Falo de Rui Santos.
Não tenho nada contra a pessoa e pouco ou nada sei sobre a sua carreira no jornalismo.
Simplesmente quando vejo alguém sem história no futebol a
ter direito a um programa semanal a solo onde fala sobre o que bem lhe apetece
e a ter direito a sentar-se à mesa com antigos jogadores, espero que esse
alguém, esse Zé Ninguém no Mundo do Futebol, seja um especialista da matéria.
A alguém como Rui Santos seria de exigir que nos deslumbrasse
com os seus conhecimentos dos meandros do Futebol e principalmente com o seu
entendimento do jogo.
Não vou aqui abordar a superficialidade da Liga Real.
Não vou aqui falar do amadorismo como se afirmou pioneiro na constatação de possíveis foras-de-jogo em lances do Jonas com o Arouca e Setúbal na Luz.
Muito menos irei comentar o seu sportinguismo. Não me parece que seja guiado por clubismo nem que seja porta-voz de alguém.
Não vou aqui falar do amadorismo como se afirmou pioneiro na constatação de possíveis foras-de-jogo em lances do Jonas com o Arouca e Setúbal na Luz.
Muito menos irei comentar o seu sportinguismo. Não me parece que seja guiado por clubismo nem que seja porta-voz de alguém.
Durante estes anos ouvi pouco Rui Santos mas o que ouvi
chegou-me para concluir que ele pode ser especialista em alguma coisa mas não
sobre o que fala na televisão.
Hoje venho aqui falar sobre a superficialidade assustadora
com que ele analisa Futebol.
Rui Santos debita números e formas sem sequer ter interesse
em as interpretar.
No Benfica já tivemos muitas épocas marcadas por plantéis inferiores.
Houve um final de época em que ele decidiu avaliar como
positiva ou negativa todas as aquisições do Veiga.
Naquela o nosso futebol vivia das defesas do Quim, do espetacular Leo e do
fora-de-série Rui Costa.
Na sua análise Rui Santos marcou com um X a aquisição do Rui
Costa. Fiquei em choque. Pior foi quando percebi que ele ainda tentava elaborar
uma qualquer justificação para tamanha parvoíce. Mudei de canal e não mais o
ouvi até 2015.
Só o voltei a ouvir por 2 motivos:
- Meteram-no numa mesa com figuras como o Toni, Alves,
Simões, Abel Xavier, Manuel Fernandes, Inácio, António Oliveira e Rodolfo Reis.
- Ele tem mais acesso ao que se passa nos bastidores do que
eu.
Não durou muito até que percebesse que com este comentador tenho de aprender a
ter uma audição muito selectiva.
No outro dia resolveu fazer uma comparação entre o Benfica
de Rui Vitória e o Benfica de Jorge Jesus.
Apetecia-me ouvir sobre Futebol e discutir o Benfica é algo
que sempre me entusiasma. Lá fui ao Youtube ver o programa.
Ainda me vou enganando a mim mesmo…
Vou começar por falar na conclusão, o tipo de conclusão que
levaria ao chumbo qualquer aluno em qualquer exame.
Para Rui Santos a única diferença entre o Benfica do JJ e o
Benfica do RV é o Talisca.
É tudo igual, tudo a mesma coisa. Nada mudou além de um jogar com o Talisca e o outro com o Renato.
É tudo igual, tudo a mesma coisa. Nada mudou além de um jogar com o Talisca e o outro com o Renato.
Assustador. Sempre pensei que este tipo de pagode pornográfico
era propriedade da TVI.
Preferi nem memorizar todas as alarvidades mas estas
ficaram-me na cabeça:
- Tacticamente iguais. Cá está, no papel as peças estão na
mesma posição então tacticamente a equipa joga do mesmo modo.
- Depois começou a enumerar os jogadores que o Vitória só não usa porque ou
saíram ou se lesionaram.
- Lançou uma pérola sobre o Pizzi. Diz Rui Santos que o Pizzi já jogava com o
Jorge Jesus e que apesar de agora ter sido deslocado para a direita vai tudo
dar ao mesmo.
E onde ficou a porra da análise sobre como cada jogador funciona
no sistema táctico? A análise às ideias de jogo? A análise aos movimentos das
equipas? A análise ao jogo jogado?
Um duo ofensivo com Lima e Jonas é tacticamente a mesma coisa que um duo formado
por Jonas e Mitroglou?
Um médio mais cerebral e de apoio, como o Pizzi, a jogar a falso extremo é o
mesmo que jogar com um extremo puro (Salvio) que constantemente procura o 1
para 1 e a linha de mundo? Tacticamente é a mesma coisa?
Não consigo perceber como um “ninguém” tem tanto tempo de
antena e tanta autoridade para falar sobre algo que claramente não entende nem
aprecia.
Ter fontes e trabalho de investigação feito não pode ser motivo suficiente para se ter voz neste fenómeno do Futebol.
Ter fontes e trabalho de investigação feito não pode ser motivo suficiente para se ter voz neste fenómeno do Futebol.
Futebol é nos relvados e sobre os relvados não se consegue
fazer ouvir.