segunda-feira, 24 de maio de 2021

Final da Taça de Portugal _ Braga 2 – 0 Benfica

O jogo que não salvava a época mas que daria um pouco mais de animo para a preparação da próxima temporada. Além disso, a história do Sport Lisboa e Benfica também se fez muito com conquistas da Taça de Portugal.

Deu-se a derrota que esta época do Benfica merecia.

No jogo da Pedreira o Benfica entrou melhor, conseguiu a expulsão de um adversário e sentenciou o jogo. Ontem aconteceu o mesmo mas com o Braga como protagonista.

Jorge Jesus, depois do bluff durante a semana, optou por manter os 3 centrais. Não diria que foi a decisão mais acertada pois aquele trio – com o Morato incluído – não apareceu, nem podia aparecer, muito bem oleado nos seus movimentos e posicionamentos. E ainda tivemos um Vertonghen limitado e um Otamendi a jogar demasiado para a plateia – peço equilíbrio a um central e não que varie grandes cortes com entradas e corridas desenfreadas.

Olhamos para os primeiros 17 minutos e o que vemos é que, apesar de nenhuma equipa estar a dominar o jogo, o Braga estava mais confortável em campo e com uma melhor capacidade de ter bola. Vimos no Benfica aquele que normalmente é o problema das equipas de Jorge Jesus – fortes sem bola mas incapazes de controlar o jogo com a mesma. A equipa do Carvalhal entrou melhor, com um futebol mais fluído e com maior capacidade de criar jogo. Foi com esse Braga a assumir o jogo que surgiu a oportunidade que levou à expulsão do Helton Leite.

Fora de jogo inexistente. Toque parece-me haver. O jogador do Braga ia isolado só com o guarda-redes e sofre o toque quando fica sem ninguém entre ele e a baliza aberta. Sim, a bola vai na direcção da bandeirola de canto mas não, a bola não ia sair pela bandeirola de canto. O desenrolar normal do lance seria o avançado ter a bola dominada próximo da área e sem ninguém entre ele e a baliza.

Em termos teóricos o árbitro só poderia dar vermelho directo. De uma forma mais subjectiva poderia haver a nuance da importância do jogo, do minuto da falta e da deslocação da bola a fugir da baliza, para o árbitro tentar defender o jogo 11 para 11. Enquanto consumidor de futebol talvez considere que essa fosse a decisão mais positiva contudo nunca a mais acertada.

Para lançar o Odysseas o Jorge Jesus entre o Pizzi e o Taarabt escolheu retirar o 21 encarnado. Acabou por ser a opção mais acertada devido a uma maior capacidade do marroquino em rasgar e comer metros com bola. Mas esperava mais, de um grande treinador no Benfica esperava não só que lançasse o obrigatório guarda-redes como tivesse imediatamente iniciativa de construir a equipa para jogar com 10: Darwin para o lugar do Everton. Com menos jogadores ofensivos era importante ter um avançado que só por si conseguisse carregar a equipa para zonas de ataque, deixando a defesa do Braga sempre desconfortável.

Depois da expulsão começa o recital do Galeno pela esquerda. Sem muito perigo o Braga foi fazendo tremer a nossa defesa mas a equipa acabou por se equilibrar e terminar a primeira parte, ali os últimos 15 minutos, a dividir o jogo e até a chegar com bastante perigo à baliza do Matheus.

A bater o minuto 45 há trapalhada do Vlachodimos e o Vertonghen, que tinha de fazer melhor, acaba por ser traído pelo movimento do keeper e improvisa um corte que leva a uma excelente finalização do Piazón.

Pelo que foi exigido dele durante toda a primeira e por aquilo que conseguiu corresponder, diria que o Taarabt acabou por ser o mais preponderante jogador do Benfica nos primeiros 45 minutos.

A segunda parte foi do Braga. Em vantagem quiseram desde o inicio procurar o segundo golo e aproveitar o maior espaço que o Benfica ia dar por ter de procurar o empate.

