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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Negócio Garay - Bcool explica

Acerca do negócio Garay e, confirmando-se os 6 MEuros pela totalidade do passe, aqui fica o ponto de vista contabilístico:

- o Benfica adquiriu 50% do passe por 5,5 MEuros, o contrato celebrado foi de 4 anos, pelo que a amortização anual seria de 1,375 MEuros.

- ao fim de cerca de 3 meses (29-9-2011), em que o valor líquido do passe estava contabilizado no balanço por 5,156 Meuros, o Benfica vendeu ao BSF, 10% do passe (0,516 Meuros) por 1,175 Meuros originando uma mais valia de 0,659 Meuros, passando o valor em Balanço para 4,641 Meuros

- o valor em Balanço ao dia de hoje seria aproximadamente de 1,2375 MEuros, pelo que ao receber 2,4 MEuros (40% de 6 MEuros), o Benfica obtém uma mais-valia de 1,1625 MEuros
- a mais-valia total para o Benfica seria pois de 1,822 MEuros
- o Valor Líquido no balanço do BSF ao dia de hoje seria de 3,1333 Meuros, pelo que os 10% corresponderiam a 0,313 Meuros. Devido ao Benfica ter vendido por 6MEuros, o BSF teria uma mais-valia de 0,287 Meuros.

Esta é a argumentação que qualquer defensor deste negócio pode usar, ou seja, tanto Benfica como BSF tiveram mais-valias de respectivamente 1,822 e 0,287 MEuros.

A única falácia desta argumentação é que ignora os custos das amortizações acumuladas do Benfica de 3,747 MEuros, superior em 1,925 MEuros às mais-valias e do BSF 0,862 MEuros também superiores às mais-valias em 0,575 MEuros.

Embora possa ser vendido como um negócio que gerou mais-valias, a verdade é que os custos associados às amortizações originaram prejuízos tanto nas contas do Benfica como do BSF.

Bcool


Comentário ao texto do especialista: das duas uma, ou o Benfica vende ao Zenit um Gaitán por 35 ou 40 milhões de euros em Julho e aí se comprova que o Benfica trilha os caminhos de falta de seriedade em que o Porto é mestre, ou apenas é um negócio ruinoso e que mostra falta de capacidade de quem gere.

Em resumo, e confirmando-se os 6 milhões pela totalidade do passe do Garay, os dirigentes do Benfica mostram ou falta de honestidade ou falta de competência. Aguardemos os próximos episódios.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

DESTAQUES DAS CONTAS A 30 DE SETEMBRO DE 2013

- O Passivo Bancário aumentou 39 milhões de euros face a 30 de Setembro de 2012 (para quem diz que o Benfica está à beira da insolvência, parece que os bancos não concordam);

- Os salários cresceram cerca de 2 milhões no trimestre o que implicou um aumento dos gastos com pessoal de 3 milhões;

- A opção (forçada ou não?) por não alienar jogadores importantes e por proceder à renovação de contratos (só a renovação de Matic custou 4 milhões), implicou o crescimento de salários o que originou um desequilíbrio estrutural ao nível da exploração operacional, o que são notícias muito negativas;

- À excepção do aumento das receitas televisivas, quase todas as outras receitas mostram quedas (ligeira melhoria do "corporate"), incluindo a bilheteira, apesar de mais um jogo disputado para a Liga;

- A renovação dos contratos de patrocínio não implicou o aumento das verbas recebidas, o que contraria todas as renovações levadas a cabo pelos grandes (e menos grandes) clubes internacionais seja a nível de patrocínio técnico (Adidas) seja a níveis dos patrocinadores das camisolas/bancadas (PT, Centralcer) o que revela uma profunda incompetência de quem gere os destinos da Benfica SAD;

- Aliado à incapacidade de aumentar as receitas de patrocínios, o Benfica perdeu a oportunidade de alienar os "naming rights" do Estádio da Luz no início, ou antes do início, duma época em que o estádio vai albergar a Final da "Champions" e portanto estará debaixo dos holofotes e com uma exposição acima do normal, ou seja, perdeu-se a oportunidade de negociar os "naming rights" em alta, sendo que qualquer negociação futura implicará sempre o recebimento de verbas inferiores ao que se poderia receber.

- O aumento das receitas de transmissão televisiva implicou o aumento das despesas de funcionamento, pelo que muito dificilmente os proveitos líquidos da opção BTV conseguirão chegar ao nível da proposta da Olivedesportos (esperemos por ver o impacto a metade do exercício para melhor se aferir dos resultados).

Resumindo, sinais muito preocupantes quanto ao nível da nossa gestão...


Bcool

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

2013/14 - O futuro é o passado ?

Definições: Orçamento - documento onde estão indicadas as previsões para a próxima época/ano Relatório & Contas - documento onde estão descritas as incidências da época que cessa/anterior

Ao consultar o site do SLB, quando procuramos saber o que o clube projecta para a época de 2013/14, carregando no link do orçamento, encontramos o relatório e contas da época anterior (2012/13). Será lapso, será intencional ? Será que o futuro é igual ao passado ?

Atenção, estamos a falar do SLB e não da SLB SAD, porque os documentos dessa sociedade só os descobrimos muito tempo depois do final dos períodos analisados, isto sem contar que os orçamentos são algo de desconhecido, se calhar não o serão para os accionistas, mas será que os sócios que são os maiores accionistas da sad não merecem saber ? E os investidores em geral, porque motivo não sabem eles o que a sociedade se propõe fazer nos tempos mais próximos ? Ou será que aquando do próximo empréstimo obrigacionista, sim em princípio será já em Dezembro, será emitido um novo documento a fazer um ponto de situação ?

Pelos vistos continua a política de falta de informação.

Já agora que falamos da SAD, deixo umas questões sobre o BSF:

- Visto que foram "vendidas" ao BSF percentagens dos passes de André Gomes, Filip Djuricic, Rodrigo Moreno e Miralem Sulejmani, valorizados aproximadamente em 4M, 10 M, 15 M e 5M respectivamente, os valores das percentagens alienadas foram recebidos ou só para compensar as menos-valias associadas às alienações dos passes de David Simão, Felipe Menezes, Leandro Pimenta, Nolito, Miguel Vítor e Roderick ? É que contratualmente o risco estava do lado do BSF, mas dado que as rescisões partiram por iniciativa da SLB SAD, seria interessante que a Administração da Sad esclarecesse este assunto.

- Porque raio o Bruno César se manteve na carteira do BSF até Junho de 2013 se saíu em Janeiro ?

- Os 120.000 euros pagos ao BSF pelo Schaffer, querem dizer que a SLB SAD recebeu 300.000 pela alienação do seu passe, ou apenas que foi o custo que a SLB SAD suportou para rescindir ? Se foi a segunda opção, quais os valores suportados pelas alienações acima referidos ?

