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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Repetir 11/12

Há 4 anos Nelson Oliveira fez assim o golo que confirmou o Benfica nos quartos-de-final da Liga dos Campeões. O adversário era o mesmo que hoje nos calhou na rifa.


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Futebol e Benfica pelo Mundo (Parte 5)


Em terras de sua majestade o Chelsea já é rei.

Falta uma jornada para terminar a Premiership e a equipa de Ramires e Matic lidera o campeonato com 8pts de vantagem. Depois de 4 anos sem se sagrar campeão, o Chelsea conquista este ano o 5º título da sua história.
Ao campeonato junta também a conquista da Taça da Liga, tendo derrotado o Tottenham na Final.
Foi na Liga dos Campeões que as expectativas foram defraudadas. A equipa de Mourinho não foi além dos Oitavos, caindo em Stamford Bridge perante o PSG.

Esta época o Manchester City não mostrou andamento para lutar pelo título. Valeu-lhe a inconsistência do Arsenal para conseguir já ter garantido o 2º lugar.
Tal como os Blues, os Citizens e os Gunners caíram nos Oitavos da Champions. O City não aguentou o poderio do Barça e o Arsenal caiu frente ao Mónaco depois de uma derrota por 1-3 em Londres.

Arsenal e Manchester United completam o top-4 e os lugares de acesso à Champions.
A equipa de Londres deverá manter o seu lugar no pódio pois tem uma vantagem de 3pts sobre o United do Di Maria.
O Arsenal tem agora o seu foco na Final da Taça que irá disputar com o Aston Villa.

O 5º lugar, que dá acesso à Liga Europa, está a ser disputado pelo Liverpool, Tottenham e Southampton.
Os Reds têm vantagem nesta luta. A equipa do Markovic parte para a última jornada com mais 1pt que o Tottenham e mais 2pts que o Southampton.
O 5º lugar na Liga e o 3º lugar no grupo da Champions, atrás do Basileia, mostram que este Liverpool ainda tem um longo caminho a percorrer para começar a fazer jus à sua história. Além disso, a equipa de Anfield foi batida, nos penalties, pelos turcos do Besiktas logo nos 16-avos da Liga Europa.
Também o Tottenham não foi além dos 16-avos, tendo sido eliminado pela Fiorentina.
O Southampton, com a liderança do Ronald Koeman, caiu de rendimento na segunda volta do campeonato. O 5º lugar pode ser o culminar de uma época muito bem conseguida e que contou com o contributo do nosso Djuricic e principalmente do José Fonte.

Também o Everton representou Inglaterra na Liga Europa e também o Everton caiu mais cedo do que o expectável. Depois de atropelar o Young Boys, os Toffees não tiveram pedalada para Dynamo Kiev e caíram nos Oitavos.

Com o 8º lugar assegurado está o Swansea. O nosso emprestado Nelson Oliveira deu o seu contributo na época dos Swans mas este foi mais um empréstimo marcado pelas lesões.

Despromovidos estão já o QPR e o Burnley.
A lutar pela manutenção estão o Newcastle e o Hull City. Os Magpies têm a vantagem pontual (2pts) e a vantagem no calendário. Enquanto o Hull vai receber o United, o Newcastle irá receber o West Ham.

O Kun Aguero lidera a tabela dos melhores marcadores. Os seus 25 golos são seguidos pelos 20 do Kane e os 19 do Diego Costa.
De destacar as 18 assistências do Cesc Fàbregas, mais 8 que o Di Maria e o Sigurosson.
Este primeiro ano em Inglaterra não correu de feição nem ao Di Maria nem o Markovic. A uma jornada do fim o argentino leva 3 golos e o sérvio 2. Apesar das incertezas à volta do Di Maria, este consegue somar 10 passes para golo.
O N.Oliveira conseguiu estrear-se a marcar na Premier. Já o Djuricic ainda não marcou qualquer golo.

É um final de época pouco surpreendente em Inglaterra.
O Chelsea não deslumbra mas apresenta mais consistências e estofo que os seus rivais mais directos.
O City ataca cada campeonato com a força das suas finanças. É este poderio financeiro que lhe permite lutar pelo título. Falta no clube alguém que goste e perceba de futebol e que tenha liberdade para gerir o plantel sem as pressão dos cifrões.
O Arsenal continua a ser a equipa que apresenta o futebol mais atractivo da Premiership. Falta maturidade e equilíbrios no plantel para poder ser um sério candidato ao título.
O United continua à procura de recuperar da despedida ao Sir Alex Ferguson. Com Van Gaal a equipa parece estar a construir uma nova identidade com uma grande revolução no futebol da equipa de Old Trafford, a qual levou ao sacrifício de toda a primeira volta do campeonato.
O Liverpool também é um clube em fase de renovação. Procura ainda recuperar a sua identidade e a saída do Gerrard é um contratempo para este processo.
Conta com estrelas como o Coutinho, Sterling, Sturridge e Markovic mas precisa construir um melhor suporte para as elevar e se elevar.

