terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Ederson e Rui Patrício



Sem qualquer facciosismo, considero o Ederson superior ao Rui Patrício. O guarda-redes do Sporting é seguro nas bolas altas, é rápido a sair e tem  bons reflexos mas como ele há muitos. Já as qualidades do guarda-redes do Benfica são raras, entre as quais a invulgar capacidade de jogar com os pés (é, no fundo, o guardião perfeito para o modelo de Guardiola). Não custa adivinhar que será o melhor do mundo nos próximos anos.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Pizzi ao cubo

Há uma certa maneira de Pizzi jogar à bola que me deixa saudoso da infância. Lembro-me de mim na adolescência. Sou eu ali no canto do ciclo a fumar cigarros e a dar beijos às miúdas quando o Pizzi avança pelo campo, faz triangulação, recebe, finge que remata, deixa cair o guarda-redes, depois golo. É provável que eu goste do Pizzi porque gosto e tenho saudades daquilo que eu senti há muitos anos. Já tocou, a professora de Matemática está à espera mas eu ainda tenho a Vitorina ao meu colo a cheirar a perfume de flores e a língua dela parece um helicóptero.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Não vender

Vender titulares em Janeiro é sempre - reforço o SEMPRE - uma má ideia e um sinal contrário àquele que os discursos oficiais de estabilidade financeira e ambição interna e europeia querem fazer crer. Pelo Tetra e por uma campanha na Champions à Benfica, espero que as notícias de hoje sejam manifestamente exageradas.

domingo, 18 de dezembro de 2016

O jogador da nossa vida



Jonas é o melhor jogador que vi jogar no Benfica. Não me esqueço de Chalana, de Rui Costa, de Paulo Sousa, de Pablo Aimar, de João Vieira Pinto, de Diamantino, de Valdo, mas Jonas não é só o que faz com e sem bola. É o que melhora nos outros. É raro encontrar na história do jogo craques que pela forma como jogam melhoram substancialmente o jogo dos colegas. Como diz de forma muito feliz o Felipe Rebelo, é o jogador da nossa vida.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Vídeo-árbitro



O futebol é o desporto mais universal do mundo. Não há ilha neste planeta, por mais selvagem que seja, que não tenha ainda sido palco de uma futebolada. Pode a bola ser o esférico de um côco acabado de cair, pode ser um jornal enrolado dentro de uma meia ou atado a uma corda, pode ser uma pedra, uma borracha de um pneu, uma concha ou crustáceo ancestral, uma super-pastilha gorila de Laranja ressequida. Onde houver um ser humano, haverá alguém a dar toques com o pé em objectos mais ou menos redondos. Haverá um remate;  alguém que, entre duas estacas na areia, o tentará defender.

Haverá erro e acerto, boas e más decisões. Na escola primária, rapidamente percebemos que o árbitro não tem sequer de ser uma figura humana mas a noção simples de bom-senso entre os jogadores. Alguém grita: "é falta!" e o lance, entre alguma discussão acalorada, acaba ali rapidamente decidido porque o jogo pede para continuar. O jogo quer continuar. O jogo tem de continuar.

Tal é a essência infantil porém absolutamente criativa do futebol que, ao contrário de outros desportos, não absorve bem medidas que o subjuguem ă normalidade de uma burocrática avaliação. O jogo, este jogo, não pode ser constantemente interrompido para que 3 ou 4 engravatados de chuteiras analisem meticulosamente as imagens num ecrã. Não faria sentido para os jogadores, seria entediante para os adeptos. É por isso que, quanto a mim, daria ao futebol apenas duas inovações tecnológicas:

1) A da linha de baliza. Saber se a bola entrou totalmente ou não. Com esta medida, que seria IMEDIATAMENTE assinalada (não se perdendo minutos a decidir o lance), garantíamos que a verdade desportiva no seu aspecto mais essencial - o golo - ficasse absolutamente garantida.

2) O direito dado a cada treinador de pedir uma segunda avaliação sobre um lance. Não são os árbitros que devem ter esse encargo, esses devem fazer o seu papel em campo como sempre fizeram - talvez se apostarmos numa melhor formação na arbitragem deixemos de ser todos tão paranóicos,  maldosos e desconfiados dos árbitros. Como no Ténis, pede-se o "olho de Falcao", embora defenda que no futebol só deve existir uma oportunidade. Se o treinador pedir uma avaliação num lance duvidoso (uma possível grande penalidade, um fora-de-jogo que deu golo, uma falta para expulsão),  o jogo pára. Se tiver tido razão,  o árbitro agirá sobre esse lance e esse treinador manterá o direito a um pedido. Se o pedido tiver sido incorrecto, essa equipa ficará até ao final do jogo sem qualquer direito a pedidos de reavaliação dos lances.

Por amor de Iniesta, não estraguem o futebol.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Bruno de Carvalho, um Presidente que faz bem ao Benfica



Bruno de Carvalho. Basta ficar 5 minutos a analisar-lhe as expressões para perceber que há ali qualquer coisa que não bate bem - quer dizer, o senhor não joga com o baralho todo. De olhos esbugalhados, discurso arrogante e sem nexo, o peculiar Presidente do Sporting vai alimentando a fogueira com a acendalha que o elevou e o mantém no poder: o anti-Benfica.

Nessa sua saga infernal de explorar o mais forte fraquinho dos sportinguistas, não vê limites nas palavras e nas acções: tanto pode mentir descaradamente aos sócios sobre um determinado assunto e logo depois defender o seu contrário; enviar cães de fila para denegrir o treinador da equipa de futebol, criando um ambiente pavoroso entre técnico e jogadores; colocar em causa a idade e honra de um miúdo de 18 anos que joga no rival; entrar no Sporting com a promessa de ter garantido uma parceria com um fundo, depois inventar uma perseguição  aos fundos que acabou na obrigatoriedade de tirar mais de 20 milhões de euros às já muito frágeis contas do clube, e logo a seguir anunciar mais uma parceria com um... fundo.

Bruno de Carvalho segue em frente, sempre em frente. Por mais ridicularizado que seja pela realidade, por mais derrotas nos tribunais, nos campos de futebol, na comunicação, de Carvalho vai em fuga permanente até ao abismo final. Leva nas mãos a bandeira do anti-Benfica mas ela já não convence todos os sportinguistas que começam a compreender a manobra de diversão.

Ao Benfica já nem interessa responder. Se eu fosse Director de Comunicação do Glorioso, mandaria calar todos os papagaios Guerras, Gomes da Silva,  Venturas e quejandos. A melhor coisa para queimar Bruno de Carvalho é Bruno de Carvalho. Com a sua arrogância, com a sua desesperada sede de protagonismo, com a falta de dignidade, a pobreza de espírito, a boçalidade, o tipo dá tiros nos pés a cada intervenção aos microfones, a cada post no facebook.

É deixá-lo arder sozinho. E agradecer-lhe a saga paranóica que teve para evitar que o Benfica dobrasse o Sporting em campeonatos nacionais. Não só ninguém foi atrás da burla dos 4 campeonatos como ainda recebemos mais 3 Taças de Portugal para o nosso palmarés sem mexermos uma palha. Já merece um espaço no Cosme Damião.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Andrés Iniesta, um jogador contra a estatística



Nada tenho contra Ronaldo. Pelo contrário, acompanho-o desde que chegou à equipa principal do Sporting, gostei de ver a evolução que teve em Manchester, a maturidade em Madrid, a liderança na Selecção Nacional.

Vejo-lhe todas as centenas de golos, os arranques diabólicos, os remates certeiros, potentes e confiantes de um miúdo que chegou ao topo do mundo por ter uma ambição desmesurada que o faz não ter impossíveis, uma humildade emocionante que o faz trabalhar sempre mais do que os outros.

