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sábado, 21 de abril de 2012

Foi muito bom (pena o muito mau)

Diz Jesus no final do jogo, em direcção às críticas que o questionavam sobre opções discutíveis ao longo da época, que a mudança de um jogador não faz um conceito. Tem razão, claro, a menos que o conceito esteja errado. E esteve, Jorge, o conceito esteve sempre totalmente errado. Aliás, o facto de, num jogo fundamental como o de hoje, teres prescindido dos teus homens-referência - como Emerson, Javi, Gaitán e Rodrigo - pode dizer muito do que és como treinador: muito bom ao nível do treino, da estratégia e da facilidade com que transmites à tua equipa o que queres, mas péssimo na gestão dos recursos, horrível no equilíbrio emocional da equipa, destruidor no discurso.

O Benfica hoje entrou com três excelentes jogadores que não foram, ao longo de uma época inteira, soluções viáveis para o treinador do Benfica. Dois deles - Capdevila e Saviola - dançaram entre o banco e os assentos aquecidos e o outro, apesar do início e da qualidade que gritava por vida, um elemento de recurso. Ora, Capdevila - se em comparação com Emerson - e Saviola - se em comparação com qualquer avançado do Benfica - não são recursos nem sequer opções a título esporádico. São evidências, sempre foram. Jesus tê-los deixado em lume brando é culpa de Jorge e de mais ninguém. 

E, de repente, Jorge decide que é tempo de mudança. Contra o Marítimo, a quatro jornadas do fim, Jorge decide que é tempo. Não vos estranha tudo isto? Possivelmente sou eu que vejo coisas, imagino outras, invento, vocifero, dramatizo. É de certeza isto: dramatizo. Ou então Jorge, com os colhões no cepo, decide meter os melhores jogadores do Benfica. Mas não.

É que, após uma lição de bola de Capdevila, Nolito e Saviola na primeira parte, Jorge não estava satisfeito. E então convinha dar impaciência aos que estavam no estádio. A equipa entra mal, sofre, mama um golo, pode mamar mais e o que faz Jesus, o Jorge? Saca Aimar (bem, já que não estava em condições; mal, porque se não em condições simplesmente não entrava) e Saviola (péssimo, porque perde o único gajo no Benfica - saindo Aimar - que sabe verdadeiramente o que é ver a bola para além das costuras). Mete Javi. E o resultado é: Javi e Matic, dois gajos nas alas e dois avançados. Depois tem sorte: Rodrigo marca um golo (que Saviola tinha marcado da mesma maneira, a passe de - oh! - Nolito). Génio! E, como é óbvio, veio falar disso na conferência de imprensa. Afinal, é o mestre da táctica e não só, o homem da "nota artística", que refere em frente aos jornalistas.

O que ficou por dizer neste jogo foi que Artur salvou quatro lances de golo evidente. E disso nem Jesus falou - apesar de Roberto ter sido uma grande aposta sua, defendido pelo mister até ao limite o ano passado-, nem ninguém admitiu a coisa. E depois o resultado é 4-1; quem pode, afinal, discordar de toda esta dinâmica ofensiva?

Nos entretantos, as claques cantavam contra o Vieira (acordaram agora) "O Benfica é nosso" e o povo estava feliz. A democracia é uma coisa tão bonita, não é?