Já vão longas estas reflexões "chatas" sobre contas, assunto que pouco importa à generalidade dos adeptos, excepto na altura de aprovar ou chumbar R&C e orçamentos. Quanto aos putativos candidatos, seria mais interessante ver que estão despertos para estes assuntos, pois assim não o sendo, como podem ser considerados alternativos ao poder vigente que (des)governa o clube e a sad ?


Bcool

quinta-feira, 25 de abril de 2013

O Ontem na Turquia

Estaremos representados pelo Bcool, mais um abutre entre os 5 abutres que vivem neste blogue. Bcool insultará decentemente os jogadores do Benfica; puxará, orgulhoso, pelo assobio durante 90 minutos na esperança de ver o Cardozo falhar golos, o Matic perder bolas, o Artur fazer frangos. A demência desta gente é tal que chega ao ponto de percorrer o país e o mundo atrás da equipa do Benfica à espera de uma derrota que finalmente nos faça a todos, abutres da pior espécie, felizes. 

Ao Bcool, aquele abraço abutriano. Insulta muito os nossos, companheiro.

domingo, 8 de abril de 2012

Verdades inconvenientes

«Agradeço desde já ao Ricardo a possibilidade que me deu para ser insultado a propósito do post sobre os assuntos financeiros que visava ser um alerta para uma realidade que queiramos, já não vivemos no tempo dos jogadores com amor à camisola, tanto mais que vêem que os que nos dizem que nos amam não tiveram qualquer pejo em recusar contratos melhores para sairem do Benfica (Rui Costa, David Luiz, Fábio Coentrão, etc...) ou estão todos (ou quase) os anos a exigir melhoramentos contratuais como compensação para não saírem (Luisão, Cardozo), sendo que apenas um ou dois profissionais têm mostrado verdadeira vontade de continuar (Javi Garcia e Maxi Pereira), apesar de concerteza serem cobiçados por emblenas com capacidade para lhes oferecer melhores contratos.
 
Perguntavam-me no outro dia se a financeira era a política ou se a política era a financeira. A política é a política, a financeira é um instrumento da política, uma ferramenta, mas também uma condicionante. A estratégia deve ser sempre com base na política, mas a parte financeira será o que permitirá operacionalizar a estratégia, que todos queremos que seja de crescimento e sucesso desportivo, não a qualquer preço, mas com ética. no entanto, independentemente de questões estruturais de planeamento, há algumas questões-base, verdades adquiridas, que convém questionar.
 
Devo dizer que neste momento não estou em Portugal, porque isso ajudará a contextualizar algumas das verdades inconvenientes que a seguir direi:
 
1-Estaremos transformados no Sporting ? Será que somos um clube de vitórias morais ? É que ao ler o blog na ressaca do jogo foi essa a sensação com que fiquei. Inclusivamente de comentadores que normalmente revelam uma capacidade de análise bastante esclarecida.
Li barbaridades do género que era um orgulho a exibição de raça dos jogadores. Orgulho ? Eu não senti qualquer orgulho, acho que profissionais de futebol que disputam os quartos-de-final da Champions, que têm sobre si os olhos de todos os clubes, obviamente irão dar o máximo de si em prol da equipa.
A atitude que os jogadores tiveram é a normal para qualquer profissional que quer melhorar a sua situação profissional, aliás é o mínimo que se lhes deve exigir tendo em conta os principescos vencimentos.
De certeza que os adeptos do Apoel também sentiram orgulho nos 2 golos apontados no Barnabéu, mas porra, já descemos o nosso nível de exigência ao acharmos que os jogadores fazerem aquilo que se esperaria deles em todos os jogos, e não só os que têm mais visibilidade como este, é motivo de orgulho e satisfação.
Lamento, mas eu não dou para esse peditório.
Mais ainda quem contribuiu para a situação de inferioridade numérica e no resultado ? Quem apanhou amarelos desnecessários ou fez um penalty escusado ?
 
2-A real dimensão/expressão do Benfica é sem dúvida muito menor que a constantemente vendida. 14 milhões ? Porque não 20 ? Ou 100 ?
Não quero discutir números, porque não os tenho. Quero alertar para o facto de o Benfica poder ser conhecido pelo que fez no passado e portanto ser mais conhecido por uma faxia etária mais elevada, mas os últimos 20 anos têm vindo a alterar a relação de forças com os do norte por muito que não gostemos dessa realidade ou a queiramos ignorar.
A verdade é que enquanto eles conquistaram a Champions e 2 Ligas Europa, o que é que nós conquistámos ? Nada, tivémos duas presenças meritórias na Champions (quartos-de-final) e na Liga Europa (meias-finais e quartos-de-final). A verdade é que somos cada vez menos relevantes internacionalmente, com excepção dos nossos emigrantes.
O mundo é das estrelas e dos vencedores.
Mesmo no Brasil, o jogo Chelsea-Benfica teve muito menos impacto que o Real Madrid-Apoel, eliminatória que já estava decidida desde a 1.ª mão. É fácil ver brasileiros com camisolas do Real Madrid ou do Barcelona, eventualmente do Man United ou mesmo do LOLK, mas do Benfica nem vê-las.
Aliás, para conhecer o Benfica quase que é necessário que os brasileiros tenham ido a Portugal, caso contrário até conhecem o Benfica, mas consideram-no como um "timinho".
 
3-Declarações para português ver. Numa ânsia de mostrar protagonismo, visto que a equipa não o conseguiu mostrar, LFV tratou de fazer declarações "duras" sobre a arbitragem do jogo com o Chelsea.
Sinceramente, essas declarações pouco impacto tiveram em termos internacionais, foram as declarações para o povo benfiquista ver que os nossos dirigentes não dormem, mas a verdade é que a arbitragem nem foi particularmente focada nas análises ao jogo, sobre o penalty e a expulsão que tanto indignaram os benfiquistas, não restam dúvidas, ninguém as considerou desadequadas, pelo contrário, o maior relevo foi o confronto Chelsea-Barcelona (4.º em 10 anos de Champions), a mais ou menos esperada vitória do Chelsea e a boa luta do Benfica que com 10 homens criou a incerteza na eliminatória porque o Chelsea desperdiçou várias oportunidades.
As declarações para orgãos de comunicação nacionais e as suas análises pouco relevam no contexto internacional. Somos um país periférico, com pouca importância.
 