É uma máquina de fazer golos. É um portento atlético, uma mistura explosiva de técnica, velocidade e potência. Já é um dos Eternos na História do jogo e ainda lhe faltam pelo menos mais 5 anos dentro dos relvados.

Mas dar 4 bolas de ouro a um jogador como Ronaldo é a demonstração clara de que ainda falta caminhar muito para que tenhamos este maravilhoso jogo verdadeiramente apreciado. O futebol para ser golo tem de ser remate. Para ser remate tem de ser passe. Para ser passe tem de ser espaço. Para ser espaço tem de ser cérebro. O jogo dos génios não é melhor só porque é mais bonito, é melhor porque é mais eficaz. Porque cria constantemente as condições para que a equipa brilhe sempre mais.

Não dar uma única Bola Dourada ao melhor jogador do Mundo, Andrés Iniesta, e dar 4 a um jogador que, sendo fantástico e empolgante, não trouxe nada de novo ao jogo, não criou, não o entendeu, não o reinventou por dentro, é um insulto ao próprio futebol. É ser adepto da estatística e a estatística em futebol vale perto de zero.

A estatística em futebol é um diálogo de surdos:

- Gostaste d"O Jogador", do Dostoievski?
- Eh pá,  adorei. Tem 170 páginas e a imagem da capa é extraordinária.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O ouro de Marvin



No texto que escrevi na Quinta dava o mote ao nosso mister:

"Atrair o adversário, puxar a pressão para terrenos que nos sejam favoráveis e depois procurar, através de variação do flanco e da verticalidade, criar situações de 4x3, 3x2 , 3x3. O desposicionamento de Adrien, atraído pela cegueira em pressionar mais à frente e nas faixas, deixará o corredor central para Pizzi brilhar. (...)

Claro que o ouro está nas costas de Marvin: vejo dois ou três golos a acontecerem na primeira parte com a exploração do espaço nas costas do lateral-esquerdo do Sporting. Bastará ao Benfica ser eficaz na transição e chegará ao intervalo a ganhar 3-0"

Mister Vitória leu as indicações e os golos acabaram por acontecer precisamente nas costas de Marvin vindo de transição rápida pelo meio em superioridade/igualdade numérica (o primeiro) ou no espaço de Marvin (o segundo).

E foi assim que, não jogando grande espingarda, o Benfica ganhou um jogo fundamental. O ouro estava mesmo em Marvin.

Uma equipa à imagem do seu treinador


Com tudo o que isso tem de bom e de mau.

O Benfica derrotou o Sporting por 2-1 na primeira vitória conseguida em clássicos na Luz em mais de dois anos e meio. Sob o espectro de derrotas recentes contra Marítimo e Napoli, pressionado pelos cinco pontos recuperados por parte do Sporting nas últimas jornadas e com o peso do passado recente a assolar a memória de todos os que vivem o futebol, Rui Vitória surpreendeu ao mexer no onze base, lançando Rafa e Jimenez, com sucesso, saindo dessa forma vencedor no duelo com Jorge Jesus.

O Benfica foi igual a si mesmo nos jogos grandes. Uma fiel imagem do seu treinador. Cauteloso, arriscando pouco ou nada, tentando sair a jogar sempre sem correr o menor dos riscos e não se incomodando em ceder a posse de bola ao adversário. E se a equipa soube interpretar na perfeição as ideias de Rui Vitória, verdade seja dita que o treinador também escolheu os intérpretes que melhor poderiam desempenhar essa tarefa: Rafa Silva, uma autêntica flecha sempre que se desenhava um contra-ataque; e Raul Jimenez, um jogador com um espírito de sacrifício muito diferente do de Mitroglou, capaz de participar mais e melhor ao nível da primeira linha defensiva e de dar mais velocidade ao ataque.

Não alinho pelo diapasão de que a equipa que vence é sempre a melhor. É um daqueles chavões mais que muitas vezes usado e que pouco ou nada dizem. Se tal fosse verdade, teria de admitir que o Porto foi melhor que o Benfica na Luz no ano passado, ou que o Benfica foi melhor que o Sporting em Alvalade no jogo do título. Não fomos nem inferiores no primeiro caso nem superiores no segundo. Da mesma forma que hoje não fomos inequivocamente superiores ao Sporting. Fomos o que somos. Uma equipa com um processo defensivo e ofensivo relativamente sólidos mas que abdica vezes demais da construção de jogo apoiado, por receio, por medo, por algo que nem sei bem de que se trata, mas aparentemente sem necessidade dada a valia individual dos jogadores e inclusivamente dos ditos processos de jogo.

Por tudo isso, esta é uma equipa à imagem do seu treinador. Há competência, bastante trabalho, algum medo e muita solidariedade. E enquanto assim for, o Benfica estará sempre mais perto de conquistar o tetracampeonato.

sábado, 10 de dezembro de 2016

11 Glorioso para o dérbi

Ederson
Semedo, Lindelof, Lisandro, Cervi
Fejsa
Carrillo, Pizzi, Rafa
Jiménez, Guedes

A realidade de Benfica e Sporting desde que Bruno de Carvalho é Presidente



Nuno Saraiva considera que, desde que Bruno de Carvalho é Presidente, o Benfica passa por "dificuldades" extremas a ponto de terem de ser "escamoteadas" com notícias referentes a mais uma derrota do Sporting - desta vez, perante a Lei. Há um certo ecletismo nas derrotas de Bruno de Carvalho, é um facto - tanto perde no relvado como numa barra de tribunal.

Vejamos então que realidade tem sido a do Benfica e a do Sporting desde que Bruno de Carvalho é Presidente, socorrendo-nos do trabalho do excelente blogue SportingAutêntico (uma espécie de Ontem vi-te no Estádio do Luz sportinguista; ou seja, defendem sempre primeiro o clube, não quem o dirige):


Futebol

BENFICA
- Campeão Nacional 2013/14
- Campeão Nacional 2014/15
- Campeão Nacional 2015/16
- Liderança de 2 pontos Campeonato Nacional 2016/2017 à 12a jornada
- Taça de Portugal 2013/14
- Taça da Liga 2013/14
- Taça da Liga 2014/15
- Taça da Liga 2015/16
- Supertaça 2014
- Supertaça 2016
- Vice-campeão Liga Europa 2013/14
- Quartos-de-final Liga dos Campeões 2015/16
- Oitavos-de-final Liga dos Campeões (prova em andamento) 2016/17

SPORTING
- Taça de Portugal 2014/15
- Supertaça  2015
- 7 pontos e 3º classificado na fase de grupos da Liga dos Campeões 2014/15; 1/16 da Liga Europa 2014/15
- Derrota nas pré-eliminatórias da Liga dos Campeões 2015/16; 1/16 da Liga Europa - 2015/16
- Fora das competições europeias em Dezembro 16/17



Andebol

BENFICA
- Taça de Portugal 2015/16
- Supertaça 2016

SPORTING

- Taça de Portugal 2013/14
- Supertaça 2013


Basquetebol

BENFICA
- Campeão Nacional 13/14
- Campeão Nacional 14/15
- Taça de Portugal 13/14
- Taça de Portugal 14/15
- Taça de Portugal 15/16
- Supertaça 2014/2015
- Taça da Liga 2013/14
- Taça da Liga 2014/15

SPORTING
Nada a registar.