O futebol inglês tem de encontrar uma solução para a pouco produtividade das suas equipas nas competições europeias.
A Premiership é provavelmente o campeonato europeu mais competitivo e intenso, as equipas inglesas são bem treinadas e estão recheadas de talento, mas nada disto se tem espelhado na Europa.
O desgaste na época do Boxing Day é possivelmente um dos factores responsáveis por isto.
 

No final desta época fico com algumas perguntas na cabeça:

Com um City mais motivado e um United com os processos mais trabalhados, o Chelsea tem futebol para fazer o Bicampeonato?

O Wenger tem condições para voltar a vencer com os Gunners? E capacidade?

O Nélson deverá voltar ou ficar mais um ano na Premiership?

O Markovic tem lugar no Liverpool enquanto titular?

O que está a falhar nas campanhas europeias dos clubes ingleses?


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Saídas de Janeiro


Falarei apenas sobre as saídas mais ou menos certas, uma delas já confirmada e a outra já aceite como tal, do actual plantel do Benfica, ou seja, as saídas de Nelson Oliveira e Enzo Perez.

Começando pela saída mais importante, ainda que não esteja confirmada, parece-me claro que o rotundo falhanço europeu do Benfica precipitou a saída de Enzo Perez. Ainda assim, não tenho por certo que, caso o Benfica continuasse nas provas da UEFA o Argentino se manteria no plantel. Seja como for, o facto (quase consumado) é que não contaremos com o médio para lá do que já se encontra disputado.

A importância de Enzo no plantel em geral, e no sistema e modelo de jogo de Jorge Jesus em particular é por demais conhecida e reconhecida, por isso não há muito a debater sobre o quanto nos fará falta sua capacidade para preencher espaços nos mais diversos momentos do jogo. Mais importante agora é perceber quem pode, ainda que de forma mitigada, colmatar o vazio que Enzo deixa na sua esteira. 

Olhando para os actuais disponíveis vejo três soluções que podem ser percorridas por Jorge Jesus:

1 – A mais óbvia e já algo anunciada, Pizzi: O outrora ala Português, segundo palavras do próprio treinador, tem sido trabalhado para poder assumir a posição de Enzo, ainda que, penso eu, num papel de suplente do Argentino e não tanto numa ideia de substituto. Nas poucas aparições que fez até ao momento, Pizzi tem-se demonstrado claramente capaz de assumir as funções ofensivas que JJ pretende do jogador daquela posição, mas defensivamente parece ainda estar longe do que lhe é exigível - o melhor exemplo disso é a falta de agressividade demonstrada no golo de Pardo na semana passada. 

2 - A que penso ser a preferida de JJ, Talisca: O médio Brasileiro tem perdido algum do fulgor inicial (algo que se explica muito pelo melhor conhecimento dos adversários e também por algum, e natural, desgaste físico de alguém que não teve férias), mas é e continuará a ser uma aposta muito firme e pessoal do nosso treinador. Com a entrada inevitável de Jonas para o 11 base, a manutenção de Lima no mesmo, e percebendo que Talisca cresce no jogo à medida que lhe é possível encarar o mesmo de frente, isto é, em movimentações de trás para a frente e não no inverso, revelando aqui uma grande falta de rotinas e instinto na posição de avançado, penso que JJ verá no jovem Brasileiro o melhor sucessor de Enzo, até porque é rápido, tem boa estampa física, não tem medo de assumir o jogo, possui uma excelente meia-distância e revela ainda uma forte vontade de beber tudo o que JJ lhe queira transmitir (característica muito apreciada por JJ em qualquer jogador).