4-Falta de Liderança. é inquestionável. O Ricardo já várias vezes abordou a questão da deficiente liderança do LFV e do Jesus.
Mas mais que isso, não temos liderança em campo. Aliás até temos, mas muitas vezes os líderes pecam pelo seu mau exemplo.
A expulsão de Maxi, ou os muitos cartões de Javi, são um mau exemplo. A experiência de Aimar não se traduz em aceitar as decisões dos árbitros, mas antes em contestá-los, criando condições para ser condicionado.
Mas não é só a nível disciplinar que falta liderança. O exemplo de sacrifício no jogo do Chelsea é exaltado porque aquilo que deveria ser a norma em todos os jogos, foi uma excepção.
Muitas foram as exibições patéticas com falta de empenho, garra, esforço que redundaram em exibições menos conseguidas na 1.ª volta do campeonato e em perdas de pontos abstrusas na 2.ª volta, depois de termos todas as condições para sermos campeões.
Muitas são as saraivadas de critícas a Gaitan por esse comportamento. Não nego que sejam merecidas, mas uma equipa não faz exibições paupérrimas só por causa de 1 jogador ou por causa das más opções técnicas. Falta quem mande 2 berros em campo e ponha a equipa em sentido a correr atrás da bola quando não a temos e sem bola quando a temos.
Não podem guardar as forças só para quando há emissários internacionais a ver, como o caso dos jogos com o Chelsea, com o Porto, com o Braga e muito provavelmente no jogo a disputar com o Sporting.
Para ser campeão tem que se lutar em todos os jogos, ter atitude, pois a diferença qualitativa virá ao de cima se o empenho fôr pelo menos o mesmo que o dos adversários.
 
E só sendo campeão muitas vezes se começa a ganhar um estatuto internacional, desde que épocas europeias como a presente sejam a regra e não a excepção.
O Benfica só pode crescer se internacionalmente a marca crescer e este desenvolvimento está necessariamente ligado ao desempenho/sucesso desportivo.
Para que haja sucesso, tem que haver uma cultura de exigência permanente, em que ninguém pode estar acima da crítica. Penso que todos apreciamos Maxi e Javi, mas na ausência de Luisão, eu esperava um pouco mais deles, acima de tudo mais cabeça, pois sei que não lhes falta alma, nem nada se lhes pode apontar em termos de dedicação, mas a dedicação não chega.» 

Bcool

(o facto de o texto estar subjugado a aspas e ter um nome no final em letras grandes quer dizer que o texto não é meu, mas da pessoa que assina com o nome que está no final, depois das aspas - isto não devia ser preciso, mas pelos vistos é)

quinta-feira, 29 de março de 2012

Reerguer o Benfica

«Nada como uma derrota para alertar as consciências que nem tudo vai bem.
O Futebol Português é hoje por hoje uma mentira.
Não, não me interessa falar de arbitragens, deixo isso para os arautos do benfiquismo militante.
A mim interessa-me algo mais estruturante e do qual depende o futuro do futebol.
 
A norte o êxito desportivo mascara o total desgoverno económico-financeiro. Não, não falo da questão de terem apresentado cerca de 9 milhões de euros de prejuízo no 1.º semestre, isso é a consequência, do verdadeiro problema. Para terem uma noção correcta do desvario, dos 40.000.000 euros do Falcão, para a SAD apenas sobrou metade, sendo que do apêndice Micael que dizem ter custado cerca de 5.000.000 euros (dado não confirmado), não houve influxo relevante, basicamente saíu por cerca de 500.000 euros.
Aliás é admitida pela própria SAD que a actividade é permanentemente deficitária e como tal só a venda de jogadores pode colmatar a gestão desportiva. O desplante é tal que admitem que no fim do ano estavam com cerca de 6.500.000 euros de remunerações e prémios em atraso. A dívida ao Standard Liége só pode ser paga após a venda de 1/3 dos passes do Defour e do Mangala a um fundo por um valor inferior ao preço de custo. Mas chega de falar do que se passa a norte, pois continuam a ter vitórias, mesmo com gravatas a treinador.
 
A norte da 2.ª Circular vive uma SAD completamente ligada à máquina. Se os sócios do clube tivessem uma ideia do descalabro que se passa na SAD, haveria concerteza uma revolução. Que a SAD está em falência técnica, já todos sabem, pois essa condição foi assumida pelos dirigentes. Mas pior que isso, este semestre, fruto dum investimento sem paralelo na equipa desportiva, os resultados foram colossalmente maus, cerca de 19 milhões de euros de prejuízo.
Ao contrário da sociedade do norte, esta sociedade acha que tem que equilibrar o resultado operacional excluindo a transacção de jogadores, o que é um bom princípio, porém a exiguidade de receitas, o facto de essas receitas servirem essencialmente como garantia dos empréstimos bancários (situação razoavelmente comum ás sociedades desportivas), a cedência dos atletas a fundos a preços iguais, ligeiramente superiores ou até mesmo inferiores aos preços de custo, leva a valorização dos atletas pouco valor venha no futuro acrescentar à sociedade. Em resumo, falidos e sem resultados desportivos, a menos que exista um grande influxo de um qualquer investidor que compre os passivos bancários, por muito que sigam uma terapêutica correcta, no momento actual de crise do país e sem uma onda mobilizadora, a tendência será para ver o descalabro.
 
Falemos então do que nos interessa, a Benfica SAD. é bom não ter dúvidas que o domínio do futebol português, mais do que por jogadas manhosas, vai ser conseguido pela sociedade que consiga ter maior capacidade financeira e não da que continuar a apostar em maningâncias. Portanto é essencial perceber se aquilo que é normalmente reconhecido a LFV e seus pares é verdade ou não, isto é, se o Benfica está em boas condições financeiras.
 
A verdade é que não.
 
A SAD do Benfica está com capitais próprios muito baixos. é verdade que já não estamos na situação miserável que nos encontrávamos a 30/06/2011, virtualmente à beira da falência técnica.
Imaginem que abriam uma empresa com 11.500 euros e depois de vários anos já só tinham 800 euros, isto depois de terem tido 1.500 euros a 30-9 e 250 euros a 30-6. é essa a situação do Benfica se multiplicarem 10.000.
O nível de capitais próprios é ainda muito baixo e resulta  essencialmente do lucro de 8 milhões de euros no 1.º semestre, no entanto se fôr comparado com o lucro de 15 milhões que a sociedade teve no 1.º trimestre, rapidamente chegamos à conclusão que houve um prejuízo de 7 milhões no 2.º trimestre.
 
A explicação é lógica, no 1.º trimestre houve a venda do passe de Fábio Coentrão, no 2.º não houve nenhuma transacção.
 
Perguntam-se vocês como é possível perder tanto dinheiro em apenas 3 meses ? Ainda por cima, quando ouvimos falar que o Resultado Operacional excluindo transacções de passes de atletas foi positivo no 1.º semestre, mas não é só excluindo transacções, é Resultado operacional excluindo transacções e depreciações de passes de atletas (ROETD).
Portanto se estes forem os resultados analisados temos que:
 
1.º Trim. - ROETD + 5,2 milhões de euros
2.º Trim. - ROETD + 2,2 milhões de euros
 
No entanto, este negócio implica que sejam contabilizadas as depreciações de passes de atletas.
Vamos imaginar que um atleta é contratado por 6 milhões de euros com um contrato de 5 anos.
Imaginemos por exemplo que um jogador cumpre os 5 anos de contrato e sai sem qualquer compensação para a SAD.
Então, temos um activo que no momento da compra vale 6 milhões mas que durante 5 anos se vai depreciando até chegar a 0, ou seja tem que se dividir os 6 milhões por 5 anos, o que dá 1,2 milhões de euros por ano, ou seja, 100.000 euros por mês ou 300.000 euros por trimestre (0,3 milhões euros).
Ou seja se tivermos um plantel avaliado em 96 milhões de euros, com um tempo médio de contrato de 4 anos, podemos esperar 6 milhões de euros de amortizações por trimestre.
 