Futsal

BENFICA
- Campeão Nacional 2014/15
- Taça de Portugal 2014/15
- Supertaça 2015
- Supertaça 2016

SPORTING
- Campeão Nacional 2013/14
- Campeão Nacional 2015/16
- Taça de Portugal 2015/16
- Supertaça 2014


Hóquei em Patins

BENFICA
- Campeão Nacional 2014/15
- Campeão Nacional 2015/16
- Taça de Portugal 2013/14
- Taça de Portugal 2014/15
- Liga Europeia 2015/16
- Taça Continental 2016
- Taça Intercontinental 2013/14

SPORTING
- Taça CERS 2014/15
- Supertaça 2015

Voleibol

BENFICA
- Campeão Nacional 2013/14
- Campeão Nacional 2014/15
- Taça de Portugal 2014/15
- Taça de Portugal 2015/16
- Supertaça 2014
- Supertaça 2015
- Supertaça 2016
- Vice-campeão Taça Challenge 2014/15

SPORTING
Nada a registar.

Perante estes dados, resta-nos dizer: Obrigado, Bruno. Se pudéssemos votar nas próximas eleições do Sporting, os nossos votos seriam sempre teus.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Porque vai o Benfica perder o derby de Domingo

Na antecâmara de mais um derby dos derbies, o Benfica vem deixando sinais desencorajadores relativamente ao momento de forma e ao futebol praticado em campo. De cinco pontos de vantagem sobre o eterno rival, arrisca-se a terminar a próxima jornada atrás do Sporting. E este Nostradamus que vos escreve acredita que tal acontecerá.

O principal motivo para tal crença prende-se com a forma como Benfica encara e joga os grandes jogos, contra equipas de valia desportiva semelhante, como Napoli, Besiktas e Porto. Se nos jogos com os italianos até se admite a superioridade transalpina, fruto não só da qualidade individual dos seus jogadores mas também pelos princípios de jogo, com privilégio pela posse de bola, maioritariamente a circular pelo corredor central, impostos por um dos melhores e mais sedutores treinadores europeus, tal não se compreende com equipas como Besiktas e Porto. Consentir e aceitar o domínio do Porto de Nuno Espírito Santo é um péssimo sinal. Especialmente quando, nos escassos momentos em que o Benfica tinha posse de bola, conseguia colocar em sentido a equipa azul-e-branca. Com o Besiktas, na Turquia, sinais diferentes de um mesmo problema: a forma como a equipa abdicou da posse de bola, voluntariamente, após o terceiro golo, despoletou a sólida recuperação dos turcos, potenciada por 15 minutos de descontrolo emocional à semelhança do que se vira em Napoli. Por outro lado, o Sporting, nos jogos que teve esta temporada com equipas de valia semelhante ou superior à sua (Porto, Dortmund e Real Madrid), conseguiu produzir exibições sólidas em todos os jogos, sem se encolher, com excepção na recepção aos alemães. Falhou em momentos chave, é certo, o mais flagrante esta quarta-feira passada com o Legia, mas é uma equipa que nos jogos grandes não se amedronta, não recua, não despreza a posse de bola e põe os adversários em sentido. Deste modo, não me admiraria se o Sporting entrasse na Luz sem medo, com vontade e capacidade para mandar no jogo, tal como no ano passado com o resultado que se conhece.

E tal situação é um espelho, mais do que o que valem as equipas, do que são os seus treinadores. Já aqui explanei o que penso de Jesus e de Vitória em escritos anteriores e o que faz de cada um deles, à sua maneira, com as suas características, treinadores com sucesso a nível nacional. Enquanto Jesus vale o que vale pelo que sabe e conhece do jogo, no plano táctico, peca no lado humano, na condução de homens, na forma como lida com a adversidade, onde Rui Vitória leva vantagem. Contudo, é nesta dualidade Jesus x Vitória que reside a força e a potencial da vantagem do Sporting e do seu treinador para o jogo de domingo. Pese embora o facto de o Benfica se ter sagrado campeão nacional, o ascendente psicológico de Jesus sobre Vitória é uma realidade que neste momento me parece indesmentível. Da mesma forma que Mourinho tem um ascendente sobre Wenger ou o Barça continua a conseguir dominar o Real Madrid, Jesus continua por cima nestes duelos com Rui Vitória, contribuindo para tal as três vitórias conseguidas nos primeiros quatro meses da época passada, com especial destaque para aquele derby que, por muito que tentem, os jogadores e adeptos do Benfica não esquecerão quando entrarem na Catedral no próximo domingo.

Por fim, a qualidade colectiva e individual. Acredito que do ponto de vista colectivo as equipas estão significativamente mais próximas uma da outra por esta altura do que há doze meses e que as diferenças que se poderão sentir no domingo serão fruto do que foi escrito nos parágrafos anteriores, isto é, da forma como jogadores e treinadores encaram os grandes jogos, nomeadamente o encontro com o maior rival. Já no campo das individualidades, estou longe de estar tranquilo. André Almeida não oferece a mesma qualidade que Eliseu (sim, leu bem, Eliseu); Luisão e Lindelof estão num momento de forma medonho (falaremos disso noutras núpcias) e Pizzi quando é obrigado a tarefas defensivas no corredor central contra equipas de alguma valia vê-se dominado pelas circunstâncias. Por tudo isto, não me chocaria se o Sporting saísse da Luz com os três pontos e a liderança.

Um verdadeiro sportinguista na SportingTV

Na SportingTv, um dos comentadores habituais diz assim: "É preciso respeitar o Boavista, um dos 5 únicos clubes campeões nacionais".

Ora bem, nós aqui aplaudimos o sentido crítico deste comentador, que acabou de ridicularizar a luta do seu Presidente pelos tais 4 campeonatos que são Taças de Portugal. Caso contrário, não seriam só 5 os campeões nacionais. É que também Carcavelinhos e Marítimo venceram a prova que agora está a ser metamorfoseada noutra coisa por Bruno de Carvalho.

O aplauso de pé a este espírito independente que acabou de juntar a sua voz à do sportinguista Rui Miguel Tovar e de todos aqueles sportinguistas que são,  digamos, sérios.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

O que esperar do dérbi de Domingo?





Uma goleada histórica do Benfica sobre o Sporting. As razões são várias, algumas de difícil explicação, mas há outras que podem ser anunciadas:

1) A fragilidade que advém da forma obcecada como o Sporting olha para os jogos com o Benfica.

Benfiquistas e sportinguistas não olham da mesma forma para este dérbi. Nós gostamos dos jogos contra o eterno rival, damos-lhes a óbvia importância que têm e sabemos que são sempre jogos especiais nos quais podem ocorrer as maiores surpresas, mas não vivemos obcecados com o dérbi nem o olhamos como o jogo mais importante da época. Já no Sporting o ângulo é diferente: são jogos que muitas vezes são vistos como os salvadores da época. Não é exagero dizer que, se a equipa nada ganhar mas ganhar os dois jogos ao Benfica, há uma quantidade considerável de sportinguistas que não darão a época como perdida.

Isto, esta obsessão pelo rival, cria nos jogadores uma pressão acrescida nestes jogos. É por isso que o Benfica tem uma substancial vantagem no histórico entre os dois clubes. Na Luz, então, o desequilíbrio é evidente.

2) O desespero por o Campeonato ser a única tábua de salvação da época para o Sporting.

Eliminado das provas europeias em Dezembro, o clube tem no Domingo uma prova que tanto lhe pode dar a liderança como o deixar a 5 pontos da mesma. Em caso de derrota, o ambiente será fatal para uma equipa cujo treinador já começa a ser criticado pelos adeptos e um presidente a ele umbilicalmente relacionado.

Nos últimos os 34 anos, o Sporting venceu 2 campeonatos. Não ganha um há 16 anos. Todo este ambiente reforça o desespero e pressiona a equipa a entrar na Luz em modo tudo-ou-nada. Naturalmente, sairá do jogo com nada.

