sábado, 30 de setembro de 2017

Dez ideias sobre a Assembleia Geral de 29 de Setembro de 2017

Assembleia Geral do Benfica no final dos anos 90

1. Cerca de 2000 adeptos disseram "presente" naquela foi a mais concorrida Assembleia Geral (AG) do clube nos últimos largos anos. Ainda que parte da "movida" se deva aos recentes maus resultados da equipa de futebol, não deixa de ser um sinal de importante vitalidade de um clube que é tetracampeão  e no qual os adeptos não parecem acomodados. Surpreendente sinal de militância.

2. Sobre o Relatório e Contas em si não serei seguramente o mais indicado para o apreciar. São páginas e páginas de números, siglas e gráficos que não domino e cujo entendimento penso só estar ao alcance de quem estuda ou estudou nas áreas de Economia, Gestão ou Finanças. Ainda assim, partilho da preocupação de um consócio que sublinhou o facto de o passivo ter descida apenas 11 milhões de euros em 4 anos, precisamente os anos de maior sucesso desportivo e de maiores vendas. Quando o sucesso desportivo terminar e as vendas escassearem, que rumo tomaremos?

3. O voto electrónico acelera significativamente um processo que já estava para lá de obsoleto com os velhinhos membros da Mesa da Assembleia Geral a contarem os votos por papelinhos no ar a 50 metros de distância. Porém, numa AG onde o som e o sentimento de descontentamento eram tão grandes, ficou no ar a sensação de que o Relatório e Contas foi aprovado com estranha facilidade. Mais: foram publicamente divulgadas as percentagens de voto (Sim - 61.38%, Não - 29,25%, abstenção - 9,37%) e na própria AG o número de votos em cada uma das opções, mas não foi divulgado o número de sócios que votaram em cada uma delas. Talvez houvesse aqui uma surpresa desagradável e que deveria fazer repensar o sistema que chega a atribuir 50 votos a um sócio.

4. Luís Nazaré e Virgílio Duque Vieira, respectivamente presidente e vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) do Sport Lisboa e Benfica, têm de se demitir. O primeiro por, em exercício de funções, faltar à Assembleia Geral do clube para estar no jantar de encerramento da campanha autárquica do Partido Socialista em Lisboa, onde acumula o cargo de presidente da MAG da Junta de Freguesia de Alvalade. Se estar no jantar de campanha é mais importante que estar no exercício das funções para as quais foi eleito, não deve continuar a acumular um cargo que não está disposto a desempenhar. O segundo por, numa altura em que o ambiente já se encontrava mais "quente" fruto de intervenções críticas mas construtivas para com a Direcção, ter a brilhante ideia de ter acendido o rastilho de pólvora numa atitude de prepotência que em nada dignifica os valores do Sport Lisboa e Benfica.

5. A qualidade das intervenções. Surpreendeu-me. Muitos e bons sócios intervieram com discursos críticos mas estruturados e construtivos sobre o momento desportivo em campo, sobre a estratégia comunicacional do Benfica e sobre o reconhecimento que tanto jogadores como Direcção têm para com os adeptos, sobretudo os que percorrem quilómetros atrás de quilómetros para ver a equipa seja no Bessa ou em Basileia.

6. As presenças, mas também as ausências, são sempre notadas. De realçar que depois de todo o alarido gerado, Rui Gomes da Silva faltou a um momento importante da vida do clube. Também Rui Rangel, antigo candidato a presidente do Benfica. Gostava de ter visto Gaspar Ramos. E Nuno Gomes. E que Rui Costa saísse da zona de conforto que é a sombra da parede do pavilhão. Mas também gostava de ter visto outras caras. Como Pedro Guerra, que preferiu esconder-se em vez de ser submetido ao escrutínio dos sócios. Ou Manuel Damásio, que anda de braço dado com o actual presidente. Há companhias com as quais nos damos mas que por vezes é melhor nem apresentar à família, não é?

