Arranca hoje o campeonato e a pré-época mostrou-nos os três
grandes de forma muito distinta.
O Benfica fica como o Vendedor – vendeu três jogadores chave e não contratou
ninguém para os substituir.
O Sporting como o Comprador – várias aquisições, vários
nomes sonantes e nenhuma venda realmente marcante.
O Porto é o Discreto – Virado para dentro com as portas
praticamente trancadas.
Finda a pré-época considero que o Porto se sagra como o
campeão desta, o Benfica mantém o estatuto de mais forte concorrente ao título
e o Sporting foi uma enorme trapalhada.
Começando pelos de Alvalade.
A aposta de Bruno de Carvalho foi mais um “tudo ou nada”.
Encher o plantel de caras novas e nomes sonantes.
No futebol do Sporting parece só haver duas vozes e a dupla instaurada, Bruno de Carvalho e Jorge Jesus, está destinada à barracada.
No futebol do Sporting parece só haver duas vozes e a dupla instaurada, Bruno de Carvalho e Jorge Jesus, está destinada à barracada.
A pré-temporada pareceu planeada à bruta. Consideraram ser esta a melhor preparação enquanto não cabeça de série da eliminatória da
Champions.
Os jogos pareceram todos muito forçados e sem qualquer espaço para os novos
jogadores se integrarem e afirmarem.
Nesta altura o Jorge Jesus pode montar um excelente 11 e é indubitável que tem mais banco que há 3 meses.
O grande problema é serem mais as incógnitas que as certezas.
A incerteza sobre a presença na fase de grupos da Champions é só mais um motivo desestabilizador da formação do plantel leonino.
O grande problema é serem mais as incógnitas que as certezas.
A incerteza sobre a presença na fase de grupos da Champions é só mais um motivo desestabilizador da formação do plantel leonino.
Por exemplo, a época começa amanhã e o Jorge Jesus ainda não sabe se vai contar
com o meio-campo da época passada ou se vai ter de instaurar mudanças radicais.
À data não vejo ainda processos de jogo definidos, rotinas criadas
nem qualquer identidade. A pré-época foi desaproveitada e muito por culpa da
aventura do Jesus no 3-4-3. Mais uma invenção do mestre. Deixar sair o Paulo
Oliveira, ainda por cima com um sistema de 3 centrais a ser trabalhado, só pode ser incompetência.
O grande destaque é o Bruno Fernandes. Mas terá espaço caso não haja vendas?
O mais entusiasmante no Sporting será quando a bola a rolar entre o Gelson, o Podence e o Bruno Fernandes.
O mais entusiasmante no Sporting será quando a bola a rolar entre o Gelson, o Podence e o Bruno Fernandes.
Dúvidas:
Condição física do Mathieu. A dupla com o Coates funciona?
Bryan Ruiz vai ser integrado? Desaproveitado?
Doumbia vai sentar o Podence ou ser desestabilizador no banco?
Os capitães de equipa ficam no plantel?
Que táctica?
O Coentrão aguenta a época?
O Piccini acrescenta alguma coisa? Vai ter cobertura?
Bryan Ruiz vai ser integrado? Desaproveitado?
Doumbia vai sentar o Podence ou ser desestabilizador no banco?
Os capitães de equipa ficam no plantel?
Que táctica?
O Coentrão aguenta a época?
O Piccini acrescenta alguma coisa? Vai ter cobertura?
Com mais organização e ponderação estou convicto que este
Sporting poderia ter feito uma pré-temporada que lhe permitisse chegar agora
muito forte.
Mas com o Jorge Jesus é tudo á velocidade da luz.
Mas com o Jorge Jesus é tudo á velocidade da luz.
Quanto ao Porto considero que o Sérgio Conceição fez até
agora um trabalho de enorme respeito.
Sabia ao que vinha e trabalhou com o que lhe deram.
Recuperou jogadores emprestados, olhou à equipa B, deu confiança aos jogadores do
plantel e trabalhou para tirar o maior proveito dos recursos à disposição.
Não sou fã do futebol que está a ser implementado mas
reconheço o mérito do trabalho que está a ser realizado.
O Porto foi o único a mudar de treinador e mesmo assim é para
já a equipa tacticamente melhor preparada para o arranque do campeonato.
Muitos adivinhavam o descalabro pelas restrições orçamentais
da Uefa mas eles souberam trabalhar sob estas circunstâncias.
Organização, calma e muito trabalho. Enquanto os rivais andavam com os holofotes
o Porto trabalhou com toda a discrição. Tudo muito ponderado.
A distribuição dos amigáveis foi feita de modo a conferir ao
treinador tudo o que precisava: Competitividade, motivação e minutos para
integrar e trabalhar todos os jogadores.
Tacticamente este é um porto sem grandes segredos. Pressão
alta, explorar o erro do adversário e atacar com lateralizações e
cruzamentos para os dois tanques que estão apontados à baliza.