3) O futebol propriamente dito.

Jogando em casa e tendo melhores jogadores, o Benfica é claramente favorito. O único factor de equilíbrio é o facto de Jesus ser melhor treinador que Rui Vitória no plano puramente futebolístico (em todas as outras vertentes, que também contam, o treinador do Benfica é superior ao do Sporting). Porém, precisamente por se achar melhor (muitas vezes acha-se mesmo o melhor do mundo), o Sporting entrará na Luz de modo absurdamente ofensivo, com a equipa demasiado subida, em pressão constante sobre a nossa saída.

Se o Benfica souber contornar a asfixia que Jesus pedirá aos seus jogadores, nos primeiros 30 minutos terá 4 ou 5 oportunidades claras de sair com vantagem numérica já no meio-campo sportinguista. Para isso, Lindelof, Semedo, Pizzi, Fejsa, Guedes e Cervi serão fundamentais. Atrair o adversário, puxar a pressão para terrenos que nos sejam favoráveis e depois procurar, através de variação do flanco e da verticalidade criar situações de 4x3, 3x2 , 3x3. O desposicionamento de Adrien, atraído pela cegueira em pressionar mais à frente e nas faixas, deixará o corredor central para Pizzi brilhar. A propósito, será o melhor jogo de sempre do transmontano desde que chegou ao Benfica.

Claro que o ouro está nas costas de Marvin: vejo dois ou três golos a acontecerem na primeira parte com a exploração do espaço nas costas do lateral-esquerdo do Sporting. Bastará ao Benfica ser eficaz na transição e chegará ao intervalo a ganhar 3-0. Depois será apenas gerir e ir marcando, aproveitando o desespero sportinguista.

Aposto num 6-1 para o Benfica.




sábado, 3 de dezembro de 2016

Se o futebol fosse aquilo que sonhámos



Há uma tendência biológica em grande parte dos adeptos de uma equipa que ganha (99,9% deles) para menorizar os factores motivacionais das equipas adversárias. Também há uma tendência biológica para a cagança em grande parte dos adeptos de uma equipa que ganha (99,9% deles). Por fim, quando as coisas correm mal (leia-se: derrota), há uma tendência biológica em grande parte dos adeptos de uma equipa que ganha (99,9% deles) para atribuir aos árbitros a razão do insucesso.

Isto - ignorância sobre a motivação alheia, arrogância na vitória e desculpabilização com factores externos - ocorre a 99,9% dos adeptos de futebol, sejam eles de que clube forem. É igual. 99,9% dos adeptos não tem capacidade para ler a realidade tal qual ela existe. Isto ocorre porque 99,9 por cento das pessoas que vêem futebol não gostam de futebol, gostam dos seus clubes. Se gostassem de futebol, mais facilmente entenderiam que os árbitros não erram só a favor dos outros clubes,  entenderiam que uma equipa que sofreu uma goleada duas semanas antes vai sempre partir para o jogo à procura de restabelecer a sua dignidade, entenderiam que ganhar é só uma passagem passageira pelo sucesso.

Pouca gente tenta perceber o lado mental do jogo. Anda aí um tipo, o Rui Lança, que sinceramente  me parece ter coisas interessantes a ensinar sobre isto (não recebi nenhum cheque do Rui nem sequer o conheço pessoalmente). É por isso que nos deparamos no futebol com a mais gloriosa incongruência: um jogo extraordinário muito mal interpretado pela maioria dos que o acompanham. Ou seja, se só 0,1% dos adeptos é capaz de tentar entender o jogo e ver além do clubismo, é possível fazer do futebol a maravilha que ele podia ser?

A resposta é óbvia: não. O futebol, este jogo mais extraordinário ainda que o xadrez, vive numa gruta muito esconsa, sombria e silenciosa se pensarmos naquilo que podia ser. O futebol é 0,1% do seu ideal. E mesmo assim é esta grande maluqueira que nos apaixona. Mesmo assim ainda há quem compreenda o Pizzi. Ou o Paulo Sousa. Ou o Redondo. Ou o Pedro Barbosa. Ou o Bebeto ou o Rui Costa. Ou o Valdo. Ou o Jonas. Ou o Le Tissier.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Estádio da Luz

A comoção do Presidente Joaquim Ferreira Bogalho no dia 1 de Dezembro de 1954, o dia da inauguração do Estádio da Luz. Um estádio construído pelo amor, dedicação e solidariedade de todos os benfiquistas.


Futebol



Se o futebol tem no seu seio verdadeiros  energúmenos que se aproveitam dos clubes para libertar complexos e gerar violência, também é uma das actividades sociais mais maravilhosas que há neste nosso arredondado planeta. Basta não ser mesquinho mental nem ter preconceitos de classe elitista para o entender.

Basta ler, ouvir, ver a onda desarmante de solidariedade e comunhão que se criou em redor de um clube que perdeu de forma trágica grande parte dos seus jogadores, técnicos e funcionários.

O futebol é o desporto mais popular,  mais transversal, mais democrático do mundo. Bastam 4 pedras para fazer duas balizas e um jornal enrolado dentro de uma meia para ser feliz.

sábado, 26 de novembro de 2016

Uma equipa de bom futebol



Não me parece que haja justiça nas críticas feitas à equipa nem necessidade de grandes mudanças no onze-base. Os últimos dois jogos mostraram-nos um Benfica a jogar bom futebol - com momentos de brilhantismo -, o que sugere competência no trabalho desenvolvido pela equipa técnica. Os 3 golos sofridos nasceram de erros individuais (Semedo, Lindelof, Salvio), não por desorganização colectiva. Há apenas que ir incorporando os dois jogadores que elevarão ainda mais o futebol da nossa equipa: Jonas e Rafa por Salvio e por um dos avançados e ir dando mais minutos a Zivkovic, Carrillo e Danilo. Estamos bem, fortes, a produzir golos e jogo bonito, com Lindelof, Fejsa e Pizzi do outro mundo. Rumo ao 36, Glorioso.



quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Ainda digerindo a azia…



Ontem não consegui ver a primeira parte. Lá ao longe no rádio ia ouvindo os gritos de golo do locutor. 0-3 ao intervalo e eu a caminho de casa.

“Porra devemos estar imperiais!”

Estava ansioso por chegar a casa e ver o nosso Benfica a brilhar ao mais alto nível.

Epa mas que merda…

Expectativas máximas e desilusão maior ainda. Comecei a ver o jogo aos 50 minutos e não é preciso descrever o que aconteceu. Aquela segunda parte é uma dolorosa memória que não adianta estar agora a avivar.

Foi mesmo muito mau.

O que resta do assunto é perguntar como é possível um super-Benfica acabar massacrado. Como é possível deixar aquele jogo empatar?

Há mérito dos turcos? Obviamente. Pelo que percebi o treinador do Besiktas soube ler o jogo, soube mexer no jogo e mudou o rumo de todos os acontecimentos ao fazer entrar o Tosic para a ala esquerda da equipa.

Mas o mérito do Besiktas nunca poderia ser suficiente para o Benfica sofrer o que sofreu naquela segunda parte.

A minha opinião é baseada no que vi ontem e não só.

Este Benfica é uma equipa de ataque. Mentalidade ofensiva e muita qualidade nos processos ofensivos. O que não nos falta é criatividade e imaginação.

Somos bons a atacar. Muito bons. Que o diga o Besiktas que levou 3 e podia ter levado mais (segundo li).

Contudo, e como foi ontem aqui referido neste espaço, há uma bipolaridade na nossa equipa.

Nos processos de uma equipa é o defensivo que tem mais mão do treinador.
Aqui mora o grande defeito do Rui Vitória.