Quando temos o Resultado Operacional incluindo transacções e depreciações temos que:
1.º Trim. - RO + 18,6 milhões de euros
2.º Trim. - RO - 2,6 milhões de euros
 
Depois ainda temos os Resultados Financeiros
1.º Trim. - RF - 3,6 milhões de euros
2.º Trim. - RF - 4,1 milhões de euros
 
E o IRC
1.º Trim. - IRC - 0,025 milhões de euros
2.º Trim. - IRC - 0,063 milhões de euros
 
Como nenhum clube, ou sociedade desportiva neste caso, gosta de ver partir os seus atletas a custo zero, ou abaixo dos valores pagos por eles, em princípio ao fim de um exercício (12 meses), o valor das transacções será igual ou superior às depreciações. Convém dizer que pode haver um ano ou outro que isso não aconteça, mas numa sociedade bem gerida, este valor vai no mínimo equivaler se olharmos para um período de 5 anos. Daqui sai, que o equilíbrio financeiro deve vir da actividade operacional e não das transacções de jogadores, ao contrário do advogado a norte. É verdade que os custos de financiamento são cada vez maiores, por isso, além da actividade operacional, o negócio dos jogadores deve pelo menos compensar os resultados financeiros cronicamente negativos.
 
Mas afinal de contas, o que é o Resultado Operacional excluindo transacções e depreciações de passes de jogadores ?
 
Em primeiro lugar temos os Proveitos Operacionais, isto é, as receitas da actividade geral.
 
Vamos olhar para os grandes grupos para entender mais facilmente adoptando a terminologia da Delloite, mas com uma diferença, separando a componente do desempenho desportivo das restantes receitas de televisão, isto é os prémios das competições da UEFA.
Matchday - inclui todas as receitas de bilheteira sejam elas de jogos individuais ou de carácter anual, independentemente de dizerem respeito a cativos individuais ou empresariais, aluguer de espaço e quotização
Comerciais - Patrocínios, publicidade e merchandising
Televisão - Receitas das transmissões televisivas das ligas nacionais e de particulares
Prémios de competições - prémios da UEFA e cachets de particulares
 
No 1.º semestre o Benfica teve cerca de 50 M€ repartidos 42% nas receitas de Matchday, 21% de Comercial, 9 % de Televisão e 28 % de Prémios de competições.
 
Quanto aos rivais do norte o valor deles foi de 35 M€ enquanto da 2.ª Circular os nossos vizinhos apresentaram um valor de 20 M€.
No entanto é preciso ter consciência que tirando o valor da Liga dos Campeões, isto é se porventura estivéssemos na Liga Europa, teríamos cerca de 10 M€ a menos de receitas. Quer isto dizer, que além de garantir o acesso à  Liga dos Campeões, é fundamental assegurar a passagem aos quartos de final, caso contrário a nossa receita diminui cerca de 5 a 7 M€.
 
Hoje em dia, a receita da Olivedesportos representa cerca de 10 % das nossas receitas.
No Porto esse valor sobe para 17 % enquanto que no Sporting quase que chega aos 30 %.
Aliás segundo o estudo da Católica para o Liga Portuguesa, o peso das receitas de televisão excluindo as transferências representa cerca de 32 %.
Em França esse valor representa cerca de 66 %, em Itália 60%, em Inglaterra 51%, em Espanha 45 % e na Alemanha 36 %.
Connvém referir que os valores destes mercados são muito superiores aos da Liga Portuguesa, pois o mercado de televisão da Alemanha, o mais reduzido dos mercados em causa, é 9,5 vezes maior que o Português.
Voltando à nossa realidade, os contratos anuais de Porto e Sporting com a PPTV, atingem cerca de 11 Milhões de Euros, por contrapartida com o nosso que apenas chega aos 7,5 Milhões de Euros. Qualquer novo contrato apenas terá validade para a época desportiva 2013/2014 e não para a 2012/13, onde o contrato em vigor implicará 7,5 Milhões de Euros.
Tendo em conta a nossa dimensão, qualquer contrato abaixo dos 25 Milhões de Euros é claramente um valor insuficiente, mas a realidade da sporttv, com o número de assinantes em queda e com a proibição por parte da AdC de cobrar um valor fixo aos pequenos operadores para poderem retransmitir os conteúdos premium, irá contribuir para o abaixamento das receitas. Ao contrário do muitas vezes propalado, não acredito na teoria dos 200 Milhões de Euros de facturação, duvidando inclusivé que essa cifra ultrapasse os 120 Milhões de Euros, pelo que duvido que o valor a oferecer o Benfica ultrapasse os 15 Milhões de Euros.
 
Em segundo lugar, devemos então olhar aos Custos Operacionais.
 
Olhemos então às grandes Rubricas que compõem os custos operacionais:
-Fornecimentos e Serviços Externos - as despesas inerentes aos serviços/produtos prestados/fornecidos por entidades externas às sociedades para levar a cabo as actividades, nomeadamente despesas de organização de jogos, manuttenção de infra-estruturas, scouting, deslocações e estadas, limpeza, segurança, água e electricidade, publicidade, etc.
-Custos com o Pessoal - ordenados, prémios de desempenho e de assinatura, encargos com segurança social e seguros de jogadores, técnicos e dirigentes 
-Amortizações excluindo depreciações de passes - normalmente associadas aos equipamentos e no caso do Benfica, há uma significativa diferença entre o valor consolidado e o valor individual, pois as amortizações do Estádio, dos Pavilhões, Piscinas, Galeria Comercial e do Centro de Estágios têm um peso grande ao invés do que se passa nos nossos rivais
-Provisões e Imparidades excluindo passes de atletas - valores associados a disputas judiciais, cobranças duvidosas ou perdas de valor que não as dos passes dos jogadores
-Outros Custos Operacionais - o que não está incluído nos anteriores, e este valor varia de sociedade para sociedade, pois se no caso Benfica diz essencialmente respeito a impostos indirectos e indemnizações acordadas no decurso de processos judiciais, no caso Sporting inclui despesas de prospecção e no caso do Porto perdas com a recompra do passe do Moutinho, enfim é um saco onde cabe aquilo que não queremos contabilizar noutras rubricas
 
