O
jogo de hoje trouxe-nos de volta os melhores momentos de futebol que este
Benfica pode oferecer. Ataque, criatividade e imponência como só os melhores
podem dar. A diferença deste para os 5 jogos anteriores é colossal. Não fosse o
manto sagrado e poderíamos jurar tratar-se de duas equipas completamente
distintas. A este oceano de diferença qualitativa dou um nome: Fejsa!
De
facto, é incrível o que a introdução de só um jogador, no meio de 11, pode
mudar. Com o Sérvio em campo, já o sabíamos, conseguimos recuperar uma
quantidade infindável de bolas, não dando a mínima hipótese ao adversário de
chegar perto sequer da nossa última linha – que continua com debilidades.
Na
verdade, Fejsa traz esta capacidade de recuperação ao nível dos melhores do
planeta, mas a introdução do Sérvio não aporta apenas benefícios defensivos,
pelo contrário. Fejsa garante também mais linhas de passe simples e seguras aos
centrais, bem como liberta o espaço atrás da primeira pressão adversária ao minucioso
critério de Pizzi.
Com
centrais tecnicamente limitados – e emocionalmente desconfiados – na hora de
construir, ter um porto de abrigo (mais uma linha de passe) tão próximo é
decisivo para que não surjam perdas de bola, seja por erros no passe, seja por
se despejar bolas na frente sem critério.
A
juntar a isto, o simples baixar de Fejsa para a linha dos centrais, liberta o
espaço atrás da primeira pressão adversária para Pizzi se mover em apoios
frontais de forma muito mais ampla a fluida, garantindo aqui sempre mais uma
linha de passe bastante fiável ou, pelo menos, a atração de unidades que
libertarão espaço nas costas.
Atacar
é mesmo isto, atraír e soltar, “simples” assim.
Se
recuarmos aos jogos em que Fejsa não marcou presença, víamos demasiadas vezes
Augusto e Pizzi colocados na mesma linha de passe, anulando-se um ao outro por natureza
e, pior, permitindo muitas vezes que a primeira pressão adversária anulasse, ao
mesmo tempo, a construção dos centrais e da primeira linha do meio-campo, não
libertando assim qualquer espaço entre a linha intermédia e defensiva
adversária.
Sport
Fejsa e Benfica, é assim chamado o processo colectivo do Benfica.
P.S.
Nota para Zivkovic. Como salta à vista, o que falta a este pequeno genial é
competição e continuidade, porque o resto… o resto tem ele!