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sexta-feira, 22 de abril de 2016

Dez anos de Eterno Benfica



Parece que foi ontem, mas passaram dez anos.

Foi em Abril de 2006, altura em que começavam a proliferar os primeiros blogs benquistas, que fruto da paixão pelo clube, da devoção por um símbolo e de uma boa dose de ingenuidade aliada ao gosto pela escrita, que Galaad, Rui para os amigos, fundou o Eterno Benfica. Não sei quantos dos que por aqui andam e nos lêem, seja directamente no blog ou no Facebook, se recordam do Eterno, mas os mais antigos e fiéis seguramente se lembrarão.

Foi após uma derrota em Barcelona, para os quartos-de-final da Liga dos Campeões. O Benfica era presidido por Vieira, treinado por Koeman, campeão nacional em título e em vias de passar o testemunho para o FC Porto para um mandato de 4 anos. Simão era figura de proa, Nuno Gomes vice-capitão e Luisão o único que se mantém como jogador encarnado até aos dias de hoje. Muita coisa mudou. Tanto dentro do Benfica como na blogosfera em geral. Mas orgulho-me de poder dizer (e penitenciando-me pelo pouco ou nada que tenho escrito), que tenho muito orgulho por ter participado no Eterno Benfica e por, apesar de ter encerrado, o espírito com que o blog foi iniciado se ter mantido ao longo dos anos por outros espaços semelhantes na rede, nos quais o Ontem se inclui.

Galaad, em conjunto com os geniais Sir, Shoky e Carlos, fundaram o blog que desde cedo comecei a acompanhar, na altura em que nem idade tinha para votar ou conduzir. Pela forma de ver e viver o clube, pelo modo como, de forma mais séria ou mais humorada, se discutia, problematizava, pensava e respirava Benfica, o Eterno marcou os seus leitores e marcou-me a mim. Inspirou-me a criar o meu próprio blog (cujos posts, passados nove anos, me fizeram esboçar um sorriso pela ingenuidade e imaturidade da adolescência) e fez-me, mais tarde, aceitar com orgulho e prazer o convite para fazer parte daquele quarteto magnífico que dava corpo ao Eterno Benfica.

Não sendo propriamente pioneiro, até porque antes do Eterno já existiam blogs de belíssima qualidade como a Ilíada Benquista, Encarnados, Mágico SLB, Diário de um adepto benfiquista, Ndrangheta, Não se Mencione o Excremento, Blog da Bola ou O Ninho das Águias, a verdade é que o Eterno foi indiscutivelmente um marco na blogosfera encarnada. Foram escritos milhares de posts, publicados dezenas de milhares de comentários e efectuadas milhões de visitas. Falou-se e discutiu-se muito futebol, mas também se deu espaço às modalidades. Teve o primeiro jornalista a participar publicamente com uma rubrica. Entrevistou exclusivamente ilustres benfiquistas. Fez análise táctica a adversários. Contactou com adeptos dos rivais antes dos jogos europeus. No fundo, o Eterno fez muita coisa do que se faz hoje. Mas fê-lo antes do seu tempo. Fê-lo numa altura em que não era normal ou expectável. Nem era fácil. Não havia nem os meios, nem as formas de comunicação nem as disponibilidades que hoje existem. E talvez por isso o Eterno Benfica tenha sido, à sua maneira, marcante, uma influência para outros que se lhe seguiram, como o Céu Encarnado, A Mão de Vata, Chama Gloriosa ou mesmo... o Ontem Vi-te no Estádio da Luz.

Foi desta forma apaixonada e desinteressada que se fez e deu vida ao Eterno Benfica. Criticou-se, elogiou-se, pensou-se, problematizou-se, viveu-se Benfica. Recordámos o passado, vivemos o presente, projectámos o futuro. Do muito que me orgulho naquele blog, queria destacar dois posts geniais, de dois audazes, apaixonados e grandes benfiquistas, que demonstram bem o que era e como se viva o clube: o famoso post em que se pôs a nu o negócio da vinda de Roberto para o Benfica, da autoria do Redjan, e toda a celeuma que causou e a forma como [não] conseguimos lidar com a situação; o não menos famoso post sobre o número de sócio de Luís Filipe Vieira, da autoria do Joga Bonito, em que se provou que as condições estatutárias que Vieira exigia para uma candidatura à presidência do Benfica excluíam o próprio. 

