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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Obscuridade que me Revolta na Convicção

O Futebol é um mundo à parte.

Apesar de fazer parte de uma sociedade que se rege por leis e valores e onde a ética é um Bem maior.

Se na sociedade vai reinando a impunidade dos crimes dos ricos e poderosos, no Futebol isso é ainda mais gritante.

O Futebol vive de emoções. Vive da paixão que cada cidadão tem pelo seu clube. Uma paixão cega e que tudo perdoa.

Enquanto na sociedade vai havendo alguma vergonha na cara, no Futebol é tudo à descarada. Os poderosos são intocáveis pelos organismos que regem o jogo. Os poderosos estão protegidos pelas cores que representam. E essas cores cegam.

Enquanto no nosso dia a dia vamos vivendo como cidadãos que acreditam na Verdade e se orgulham dos seus valores, cidadãos respeitáveis e que abominam a mentira e apelam à seriedade.

No Futebol somos meros adeptos. Cegos de amor pela cor e por quem ela enverga, cegos de ódio por aqueles que não se cobrem no nosso manto. Nós contra eles numa luta onde vale tudo.

Os nossos valores que nos identificam ao clube que amamos, aqui não têm importância.

Os nossos valores, a ética e a verdade. Armas de arremesso contra os outros. Não um modo de estar.

As frases que mais tenho ouvido ultimamente são:

“Não podemos ser anjinhos”
Porque ser honesto é ser anjinho.

“No futebol para ganharmos temos de ser iguais aos outros”
Dito por todos. Seja qual for a cor. Todos arranjam “nos outros” uma desculpa para aceitar a prevaricação.

Somos a voz da justiça quando os outros estão em foco. Somos um mar de desculpas quando o foco são os nossos.

Dito isto e porque sou do Benfica,

A mim enche-me de revolta aquilo que nos governa, aquilo que lidera o nosso clube.

São casos atrás de casos. O presidente do Benfica está envolvido em mais de uma mão cheia de casos estranhos e possivelmente criminosos.

Eu tenho a minha convicção. Não posso fazer acusações. Não posso afirmar certezas. Mas posso ter a minha convicção. E a minha convicção é que somos presididos por um criminoso.

Somos presididos por um criminoso que utiliza o nosso clube mafiosamente para servir o seu ego, carteira, poder e interesses.

Tenho pena de ver um clube tão maravilhoso, com uma história tão valiosa e uma vitalidade guiada tanto pelo talento como pela ética, nas mãos de gente que não se coíbe de o meter nos caminhos mais obscuros.

Na sociedade não há lugar para as ilegalidades.
No Futebol não deveria haver lugar para o crime.
No Benfica certamente não há lugar para criminosos. O Benfica é lindo demais para ser envolvido com gente e actos desse calibre.

Infelizmente a paixão cega, amolece o coração e nos faz agir como nunca imaginámos agir. Tolda o pensamento e baralha razões.

Tenho a minha convicção. Uma convicção alimentada todos os anos por situações estranhas que vão surgindo, negócios que se vão fazendo e palavras que vão sendo proferidas.
Uma convicção com mais de uma dezena de anos que vem sendo reforçado dia após dia.

É a minha convicção.
A minha revolta.

Não há vitória nem derrota, não há título nem vergonha europeia, que me acalmem a revolta de ver esta gente nas cadeiras de poder do nosso clube.

Nosso Clube.

Clube.

É a minha convicção. E no Benfica somos todos coniventes.


domingo, 6 de julho de 2014

Estratégias Sensacionais e a importância da ética



No fim de um livro que já me acompanhava há algum tempo, deparei-me com um capítulo que me remeteu imediatamente para as minhas preocupações com o nosso Benfica.
Passo a citar:


“Estratégias Sensacionais

Para lucrar com a inovação infinita, precisamos de focalizar a nossa energia em algumas dessas dimensões mais fugazes. A estratégia competitiva é um caminho que leva a lado nenhum. Precisamos de criar estratégias sensacionais, porque são estas que captam a atenção das pessoas com quem queremos fazer negócio. São as estratégias sensacionais que apelam aos cinco sentidos do homem, que abrangem as nossas emoções. A estratégia competitiva significa estar um passo à frente. A estratégia sensacional significa participar num jogo diferente.



A primeira estratégia sensacional diz respeito à ética. Os jornalistas actuais são peritos em vasculhar as nossas vidas. Numa “aldeia CNN”, a coscuvilhice global viaja à velocidade da luz. A transparência total vai desmascarar quem não tem escrúpulos. As pessoas e as empresas que não entendam isso podem ser transferidas do Passeio da Fama para o Passeio da Lama. Pelo menos neste sentido, uma economia de mercado é profundamente democrática. Os clientes votam com o dinheiro; um euro, um voto. Os competentes votam com as mentes; uma ideia, um voto. Não há capitalismo sem representação. Se recorrermos ao trabalho infantil ou não nos preocuparmos com o meio ambiente, os clientes irão fazer negócio para outro lado. O mesmo se aplica à maioria dos investidores e intelectuais. Poucas pessoas querem trabalhar e investir em empresas tóxicas, como Jeffrey Pfeffer, da Universidade de Stanford, prefere chamar-lhes.






As empresas querem deixar cada vez mais transparecer os seus cuidados. Por exemplo, a Toyota está a desenvolver árvores que absorvem gases tóxicos. Os cuidados precisam de ser acompanhados pela credibilidade. As empresas funky têm ética total. A ética deve dizer respeito a todos e a tudo numa empresa, deve ser continuamente praticada em toda a parte. Não podemos ser apenas um pouco éticos ou meramente éticos quando nos convém. A ética é absoluta.



Numa era de afeição e abundância, a ética também é uma arma competitiva poderosa. Pode fornecer um meio de diferenciação – raramente tem sido plenamente explorada pela concorrência. Podemos usar a ética para atrair novos clientes e funcionários. Hoje em dia, as EOVPT encontram as PVPE: Empresas Onde Vale a Pena Trabalhar encontram Pessoas que Vale a Pena Empregar. Como empresa, conseguimos os funcionários que merecemos e vice-versa. Não esperemos mais nada para além disso. Nesta perspectiva, uma empresa funciona como um peixe. Apodrece da cabeça para baixo. Se a direcção da empresa não fornecer bons modelos, por que é que os restantes elementos da empresa deveriam comporta-se como bons cidadãos?”

Retirado do livro Funky Business do Jonas Ridderstrale e do Kjell Nordstrom.