3 - A menos provável, mas que eu não rejeitaria à partida, Samaris: O médio Grego tem revelado bastantes dificuldades na compreensão do que lhe é pedido por JJ na posição 6 (ou 4, usando a numeração de JJ que deriva da escola holandesa). Samaris, tal como Pizzi, tem revelado tremendas dificuldades de agressividade e posicionamento defensivo, muito por não estar habituado a um papel tão exigente ao nível posicional. É verdade que no Olimpakos já actuava como médio defensivo (como referiu JJ), mas também não é menos verdade que no clube Grego o fazia num sistema que contemplava uma dupla de médios defensivos (ou duplo pivô como agora se diz), tornando assim a função muito menos exigente do ponto de vista individual. É verdade também que Samaris, quando num sistema de dois médios recuados, era normalmente o escolhido para ser o designado box-to-box, ou seja, o elemento com maior liberdade criativa e posicional dessa dupla. Ou seja, talvez lhe assente melhor, e lhe seja de melhor compreensão, o papel de médio centro até aqui desempenhado por Enzo. O problema é a falta de quem assuma aquele que é o seu papel neste momento, sendo que, com os regressos de Amorim e Fejsa, esse problema se possa resolver e permita pensar em Samaris para uma função mais avançada de uma forma mais consistente.

Independentemente da solução que seja adoptada, não me parece que alguma tenha o sucesso de Enzo. Pode argumentar-se que se escreveu e disse o mesmo sobre a saída de Matic em Janeiro passado, é verdade. Mas não menos verdade é que eu mesmo, por essa altura, aqui escrevi que, sem embargo de ser uma perda importante, a verdadeira saída trágica naquele momento seria a de Garay e/ou de Enzo, pois para a posição 6 JJ gosta mais de alguém com o perfil de Javi ou Fejsa (mais posicionais e fortes no momento defensivo e nas bolas aereas) que propriamente Matic, ainda que este seja muito mais jogador que os outros. É tudo uma questão de encaixe nas dinâmicas e ideias colectivas do treinador. Com Enzo e a posição 8 (ou tão só médio-centro) a música é outra, pois o Argentino é/era a personificação mais que perfeita do que JJ pretende daquela posição.

Já confirmada está também a saída, por empréstimo, de Nélson Oliveira. A saída em si, e mesmo o empréstimo em geral, é algo que compreendo e até concordo, pois já se viu de forma clara e inequívoca que o jovem avançado não conta para JJ. O que não entendo é o destino da sua saída. O Swansea conta no seu plantel com avançados de créditos firmadissimos, falo de Gomis e Bony (este último chegou a ser muito cobiçado por JJ para reforçar o Benfica), logo, não vejo que o Nelson Oliveira possa ter minutos de jogo assinaláveis de forma tranquila. É certo que Bony estará ausente do clube enquanto disputar a CAN, mas essa ausência é muito restrita no tempo.

Mais uma vez acho que o Benfica escolhe mal os clubes onde coloca os seus jogadores que, segundo o presidente, quer ver evoluir ao ponto de se afirmarem no clube. Lá para Maio, caso as coisas corram de forma normal, será fácil dizer que Nelson Oliveira falhou mais um empréstimo, esquecendo-se toda a gente que o clube escolhido estava longe de ser o melhor.

Já o disse por mais de uma vez, se queremos emprestar um jogador para que ele possa evoluir favoravelmente e tenha minutos de jogo, esse empréstimo deve ser guiado tendo em conta os planteis dos clubes interessados e os treinadores que os dirigem, caso contrário, em vez de ajudarmos o jogador a evoluir, estaremos apenas a cavar-lhe a sepultura. Este empréstimo é muito semelhante ao que o Benfica fez ao Deportivo, ou seja, um clube média/pequena dimensão de uma liga superior à Portuguesa, mas com o lugar de avançado claramente preenchido.

O exemplo do sucedido com Bruno Gaspar, na presente temporada, deveria ser muito mais vezes seguido, mas infelizmente este é apenas a excepção e não a regra.

Começou a Festa de Janeiro

Tenho muita pena com a saída do Nélson.
Precisa de jogar e acredito que podia jogar neste plantel esta época.

Se não era para jogar então o melhor para ele era mesmo sair.

Swansea? Espero que tenha sido um empréstimo muito bem estudado e não só para despachar.