Analisemos o caso do Benfica para o 1.º Semestre da época 2011/12:
-FSE                   11,9 Milhões de Euros
-Pessoal             25,6 Milhões de Euros
-Amortizações      4,4 Milhões de Euros
-Provisões           -0,4 Milhões de Euros
-Outros Custos     1,1 Milhões de Euros
Total                   42,7 Milhões de Euros (diferenças explicadas pelos arredondamentos)
 
Ou seja, dos Proveitos Operacionais, cerca de 50 % são gastos em Custos com o Pessoal para pagar a 2 Administradores (DSO e RC que recebem cerca de 20.000 euros por mês cada um), 67 atletas (não inclui o Djaló), 14 técnicos, 10 funcionários de apoio técnico e 78 administrativos.
Convém referir que nem Porto (21,8) nem Sporting (19,3) gastam tanto em pessoal como o Benfica, o que deveria ser assunto de reflexão.
É verdade que as renovações implicam sempre subidas de salários, em especial dos jogadores que têm tido desempenhos desportivos relevantes. É verdade que em termos de remunerações variáveis, com o acesso à fase de grupos da Champions e posterior acesso aos 1/8 de final, o Benfica pagou quase 4 milhões de euros em prémios.
 
Penso no entanto que acima de tudo será de contestar a permanência de quase 70 atletas sob contrato.
Sob a capa da criação da equipa B se justifica um elevado número de atletas sob contrato, e nesse objectivo terão sido investidos cerca de 10 Milhões de Euros no 1.º semestre, no entanto a generalidade desses atletas não está ainda sob contrato, pelo que se somarão aos actuais 68.
Na verdade a 30/6/2011 eram 70, actualmente serão 68, mas quantos serão no início da próxima época desportiva ?
O plantel profissional do Benfica é constituído por 25 a 28 jogadores, a que se somarão um número idêntico para a equipa B (embora considere que tal não faz sentido se se pretender aproveitar esta equipa para garantir a transição em competição dos júniores), ou seja no máximo com uma equipa B se justificariam 50  a 55 atletas mais uns 5 a 10 emprestados que não joguem na equipa B, ou seja, no máximo 55 a 65 atletas tendo já a equipa B em funcionamento.
No entanto actualmente e só com uma equipa já temos 68 atletas sob contrato pelo que se fizermos uma extrapolação para a altura da equipa B poderemos pensar que o Benfica terá cerca de 90 a 100 atletas sob contrato.
 
Em tempos de crise será isto aceitável ? Eu digo que não, digo que existe uma gestão muito deficiente/ineficiente em termos de recursos humanos através da qual se compra em palette para tentar aproveitar 1 ou 2 jogadores por cada 20 que se compram. Para que não exista o argumento que as aquisições dependem dos treinadores aqui fica uma lista de emprestados, não estão todos pois no RC só se listam os principais jogadores do Benfica:
 
Airton Santos
Alan Kardec
Alípio Brandão
Carlos Martins
David Simão
Daniel Wass
Éder Luís
Elvis
Enzo Perez
Fábio Faria
Felipe Menezes
Filipe Bastos
Franco Jara
Ishmael Yartey
Jan Oblak
Jonathan Urretaviscaya
José Luiz Fernandez
Jose Shaffer
Leandro Pimenta
Leo Kanu
Lionel Carole
Melgarejo
Roderick Miranda
Ruben Amorim
Sidnei
 
Convém referir que da lista, a SAD do Benfica recebeu mais de 15 Milhões de Euros do Benfica Stars Fund. Caso os passes dos jogadores não sejam alienados pelos valores de referência aos quais foram vendidos ao Fundo, o Benfica irá suportar as correspondentes perdas, pois o Fundo tem políticas de risco que o colocam a coberto desses riscos.
As estes 25 atletas podemos somar para a próxima época os 5 internacionais sub-17 uruguaios adquiridos aquando da renovação de Maxi Pereira, mais 3 jogadores que estão a jogar no Leiria - Copetti, Barkroth e Djanini, e ainda Fidelio que foi contratado ao Huelva para resolver a questão do pagamento do Carlos Martins, enfim um manancial de atletas dos quais muitos não têm a qualidade, a mentalidade ou a capacidade para jogar no Benfica.
 
Ainda a propósito do Fundo, convém referir que desde 1 de Janeiro de 2012, por obrigação para com o Fundo que o Benfica tem no mercado os seguintes atletas:
 
Ishmael Yartey
Jose Shaffer
Leandro Pimenta
Miguel Vítor
 
Quanto ao Ruben Amorim, só não está nas mesmas condições que estes atletas pois renovou até 2014.
 
É certo que há apostas que acabam por não dar certo, mas não é admissível continuar a contratar sem critério, muito menos a manter emprestados atletas que custaram vários milhões de euros - Airton, Alan Kardec, Carlos Martins, Éder Luis, Enzo Perez, Felipe Menezes, Franco Jara e Sidnei (este conjunto de jogadores implicou um investimento de cerca de 25 milhões de euros!!!).
 
Se é certo que se pode ser rigoroso na questão dos fornecimentos e serviços externos, pois representam cerca de 24 % dos custos operacionais excluindo passes de jogadores, o essencial é ter uma política/gestão de recursos humanos adequada à nossa realidade e é através das melhorias nessa área que se garantirá o futuro.
 
Falando dos mais de 10 milhões de euros investidos na aquisição de activos para a Equipa B. Para quem perceba menos de contabilidade, esses 10 milhões não foram um custo. À semelhança de quando uma empresa adquire uma viatura não é um custo, mas antes a aquisição dum activo, os custos são suportados com a amortização dos activos adquiridos.
Para melhor exemplificar, vamos por absurdo admitir que esses atletas assinaram todos um contrato de 5 anos anos.
Então vamos dividir os 10 milhões por 5 anos e temos que o Benfica terá um custo anual de 2 milhões com as amortizações dos passes.
Se entretanto um desses jogadores cujo passe custou por exemplo 2 milhões de euros e portanto tem uma amortização anual de 400.000 euros (200.000 por semestre), é vendido transferido após 2 épocas por 5 milhões, então temos que o Benfica terá um proveito de 5 milhões ao qual deve ser deduzido o valor do passe neste caso 1,2 milhões de euros (2 milhões menos os 800.000 relativos a 2 amortizações anuais), ou seja tem um proveito líquido na transacção de 3,8 milhões de euros.
 
O importante conforme acima ficou salientado é que todos os anos os clubes têm custos enormes com as amortizações dos plantéis (os custos serão tanto maiores quanto a valia dos atletas) e que esses custos deverão ser compensados pelas transacções.
 