A todos os que passaram pelo Eterno, além dos supracitados fundadores Galaad, Sir, Shoky e Carlos, os meus parabéns e muito obrigado. Sigmund, Papoila Calmante, Redjan, Edu, Far(away), Joga Bonito, Trainmaniac, Faneca, Meddler, Francisco Silva, Fant, Jase e André Sousa, entre outros que por lá passaram, o meu sincero obrigado. Aos que por lá comentaram, em especial aos mais assíduos, o meu obrigado. Aos resistentes que leram este texto até ao fim (uns por curiosidade em perceber esta história, outros pela nostalgia que lhes provocou ler um texto que recorda dez anos de leituras, dez anos de textos apaixonados escritos por gente cujo único interesse é o Benfica e que do Benfica não tem qualquer interesse), o meu obrigado também. E vivó Benfica!

sábado, 19 de janeiro de 2013

A Comunicação no Benfica - elogios e novas ideias.

Depois de Jorge Jesus ter admitido que "lê blogues e fóruns", tivemos ontem um bom exemplo de que quem trabalha nos clubes deve estar atento ao que se vai passando pelas redes sociais e pela blogosfera. É importante conhecer a generalidade da opinião dos adeptos que constroem o Benfica (eles sim, são o coração do clube; não técnico-engravatados que muitas vezes nem do clube são). Não para religiosamente seguir a sua opinião - há milhões de opiniões, desde as mais lúcidas às mais absurdas -, mas para pelo menos apalpar qual é o comum sentir em relação a um tema específico. Uma estrutura deve, acima de tudo, ter ideias próprias e um rumo estabelecido, mas deve também abdicar de ser autista e procurar questionar e questionar-se sobre as escolhas que faz. Especialmente na Comunicação, uma área fundamental na forma como o Benfica pode e deve relacionar-se com os seus adeptos e, nada despiciendo, com os seus adversários e demais estruturas do futebol português.

Neste sentido, o vídeo lançado ontem sobre os lances que nos prejudicaram - afrontando a já falsa e crescente opinião de que o Porto teria saído lesado do clássico - é um bom exemplo do que pode ser feito e merece por isso, da minha parte, um sincero elogio. Tenho vindo a alertar para a deficiente relação que o Benfica tem tido nestas questões. O futebol português é demasiado complexo - um eufemismo para "corrupto" - para que o Benfica se mantenha num plano demasiadamente distante de uma guerra que, embora indesejável, é real e obriga o clube a saber dar respostas coerentes ao barulho generalizado que o Porto vai promovendo na intenção de colher frutos futuros. O caminho só pode ser este: reacções à altura, sem boçalidades nem finas ironias, apenas e só factos, exposição de incongruências alheias e, com humor ou inteligência pelo meio, deixar no ridículo aqueles que acham que são mais espertos que os outros.

Há ainda muito caminho a percorrer. Desde logo, o saber falar nas alturas certas e não só com declarações a quente, mas com uma estratégia definida que inclua conferências de imprensa de exposição dos erros arbitrais, vídeos (como este), divulgação de dados irrefutáveis através do site, do jornal e da televisão do clube e a escolha de comentadores nos programas de grande audiência que realmente saibam defender o Benfica de uma forma simultaneamente acérrima e inteligente. Não temos, neste particular, quem o saiba fazer. Gobern nem sócio é, desconhece a História do clube e do futebol português - quando Godinho disse à sua frente que o Sporting era o único clube que nunca tinha falhado as competições europeias, João comeu e calou, num dos muitos evidentes exemplos do pouco conhecimento que tem da realidade futebolística nacional. Gomes da Silva, como Vice, nem sequer devia ser comentador - para além de abusar de informações que só dizem respeito ao clube e ser abusado por dois estarolas que aproveitam a sua prepotência para rebaixar o Benfica. Seara, enfim, é um político - não defende o Benfica, não "ataca" o Porto, não diz quase nada, limita-se a insinuar e a manter as coisas num plano estéril, que as eleições para Lisboa estão a chegar.