O nosso processo defensivo é muito fraco. Temos uma equipa mal trabalhada defensivamente.
Quando apanhamos uma equipa com bons definidores no ataque, quando apanhamos um Besiktas, a coisa treme toda ali atrás.
O nosso processo defensivo depende todo ele da omnipresença do Fejsa. Cabe ao sérvio compensar todas as lacunas que temos no modo como encaramos o ataque adversário.

A ganhar 0-3 e com o jogo e qualificação no bolso tínhamos 3 abordagens possíveis:

- Continuar a fazer o nosso jogo, expondo-nos a contra-ataques e condicionando a posse de bola adversária.
- Recuar um pouco a linha ofensiva e dar mais bola ao adversário, não nos limitando a querer defender mas tentando controlar mais os espaços e tempos do jogo.
- Segurar o resultado com unhas e dentes. Foco na defesa, autocarro estacionado e todos os caminhos tapados.

Normalmente a segunda opção é a abordagem mais inteligente e matura de uma grande equipa. Foi a escolha do Rui Vitória, a escolha mais óbvia mas a pior escolha para a especificidade da nossa equipa.

Nesta abordagem arrefecemos o nosso ponto forte e expomos ao máximo o nosso ponto fraco. Com esta escolha damos espaço e liberdade para o adversário constantemente explorar a nossa ineficiente forma de defender.

Ficar ali no intermédio foi o que nos lixou.

Aquela segunda parte foi muito uma colisão entre a nosso filosofia de jogo – mentalidade de equipa grande que se recusa a jogar à equipa pequena – e a nossa necessidade.

Se não era para atacar teria de ser para defender com tudo. É este o contexto do nosso jogo em duelos mais exigentes.

Mas atenção. Não critico a opção do Rui Vitória. Eu não quero o Benfica com o autocarro na Turquia e adoro que o nosso treinador respeite a grandiosidade da nossa águia. Gosto de um Benfica com mentalidade de clube enorme.

Simplesmente constato que para a situação em análise talvez outra abordagem tivesse sido mais eficaz. Faço-o à posteriori.

No jogo de ontem só tenho uma critica para o nosso mister. Critico o Rui Vitória por ter permitido que o Salvio deixasse que o Semedo fosse atropelado toda a segunda parte.

3-3
8pts

Ganhar na Luz e ganhar o grupo. Não há outra conta a se fazer.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Palmarés de Ronaldo contra as equipas portuguesas



Contra o Sporting - 3 golos.
Contra o Porto - 1 golo.
Contra o Benfica - 0 golos, 1 manguito e a eliminação da fase de grupos da Champions.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Jorge Jesus



Uma maioria de benfiquistas descobriu há cerca de ano e meio que afinal é um homem que fala mal e que é cagão; uma maioria de sportinguistas descobriu há cerca de ano e meio que afinal é um homem que diz coisas engraçadas e que percebe de futebol.

Felizmente, há os outros. Há a minoria dos que sempre viram e falaram da personagem como ela é, independentemente do clube que representava. Tenho mais comunhão com estes. Mais respeito. Gosto mais de quem também vê o mal nos nossos, de quem também sabe ver o bem nos outros.

Estatísticas não estatísticas



MELHOR EM CAMPO  (Último jogo - 6-0 ao Marítimo na Luz)

Semedo


MELHOR EM CAMPO (Em todos os jogos)

Pizzi: 5
Grimaldo: 3
Fejsa: 3 
Rafa: 1
Horta: 1
Danilo: 1
Guedes: 1
Lindelof: 1
Semedo: 1


GOLOS 

Mitroglou: 6
Pizzi: 5
Salvio: 5
Cervi: 5
Lisandro: 3
Jiménez: 3
Guedes: 3
Grimaldo: 2
Jonas: 1
Carrillo: 1
Horta: 1
Semedo: 1
Danilo: 1
Luisão: 1


ASSISTÊNCIAS

Pizzi: 6
Grimaldo: 3
Salvio: 3
Guedes: 3
Semedo: 2
Cervi: 1
Almeida: 1
Eliseu: 1
Jiménez: 1
Horta: 1
Mitroglou: 1



POTENCIALIZADORES DO GOLO

Pizzi: 5
Salvio: 4
Guedes: 3
Mitroglou: 3
Luisão: 2
Cervi: 1
Jiménez: 1
Horta: 1
Zivkovic: 1
Fejsa: 1
Samaris: 1

terça-feira, 15 de novembro de 2016

O carneirismo


As voltas que as pessoas dão para defender o indefensável apenas por idolatrarem certas personagens já merecia um estudo mais aprofundado por parte dos especialistas. O carneirismo é o grande fenómeno social da Humanidade. 

Estimado Thomas Müller



"Estimado Thomas Müller, tu tens razão.

Jogos como o de sexta-feira à noite não têm qualquer significado.

Para ti...

Estimado Thomas, não precisas de deslocar-te quase de borla até San Marino, num fim-de-semana sem "Bundesliga", quando podias estar sentado no sofá com a tua maravilhosa esposa e na tua casa luxuosa, ou talvez, podias ter ido até a um evento organizado pelos teus patrocinadores e fazer uma presença que te valeria vários milhares de euros.

Permite-me dar-te dez boas razões pelas quais eu penso que o jogo entre San Marino e a Alemanha foi bastante útil, para que possas pensar nisso e depois dar-me a tua opinião...

1- Foi útil para mostrar-te, que até contra equipas tão fracas como a nossa, às vezes, não consegues marcar...

E não me venhas dizer que não ficaste chateado, quando o Simoncini não te deixou estar entre os marcadores.

2- Foi útil para dizer aos teus directores (e diz isso ao Rummenigge e ao Beckenbauer também) que o futebol não é vossa propriedade, mas sim dos que amam este jogo.

E quer queiras ou não, nós também amamos o futebol.

3- Foi útil para mostrar a centenas de jornalistas europeus, que ainda existem pessoas jovens seguindo os seus sonhos e não uma caderneta de cheques.

4- Foi muito útil para provar que vocês, os alemães, nunca vão mudar.

E que a história não vos ensinou que a presunção, nem sempre significa vitória.

5- Foi útil, porque 200 miúdos de San Marino puderam ver o jogo e ficaram motivados para escutar os seus treinadores, quando eles disserem para darem sempre o seu melhor e trabalharem no duro.

Talvez, um dia, depois de todos os seus sacrifícios, eles sejam recompensados e possam jogar contra uma selecção campeã mundial.

6- Foi bastante útil para a nossa Federação (e para a vossa também), que com os direitos televisivos angariaram dinheiro, para poder-te pagar pelo teu incómodo, para poder construir infraestruturas para os miúdos do teu país, para poder investir em academias de futebol, ou para tornar os estádios alemães mais seguros...

A nossa Federação, e vou-te contar um pequeno segredo, vai construir um campo de futebol numa pequena cidade isolada que se chama, Acquaviva.

Podias pagar o campo com alguns meses do teu salário, mas nós conseguimos o dinheiro para poder construir este estádio nessa cidade.

Não é algo mau, ou é?

7- Foi útil para um país tão grande, como um sector da vossa Allianz Arena, poder aparecer nos meios de comunicação social por uma boa razão, porque o futebol é sempre uma boa razão.

8- Foi útil para o teu jovem amigo Gnabry estrear-se e anotar um "hat-trick".

Agora, ele vai poder solicitar um novo contrato ao Werder Bremen e dobrar o seu salário.

9- Foi útil para aquelas pessoas de San Marino que estavam tristes por qualquer razão, que se lembraram que têm uma selecção nacional de futebol.