No 1.º Semestre de 2011/2012 o Benfica teve:
Proveitos com a transacção de atletas     +23,0 Milhões de Euros
Amortizações e perdas de imparidades    -14,4 Milhões de Euros
Resultado com passes dos jogadores        +8,6 Milhões de Euros
 
No caso dos nossos rivais temos que os do norte tiveram um resultado positivo de 3,7 Milhões de Euros e os rivais da 2.ª Circular um resultado negativo de 7,3 Milhões de euros.
Para se perceber da importância desta parcela como factor compensador da gestão deficitária na época anterior, no final do 1.º semestre os valores  FCP 17,0 e SCP 10,5. No nosso caso não era tão relevante, pois tivémos um resultado negativo de 0,2, que deriva essencialmente do facto de apenas ter sido transaccionado o passe do Di Maria nesse período.
Deste modo, e visto que não houve nenhuma transferência em Janeiro, a menos que tal aconteça antes de 30 de Junho de 2012, é previsível que no final do exercício o resultado seja negativo em quase 6 Milhões.
 
A questão das imparidades tem essencialmente a ver com lesões ou castigos graves, péssimas temporadas desportivas ou quaisquer outros factos que nos levem a acreditar que o valor do passe do jogador descresceu significativamente. A prudência aconselha ainda a considerar a diminuição do valor do passe ao saber-se por exemplo que um jogador não está disponível para ser transferido ou renovar o contrato.
 
Se os Resultados Operacionais são importantes, não nos podemos esquecer dos Resultados Financeiros que dependem essencialmente da estrutura de financiamento de uma sociedade. Tendo em conta o enorme endividamento bancário associado a gestões ruinosas que causaram a criação de dívidas, bem como dos financiamentos relacionados com a construção dos Estádios e dos Centros de Estágio.
Essa situação é particularmente mais relevante no caso do Benfica dada a internalização da Benfica Estádio na Benfica SAD e a assumpção dos custos que corriam por conta quer do Benfica clube quer da Benfica Estádio.
 
Para se ter uma ideia, o Benfica actualmente tem 260 Milhões de Euros de Passivo Oneroso, dos quais se destacam 121,9 Milhões de Euros em Empréstimos Obrigacionistas / Papel Comercial que se vencem nos finais de 2012 - 54, 2013 - 43 e 2014 - 25. Tendo em conta, que não é previsível um desinvestimento na equipa de futebol tão grande que implique o abatimento desses valores é previsível o lançamento de novos empréstimos/papel comercial por alturas dos vencimentos dos actuais.
Convém referir que o valor dos empréstimos obrigacionistas (90 Milhões de euros) não é convertível em acções pelo que não implicará mudança na estrutura da sociedade, ao contrário de outras sociedades.
O facto de efectuar grande transferências que não são pagas de imediato - Real Madrid e Chelsea, o Benfica opta por descontar os valores junto da Banca, pelo que 37,4 Milhões de Euros correspondem a valores avançados que serão liquidados com o pagamento das referidas entidades, pelo que o único risco associado é o não pagamento atempado, não correspondendo a dívidas da sociedade mas antes a dívidas por conta de recebimentos futuros. Se por um lado não é previsível um grande risco nestes valores, por outro lado é previsível que futuras vendas de valores elevados venham a implicar pelo menos a manutenção destes valores para já não dizer mesmo o seu acréscimo, com o correspondente aumento de encargos.
 
No 1.º Semestre de 2011/12 o Benfica teve um resultado financeiro negativo de -7,7 Milhões de Euros inerentes ao aumento dos spreads e ao aumento do passivo oneroso. Este valor foi muito superior aos nossos rivais, FCP -3,8 e SCP -1,7. No entanto, tal acontece, à semelhança das amortizações de imobilizado, devido ao impacto das infra-estruturas não estar reflectido nas contas dessas SADs e consequentes financiamentos.
 
Um factor muito importante na condução das sociedades é a sua estrutura accionista. Outro é a titularidade das obrigações bancárias.
No primeiro caso convém referir o seguinte, o Sr. Joaquim Oliveira é accionista qualificado nas três SADs com as seguintes participações, SLB 2,66% (valor nominal +- 3 Milhões de Euros), FCP 10,01% (valor nominal +- 7,5 Milhões de Euros), SCP 5,47% (valor nominal +- 2 Milhões de Euros). Além disso no caso do clube do norte o irmão do Sr. Joaquim Oliveira, António Oliveira detém 11,01 % (valor nominal +- 8,25 Milhões de Euros). De referir ainda a participação da Somague que detém 3,65 % no SLB e 18,79% no FCP. A particularidade da SAD do Sporting é ter 47,9 Milhões de Euros em VMOC que no momento da sua conversão assegurarão a maioria do capital na Sociedade caso as mesmas sejam adquiridas por um investidor único, pois são superiores ao actual capital social de 39 Milhões de Euros.
 
Player importante é o BES que detém 7,97% (valor nominal +- 9 Milhões de Euros) da Benfica SAD sendo ainda credora de financiamentos no valor de 30,8 milhões de euros, bem como membro do sindicato bancário responsável pelo project finance do estádio cujos empréstimos atingiam os 72,5 milhões de euros. Convém realçar que uma das garantias do project finance é o contrato entre a SLB SAD e a Olivedesportos assinado em 2003, razão pela qual não é previsível uma não-renovação do contrato. No SCP o BES tem financiamentos de 10,8 milhões de euros, bem como e, em sindicato com o o BCP 47,8 Milhões de Euros. No caso do FCP não revelam quem concedeu os créditos, mas tendo em conta que também envergam os patrocínios do BES é perfeitamente natural assumir que sejam credores bancários significativos.
 
Em conclusão, o Benfica dos 3 grandes de Portugal dada a sua grande base social de apoio tem que garantir bom resultados desportivos para que estes sejam a base do equilíbrio financeiro, nomeadamente através do acesso à Liga dos Campeões e mobilização dos adeptos no apoio à equipa no Estádio e comprando o merchandising.
 
O aumento das receitas de televisão, a partir da época de 2013/2014 é imperioso e garantirá uma maior folga financeira que permita ir abatendo o passivo oneroso e reforçar a equipa. Desse modo e visto que esse contrato é garantia de um dos empréstimos do project finance, não é crível que a Btv seja uma alternativa à Olivedesportos, pois não me parece que BES ou BCP estejam interessados em perder 7,5 Milhões Anuais por troca de um projectoque comporta riscos elevados e que no curto prazo não terá cash-flows positivos dessa dimensão. Para a Btv ser alternativa à Olivedesportos, muito provavelmente o Benfica teria que dar passes de jogadores como garantias em substituição da manutenção do contrato com o referido operador.
 
Porém, muito do reforço financeiro, poderia ser alcançado caso existisse uma gestão de recursos humanos muito mais criteriosa do que a existente actualmente com a consequente diminuição dos atletas sob contrato.
Mais do que contratar bem, deveria o Benfica procurar vender bem a maioria dos jogadores que estão emprestados, ou pelo menos menorizar as perdas nas vendas, pois a continuação de negócios tipo Makukula ou Yebda, Airton, Alan Kardec ou Éder Luis,  Jara ou Pérez, são altamente danosos e com um impacto significativo ao nível dos resultados económico-financeiros. O mesmo se aplica a jogadores como Schafer ou José Luis Fernandez, Leo Kanu ou Elvis, que não correspondendo a investimento muito elevados não têm capacidade para jogar no Benfica. Um terceiro caso são os negócios tipo Elkeson ou Halliche que apesar de terem sido bem sucedidos, representam apenas o ter dinheiro investido em jogadores que nunca vão jogar no Benfica, ou seja investimentos financeiros e numa altura de crise de crédito não me parece ser prudente efectuar esse tipo de investimentos.
 