É um Porto muito para consumo interno.
Um adversário de qualidade que favoreça a progressão no
terreno em posse irá causar sempre grandes problemas à defesa portista.
Com bola este Porto vai ser sempre um perigo enquanto durarem as pilhas. Sem
bola só vai ter a primeira fase de pressão, a qual também está dependente das
pilhas.
A grande debilidade é sem dúvidas a construção do plantel. Só 14 jogadores para o 11.
Falta profundidade.
Falta profundidade.
A dupla de centrais é provavelmente a mais
forte do campeonato. O Filipe é bom e é um central à Porto.
O Ricardo dá outra vida à lateral direita portista.
O Danilo é um monstro.
O Oliver é pura classe.
Corona e Brahimi são craques. A grande vitória do Conceição e o elemento mais perigoso deste Porto é ter o argelino a progredir com bola desde o centro do terreno.
O Aboubakar é um excelente avançado e já está oleado com o Soares.
O Ricardo dá outra vida à lateral direita portista.
O Danilo é um monstro.
O Oliver é pura classe.
Corona e Brahimi são craques. A grande vitória do Conceição e o elemento mais perigoso deste Porto é ter o argelino a progredir com bola desde o centro do terreno.
O Aboubakar é um excelente avançado e já está oleado com o Soares.
Contudo, os centrais não têm cobertura (o que vale o
Reyes?), o Danilo não tem substituto, a táctica só funciona com o Oliver a
criar as linhas de passe e a única alternativa à dupla de avançados é o jovem
Rui Pedro.
O sistema de jogo está demasiado dependente dos interpretes
disponíveis.
Estou convicto que vão afundar o Estoril e que depois tudo
dependerá do cansaço, suspensões e lesões.
O Benfica é o mais forte mas está indiscutivelmente mais
fraco que no ano passado.
A maior fragilidade do Rui Vitória é o modo como trabalha o
processo defensivo. Basicamente é inexistente.
Dos 6 titulares só ficaram os 3 com maiores limitações físicas
– Luisão, Fejsa e Grimaldo.
Ofensivamente somos uma delicia, um poço de criatividade e
inteligência. A qualidade dos jogadores nem pede um processo trabalhado.
O factor Jonizzi é fodido.
Algo que me tem desagradado é a quantidade de vozes que
regem o nosso futebol.
Quem devia falar está calado. A discussão fica para um par de homens do futebol e a maralha das comissões e favorzinhos.
Quem devia falar está calado. A discussão fica para um par de homens do futebol e a maralha das comissões e favorzinhos.
O pior ainda é ver o sentimento de sobranceria que se
instaurou. Não importa quem se vende, quem se compra, quem joga e quem não
joga.
Criou-se uma preocupante despreocupação com a qualidade do
plantel.
Não consigo entender a despreocupação com que se encarou o
reforço do plantel quando desde de Abril se sabia que o Ederson, Semedo e
Lindelof iriam sair.
O futebol deste Benfica também não é nenhum mistério. Defendemos
com os defesas em autocarro, temos o Fejsa a varrer, ofensivamente temos os
rasgos dos velocistas e somos guiados pela imaginação e técnica do Jonas
apoiado pela visão do Pizzi.
O Professor anunciou uma alteração táctica para esta época a
qual não se concretizou. Já o tinha tentado quando chegou.
No Benfica o Rui Vitória está destinado a criar muito pouco.
No Benfica o Rui Vitória está destinado a criar muito pouco.
Na vertente emocional damos 10-0 aos nossos rivais.
Vitórias alimentam vitórias e o Vitóra alimenta muito este balneário. A sua capacidade de gerir os jogadores e manter este sentimento de união que todos liga é um dos motivos pelo qual partimos à frente.
Vitórias alimentam vitórias e o Vitóra alimenta muito este balneário. A sua capacidade de gerir os jogadores e manter este sentimento de união que todos liga é um dos motivos pelo qual partimos à frente.
O espirito de grupo é fortíssimo. O espirito de campeão está
vivíssimo. Devemos isto aos títulos, ao símbolo e ao Rui Vitória.
Na baliza falta o reforço. As fichas foram todas para o André
Moreira mas no momento da decisão o futebol prevaleceu sobre o agenciamento.
Perdeu-se muito tempo e agora dependemos da débil condição física do Júlio
César.
Na direita saiu o Semedo e a aposta foi no Pedro Pereira.
Mais um falhanço. Seja pela qualidade do jogador ou pela preparação do mesmo,
quem tem de o avaliar falhou. O Almeida segura as pontas mas o Buta não é deste
campeonato. Perdeu-se tempo e agora andamos a tentar fechar negócios para os
quais o timing já passou.
Na esquerda tem de haver Grimaldo. É craque. O Eliseu tem
piada mas é horrível. O Hermes confirmou a sua mediania.