Precisamos de comentadores que 1) conheçam a fundo a História, os valores, a mística do Benfica; que 2) tenham a capacidade para defender o clube sem entrar nas quezílias absurdas de conversas de esgoto que estes programas geralmente promovem; que 3) saibam dizer as verdades de uma forma inteligente e humorística, expondo ao ridículo a submissão sportinguista dos comentadores de serviço; que 4) não tenham qualquer problema em constantemente apontar os actos corruptos dos dirigentes do Porto; que 5) gostem de futebol e nele falem, mesmo contra o barulho dos restantes comentadores.

Há, portanto, um longo caminho a percorrer. Mas elogiemos o que parece ser uma consequência da entrada de Moniz no Benfica: nota-se, ainda que de forma tímida, uma inversão positiva na forma como o clube está a começar a comunicar para fora. A declaração de Vieira, com real fina ironia (e não a boçal do senhor dos peidos), e este vídeo dão-me esperanças de que tenha chegado ao Benfica uma nova e mais coerente e eficaz forma de lidar com estes temas. Os meus Parabéns por isso.

Dois assuntos que deverão merecer especial atenção por parte do Benfica nos próximos tempos: forçar um castigo a Pinto da Costa pelas graves declarações que teve no fim do clássico, insinuando que a Liga queria a vitória do Benfica; explorar a entrevista de Pedro Proença sobre o Apito Dourado, na qual afirma que os culpados ficaram por apurar. Duas questões fundamentais para uma limpeza no futebol.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Desafios a Jorge Jesus

Mister, depois de confirmar o que já sabíamos, i.e., que vem aqui todos dias ler o que a malta escreve, lanço-lhe, com todo o respeito, 2 desafios:

1º DESAFIO

Continuar a treinar os pontapés para a frente, bola no Cardozo e ganhar as 2ªs bolas....como fizemos ontem;


2º DESAFIO

Deixar crescer o BIGODE até à final do Jamor. Uma nóia que está a crescer na blogosfera.


Outros Recados

- Não era má ideia, com o resultado feito, dar descanso ao Matic. O homem precisa e merece. Igual para o Sálvio.

- Não é melhor entrar a ganhar do que a perder? Eu acho que sim. E somos fortes à mesma.

1 abraço

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Os melhores tascos da blogosfera - Parte 1 - Os (Im)parciais e os Fernandos Gomes

Antes de mais, anuncio que a escolha é da exclusiva responsabilidade deste que vos escreve e que, ao contrário do que daria muito jeito, não recebi nada por debaixo dos panos para andar a publicitar outros blogues. Infelizmente, porque preciso muito de comprar várias camisolas do Benfica (Nolito, Witsel, Garay, Artur, Maxi, Amorim, Capdevila, Gaitán, Saviola, Cardozo, Bruno César, Javi, Matic, Jesus, Barbas, Coluna, José Augusto, Águas), mas, tendo em conta o orçamento, só posso comprar uma. É daquele que falta ali na lista dos nomes. É argentino. Tem um cabelo frondoso. É Pablo. Pronto, já não digo mais nada.

Eles não me pagaram em géneros mas têm pago ao longo dos anos (meses, nalguns casos) com muito regalo de leitura, o que é, convenhamos, uma belíssima forma de pagamento. Eu pelo menos gosto. Acho que o Diabo de Gaia ia discordar de mim. E o Proença conhece alguém que é mais "bolos" (nos dentes).

Ora bem, dividindo isto tal qual está na listinha amaricada da barra lateral, temos os gloriosos - "Eusébios" -, os menos gloriosos mas ainda assim dignos - "Yazaldes" -, os farsantes (que não o "Ovas de Esturjão", que é um blogue de respeito) - "Fernando Gomes" - e os gajos que decidem analisar isto tudo de uma forma mais apaneleirada - "(Im)parciais".

