estava tudo controlado. Tem sido constantes os encontros entre neste atleta e alguns dos mais conhecidos membros da claque portista. Segundo palavras do mesmo "não há razão para preocupações, o porto será campeão ou… Campeão".
Josué tem também aconselhado colegas a não se armarem a heróis porque "aquela malta não brinca". Este talentoso médio tem servido como uma espécie de infiltrado daquele grupo de marginais no balneário Pacense. Domina os mais fracos, demove os indecisos e denuncia os íntegros. Estes últimos os principais alvos do terror psicológico em relação às famílias.

* Ameaças de que o jogo nunca chegará ao fim se algo estiver a correr mal e de que o Paços dentro de anos disputará as divisões amadoras…

* Ameaças aos habitantes locais de uma enorme invasão portista à cidade! É melhor para todos, para a terra e os seus habitantes que nada "falhe".
Ideia generalizada e desejo de toda a cidade, cidadãos, adeptos do clube, jogadores e dirigentes que toda esta gente ganhe, fique feliz e se vá embora. De vez.

Em Paços de Ferreira, e em muitos lugares da cidade do Porto sabe-se tudo isto e muito mais. Poucos aceitam dar a cara e falar com medo de represálias e os outros gabam-se, gozam e… Já festejam!
Tudo às claras, tudo sob um silêncio comprometedor de milhares de jornalistas, centenas de rádios, tv's e jornais. Só interessa falar no futuro do Jesus, no Gaitan para o Manchester, no Garay de volta para o Real Madrid... (link)


E é assim que se ganham campeonatos de futebol em Portugal...

Águia Eterna disse...

Eh pá, pelo que disse o "anónimo" das 21:47 e a ser de facto verdade tudo o que é descrito, então Portugal é verdadeiramente um PAÍS DE COVARDES e de SALOIOS. Então um clubeco regional com uma matilha ou vara de seguidores acéfalos, consegue "DOMINAR" isto tudo sem ninguém lhes fazer frente e os meter NA LINHA??!!

Mas então para que serve o Benfica ter um Presidente e uma Direcção??!!
Para como os COVARDES jornaleiros disfarçados de Jornalistas, assistir a tudo impávida e serena??!!!

Se assim é que se mude de Direcção e respectivo Presidente ou então que se "FECHE" o Benfica para "OBRAS".
Fico REVOLTADO e INDIGNADO quando vejo estas coisas e NINGUÉM reage a NADA. Tal como os bois condenados cutelo do matadouro, é assim que reage a Direcção do Maior de Portugal.
Maior, porque tem "demasiados" adeptos, pois de resto o Nosso BENFICA "comporta-se" como um clubeco pequeno e de cócoras, pois este Presidente e Direcção não têm capacidade para REGENERAR E HEGIENIZAR o Futebol Português.
Quem "manda" é a merda da claque do porco corrupto e todos os outros se ACOBARDAM ??!!!
foda-se, isto não é um País. Isto é uma quintarola dominada por corruptos. Recuso-me a ser português.
SOU APENAS BENFIQUISTA, ontem, hoje e sempre.

Abomino este presidentezeco Vieira e sua direcção, este treinador PERDEDOR/FALHADO, que apenas servem para dar alegrias aos INIMIGOS do Nosso glorioso BENFICA.
Salvam-se os Juniores que foram CAMPEÕES NACIONAIS. O resto é um misto de COVARDIA E FALSA COMPETÊNCIA.

Ainda não acredito que o GRANDE BENFICAA NÃO FOSSE CAPAZ DE GANHAR O JOG AO eSTORIL COM A lUZ CHEIA E EM CLIMA DE FESTA. sÓ nOS DÃO MOTIVO PARA SERMOS gozados.
BENFICA SEMPREEEEEEEEEEEEEEE.