Pode acontecer-te, apesar de seres quase perfeito, que um dia vais perder alguém e vais acordar...

E isso vai chatear-te, não é verdade?

10- E, finalmente, foi útil para me deixar compreender que mesmo que tenhas o melhor equipamento da Adidas, bem lá no fundo, tu não passas de um daqueles fulanos que usa sandálias com meias brancas.

Com muito amor, Alan.".


sábado, 12 de novembro de 2016

1904 razões



Só a muita qualidade e - quantidade na qualidade - do plantel do Benfica (provavelmente, o melhor das últimas décadas) pode manter a equipa no topo da classificação com 5 pontos de vantagem sobre os dois principais rivais.

Claro que os 5 titulares fazem muita falta, claro que sentimos saudades de os ver em campo (que Deus Jonas regresse de barbalhão e fique de barbalhão até ao final da época), mas quem tem entrado tem conseguido representar com dignidade e talento o nosso clube. E isso é indiscutivelmente mérito de um treinador que, não sendo genial, tem valências diferentes que também contam para criar vitórias.

Imagine-se se o mesmo ocorresse a Porto e Sporting. Se tirarmos o equivalente no plantel dos rivais a Jardel, Grimaldo, Fejsa, Rafa e Jonas, o que sobra? Sem Marcano, Telles, Danilo, Jota e André Silva, que Porto seria? Sem Semedo, Marvin, William, Gelson e Ruiz, o Sporting só teria perdido 9 pontos?

As 24 jornadas que restam são suficientes para sabermos que estamos ainda muito longe do Tetra e Seis, mas com este plantel e o regresso esperado dos reforços de Dezembro são 1904 as razões para estarmos confiantes. Vivó Benfica!

terça-feira, 8 de novembro de 2016

O porquê de ser extraordinário o Capitão Pizzi


Minuto 92. O Benfica perde por 1-0 no Dragão, há mais dois minutos para jogar num jogo de grande importância. Herrera tenta ganhar a bola rematando contra um adversário mas a bola segue pela linha de fundo. Canto.

Com menos de 2 minutos para jogar, Pizzi não seguiu o plano habitual dos momentos de desespero. Não,  Pizzi não despachou uma bola para a área à espera que Nossa Senhora de Fátima aparecesse e a empurrasse para dentro da baliza do Porto.

Pizzi viu o golo antes dele acontecer, tal como André Horta, que veio pedir a bola e criar uma situação de 2x1 na ala - quão importante para uma equipa ter alguns jogadores com cérebros assim. Cérebros melhores, maiores, mais bonitos. Cérebros que resolvem jogos e ganham campeonatos. Cérebros que não se sujeitam aos lugares-comuns do futebol. Cérebros que pensam, cérebros que criam.

Com o toque para Horta, Pizzi conseguiu desmembrar a inicial organização defensiva do Porto. Obrigou-a a ajustar-se, favorecendo um cruzamento mais difícil de defender porque mais próximo da área e mais certeiro. Depois Horta faz simulaçāo que vai devolver para tirar o portista da jogada e cruzar. O maravilhoso pé de Horta, ouvindo a voz dos maravilhosos cérebros de Horta e Pizzi, fez o que havia a fazer: bola-satélite para a cabeça de Lisandro. Golo.

Os jogadores que fazem a diferença neste lindo jogo que nos apaixona, muitas vezes aqueles que são desprezados porque o que fazem não é tão facilmente compreendido, são jogadores que fascinam pela forma como aproximam sempre, em cada gesto, a equipa do golo. Jogadores que não fazem o óbvio - "Cruza, pá, só temos um minuto, que merda de passezinho para o Horta é esse?" - jogadores que sabem que no primeiro ou no último minuto de jogo há uma forma de chegar mais facilmente ao golo: usando o cérebro.

E depois agarram-se à camisola, beijam o símbolo, gritam para a bancada azul: "Isto é o Benfica!" com a braçadeira de capitão no braço. Glorioso Capitão Pizzi.

 http://www.vsports.pt/vod/32989/m/262881/vsports/76a04eb8edd9742413a2a74e1854e889

domingo, 6 de novembro de 2016

Águia Vitória



É importante perceber que até agora a equipa com o Vitória não tem conseguido impor-se nos jogos com os rivais (por várias razões que podemos depois discutir nos comentários). São 6 jogos - 5 derrotas e 1 vitória. Destas 5 derrotas, 1 foi imerecida - a do jogo com o Porto na Luz, em que produzimos o suficiente não só para ganhar mas para golear. Por outro lado, a única vitória em 6 jogos foi com o Sporting em Alvalade, num  jogo em que o adversário nos foi superior.

Acho que está na altura de Vitória afirmar-se também nos jogos grandes. Apesar das lesões,  acredito que esse dia chegou. Um 0-1 para o Benfica com golo de Pizzi de fora da área aos 92 minutos. Abre as asas e voa, Águia Vitória.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Rui Miguel Tovar, o Ontem vi-te no Estádio da Luz do Sporting

"confirmo, sim. como não alinho neste revisionismo [passar de 18 para 22 títulos], abdico do meu nome na 2ª edição do almanaque"


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O nosso 36 será um grande 31 para eles



O facto de Porto e Sporting não se calarem com as arbitragens, atribuindo ao Benfica o Grande Benefício apesar de no único jogo que não ganhámos termos sido prejudicados pela arbitragem (perdendo aí 2 pontos), é um óptimo sinal. Mau seria se estivessem tentando resolver os vários problemas internos por que ambos passam. Mau seria se estivessem lúcidos e focados como estão a nossa equipa técnica e os nossos jogadores.

Para eles, um verdadeiro 31. Para nós, o Glorioso 36.

A importância das substituições num jogo de futebol



- Mas do que é que este gajo está à espera para meter o Chico Timóteo?

ouve-se no Piso 3 do Estádio da Luz, no primeiro Anel no Dragão, num pelado em Peniche ou num tasco em dia de jogo. Geralmente o Chico Timóteo é um tipo "para jogar lá na frente, a prender os centrais" e que talvez "numa bola alta resolva o jogo". Porque, quando precisamos de um golo, é clarinho que "é preciso meter a carne toda no assador".

Este conceito futebolístico é muito mais importante para aliviar as nervoseiras dos adeptos do que propriamente para melhorar alguma coisa no jogo. As substituições, podendo ter importância em alguns momentos, estão longe de ser uma prioridade para os bons treinadores. Há até quem, cansado de tanta lamúria e só para manter a equipa focada no jogo sem ouvir assobios da bancada, lance um jogador de características semelhantes lá para dentro. Só naquela de "esgotar as substituições", que é outro conceito muito do gosto do povo em delírio.

Na verdade, não há qualquer obrigatoriedade de esgotar substituições só por esgotar substituições. A equipa pode estar a entrar nos últimos 10 minutos do jogo e a precisar de um ou dois golos e não haver necessidade de substituir ninguém - basta que esteja a cumprir as ideias do seu treinador. Não é por se  tirar um jogador e se meter outro no lugar do primeiro que necessariamente a equipa passa a jogar melhor. Até pode acontecer, e acontece várias vezes, um treinador fazer as três substituições e a produção da equipa piorar ou não fazer nenhuma e a equipa, mantendo o seu estilo de jogo, conseguir marcar nos últimos minutos.