O Jorge Jesus acabou por melhorar o jogo encarnado com as substituições perto do minuto 60. O Rafa e o Darwin trouxeram desconforto à organização do Braga. Esse desconforto foi acentuado quando o Carvalhal tem de tirar o Al-Musrati já depois de ter substituído o Castro.
Assim, mesmo sem muita cabeça, o Benfica foi conseguindo voltar ao jogo.
Já a entrada do Nuno Tavares foi somente uma desesperada opção táctica para anular o Galeno numa marcação homem a homem. Não resultou.

O Braga fechou o jogo com o 2-0, foi um resultado justo de uma equipa que jogou melhor desde o primeiro minuto.

A verdade é que este Braga foi mais equipa que o Benfica, apresentou maior identidade de jogo, um colectivo mais oleado e muito mais conforto com a bola.

O Benfica, tanto com 10 como com 11, nunca mostrou dinâmicas colectivas, entrosamento entre os vários sectores nem jogadas de grande envolvência. Uma equipa mais trabalhada para jogar sem bola e que entrou a procurar pressionar alto de forma a condicionar a posse do adversário, foi assim dando espaços nas costas que o Braga nunca se importou de explorar.

Comportamento deplorável do Taarabt e do Eduardo no final do jogo. O Benfica vai perder o marroquino por vários jogos. Não percebi a expulsão do Piazón. Houve ali outros comportamentos que deviam ter sido analisados pelo árbitro e pelo VAR e que merecem ainda vir a ser escrutinados e punidos. Quis o Nuno Almeida tentar amenizar os estragos que estavam a ser criados numa Final que devia ser uma Festa.

Sintetizando:

Bom e competente jogo do Braga.

Medíocre e inseguro jogo do Benfica.

Arbitragem dentro da média, sem grande casos a assinalar e com um 3+ numa escala de 0 a 5.

Homem do jogo: Al-Musrati

Pior do jogo: Jorge Jesus, não só pelo pouco futebol da equipa como também pelas tristes declarações no pós-jogo.

PS: Uma nota para o Carlos Carvalhal. Ouvi-lo falar depois do jogo foi como ver uma criança toda feliz porque recebeu aquele brinquedo que sempre quis. Delicioso e muito mais disto no Futebol sff.



terça-feira, 11 de maio de 2021

Desconforto de Vieira em Falhada Tentativa de BTVizar a CPI

Ontem ficou compreendido o porquê de Luís Filipe Vieira ter tido a necessidade de não marcar presença no Clássico da passada Quinta-Feira. Isto apesar de ser um Benfica-Porto na reta final da época e com as dezenas de milhões da Champions em jogo.

É que pelas últimas comissões parlamentares de inquérito e pelos vários clips que andaram por aí a circular, a estratégia do “esquecimento” já estava a ser usada em excesso. Mais uma vez o Vieira saiu prejudicado.

Então não podendo aparecer em São Bento largando o trunfo do esquecimento para tudo e mais alguma coisa, Vieira teve de rever os seus planos e estratégias.

Pelo que vimos ontem, foi definido um Plano B e várias outras pequenas estratégias para o complementarem caso os deputados não estivessem lá para prestar vassalagem ao Rei-Sol.

Não estavam.

Então e no que consistia este Plano B?

- Comissão Parlamentar de Inquérito equals Entrevista BTV.

Portanto, Vieira chegava e lia uma autobiografia elogiosa à sua pessoa, todos batiam palmas, Vieira demonstrava disponibilidade para responder a todas as perguntas por escrito à posteriori, todos concordavam e por fim passavam ali umas agradáveis horitas onde Vieira contava umas histórias engraçadas, fazia uns desabafos, ninguém contestava, Vieira repetia as lengalengas do costume, ninguém averiguava nada e no final era coroado rei daquela porra toda. Pelo meio largava a sua versão mais agressiva e não havendo sócios disponíveis então insistiria no enforcamento de um Centeno desta vida. Caso estivesse presente era o momento alto para André Ventura.

Contudo o Plano B também não foi um sucesso. Não houve aplausos, não houve coroação, não houve Rei-Sol.

As perguntas eram mesmo para ser respondidas ali, naquele momento e por ele.