O nosso problema central está nos centrais. A dupla está
rotinada mas peca pela qualidade individual. O Luisão é líder mas cada ano está
mais frágil defensivamente. O Jardel é um poço de esforço mas muito mediano e o
seu pico de forma já passou.
O Lisandro tem o espirito certo mas é defensivamente precipitado.
Precisamos urgentemente de dois reforços, sendo que um deles pode até ser o Kalaica (ainda não tenho opinião formada).
Infelizmente foram necessários os jogos na Emirates para preocupar despreocupado Vieira.
O Lisandro tem o espirito certo mas é defensivamente precipitado.
Precisamos urgentemente de dois reforços, sendo que um deles pode até ser o Kalaica (ainda não tenho opinião formada).
Infelizmente foram necessários os jogos na Emirates para preocupar despreocupado Vieira.
Nas restantes posições é tudo maravilhoso menos o excesso de
jogadores e as aquisições dos comissionários.
O Fejsa é intocável. O Samaris, tal como o Lisandro, tem o
espirito certo mas falta-lhe futebol. O Filipe Augusto só poder ser solução a 6
mas mesmo aí é fraco.
Um Fejsa sem lesões e um Samaris feliz fechariam a posição.
Um Fejsa sem lesões e um Samaris feliz fechariam a posição.
Nas 5 posições de ataque destaco o Horta, Chrien,
Krovinovic, Pizzi, Cervi, Rafa, Zivkovic, Jonas, Seferovic e Mitroglou.
É entregar estas posições às soluções que estes 10 nos dão.
O Chrien e o Kovinovic têm a época para crescer a deslocação
do Pizzi para a direita dar-lhes-ia essa oportunidade. Adoro o Horta e este
tanto pode jogar a 8 como a substituto do Pizzi.
Defendo o Pizzi à direita porque nos daria um melhor jogo
interior, mais força com a bola, mais consistência sem ela e porque assim o
jogador estaria mais liberto das zonas de pressão e mais próximo das de
decisão.
Vou sempre preferir o Mitro ao Raúl. Tendo um de ser vendido
percebo que será o mercado a definir qual. Ficando o mexicano continuamos com
um muito bom suplente.
O Seferovic é o nosso grande reforço da época. É muito mais
que golos e tenho a certeza que estes vão aparecer jogo após jogo.
Tanto o Salvio como o Carrilo são excelentes jogadores. O
argentino é titular do Vitória e vai ficar. O peruano não se conseguiu afirmar
e agora já não tem espaço para tal.
O Willock parece-me ser um extremo entusiasmante. Tem potencial mas não tem espaço e este tipo de jogadores necessita jogar.
É importante reduzirmos o número de jogadores ofensivos para
não corrermos o risco de, como na época passada, andarmos a desperdiçar o talento
destes.
Nenhum dos nossos extremos ainda se conseguiu afirmar e isso deve-se à obrigação do Vitória de gerir os minutos de todos eles. Os craques tiveram tempo para jogar mas não para darem continuidade aos seus desempenhos.
Nenhum dos nossos extremos ainda se conseguiu afirmar e isso deve-se à obrigação do Vitória de gerir os minutos de todos eles. Os craques tiveram tempo para jogar mas não para darem continuidade aos seus desempenhos.
Rafa, o Cervi e o Zivkovic merecem continuidade, merecem uma
oportunidade para se afirmarem definitivamente.
Não esquecer o Arango. Aliás, esquecer o Arango. Mais um
sul-americano que veio por interesses alheios aos benfiquistas. Veio e já foi.
Um tachista que elogie comissionários até poderia dizer que este era uma espécie de Jonas…
Um tachista que elogie comissionários até poderia dizer que este era uma espécie de Jonas…
Depois da febre da aposta na formação parece-me que este vai ser mais um ano em branco nesse capitulo. Neste plantel havia lugar para o Pedro Rodrigues. Não é do gosto do treinador.
Resumindo:
Urgente reforçar a defesa.
Importante investir nos melhores jogadores, não desperdiçar talento.
E, apesar de ser algo maravilhoso de se ver, temos de poder ter um processo ofensivo mesmo que o Jonas não esteja lá para o inventar.
Importante investir nos melhores jogadores, não desperdiçar talento.
E, apesar de ser algo maravilhoso de se ver, temos de poder ter um processo ofensivo mesmo que o Jonas não esteja lá para o inventar.
Imaginar as maravilhas que se podem fazer naquelas cinco posições com o Horta,
Pizzi, Zivko, Cervi, Rafa, Jonas e Seferovic, entusiasma-me mais do que as
noites de Nutícias com a Paula Coelho.
Mas o penta não virá só por tesões. Muito menos um Benfica
de Liga dos Campeões.
Quanto aos amigáveis, valem o que valem.
Não haver jogo de apresentação nem Eusébio Cup é uma
vergonha da qual só não se fala porque as conquistas sujam até os mais íntegros.