7. A postura de Luís Filipe Vieira numa AG não é condigna com a de um presidente do Benfica. Não pode estar sistematicamente agarrado ao telemóvel a enviar mensagens nem pode estar reclinado na cadeira numa pose digna de um aluno desafiante numa sala de aula ou de um indivíduo num jantar com amigos num tasco. Mais ainda, a conversa do "pé descalço" e do "sacrifício pessoal e familiar" é para inglês ver. Quem era Vieira antes de chegar ao Benfica? Algum dia atingiria a projecção mediática e o estatuto social e financeiro sem ser através do cargo que ocupa no Benfica? Algum dia, sem ser através do Benfica, conseguiria chegar à lista dos 100 portugueses mais ricos? Não admito esta estratégia de vitimização pessoal da parte de alguém que já retirou, para a sua vida pessoal, muitos e bons dividendos à custa do cargo que ocupa.

8. As respostas dadas pelo presidente surpreenderam-me em parte. Não esperava tamanha abertura e sinceridade, dentro daquilo que consegue, na abordagem a alguns dos temas (que foram leakados para a comunicação social e que são agora do domínio público). No entanto, continuam a faltar respostas a muitas questões pertinentemente levantadas nesta e noutras AGs: que trapalhada é esta na história dos emails, existem ou não, constituem forma de coacção e são enviados por iniciativa ou a mando de quem; a que propósito o novo director da comunicação do clube, Luís Bernardo, foi contratado, tendo sido ele responsável pela sabuja campanha de perseguição a Renato Sanches quando liderava a comunicação do Sporting; como é possível Domingos Soares Oliveira ter direito a 50 votos, correspondentes a mais de 25 anos de filiação, sendo sportinguista assumido e estar há pouco mais de 10 anos no clube; Pedro Guerra continua ou não director de conteúdos da BTV; que sociedades são a Identiperímetro e a Red Up Sports.

9. "Deixem-me dizer uma coisa para um sócio que disse para eu pedir a demissão. Eu vou estar cá muitos e muitos anos.". E este é outro problema. Luís Filipe Vieira não "é" presidente do Benfica. Luís Filipe Vieira "está" presidente do Benfica. E a menos que promova um golpe estatutário no qual inviabilize a realização de eleições, terá de se submeter sempre ao escrutínio dos sócios para continuar a "estar" presidente do Benfica. Mas o actual presidente não deve nada à matreirice e como sabemos já se blindou com novos estatutos que inviabilizam muitos putativos candidatos. Este é só mais um dos motivos essenciais a uma revisão estatutária que, mais que partir da vontade e iniciativa dos sócios, deveria partir da Direcção a bem da transparência e da democracia participada no Benfica.

10. As Assembleias Gerais são para os sócios e o conteúdo das mesmas, não devendo ser alvo de secretismo, qual reunião maçónica, deve dentro de certos limites permanecer dentro daquelas quatro paredes onde foi discutido. Por outro lado, espero que, nos próximos dias, aquilo que virem escrito ou as imagens capturadas sirvam de estímulo para continuarem ou iniciarem as vossas participações vida activa do clube. Haja mais Assembleias Gerais assim. Devem continuar a ser vividas, como a de ontem, com adesão em massa.

Assembleia-Geral Ordinária 2017 – Culto de Benfica

Muitos sabemos, todos devíamos saber, que ontem se realizou mais uma Assembleia Geral do nosso clube.

Aconteceu num contexto agridoce:

Por um lado o Benfica é Tetracampeão, teve um lucro histórico no exercício em análise e reduziu o seu passivo.

Por outro lado, o Benfica está em 3º a cinco pontos da liderança, perdeu os dois jogos da Champions (tendo o último sido naquela fatídica noite de Basileia), não investiu no plantel e, apesar das vendas milionárias, o passivo reduziu pouco mais do que os 10% prometidos.

A AG só podia ter sido bem quente e é no calor do Benfica que estas têm sempre de ocorrer.

Irei dividir a minha intervenção em 3 pontos.

Benfiquismo na plateia:

Já tinha ouvido falar mas nunca tinha vivido nada como ontem.