Em termos estratégicos, a internacionalização da Marca Benfica é fundamental, numa primeira fase junto das comunidades emigrantes na Europa, na América e em África e numa segunda fase junto dos mercados emergentes é o passo a seguir pois tal implica necessariamente a expansão do mercado televisivo e consequente aumento das receitas, o aumento das vendas do merchandising, bem como o acesso a patrocinadores com maior capacidade financeira que aumentassem as nossas receitas comerciais.
 
Mas a Marca Benfica só se consegue internacionalizar individualmente se a equipa conseguir grandes desempenhos nas competições europeias (acesso a finais e meias-finais) numa base regular. Caso contrário, a aposta passará pela internacionalização da Liga Portuguesa e nomeadamente dos jogos clássicos, sendo que para tal é fundamental assegurar uma estratégia conjunta em especial com os rivais mas também com os demais clubes da Liga. As movimentações do actual presidente dizendo querer pôr em causa o monopólio da Olivedesportos é algo a seguir com atenção, se bem que o historial passado leva a crer que essas ideias não serão levadas à prática.» 

Bcool

segunda-feira, 5 de março de 2012

Oh não, mais um texto sobre Emerson

Recebemos um texto do Bcool. Bem sei que o finalista vencido em princípio não tinha direito a publicar no blogue mas, por uma questão de justiça - já que a final foi rasgadinha - e porque o assunto merece reflexão (mais ainda), decidimos conceder-lhe este bónus. Por isso já sabem: insultos é favor dirigirem-se ao rapaz e não a qualquer membro deste blogue. Obrigado.


«O jogador esforçado
 
A qualidade dos plantéis do Benfica melhorou muito face a um passado não muito recente, pelo que o grau de exigência aumentou significativamente, ou seja, é com dificuldade que aceitamos gajos como o Luis Filipe, esforçado, bom profissional, não cria problemas de balneário, mas manifestamente um pé de chumbo, ou um gajo com tijolos nos pés, ele que na sua juventude era um 10 prometedor.
 
Seja como fôr, Luis Filipe nunca recolheu as preferências do Tribunal da Luz, porque independentemente dos seus predicados, ao pé de jogadores como Aimar, di Maria, Gaitán, Saviola, Coentrão, Javi, David Luiz, Ramires, Cardozo. Luisão, Salvio, Maxi Pereira, enfim era sempre uma segunda escolha, assim como o foram Airton, Kardec, Éder Luis, César Peixoto, Ruben Amorim, independentemente de jogarem sempre que o Benfica necessitava da sua participação.
 
Felizmente que este ano entraram jogadores como Artur, Garay, Witsel, Rodrigo, Nolito, Nelson Oliveira, Bruno César e Matic, sendo que apesar destes 3 últimos terem mais dificuldades em se afirmarem, têm também qualidades óbvias que poderão ser aproveitadas e potenciadas pelo treinador.
 
Há quem diga que também Emerson se deve incluir neste rol por ser um jogador esforçado, humilde, bom profissional, persistente, que não levanta problemas, com boa capacidade física (ao invés do Capdevilla que apesar da qualidade óbvia continua a apresentar limitações físicas) e um jogador certinho. Eu só não concordo com esta apreciação de certinho, porque são muitas as falhas durante os jogos, independentemente das consequências (com Garay atrás e Javi ao meio, e mesmo com Nolito à frente, a equipa consegue anular normalmente os desequilíbrios por ele criados).
 
Ora então analisemos isso do jogador esforçado, com boa capacidade física e que não levanta problemas.
 
Uma das minhas primeiras recordações de jogadores esforçados é a de Álvaro Magalhães, a quem eu e o meu pai tratávamos por calhau. O Álvaro era um jogador esforçado, com boa capacidade física e nunca levantou problemas no balneário. Ora se Álvaro servia para o Benfica, porque razão não serve o Emerson.
 
Em primeiro lugar, o Álvaro tinha uma garra que o Emerson não tem. Em segundo, tinha uma capacidade física muito grande, fazendo piscinas atrás de piscinas. Em terceiro, jogava atrás dum predestinado, o Pequeno Genial, sendo para ele o parceiro ideal, tanto nas movimentações, como assegurando a disponibilidade física para que chalana não tivesse que defender. Aliás, com a saída do Pequeno Genial para França, o papel do Álvaro no Benfica perdeu importância tendo que disputar a sua posição com o Veloso, o Fonseca, etc.
 
Será que Emerson pode ser comparado com o Álvaro, eu acho que não, o jogador que mais se assemelha com o Álvaro é o super-Maxi.
 
Também há quem afirme que o Luisão quando chegou era um cepo sem condições para jogar no Benfica. Eu lembro-me da estreia do Luisão contra o Belenenses, no Estádio Nacional contra o Belenenses. Luisão marcou na estreia, fez o 3-1, mas infelizmente foi um dos responsáveis pelo inenarrável empate que concedemos nos descontos. Eu jogava na Liga fantástica, celebrei pelo golo do Luisão, pois eram logo 4 pontos só pelo golo e depois os 3 golos sofridos, bem como a não vitória acabaram por me fazer uma mossa terrível numa equipa com uma defesa à Benfica. Apesar das dificuldades de adaptação iniciais, Luisão pegaria de estaca na parte final do campeonato e ajudou a levar o Benfica à vitória na Taça sobre o Porto do Mourinho. No ano seguinte como titular indiscutível ao lado do Ricardo Rocha seria campeão.
 
A questão é que o Luisão trouxe algo de único para o Benfica, uma envergadura extraordinária que fez mossa nas defesas contrárias e que ajudou a evitar muitos lances de perigo, em especial nas bolas paradas. Luisão tem limitações, conhecendo-as, joga de forma fácil, utilizando os seus pontos fortes e tem melhorado em termos técnicos, nomeadamente ao nível do passe, embora continue limitado em termos de velocidade. Será que se pode comparar o actual Emerson, com o antigo Luisão?
 
Não me parece, pois o Luisão trouxe ao Benfica, algo verdadeiramente diferenciador em termos de campeonato nacional. Mais ainda, Luisão fez uma primeira metade de época com poucos jogos, na verdade, dos 34 jogos, apenas jogou em 15, dos quais 7 nas últimas jornadas. Até se adaptar ao futebol português, Luisão penou no banco e na bancada, não foi titular de caras. Luisão veio directamente do Brasil aos 22 anos, onde tinha feito a primeira metade da época, em nada se pode comparar com alguém que veio do campeão francês aos 25 anos, onde fez 5 épocas.
 