Ps: Ontem em viagem ouvi na RR que o Enzo está acordado com o Valência e que não se vai mais treinar com o plantel do Benfica. Dizia a noticia que o jogador iria dia 29 a Valência fazer os exames médicos e que o acordo seria de 25M mais 5M em objectivos.


http://www.record.xl.pt/Futebol/Nacional/1a_liga/Benfica/interior.aspx?content_id=921725

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Um jogo revelador



O jogo de despedida da UEFA foi revelador, desde logo, da pobreza da prestação europeia do Benfica, ou seja, as segundas linhas mais o bebe Tiago, conseguiram empatar e dominar um jogo frente ao adversário mais forte do grupo, ainda que não tenha apresentado o seu 11 habitual. Por aqui se tem de perceber o quão diferente esta campanha europeia deveria ter sido. Vá lá que Jorge Jesus demonstrou um discurso mais consciente da dimensão do falhanço.

O jogo de ontem foi ainda revelador no que diz respeito ao bom trabalho de sombra que JJ tem feito com Pizzi. O novo projecto de JJ demonstrou ontem pernas para andar com uma exibição de bom nível – sobretudo na primeira parte – dando alguma esperança para aquilo que pode ser a posição 8 depois da saída de Enzo, se esta ocorrer mesmo em Janeiro.

Ontem foi ainda revelado um pouco mais de Cristante. Antes do jogo com os Alemães na primeira volta desta fase de grupos, escrevi que o médio Italiano podia ser uma arma importante num jogo que pediria mutações de flanco e passes em profundidade rápidos e ainda numa primeira fase de construção. Nessa altura, muitos dos que leram pensaram com certeza: “este gajo está maluco ou não percebe nada disto”. Compreendo que assim seja, o facto é que Cristante, nos jogos da taça e no jogo de ontem, tem-se revelado, quanto a mim, no médio com melhor capacidade de passe a média/longa distancia, diria que nem Enzo tem o grau de eficácia de Cristante nesse aspecto do jogo. Na altura salvaguardei a questão defensiva, porque ainda não tinha visto jogar no Benfica e muito menos via os treinos. É também um facto que nesse jogo o Italiano foi desastroso nessa vertente, não obstante não deixa de ser menos verdade que tem melhorado a olhos vistos e o jogo de ontem foi revelador disso mesmo. Forte na antecipação e contundente no choque, aliados a um bom posicionamento. Há ali muito por onde crescer e JJ fará de Cristante o próximo médio defensivo do Benfica, não tenho duvidas.

Ontem também foi revelada a tremenda falta de qualidade de Tiago bebe. Fosse o futebol uma prova de velocidade com condução de um objecto redondo sem obstáculos e Tiago seria um atleta top, mas como o futebol é uma modalidade que compreende mais 10 colegas e 11 adversários, contemplando assim a capacidade de decisão, Tiago não passa de um bebe no meio de gente graúda (ainda gostava de ver uma equipa cujos extremos fossem Capel e Tiago). Porém, não deixa de ser algo revelador o forte empenho de JJ em incentivar e aplaudir o jogador, mesmo que tome a decisão mais absurda do mundo. Mas pode ter sido apenas impressão minha, veremos. E pensar que gastamos dinheiro em Tiago ao mesmo tempo que mandamos embora Bernardo Silva ou Ivan Cavaleiro…

Este jogo revela também muito do que é a formação do Benfica e o seu enquadramento no plantel principal. Nem num jogo com as características do de ontem foi possível ver Nelson Oliveira por mais de 15/20 minutos, mesmo com um Lima absolutamente desastrado em quase tudo o que fez. Porém, nesses mesmos minutos, foi ainda possível perceber o potencial físico e técnico do jogador, mas olhando para o tempo de utilização do plantel, ainda teremos de ver Jara com mais tempo de jogo que o avançado Português por muito e longo tempo, ainda que espere estar engando.

Esses minutos revelaram ainda que a maioria dos adeptos desconhecia Nelson Oliveira, porque o que fez ontem, já antes o havia feito no mundial sub20 ou no empréstimo ao Rennes (que muitos insistem em dizer ter sido mal aproveitado pelo jogador). Por essa net fora já vi muitos pedidos de mais minutos para o jovem e outros tantos escritos de erro de avaliação que haviam feito do avançado. De facto, criticavam quem pedia mais para o Nelson, mas nem sabiam muito bem porquê.

Depois há João Teixeira que entrou, lutou e tentou brilhar, mas não conseguiu. O jovem da equipa B entra em campo para os últimos minutos do jogo com a noção de que tem de conquistar este mundo e o outro naqueles minutos se quiser ter alguma hipótese no futuro, ou seja, o jovem da formação sabe que tem de fazer muito mais e em muito menos tempo que os outros se realmente quiser ter oportunidades sérias. Mas esse sentimento tolda-lhe o discernimento e, normalmente, acaba por fazer tudo mal ou, na melhor das hipóteses (tal como aconteceu ontem), faz quase tudo bem menos a parte mais importante: a decisão. Corre, luta, ganha, limpa o adversário e… tenta brilhar ao nível lendário, quando deveria apenas dar sequência ao lance com um passe. O problema da formação do Benfica não é a falta de qualidade, é sim a falta de continuidade.