Começando pelo fim, destaco:

Jogo Directo - O Filipe, só pelo tempo que dedica a este projecto, merecia uma estátua. É um amante do fenómeno mas transpõe esse amor para um trabalho exaustivo ao qual se dedica de alma e coração (nota-se-lhe nos textos a entrega). Nos últimos tempos, tenho discordado dele na forma como sobrepõe o estudo estatístico à análise pura e dura, parecendo-me que a poeira matemática anda a corromper um pouco a sua (excelente) capacidade analítica sobre o jogo. Mas é um blogue de referência. E depois tem um nome fino, que é sempre engraçado. Parece que o estou a imaginar na Foz, numa casa monstruosa em frente ao mar, a dizer ao jantar para a esposa: "Obsequia-me a salada? Reflicto neste instante profundamente sobre se deve Villas-Boas persistir no trilho de Mourinho ou se a melhor opção teria sido quedar-se no Porto por mais uma época".

O Banco da Mexicana - É verdade que tem andado muito silencioso, principalmente o Caneleiras, que é um escriba de alto quilate. Se não fosse o Dartacão, aquilo começava a ganhar bicho. É, no entanto, um blogue com os seus pontos altos. Principalmente porque dá para um estudo social fantástico: a azia sportinguista em relação ao Benfica atinge laivos extraordinários de sentimento de inferioridade. Só por isso, Banco, mereces a referência. Um abraço, Tio.

Centro de Jogo - Este é daqueles que prefere ser engraçado a cair em graça. Já aí está há algum tempo mas parece não ser muito conhecido. É normal. Eles sabem do que falam e falam com propriedade sobre a bola. Quem é que se interessa por isso? O que a malta quer é umas caralhadas, umas brincadeiras, uns textos cínico-humorístico-parvos e toca a andar. O Centro de Jogo é um excelente blogue para quem quer aprender as vertentes mais profundas do futebol. Excelentes escribas, enorme capacidade de análise do jogo, conhecimento, inteligência, humildade. Recomendo a todos. Mesmo ao Manuel Machado, ainda que saiba que só lhe vai servir para o confundir ainda mais. Ele tem o chato hábito de vomitar sempre que não entende alguma coisa.



Nos "Fernandos Gomes" tive durante uns tempos dois blogues portistas de respeito. Mas depois percebi que afinal era só fachada. Na altura de um gajo comentar lá, o provincianismo bacoco e a falta de abertura à discussão revelaram-se. Tirei-os da lista. Depois pus o blogue mais portista da blogosfera: o 442. Escrito por um portista/vitoriano que, dado ter vindo ao Mundo numa praia em pleno mês de Agosto na Nazaré, sofreu logo queimaduras graves das quais nunca se recompôs totalmente. Este trauma teve como efeitos secundários gerar várias aventuras ao longo da vida de Master Kodro que pareciam ter saído de um filme húngaro de baixa qualidade: desde a vez em que foi apanhado em pleno Estádio D. Afonso Henriques a masturbar-se na casa-de-banho com uma fotografia de Pinto da Costa, acontecimento insólito que levou as gentes de Guimarães a aplicar-lhe uma medida punitiva, a qual consistia em colocá-lo na Praça da Oliveira atado à própria Oliveira, a receber excrementos de todos os elementos da claque do Vitória, enquanto tinha de dizer nomes de jogadores vitorianos dos últimos 30 anos. Só se lembrou do N´Dinga e do Basílio, o que enfureceu as gentes minhotas a tal ponto que acabou sem dentes, ensanguentado, junto à Medieval, sem cuecas e apenas com um cromo muito antigo no bolso. Felizmente, os sovadores não viram de quem era o modelito e seguiram para outras paragens, deixando o pobre escriba nuns modos muito pouco civilizados. No bolsinho da pochete, junto à pulseira ortopédica, Master Kodro guardava e apertava, em prantos, a cara quase desfeita de um cromo antigo, fazendo a figura parecer chorar, por entre o papel macerado. Repousava na mão do escriba o jovem Jorge Nuno, ainda de óculos enormes, altiva e frondosa cabeleira e a braçadeira de "Delegado" no cimo do braço. Sim, Kodro sofreu as agruras de ter fingido ser quem não era e os vitorianos deram-lhe a resposta que mereceu. Mas que ninguém duvide, que ninguém nunca ponha em causa: Master Kodro é um "Fernando Gomes" de eleição. E, se saiu da lista da barra lateral, foi por um e apenas um motivo: o cheiro a merda era muito forte e transpirava para o resto dos blogues.