Para o treinador, as substituições servem um propósito - se ele não existir, não vale a pena substituir por substituir. Por vezes, faz sentido criar novas dificuldades ao adversário colocando um novo jogador; noutras faz mais sentido continuar a criar dificuldades mantendo em campo os mesmos 11 (há uma razão para terem sido escolhidos para aquele jogo aqueles 11 e não outros). Para o treinador, as substituições podem servir muito mais para outras coisas - como manter uma rotatividade no plantel, fazer descansar os mais utilizados, testar um plano para o próximo jogo, gastar tempo, dar minutos a putos da formação, motivar com aplausos um jogador que tenha feito um grande exibição - do que propriamente para, em todos os jogos, mudar o radicalmente jogo nos últimos minutos à procura de não sei quê.

É evidente que pode haver algo estudado para situações-limite contra equipas de características muito específicas em que se opte por um jogo mais directo (Rui Jorge tem feito alguns testes no fim dos jogos da Selecção que são muito curiosos) mas geralmente a equipa mais facilmente chegará ao golo se continuar a cumprir o plano previsto, ensaiado e desenvolvido ao longo da época do que se, de repente, passar a lançar bolas para a molhada e rezar a Nossa Senhora de Fátima que uma finalmente encontre um momento de fortuna. Se fosse mais fácil marcar golos em constantes morteiros para a área as grandes equipas passariam a jogar assim logo a partir do primeiro minuto ou logo depois do intervalo. O que, naturalmente, também irritaria a populaça, vociferando imediatamente da bancada para o relvado: "tu deves pensar que esta merda é o INATEL!"


terça-feira, 25 de outubro de 2016

O clube mais eclético do Mundo



O ecletismo não é só variedade, é também capacidade competitiva. Não basta criar uma equipa de sueca para jogar aos Domingos na sala da associação do bairro e chamar-lhe ecletismo.

Um clube verdadeiramente eclético é aquele que mantém no topo várias equipas de vários desportos sempre ao mais alto nível. Nesse sentido, poucos clubes no mundo o são. Se olharmos para os 100 maiores clubes europeus com equipas de futebol reconhecidas e competitivas, teremos muito poucos que consigam manter 15/20 modalidades nas quais lutem constantemente por títulos nacionais e internacionais. Lembro-me de repente de 4: Porto, Sporting e Barcelona. É possível que existam mais. Um ou dois mais, no máximo.

Depois é preciso perceber que tipo de competitividade têm nas modalidades mais mediáticas de pavilhão: andebol, basquetebol, hóquei em patins, voleibol, futsal. Aqui, Porto e Sporting perdem por só terem algumas ou por só serem competitivos em algumas. O Benfica ganha recorrentemente nacional e internacionalmente títulos em todas elas. Mais nenhum clube europeu ou mundial o faz.

Por fim, o histórico atletismo. Os 3 portugueses têm tradição, o Sporting com melhor performance no geral, mas é muito rica a História do Benfica em várias das especialidades, além dos contributos essenciais para as performances olímpicas de vários atletas nacionais. Além deste, são dezenas e dezenas de  outros desportos praticados pelos nossos atletas que seria fastidioso elencá-los todos.

Nenhum dos outros 3 clubes aqui mencionados chega perto da dimensão verdadeiramente plural, ecléctica e desportiva do Glorioso. É por isso importante continuar a desenvolver a qualidade em todas as nossas modalidades e a criar as bases para uma campanha que vise espalhar a mensagem por todo o lado: Sport Lisboa e Benfica, o clube mais eclético do Mundo.



sexta-feira, 21 de outubro de 2016

O ESTÁDIO DOS ADEPTOS - João Noronha, Belenenses



O João Noronha é um adepto do Belenenses que entrevistámos uma vez que o clube de Belém será o próximo adversário do Benfica. Primeiro, uma pequena apresentação que o João faz da sua relação com o seu clube; depois, a entrevista. Aproveitamos para agradecer a simpatia e disponibilidade do João.

"A minha história com o Belenenses começa tarde e por um mero acaso. Aliás, venho de uma família de grandes e decentes Sportinguistas.

Eu fui nadador do Sport Algés e Dafundo muitos anos (até aos meus 13/14 anos) e quando desisti de competir e de ter 2 treinos diários, etc. procurei uma actividade desportiva mais próxima de casa e sem qualquer pressão competitiva. Como cresci junto ao estádio do Restelo e, à semelhança de quase toda a gente da zona, tinha desenvolvido um carinho especial pelo clube, foi natural procurar no Belenenses a actividade desportiva que queria.

Fui ginasta uns tempos. Naquela altura os miúdos atletas do clube eram também, por vezes, os apanha-bolas nos jogos de futebol. E foi assim que comecei a ir ao estádio do Restelo com muita regularidade. Assistia a todos os jogos em casa. Vi grandes jogos, grandes jogadores e excelentes treinadores. Via diariamente no café e mercearia os meus vizinhos Marinho Peres e Mladenov, sempre muito simpáticos e disponíveis. E foi assim que eu escolhi ser adepto do CF "Os Belenenses". Sócio e adepto! Infelizmente hoje não consigo ver os jogos por causa do "Cantinho Lusitano", o meu restaurante. Mas confesso que tenho quase sempre o telefone comigo com uma página com os resultados dos jogos em directo."

O Belenenses está actualmente em 8° lugar, numa posição confortável. Quais
são as tuas expectativas para esta época? É possível sonhar com um lugar
europeu?
Será manter-se numa posição confortável no meio da tabela. Não temos plantel
para mais, neste momento. Um lugar europeu, apesar de ser sempre possível,
não seria desejável com um plantel tão curto e sem recursos financeiros para
o aumentar em quantidade e qualidade. Obrigar-nos-ia a começar a época mais
cedo e, possivelmente, estourar fisicamente com possíveis penalizações no
campeonato nacional.

Qual a tua opinião sobre o Presidente do Belenenses? Está a fazer um bom
trabalho ou preferias uma pessoa com outro tipo de perfil?
O Presidente da SAD, será? Assumo que, tratando-se da equipa de futebol
profissional estejamos a falar do dono da SAD. Apesar de, aparentemente, ter
retirado pressão financeira com pagamentos, ajustamentos e acordos de
pagamento a cumprir não me parece um tipo sério nem adepto do clube. Este
tipo esteve associado a negócios menos claros com o Sócrates, é adepto
confesso do Porto e tem negócios particulares com o Vieira que,
aparentemente, interferem com a sua função de Presidente da SAD do
Belenenses. Consta que a inibição nos jogos com o Benfica do Miguel Rosa e
Deyverson foram favores pessoais pagos ao Vieira. Por outro lado, e aqui não
sei bem de quem será a culpa, a direcção do Clube e SAD estão de costas
voltadas com claro prejuízo para toda a estrutura do CF "os Belenenses". Não
há sócios, não há assistência e há lutas sobre de quem é a responsabilidade
de manutenção do estádio/relvado

Há cerca de 3 semanas houve uma mudança de treinador. Achas que foi a
solução correcta? Qual é a tua opinião sobre o antigo e o actual técnicos?
Bom , aparentemente o Julio Velásquez saiu porque teve uma proposta para
regressar ao futebol espanhol. A solução que se encontrou foi o Quim
Machado. Péssima escolha. Deverá ser um dos treinadores com piore rácio
jogos-vitórias. Tem a mentalidade típica de treinador português de equipas
secundárias. Vamos (e espero estar enganado) apresentar um futebol chato,
defensivo e sem alma. O espanhol, quando chegou, tentou colocar o Belenenses
a jogar de forma mais aberta, assumindo os jogos sempre que possível e com
as limitações que o plantel apresentava Mas não era mau. Merecíamos melhor,
mas as limitações financeiras não nos deixam ter muitas opções.