Do jogo de ontem sobram ainda as revelações de Lima e Derley. O primeiro revela um nível de ansiedade tal que já nem o trabalho de “sapa” lhe sai bem. Se até aqui víamos um Lima que não marcava, mas que dava a marcar, fosse por assistências directas, fosse por movimentações que abriam espaços, ontem nem isso vimos em Lima, talvez uns tempos de banco lhe possam fazer bem, regressando com adversários mais acessíveis. Do ex-Maritimo sobram pormenores de qualidade enquanto 1º avançado, isto é, não será no chamado papel 9.5 em que JJ o utilizou no início de época que Derley se pode revelar útil, pelo contrário, é e será entre os centrais que o Brasileiro poderá dar o melhor de si à equipa, funcionando como um verdadeiro pivô ofensivo. Pode não marcar muito, mas faz passes e combinações simples que abrem muito e bom espaço para os colegas vindos de traz poderem finalizar

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Foi um sonho bom



Desde sempre, e não me perguntem porquê, fui um defensor da formação do Benfica. Desde pequeno que espero por ver mais um Rui Costa surgir no Benfica. Não, não procuro clones técnicos, antes desejo ver nascer e crescer um novo jogador que se possa dizer, “este é dos nossos, é benfiquista até às entranhas”. Acreditem, adoraria voltar a ver “um dos nossos” a alcançar o topo do clube e do futebol internacional. Ver “um dos nossos” ser idolatrado e ser referência para tantos miúdos como Rui Costa havia sido para mim. Ver “um dos nossos” ajudar a criar Benfiquistas como Toni e Rui Costa fizeram comigo.

Já foram muitos os “meninos” de quem esperei ver encarnado (em todas as vertentes) o tal. Mas de tantos, foram outras tantas desilusões.

Primeiro foi Moreira (que até era José e gr como eu): Fiquei triste quando Enke decidiu deixar o clube. Era um gr enorme, com tudo para ser um ídolo da nação Gloriosa, mas o Barcelona e a falta de qualidade de quem o acompanhava fê-lo trocar um papel de “deus” num clube por um subalterno noutro. Mas a sua saída deu oportunidade a Moreira. Com uma equipa toda ela fraquinha, mais uma vez, era o gr que sobressaia. Tão jovem e tão valoroso, pensei eu. “É este, este é um dos nossos” sorria. Mas o encanto foi-se dissipando à medida que mediocridade que o acompanhava nos sucessivos planteis foi diminuindo. Afinal não era assim tão fantástico. Afinal não era o Casillas do Benfica. Afinal não ia ser o novo Rui Costa.

De seguida, ainda que com um espaço de tempo considerável de intervalo, surgiram João Pereira e Manuel Fernandes. Do primeiro, sou sincero, nunca esperei muito. Tinha aquela garra que tanto gostamos de ver da bancada, mas pouca temperança e ainda menos entendimento colectivo do jogo. Não obstante fiquei triste quando saiu, até porque o que veio não lhe era superior. Do segundo sim, de Manuel Fernandes esperava muito, esperava tudo. E não há quem me convença do contrário, fosse ele mais paciente, fosse o Benfica mais organizado, e podíamos ter, depois de Rui Costa, o primeiro jogador formado no Benfica a jogar ao mais alto nível internacional. Mas foi mais um que se perdeu não se sabe bem onde ou porquê.

Miguel Vitor. Sim, este também foi um de quem esperei algo. Não, não acreditava que pudesse atingir o patamar mais alto do futebol internacional, mas lá está, “era um dos nossos” e tinha caracter de capitão. Não, nunca foi o melhor central dos planteis de que fez parte, mas também nunca foi o pior. Vi nele sempre uma hipótese para 3º central do plantel e, com o tempo, poderia tornar-se uma referência para os miúdos que fossem chegando ao patamar sénior do clube. Mas JJ lá achou que ele nem para 10º central do clube servia e que Jardel, ou até mesmo Sidnei, eram melhores… Enfim, mais um que acabou.