Emerson, tal como Roberto, tal como César Peixoto ou Luis Filipe é um mal amado do tribunal da Luz, porque não tem qualidade, porque com 25 anos, fará 26 na semana do Carnaval e depois de 5 épocas na Europa, o seu potencial de desenvolvimento é reduzido.
Tacticamente melhorou, pois já não carrega para cima do ala quando este deriva para dentro, abrindo o flanco ao contrário do que fazia no início do ano.
Mas Emerson é incapaz de fazer uma finta. Os seus centros são invariavelmente mal direcionados, registo que na Rússia podia ter somado a segunda assistência da época, mas por cada centro bem feito, soma 10 mal feitos (sendo benévolo).
Quando vai à frente, não tem capacidade de recuperação, aliás mesmo estando ao lado do adversário, como foi o caso do Candeias, é batido em velocidade, hipotecando o Garay ou o trinco, obrigando ao desposicionamento da defesa.
Mas pior que isso, continua tacticamente limitado, pois chegou ao cúmulo, como foi o caso do segundo golo dos russos, de ir atrás do central em vez de ir compensar. Aliás, quando sobe e vê o adversário pela frente, roda para o meio e faz péssimos passes para o trinco, levando este normalmente a perder a bola devido à pressão dos adversários.
 
Em resumo, é lento, não tem arranque, é tacticamente limitado, é tecnicamente muito limitado. É esforçado, tem resistência física, é bom profissional e não cria problemas no balneário, aguentando bem as críticas de que é alvo. Mas será que isso chega ?
O Rojas era esforçado, o Minto era esforçado, o Pembridge era esforçado, até o Bruno Basto era esforçado. Mas será que isso chega ?
É esse o vosso nível de exigência ?
 
Eu tenho a certeza que todos nós seríamos esforçados, quer pelo facto de sermos pagos a peso de ouro (quem enjeitaria o ordenado do Emerson), mas acima de tudo por estarmos a defender o Benfica. Espero que vocês tivessem a consciência, como eu tenho, que ao jogar prejudicaria o Benfica e como tal pediria para não jogar a não ser nos últimos minutos quando o jogo já estivesse resolvido.
 
Emerson, falo para ti que lês este blog. Pede ao Jesus para não jogares. Senão o fizeres e continuares com essas pobres exibições asseguro-te o seguinte, em campo, como qualquer jogador que enverga a gloriosa camisola do Sport Lisboa e Benfica, serás apoiado, mas na net, não deixarei de te criticar, de criticar o Jesus por te utilizar e de exigir da direcção que arranjem um lateral esquerdo em condições para a próxima época.»

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Resposta em post ao POC e Bcool (contratações) e um conselho à Ulricha (prémio 1x2)

1. Caríssimos POC e Bcool, como é evidente a qualquer ser pensante (e vocês se calhar não sabem disto, mas fazem parte desse grupo), ao Benfica falta mais do que lateral-esquerdo. Falta um lateral-direito que seja não só uma alternativa a Maxi mas um sério candidato ao lugar - o uruguaio divide jogos de grande qualidade com jogos aberrantes, à imagem da primeira época - e falta um central que dê garantias de qualidade - nem o puto que já não é assim tão puto Vítor nem o velho que ainda não é assim tão velho Jardel as dão. 

Ainda falta também um rompedor, um gajo que sirva menos as vontades de joguinhos pelo meio e procure outro tipo de movimentação, mais em rasgo, mais pela ala, mais nos desequilíbrios, mais a mais, mais. Conto, no entanto, que Pérez tenha retirado o antigo cérebro e no seu lugar tenha hoje um frondoso e pujante cerebelo iluminado, com vista para a lucidez e com regime de humildade completa. Mas não tenho a certeza. Fico-me só nos "ses" a ver se talvez sim.

Mas sejamos sinceros: a um dia de acabar a janela de oportunidades, a nossa preocupação máxima tem de estar guardada (até porque pedir, peça-se sempre pouco, para não cansar o dador) para a vontade em começar a jogar com 11. É que... entrar sempre com menos um cansa muito, desgasta, deixa os nossos rapazes menos capazes de ir e emendar a merda que o Nelo paulistano vai meticulosa e proficuamente fazendo pelos relvados nacionais. É este rapaz jogador para a primeira liga?, pergunto-me. É capaz. Para um Setúbal, talvez, mesmo um Nacional, a suplente. Que ele seja do Benfica e titular é, enfim, todo um mundo de novas oportunidades aí à sua frente. Teve sorte. Teve estrelinha. Não é estrela nenhuma. Não vale grande merda. Não é grande espingarda. É um cepo.

De modo que, sim, compreendo os vossos esquentamentos de adeptos fervorosos e nervosos e compenetrados e preocupados e atentos mas, permitam-me o pragmatismo que me invade pelo pânico de ver as horas indo ao encontro da fronteira mensal, já esqueci esses problemas de somenos. Estou nem aí, como diz o outro. O que eu quero é um jogador de futebol. Pode ser aquele gajo do Gil Vicente, o tal de Caiçara. 22 aninhos, talento à solta, umas 100 vezes melhor do que o rapaz dos olhos tristes. Podem começar já por aqui.

Em respeito às vossas ansiedades, já disse que tinha Salino como o verdadeiro acerto de Janeiro. Médio, lateral-direito, jogador de conjunto com qualidade. Ao meio, Dedé. Mas também esse esquecido João Real. Certo: tem 28 anos. Precisamente o que precisamos: experiência, consistência, tranquilidade. 

E agora o terror: Djaló não era mal pensado.


 2. Minha cara Ulricha, você decida-se. Se me permite, gostava de lhe dar um conselho: escolha 3 candidatos a ingressar à experiência. Os 3 vão fazer 3 posts (um cada) que serão colocados à votação dos nosso leitores. O que ganhar, fica com o mês a mandar nisto (quando eu digo "mandar" é poder escrever aqui; obviamente será corrido a vergastadas e insultos constantes à mesma). 

Escolha de entre os nossos leitores os 3 que lhe agradam mais. Mas não valem gajos consagrados e com blogues. Esses ficam lá no lugar deles e vêm aqui dizer parvoíces. Era só o que faltava que se viessem imiscuir na pornográfica página do blogger deste tasco! Logo, as suas recomendações (Constantino e Diego) estão postas de parte. 

E, já sabe: pode sempre reconsiderar, dar uma de corajosa e aceitar o prémio que ganhou. Fica ao seu critério, mas despache-se que quanto mais cedo eles chegarem mais cedo vão embora. O que é um descanso para o meu coração. Não vale recrutar o Emerson.



Pssssssst: à vossa direita, nova sondagem extremamente importante e com muita pertinência: Vieira abrirá o bigode quando? Votem em inconsciência.