Gostava que estivesse dado o mote para que todas tivessem a afluência de Benfica como esta teve.
Fila tremenda, pavilhão a abarrotar e finalmente uma participação dos sócios digna do nosso clube.


Não sou ingénuo. Sei que a grande maioria apareceu movida pela revolta da derrota em Basileia. Tivesse o jogo sido na próxima semana e provavelmente nem metade lá estaríamos.


Só posso esperar que quem regressou, quem se estreou e quem ouviu falar, tenha ganho o gosto e marque presença no pós-pentacampeonato.


A participação dos sócios foi maravilhosa. O Benfiquismo mostrou-se vivo, bem vivo. A chama continua a arder. E quem nos lidera percebeu que este sentimento não é abafado com o Tetra.

Vitórias alimentam a necessidade de mais vitórias. Não a saciam. Viciam.

Num momento de maior tensão houve uma dezena de adeptos que passaram o limite que nunca pode ser ultrapassado. Outros houve que apesar da revolta souberam acalmar os ânimos. Está tudo na comunicação social e prefiro não me alongar aqui sobre o assunto.

A usual soberba do não-Benfiquismo:

Como já é marca característica nas AGs do clube, como já é uma tradição imutável, de frente para os sócios estavam aqueles que não conseguem controlar a sonolência.
Nem a força do Benfiquismo os fez despertar. O Benfica Clube dá-lhes sono. Ponto.

O presidente do Sport Lisboa e Benfica gosta sempre de utilizar o vernáculo nas suas intervenções. É uma maneira inteligente de se fazer ouvir. Pode parecer contraditório mas os palavrões têm a magia de tornar cada mensagem mais verdadeira.


Pois bem, seguindo o exemplo do presidente cá vai:


Aqueles dirigentes estão-se a foder para os sócios. Não mandam a AG para o caralho porque os estatutos os obrigam a realizá-la. Para eles foi só mais uma merda de uma Sexta-Feira.

É vergonhosa a forma como a mesa do Conselho Fiscal vai dormitando enquanto os sócios intervêm.

É vergonhoso como o presidente da Direcção passa toda a Assembleia a menosprezar as preocupações e paixões dos sócios. Fá-lo deitado na cadeira como se estivesse a ver um episódio de Malucos do Riso – refestelado a rir de algo que não tem piada nenhuma.

Por fim, a postura no vice-presidente da Mesa da AG que ontem dirigiu a mesma.

Este senhor já nos habitou a maus momentos mas ontem bateu no fundo. É o principal responsável pelo momento mais triste da noite.
Com gente séria ali sentada daquele lado, este senhor ou já se teria demitido ou já tinha sido mandado embora.


A intervenção do presidente:

Vieira falou. Esta foi uma daquelas em que ele falou. Há quem diga que com a casa cheia era obrigado, até por uma questão de segurança, a o fazer. Há quem o diga. E provavelmente é verdade.


Esteve bem. O homem é inteligente. Falou de quase tudo e evitou aquilo para o qual não tinha resposta. Interveio não como politico mas sim como um homem do povo (o que também é politica). Fez-se ouvir. Fez-se ver.

No meio de mentiras, demagogias e meias verdades, também soube dizer algumas verdades. Ali ganhou votos. Ali reconquistou alguns apoios.

Não vale a pena estar aqui a indicar contradições, falácias ou exigir mais respostas.

Sobre o que disse destaco a forma veemente como negou, finalmente, qualquer ilegalidade no conteúdo dos famosos mails. Destaco a promessa que fez sobre uma redução drástica do passivo nos próximos 3 meses. Destaco o anúncio que fez sobre a continuidade do Nuno Gomes no Benfica. Destaco a reafirmação que o Jorge Mendes tem 10% de todos os negócios com jogadores. Destaco a critica que deixou ao Luisão e restantes jogadores pela sua atitude no final do jogo no Bessa. Destaco o anúncio de reforços para Janeiro caso não comecemos a jogar mais. Destaco o betão. E destaco o conforto com que ele se sente e senta na cadeira presidencial.


Uma última nota sobre os resultados da votação para aprovação do Relatório e Contas. Imediatamente foi noticiado no site do clube que este foi aprovado por larga maioria.