Veio Miguel Rosa. Numa altura em que não tinha acesso aos jogos das camadas jovens do clube, nem haviam transmissões regulares dos jogos da 2ª liga, ia lendo nos jornais que Miguel Rosa era, de longe, o melhor jogador daquele escalão. “Será este?” Perguntei a mim mesmo. Vivi algum tempo com essa esperança… até ao dia em que me foi possível vê-lo jogar com regularidade. “Não, ainda não é este” desabafei. Miguel Rosa estava longe de ter a classe do tal “novo Rui Costa” que eu esperava. Mas “era outro dos nossos”. Lutava até não poder mais e, embora não tivesse a tal classe dos maiores, era dotado tecnicamente. Muitas vezes dei por mim a descreve-lo, a quem não o conhecia, como o “Nolito da formação”. E até por aqui pensei que Jorge Jesus lhe reservasse um lugar na primeira equipa ou, pelo menos, lhe fosse dando uma ou outra oportunidade. Mas nada. Depressa percebi que ver Miguel Rosa de vermelho e branco vestido e Jorge Jesus no seu comando era coisa impossível.

Mundial sub20 e aparece Nelson Oliveira. Já sabia dele e já o acompanhava na medida que me era possível. Mas nunca o tinha visto como naquela competição. Forte fisicamente, rápido, bom tecnicamente, remate fácil com ambos os pés e… Golo! “Sim, vai ser este”. No mesmo torneio havia Rodrigo, que também acompanhei, mas o Nelson foi-lhe muito superior. Sim, não havia engano, o Nelson vai ser “o gajo”. Ambos ficaram no plantel. Ambos se estrearam no mesmo dia, mas só um marcou nesse jogo… Rodrigo. Temi que aquele golo fosse factor decisivo para a preferência de Jorge Jesus. Não, não foi. Ambos foram jogando ao longo da época, sendo que Rodrigo mais e com maior sucesso. Ficava triste por ver demorar a explosão do Nelson (sim, às vezes tenho demasiada pressa). Até que surge o jogo com o Zenit, na Luz e a contar para os 1/8 de final da Liga dos Campeões: Bola nas costas do central, Nelson surge em diagonal e… GOLO! GOLO! GOLO! Do miúdo! “Sim, é desta. É desta que aparece um dos nossos”. Sol de pouca dura. Fase seguinte da mesma prova. Jogo em Londres. O Benfica precisa de um golo e Nelson Oliveira, qual ponta-de-lança, prefere o remate em vez da assistência e… falha. Resultado: desaparece das opções do treinador e acaba sucessivamente emprestado.

Nelson tinha, ou melhor, tem qualidades inegáveis, quem não o reconhecer ou não sabe ver futebol ou nunca o viu jogar. Sempre se disse nas conversas de café que “tinha a mania que era estrela” e que assim JJ não apostava nele. Pois, não sei. Seja por isso ou pelo lance em Londres, sei é que não será ele o “novo Rui Costa”, apesar de já terem passado pelo clube tantos com tão menos talento como Jara, Funes Mori, Rodrigo Mora, Eder Luís e tantos outros.

Num destes últimos verões, em que o futebol quase desaparece, soube da participação da selecção sub19 de então no Europeu da categoria. Sem muito para fazer naquele meu período de férias, fui espreitar os jogos.

“Quem é aquele?”, “Deve ser do Sporting”. Quando o jornalista da Eurosport diz “André Gomes, jogador do Benfica”, confesso, apaixonei-me. “Sim, pode ser este”. Até na mesma posição do Maestro jogava. Que classe, que toque, que qualidade de passe. “Sim, vai ser este”. Puro erro. Primeiro porque não era “um dos nossos”. Portista de criação e formação primeira, chegou ao Benfica já em fase final de formação. “Não, não é um dos nossos, mas joga tanto”. Sim, desde sempre lhe notei a tal falta de intensidade que todos lhe apontam, é um facto. Mas também sempre achei que Jorge Jesus seria capaz de dar a volta a isso, caso tivesse… vontade. Ainda em choque com as saídas de Witsel e Javi, pensei “agora não há desculpa, vai ter mesmo de colocar o miúdo a jogar”. E assim foi. E que bem respondeu. Sim, muitos erros em zonas que não os podia cometer, mas era/é um jovem, ainda estava/está a aprender. Sempre fiquei com a ideia que JJ não gostava de André Gomes. Também era daqueles que nos cafés se dizia ter “a mania da estrela”, que “a fama lhe subira à cabeça”. Talvez, não sei. Não tenho esse grau de proximidade com a intimidade do clube.