Qual o problema? Não dava para começar de novo, o plano já estava em marcha.

Assim lá tivemos várias vezes de ouvir o presidente daquela comissão de inquérito a pedir a Luis Filipe Vieira que:

- Respondesse às perguntas.

- Não lançasse insinuações sobre quem lhe fazia perguntas desconfortáveis.

- Que concretizasse as insinuações que deixava no ar sobre seres abstractos.

- Não estivesse tão “à vontadinha”.

Aquilo não era mesmo a BTV e por isso foram dando jeito as outras pequenas estratégias também preparadas:

- Apostar no esquecimento mas dos deputados.

- Alcochetear assuntos incómodos. “Suores frios e tremores” em cada negócio sem explicação.

- Redireccionar as perguntas incómodas para o sócio.

- Puxar pelos Gato Fedorento. Optou pelo “Falam falam”. O do “15 a 0” fica para quando finalmente nos der a prometida explicação sobre as vendas a 15 milhões.

- Inverter a situação. Não era o BES/Novo Banco que lhe faziam favores, ele é que fazia favores a estas instituições.

- Distribuir Kits Novo Sócio pelos deputados. Pelo menos pareceu-me que era isso que ele estava a fazer naquele breve intervalo.

De referir que o senhor que não se esquece, não foge nem se esconde, andou a adiar a sua presença em inquirições noutro processo e também nesta CPI devido a surtos de amnésia e consultas médicas.

As histórias da carochinha que Vieira conta para enganar tolos benfiquistas, não eram do interesse de ninguém daquela sala.
Contudo Vieira sabia que nunca estaria ali somente como presidente da Promovalor porque Vieira é presidente do Sport Lisboa e Benfica. Ele sabe isso, ele não poderia nunca esquecer-se disso e foi ele que constantemente sentiu necessidade de puxar o Benfica à equação. Os acontecimentos naquela sala iriam sempre ter impacto fora dela, a sua imagem perante os benfiquistas também estava em xeque. Depois (suponho) da família e saúde, a popularidade é o seu maior Bem. Vieira estava bem ciente que naquela CPI também iria estar a lutar pela segurança da sua posição no Sport Lisboa e Benfica.
Daí as muitas demagogias e histórias da carochinha. Não eram para o Fernando Negrão, nem para o João Paulo Correia e muito menos para a Mariana Mortágua ou para a Cecília Meireles. Eram para a comunicação social e especialmente para os sócios do Sport Lisboa e Benfica.

Para a posteridade ficarão os conceitos de Luís Filipe Vieira. Ao longo de todos estes anos sempre o ouvimos gabar que, ao contrário de outros, sempre pagou as suas dívidas e que nunca nada lhe foi perdoado.

Ontem ficámos a saber que para Vieira pagar as dívidas é pagar os 3% de juros e adiar indefinidamente o real pagamento do valor devido.

Ontem ficámos a saber que para Vieira constantes reduções das taxas de juro, constantes extensões de prazos e reestruturações constantes no seu vencimento, não é uma forma de perdão.

Ontem ficámos a saber que para Vieira só está em incumprimento quem pode cumprir. Quando alguém não paga mas é sabido que não tem como pagar, esse alguém não está a incumprir, está só a ser coerente.

Uma pessoa que fez toda a sua vida empresarial com base em endividamento sem se ter de preocupar em o pagar de volta, é normal que não esteja bem ciente do real conceito de “pagar dívidas”.

Felizmente o Benfica, apesar do Vieira, foi e é demasiado grande para cair perante endividamentos astronómicos.

Já o Alverca não teve a mesma sorte, não tinha mesma grandeza.

Vieira é só mais um ser vergonhoso que pulula por este país e que os benfiquistas continuam a optar por o deixarem também envergonhar o mais maravilhoso clube de Portugal.

Apesar de tudo isto, e muito mais, houve quem rapidamente viesse elogiar a prestação de Luís Luís Filipe Vieira. Aquela parte em que meio estupefacto e meio indignado refere que tinha de pagar aos seus colaboradores, foi certamente o que conquistou o seu não-opositor Bruno Costa Carvalho.