61% é uma estreita maioria, principalmente no contexto dos resultados financeiros e desportivos da época passada.
Seria interessante terem anunciado não só a percentagem de votos como também a percentagem de sócios. No número de sócios, talvez a larga maioria fosse no sentido oposto.

Concluindo,

Trago desta AG um sentimento de orgulho no Benfiquismo e vergonha no dirigismo. Orgulho dos que são do Benfica e vergonha dos que estão no Benfica.


O apelo que tanto é feito à união é falacioso. União não é todos dizermos que sim, não é todos termos a mesma opinião, todos dizermos o mesmo e todos estarmos de acordo. União é estarmos todos lá, mesmo em discordância.

Por isso farei eu também um apelo à união. Não me atrevo, como os nosso dirigentes e os seus empregados fazem, a pedir união no apoio à equipa. Essa está lá sempre. Esse existe independente de apelos e independe de quem nos dirige.
O meu apelo vai para a união contínua nas AGs do clube. Continuemos a rebentar de Benfiquismo aquele pavilhão.


Temos de fazer destas AGs momentos históricos do clube. Temos de as manter vivas. Temos de tirar consequências da sua realização.


Apareçam, intervenham, exijam respostas, critiquem, elogiem, discutam, gritem, cantem, felicitem. Pensem e discutam o clube. Votem para o relatório e contas mas tragam também novos pontos de discussão e votação.


Olhem os estatutos e façamos Benfica.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Eles Sabem que o Benfica tem de Ganhar.

Eles sabem que o seu prestigio está preso ao sucesso do Benfica.

Eles sabem que as parcerias surgem no rescaldo das conquistas do Benfica.

Eles sabem que o seu poder está dependente das vitórias do Benfica.

Eles sabem que as dezenas de milhões que parcialmente entram são consequência dos bons resultados do Benfica.

Eles sabem que os seus negócios prosperam ao sabor dos golos do Benfica.


Eles sabem que os bolsos se enchem na força dos êxitos do Sport Lisboa e Benfica.

Eles sabem tudo isto. Daí provém o seu quase benfiquismo. Daí vem o seu esforço e dedicação de fazer a roda do nosso potencial rolar.

Rolar o suficiente, o mínimo necessário, para alcançarem os seus benefícios.

Eles sabem.

Sabem mas foram toldados pela arrogância.

Pela ignorância.

Pela soberba.

A porra da bazófia passeia-se pelo nosso Seixal.

Pela incompetência que desconheciam. Há coisas que nunca olharam e o sabor das vitórias engana todos.

Não gostam da relva. Não percebem as bancadas. Não lhes interessa a bola.

O que importa é que pingue. E como tem pingado…

Eles sabem.

Eles sabem mas são cegos. Não viram. Achavam-se intocáveis. Não perceberam. Não se preocuparam.


“Somos os maiores!”

O clube é. Eles não.


Eles só se sabem aperaltar. 



domingo, 24 de setembro de 2017

No meio dos bons tornamo-nos melhores


Um colectivo é mais que a soma de todas as partes. Se assim não fosse, quem apresentasse os melhores valores individuais ganharia sempre. E mais que o talento, o engenho ou a capacidade dos atletas, há uma virtude muitas vezes esquecida no futebol (e na vida): melhor que ser bom jogador ou jogar bem, é conseguir tornar os que estão à nossa volta melhores. Assim se explica que jogadores como Cervi tenham um rendimento consistentemente superior quando têm a sua lado intérpretes como Grimaldo e não outro qualquer. Ou que a equipa esteja sempre um patamar acima quando tem Fejsa em campo. Mais que números e esquemas tácticos, jogadores como Grimaldo e Fejsa permitem dinâmicas. E a sua maior virtude, nomeadamente do sérvio, é permitir que todos à sua volta parecem e sejam melhores quando têm o papa-títulos dos balcãs em campo.

sábado, 23 de setembro de 2017

Sport Fejsa e Benfica



O jogo de hoje trouxe-nos de volta os melhores momentos de futebol que este Benfica pode oferecer. Ataque, criatividade e imponência como só os melhores podem dar. A diferença deste para os 5 jogos anteriores é colossal. Não fosse o manto sagrado e poderíamos jurar tratar-se de duas equipas completamente distintas. A este oceano de diferença qualitativa dou um nome: Fejsa!