Em Janeiro é noticiada a venda do seu passe, juntamente com o de Rodrigo, por 45M€, estando o seu avaliado em 15M€. Sim, financeiramente era/é um negócio das arábias, mas a imponência dos valores não me conseguiram convencer. Esperava vê-lo titular do Benfica antes de rumar a outras paragens, mas não ia ser assim. Quando ele faz aquele golo ao FCP… Foi indiscritível o que senti. Imaginem: Sentado no meu café habitual em Marco de Canaveses. Eu, e outra miúda, eramos uma ilha rodeados de portistas por todos os lados. Foi naquele mesmo local, rodeado daquelas mesmas pessoas que vi o golo desse predestinado da bola que é o Kelvin, e André Gomes (o menino de quem eu gostava, e gosto, tanto) decide pegar na bola e fazer… aquilo! Fiquei sem voz.

Ao mesmo tempo, ia surgindo um tal de Bernardo Tsubasa Silva. “Sim, era este!”. Não havia erro, tinha/tem magia naquele pé esquerdo e não era apenas “um dos nossos”, mas sim “um dos melhores dos nossos” e tinha o que tanto diziam faltar a Nelson Oliveira e André Gomes: humildade, pés no chão. Em campo corria como um 6, fintava como um extremo, decidia como um 10 e marcava como um 9. “Sim, era este!”. Tinha tudo, não havia como Jorge Jesus dispensar este talento.

Inicia-se a época 2014/2015 e acontece a debandada que se adivinhava e conhece. A juntar a isto, os que entram são… fracotes. “Sim, desta não passa”. Não havia como Jorge Jesus dizer “não” a Bernardo Silva.

07/08/2014 – Bernardo Silva é emprestado… ao Mónaco. Se nem numa época em que o talento é tão escasso há vontade de dar uma oportunidade a quem tem tanto para dar… Sim acabou o sonho.

Sinceramente, gostaria quem alguém me explicasse o porquê desta dificuldade toda em dar oportunidade a quem as merece, seja por talento, por esforço ou por ambos os predicados juntos como é o caso de Bernardo Silva. E porque não Bernardo Silva, o maior talento saído em largos anos da nossa formação? É por ser um jogador da posição 10 e JJ não jogar assim? É por ser baixo? A sorte que tiveram o Xavi, Iniesta, Moutinho, Scholes ou Messi de não serem treinados pelo mestre.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Ainda o mercado

São cada vez mais e maiores as certezas de que Óscar Cardozo, jogador que nunca foi o meu ídolo, sairá do clube para rumar ao Fenerbahce. À esta notícia vem sempre indexado o suposto interesse do Benfica em mais um avançado para colmatar a vaga deixada em aberto pelo Paraguaio.

Paralelamente a isto, também se adensam os rumores e certezas de que Nelson Oliveira será, novamente, emprestado, desta vez para Inglaterra.

São dois factos que, ao acontecerem ao mesmo tempo me intrigam. Se Cardozo sair mesmo, seja lá para que clube for, no plantel ficam Lima e Rodrigo para a posição de ponta-de-lança, sendo que, teoricamente, o brasileiro partirá na frente para assumir a titularidade na maior parte dos jogos, havendo em Rodrigo uma alternativa seria e com capacidade para, nos melhores momentos, colocar em causa a titularidade de Lima. 

Analisando o que vai ser a época, através do que tem sido a pré-temporada, podemos ver que Jorge Jesus tenderá a utilizar apenas um avançado de raiz, colocando nas suas costas Djuricic/Sulejmani/Gaitan. Sendo assim, jogando com apenas um avançado de início, o plantel ficará curto se possuir apenas dois, sendo compreensível a entrada de um avançado no caso de saída de algum dos existentes. 

Se a ideia for a de contratar alguém já de créditos firmados e que chegue para jogar no imediato, veremos Rodrigo relegado para um papel subalterno, logo, com poucas oportunidades de evolução e, talvez, muita insatisfação à mistura. Por outro lado, se a ideia for a de encontrar uma 3ª opção, isto é, alguém jovem, com potencial, mas ainda sem “estatuto” suficiente para colocar em causa os “estatutos” de Lima e Rodrigo, fica-me a pergunta: Para quê gastar dinheiro que poderia ser canalizado para outras necessidades bem mais prementes, quando se vai emprestar Nelson Oliveira?

Considero todos os pressupostos inerentes ao empréstimo do Nelson Oliveira errados. 