Qual é o maior rival do Belenenses, aquele em que a maior parte dos adeptos
fala mais?
É difícil responder. Historicamente o rival seria o Atlético, embora muitos
adeptos não gostem que se diga isto por considerarem que deveríamos ombrear
com Sporting e Benfica.
Actualmente, creio que o clube que maior tensão coloca nos adeptos será o
Boavista. Sempre que há jogos entre os dois a tensão é maior e há sempre a
possibilidade de algumas escaramuças.

Quantos sócios tem actualmente o Belenenses?
Não sei ao certo o número mas, deverá ter cerca de 30.000 sócios registados.
No entanto o que se fala é que apenas cerca de 3.000 são pagantes. Situação
muito preocupante em termos financeiros. Desde que se fecharam as piscinas o
número de sócios desceu de forma clara. Anteriormente, mesmo que muitos dos
sócios não fossem adeptos do clube eram pagantes para poderem usufruir das
instalações desportivas o que nos daria uma maior folga financeira.

Tendo em conta o facto de Benfica e Sporting serem da mesma cidade que o teu
clube (o que naturalmente apela a muitas pessoas), que tipo de medidas
poderiam ser eficazes na angariação de mais adeptos e sócios?
Creio que enquanto a qualidade se mantiver fraca será complicado ter muitas
mais pessoas a apoiar a equipa. No entanto, em relação a sócios, mesmo que
não assistam aos jogos, deveriam repensar o papel da instituição na zona a
nível desportivo. Trata-se da maior instituição desportiva num raio muito
largo. Com um número significativo de modalidades. Com história importante
em algumas (Futebol, andebol e, claro, Rugby). Têm que se aproximar das
escolas, dos bairros. Tentar apoiar o desporto local para que, no futuro, os
miúdos façam parte da família Belenenses. Quase com o pensar num
renascimento do clube.

Será possível ao Belenenses voltar a ser campeão nacional?
Não me parece. As diferenças financeiras para os 3 grandes são abismais.
Mesmo para Braga são demasiado grandes. Só se fosse um acaso da vida.

Que tipo de relação têm os adeptos do Belenenses com o Benfica? Há
rivalidade ou há uma forma tranquila de olhar para o vizinho de Lisboa?
Não têm grande relação. Não gostam mas, creio, não odeiam. Criticam de igual
forma que criticam o Sporting e Porto. Houve, no passado, algumas tensões em
jogos. Especialmente quando ainda permitiam que qualquer sócio (adepto do
clube ou não) tivesse entrada gratuita nos jogos. Em jogos com o Benfica
aconteceram alguns desacatos naturais. Previsíveis para qualquer pessoas
menos para quem organizava os jogos. Enfim, passado. Mas não creio que seja
tensa a relação. Apenas não são amigos e queixam-se das diferenças dos
apoios dados pela autarquia.

Se pudesses mudar alguma coisa no futebol português, que medida seria
prioritária?
Se fosse possível, tornar a arbitragem mais próxima, senão igual, à do
Rugby. Apenas o capitão de equipa fala com o árbitro e tudo (sem filtro) o
que for dito pelos árbitros é ouvido pelos espectadores no estádio em pelas
transmissões televisivas. As suspeitas de eventuais corrupções e favores a
clubes consomem demasiado o futebol. Mas isto não seria possível apenas num
país, portanto...

Acho que as negociações de patrocínios deveriam ser feitas pela Liga para
todos os clubes. Creio que seria mais transparente e vantajoso para todos.
Mesmo os grandes.

Qual é a melhor equipa do Campeonato?
Difícil. Creio que tanto o Sporting quanto o Benfica têm os melhores
plantéis. Mas, já respondendo à pergunta seguinte, creio que como equipa o
Sporting é melhor. Comparando os dois na máxima força, creio que o Sporting
é mais sólido.

E o melhor treinador?
Jorge Jesus sem sobra de dúvida. Treinador, não pessoa.

Quais os 3 melhores jogadores?
Tão difícil...
Gelson Martins, William, Jonas, Pizzi, Cervi, Bryan Ruiz, Rafa, Oliver
Torres, Brahimi. Todos excelentes.
Se tiver que escolher apenas 3: Gelson, William e Jonas. Mas custa deixar o
Pizzi de fora dos 3.

No Domingo haverá dérbi entre Belenenses e Benfica. Prognóstico?
Sonho com uma vitória do Belenenses por 1-0.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Discutamos o Benfica dos Relvados

Ederson
Lindelof
Grimaldo
Fejsa
Pizzi
Mitroglou

Esta é a base de uma grande equipa.

Com o regresso do Jonas e a afirmação do Rafa isto fica ainda mais bonito.

Adoro o Horta mas não como o 8 num meio-campo a 2. Vejo-o como um talento que para crescer em rotação na direita com o Pizzi.

O Semedo é mais talentoso e tem mais rasgo. O Almeida traz mais estabilidade e solidez à nossa equipa. Para a titularidade aposto no segundo.

A 8 tenho enormes expectativas no Danilo. Pode ser aquilo que precisamos. Quero vê-lo a titular na Luz contra o Paços.

A maior dúvida está no parceiro do Lindelof.

O Luisão já atingiu o pico e cada ano que passa vai-se afastando mais desse momento de forma. É, contudo, o nosso maior líder em campo, o nosso central mais experiente, com maior maturidade e melhor percepção da organização defensiva da equipa. Em entrega ao jogo não fica atrás do Jardel.

O Jardel é o que menos combina com o Lindelof. É um exemplo de raça, querer e entrega. Melhorou muito e deixou de ser aquele central medíocre de há poucos anos. É bom para o contexto nacional mas um perigo com a bola nos pés.

O Lisandro já foi a minha primeira aposta para jogar com o Lindelof mas não tem crescido com a velocidade que eu esperava. Com a bola é uma delicia. Sem a bola frequentemente se precipita na abordagem aos lances e num central de topo isso não pode acontecer.

Entre Luisão e Lisandro acho que iria pelo capitão e obrigava o Lisandro a lutar por recuperar a titularidade.

Júlio César, Samaris, Cervi e Guedes também merecem destaque.

Trazem benfiquismo, talento e qualidade às nossas opções.

O Samaris está a ser injustiçado esta época.
Do Cervi espero muito. Qualidade técnica e rapidez fenomenal. Não é um génio mas é um talento.
O Guedes mexe com um jogo. Nunca vai ser craque, não tem genialidade mas tem muita qualidade. Mais solto e mais confiante está a ser e vai continuar a ser muito importante.

O Carrilo está a pagar pela opção que fez há um ano no Sporting. Está ele e estamos nós. Qualidade sem rentabilidade.

O Salvio vinha a decair antes de se lesionar. Já 100% recuperado desse calvário está longe de ser aquilo que já foi.

O Zivkovic tem ainda tudo para mostrar. Duvido que esta época chegue realmente a apresentar-se.

O Celis é uma piada de muito mau gosto.

O José Gomes entusiasma-me. Espero que não seja automaticamente encostado à B devido ao retorno do Jiménez.

Gosto muito do manager Rui Vitória mas o treinador ainda não me convenceu. Falta-lhe sal. O nosso futebol tem muito pouco conteúdo, é muito politicamente correcto, exactamente como as suas conferências de imprensa e entrevistas. Falta sumo.

A equipa é o reflexo do treinador.

Está tudo muito bem trabalhado menos os processos de jogo, principalmente os processos defensivos que são onde há maior influência de um treinador.

Temos de defender menos e melhor.

Gosto do Rui Vitória, estamos melhor com ele do que estávamos antes, respiramos melhor, somos mais Benfica, mas tecnicamente ainda não me convenceu. Ainda há muito Guimarães neste Benfica.

Este ano temos um plantel de sonho. Umas pequenas afinações e seria uma construção perfeita desta equipa.

Que seja um plantel de sonho para uma época de sonho.