De facto, é incrível o que a introdução de só um jogador, no meio de 11, pode mudar. Com o Sérvio em campo, já o sabíamos, conseguimos recuperar uma quantidade infindável de bolas, não dando a mínima hipótese ao adversário de chegar perto sequer da nossa última linha – que continua com debilidades. 

Na verdade, Fejsa traz esta capacidade de recuperação ao nível dos melhores do planeta, mas a introdução do Sérvio não aporta apenas benefícios defensivos, pelo contrário. Fejsa garante também mais linhas de passe simples e seguras aos centrais, bem como liberta o espaço atrás da primeira pressão adversária ao minucioso critério de Pizzi.

Com centrais tecnicamente limitados – e emocionalmente desconfiados – na hora de construir, ter um porto de abrigo (mais uma linha de passe) tão próximo é decisivo para que não surjam perdas de bola, seja por erros no passe, seja por se despejar bolas na frente sem critério.

A juntar a isto, o simples baixar de Fejsa para a linha dos centrais, liberta o espaço atrás da primeira pressão adversária para Pizzi se mover em apoios frontais de forma muito mais ampla a fluida, garantindo aqui sempre mais uma linha de passe bastante fiável ou, pelo menos, a atração de unidades que libertarão espaço nas costas.

Atacar é mesmo isto, atraír e soltar, “simples” assim.

Se recuarmos aos jogos em que Fejsa não marcou presença, víamos demasiadas vezes Augusto e Pizzi colocados na mesma linha de passe, anulando-se um ao outro por natureza e, pior, permitindo muitas vezes que a primeira pressão adversária anulasse, ao mesmo tempo, a construção dos centrais e da primeira linha do meio-campo, não libertando assim qualquer espaço entre a linha intermédia e defensiva adversária.

Sport Fejsa e Benfica, é assim chamado o processo colectivo do Benfica.

P.S. Nota para Zivkovic. Como salta à vista, o que falta a este pequeno genial é competição e continuidade, porque o resto… o resto tem ele!

Sem crise, momentos.

Benfica 3 – 1 Vitória de Guimarães
Benfica 3 – 1 Braga
Chaves 0 – 1 Benfica
Benfica 5 – 0 Belenenses

Não há dúvidas que a pré-época foi um susto.

Um susto para todos aqueles que entoavam virtudes da estrutura e da equipa técnica.

Um susto para todos aqueles que já temiam que os defeitos disfarçados de quem lidera o nosso futebol ficassem descaradamente visíveis ao olho desarmado.

Um susto que levou a um sentimento de alivio e empolgação no arranque oficial desta época.

4 vitórias mudam muita coisa. 4 boas prestações ainda mais.

Até em Chaves, onde o golo surge já em tempo de compensação, vimos um Benfica a fazer o seu caminho.

Contudo o entusiasmo do arranque esbarrou na dura realidade da continuidade.  

Rio Ave 1 – 1 Benfica
Benfica 2 – 1 Portimonense
Benfica 1 – 2 CSKA
Boavista 2 – 1 Benfica
Benfica 1 – 1 Braga

5 jogos. 4 maus resultados. Uma vitória paupérrima. 5 maus jogos.

Parece que passada a excitação inicial dos nossos e os temores tácticos e mentais dos outros, tudo começou a mudar.

Parece que com o passar dos treinos e dos jogos, o real valor das equipas começa a emergir. Umas melhoram. Outras pioram.

O que andamos agora a ver neste Benfica é uma consequência lógia de erros, incompetência e bazófia.

Sabemos mais do que andar a achar que a estrutura do Benfica está 10 anos à frente da dos rivais.

Sabemos mais do que considerar que o Rui Vitória é um excelente treinador.

Também sabemos mais do que começar já a falar em crise.