1 – O local e clube para onde será emprestado: Mais uma vez, o jovem será emprestado para o estrangeiro, para um campeonato que nada tem em comum com o nosso, para um clube com um estilo de jogo completamente diferente do nosso e com um avançado no plantel como Peter Crouch, ou seja, com hipóteses reduzidas de titularidade.

2 – O empréstimo em si, se vendemos Cardozo e achamos que há necessidade de contratar alguém para o seu lugar, porque não se dá oportunidade a quem sai a custo 0?

3 – Já fui muito “criticado” por defender tanto uma oportunidade séria para o Nelson no Benfica, mas para lá da qualidade individual do jogador, que acho ter muita, decidi analisar dados objectivos, comparando a sua situação com a de Roderick:

                3.1 – Ambos participaram no mundial sub20 de 2011, em que Portugal foi vice-campeão, tendo sido ambos titulares absolutos dessa equipa. Já nessa competição, ficou bem vincada a fraca qualidade de Roderick por oposição a Nelson que foi eleito como um dos melhores do torneio, à frente até de Rodrigo.

                3.2 – Depois disso, Roderick seguiu emprestado para o Servette da Suíça, enquanto Nelson Oliveira ficou no plantel onde, por exemplo, viria a marcar um golo na Liga dos Campeões frente ao Zenit na Luz, numa das poucas oportunidades que teve.

                3.3 – Na época seguinte, foram ambos emprestados para o Deportivo da Corunha, onde ambos pouco jogaram. Consequência? Roderick foi “resgatado” a meio da época passada tendo vindo ainda a tempo de ajudar no titulo do… FCP. Por outro lado, o Nelson, mesmo sabendo-se que pouco jogaria e que nem estava a ser o melhor profissional, continuou emprestado e longe do clube, onde poderia ser “controlado” de outra forma.

                3.4 – Apesar de todos os erros, apesar de já se ter visto o suficiente para se perceber que jamais Roderick será jogador para o Benfica, este vai tendo oportunidades atrás de oportunidades, enquanto Nelson Oliveira ou Miguel Rosa são despachados para longe.

São estas questões que nunca percebi no Benfica de Jorge Jesus e que, quanto mais vejo, menos entendo… ou, talvez, menos queira entender!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Rui Costa, há um ano era assim:

“É um prazer especial, uma honra muito grande apresentar estes quatro jogadores oriundos da formação. Representa a aposta do clube, um dos projetos que o Benfica tem para o futuro, e é um prémio que cada um recebe pelas ótimas prestações que têm vindo a ter”



Dois meses depois era assim:






Seis meses e 138 minutos jogados na Taça de Portugal por David Simão com a camisola do Benfica depois, era assim:





Um ano depois, com Miguel Rosa emprestado a época inteira, David Simão emprestado a meio da época e Rúben Pinto sem um único segundo com a camisola do Benfica, é assim:


 «David Simão é um jogador livre para escolher o próximo clube, uma vez que chegou a acordo para a rescisão do contrato com o Benfica.

O médio, que na época passada venceu a Taça de Portugal pela Académica, deixa a Luz sem ter conseguido conquistar o espaço, embora não tivesse tido muitas oportunidades para tal.

Na temporada transata, David Simão fez parte do plantel do Benfica na primeira metade da época, mas não sendo opção para Jorge Jesus mudou-se por empréstimo para a Académica.

Agora, o jogador de 22 anos procura um novo clube, sendo que no currículo conta com passagens por Académica, Paços de Ferreira e Fátima, sempre por empréstimo do Benfica.»

E assim:

«O sonho de Miguel Rosa de vingar no plantel principal do Benfica vai ser adiado. Após ter recebido a primeira indicação que iria integrar os trabalhos da equipa principal, o médio, de 23 anos, recebeu nova informação que será integrado na equipa B.

O jovem terá de apresentar-se no centro de estágio na quarta-feira, dia em que Luís Norton de Matos vai arrancar com o projeto dos encarnados. Refira-se que o jogador foi contactado por equipas da 1.ª Liga, mas a sua saída terá de ser negociada pois está vinculado até 2016.»


Rúben Pinto não conhece o futuro. Mas temos aquela noção - talvez muito pessimista, afinal somos mesmo muito do contra e nunca apoiamos, nunca apoiamos - de que não entrará nos planos de Jesus para esta época.


O futuro do Benfica, Rui Costa, é isto. Go, Nélson, go.