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sexta-feira, 16 de março de 2012

Sinais interessantes de Sá Pinto

Uma primeira parte muito interessante do Sporting, esta noite, que deixam no ar se não certezas absolutas sobre o novo treinador leonino pelo menos a necessidade de acompanhar com atenção e olho microscópico o resto da época do clube de Alvalade.

Há um pormenor que para mim diz muito de Sá Pinto: a aposta inequívoca, sem medos e totalmente consolidada em Pereirinha. Pode parecer quase uma questão de somenos mas, para mim, serve logo de bandeira que me chama a tomar muita atenção ao que fará o novo treinador leonino no futuro. Pereirinha é aquele tipo de jogador que é melhor do que a maioria dos jogadores que se passeiam pelos relvados nacionais. Mas precisa de uma aposta clara, absoluta, assertiva, que lhe entregue aquilo de que ele mais precisa (visto que o resto, e é muito, sabe tudo): confiança. 

Se mentalmente bem, Pereirinha torna-se num jogador de eleição, porque é, do ponto de vista futebolístico (qualidade inata, talento, técnica, visão de jogo, inteligência, entendimento colectivo), muito melhor do que quase todos os outros. Se acompanhado, acarinhado, bem tratado e empurrado a um bom desempenho através da aposta constante nas suas qualidades, Pereirinha é muito bom. Ver isso, no entanto, não está ao alcance de todos. Que o diga Domingos. Esta aposta no jogador português por parte de Sá Pinto evidencia um perigo para as nossas cores: o Sporting muito provavelmente tem um bom treinador. 

E, de facto, o que se passou naquela primeira parte traz algumas certezas - ou, como diza atrás, ao menos a necessidade de uma assertiva atenção para o futuro. Não esmiuçarei o jogo, chega-me aquilo que vi e a ideia que mantenho - e que em posts anteriores, um deles este, defendi: Pereirinha e Matías Fernandez teriam sido - e ainda poderão vir a ser - apostas certeiras por parte do Benfica. Dois jogadores que, no plantel actual, levar-nos-iam para outro patamar de qualidade e soluções alternativas. É que Maxi e Aimar não durarão sempre. Nem Witsel por cá ficará mais do que uns meses. 

A segunda parte trouxe o Sporting normal, aquele cheio de medo da sombra e dos outros e do relvado e de tudo o que mexa. Claro, ganhar em Inglaterra não está ao alcance de todos e o Sporting na Europa tem um registo francamente pobre, principalmente na condição de visitante. É mais uma derrota para o currículo, o que é perfeitamente normal. E mais 5 minutos e a eliminatória teria virado - e não virou por um acaso, mesmo ao cair do pano. Mas é uma derrota que vale uma passagem. E, diga-se, totalmente justa. E uma lição para os sobranceiros que, apesar de levarem lições consecutivas (do Benfica, preferencialmente, já que Porto e Sporting não têm bons registos com os grandes de Inglaterra - o primeiro é normalmente goleado, o segundo porque raramente joga com eles, estando sempre num plano secundário), não largam a arrogância de acharem que em Portugal só há boas praias e marisco. 

Se me permitem a quase heresia: gostei que o Sporting tivesse passado. E o que há de bom para nós nisto: receber-nos-ão no dérbi com jogo europeu a meio da semana, tal como nós. E com menos tempo de descanso. E agora que venha um espanhol qualquer acabar-lhes com a tosse que isto de quartos-de-final é fruta a mais para clube com tanta falta de hábito nestas andanças.