Mau momento? Sim.
Expectável? Sim.
Lógico? Sim.

Crise? Não.

Somos Benfica e a nossa força vem de muitas e diversas fontes.


Benfica – Paços de Ferreira

Hoje é o dia de dar o pontapé no mau momento. No mau trabalho. No mau futebol.
Não há cá temores. É jogar futebol.

Hoje é para ganhar. Ganhar convictamente. Ser superior e encostar o adversário. Impormos o nosso jogo. Libertarmos a nossa criatividade. Dar asas aos génios. E fazer um jogo totalmente incontestável.

Hoje é dia de manifestar força.

Isto de marcarmos e pararmos de jogar até o adversário empatar não tem defesa possível.

 “Quem marcar ganha” aplica-se noutros campos, noutros contextos, noutras festas.

A época vai ser dura e o calendário vai já já voltar a apertar.

É hoje lançamos os próximos jogos.

Basileia – Benfica
Marítimo – Benfica

(Interrupção)

Benfica – Man Utd
Aves – Benfica


Quero, queremos, um Benfica à Benfica.


É que não há nada mais lindo que o vermelho e branco. ~


quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Quem manda no Benfica

Só para que não restem dúvidas sobre quem manda, mesmo, no Benfica.

Então há uma mudança de estratégia em relação à formação e quem a explica (sem explicar, porque não disse nada com conteúdo) é o director financeiro? Mas agora quem manda no futebol é quem manda nos números? Foi Domingos Soares de Oliveira o eleito pelos sócios?

https://bancada.pt/futebol/portugal/soares-de-oliveira-e-a-saida-de-nuno-gomes-era-necessario-outro-perfil

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Rui Gomes da Silva – O candidato



Com as recentes exibições, resultados e consequente distanciar do primeiro lugar da liga, são muitos os que agora berram o que por aqui já se tinha afirmado e referido como problemas, quer da equipa, quer do clube.

O mais recente e, reconheça-se, mais relevante a fazê-lo foi Rui Gomes da Silva num texto publicado no “Novo Geração Benfica”. Nesse post o, doravante designado, Sr. Candidato veio a terreiro levantar uma serie de questões pertinentes, mas feridas de credibilidade, à imagem do mensageiro.

O Sr. Candidato apressou-se a colocar em causa Rui Costa e, de forma bem directa, a afirmar que o ex-camisola 10 está “encostado” ao clube, deixando no ar a ideia clara de que o maestro vive, em linguagem corrente, do “tacho” que o Benfica lhe dá, já que aparenta ser mestre em colar-se às vitórias e desresponsabilizar-se nas derrotas.

Não fosse o Sr. Candidato um ex-vice-presidente da actual direcção e esta questão teria todo sentido, o problema é que o Sr. Candidato é ex-vice-presidente. O problema é que muitas das questões que o Sr. Candidato agora se lembrou de levantar publicamente já existiam aquando da vigência da sua vice-presidência; O problema é que o Sr. Candidato que acusa Rui Costa de “tachista”, nunca demonstrou ser discordante com a política da actual direcção enquanto fez parte dela, deixando-se estar até ser empurrado da lista candidata às últimas eleições; O problema é que o Sr. Candidato também já demonstrou ser perito a recolher méritos, quando no primeiro título de Rui Vitória, quando a coisa corria mal, afirmou, no programa onde faz comentário semanal, que a “estrutura se tinha aburguesado” e em Maio veio, subliminarmente, apontar esse momento como um dos momentos-chave da época – como se uma equipa ganhasse ou perdesse por causa de umas banalidades boçais que um engravatado decide dizer na tv.

Estou longe, muito longe, de ser um defensor de Vieira e, pior, da pandilha de engravatados incompetentes (no mínimo) que o rodeia, mas o que o Sr. Candidato não pode dizer é que nunca fez parte das decisões que agora se mostram erradas. Porque se não concordava com elas, só tinha uma decisão a tomar: Demitir-se como fez, e bem, o mesmo Nuno Gomes que o Sr. Candidato tanto elogia, mas que não imitou.