Mostrar mensagens com a etiqueta Ola John. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Ola John. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Goleada nos Barreiros Rumo ao Bi

Vitória importantíssima, por números excessivos mas bem demonstrativa da diferença de qualidade entre as duas equipas.

Defensivamente o Marítimo esteve longe de corresponder à classe do Jonas e à energia do Salvio. Dois jogadores com demasiado talento para a defesa madeirense. Aquele buraco entre o lateral foi uma fraqueza que os nossos jogadores souberam explorar com toda a qualidade.

Ofensivamente só depois do 0-3 é que a equipa da casa conseguiu mostrar capacidade para criar perigo. Claro que a presença do Luisão no 11 não pode ser ignorada ao analisarmos a capacidade ofensiva do Marítimo.

O resultado é bem elucidativo sobre a justiça do vencedor. Independentemente de tudo o resto.
Os nossos rivais provavelmente vão andar obcecados com a não expulsão do Talisca quando o resultado estava ainda 0-1. É verdade que a expulsão era evidente e foi um grave erro do árbitro. Na minha opinião faltou coragem para se expulsar um jogador de um dos 3 grandes tão cedo no jogo. Também é verdade que passar a jogar com 10 naquela altura poderia ter alterado muito do jogo.

No Benfica de ontem foram titulares 2 jogadores que continuo a achar que estão longe de corresponder às exigências de um Benfica, da posição em que actuam e do modelo de Jorge Jesus: Eliseu e Samaris. O primeiro comete demasiadas falhas defensivas e sinceramente pouco mais espero dele. O grego não se impõe naquela posição e não domina os espaços defensivos. Não é uma figura que ocupe o meio-campo com a sua presença mas apesar disso ainda o considero um bom jogador que gostava de ver jogar a 8.

Outro jogador que está longe de me convencer é o Talisca. Alterna constantemente entre jogos inconsequentes e jogos com dois ou três bons pormenores. Tão depressa o vemos a fazer um passe a rasgar a defesa ou uma boa tabela ou um bom remate como o vemos a protagonizar vários maus passes e perdas de bola. É jovem, tem por onde evoluir mas não acredito que dê muito mais do que o que já se viu. Em Janeiro ainda não justificou a titularidade que tem auferido desde o arranque do campeonato. Nenhuma grande exibição e somente duas boas exibições. Ao minuto 44 podia ter prejudicado gravemente a equipa.

Ontem foi excelente ver o Luisão e o Salvio de volta à titularidade. Ontem, mais uma vez, foi delicioso ver a classe do Jonas. O Lima em boa ou má forma vai sempre confirmando a sua utilidade. O Ola John tem muita qualidade mas tem demorado a demonstrar capacidade para ser uma peça importante neste Benfica. Somente à esquerda mostra poder corresponder mas já teve oportunidades mais que suficientes para o fazer.

3-0 ao Vitória com uma boa exibição e 0-4 nos Barreiros com uma exibição muito personalizada. Claros sinais que a equipa está preparada para se manter na frente rumo ao Bi.
Os próximos 4 jogos irão confirmar ou desmentir estes bons sinais. Quarta disputamos em Moreira dos Cónegos a presença nas meias-finais da Taça da Liga. O empate serve para a qualificação mas só a vitória serve para alimentar o Benfica. Nos próximos 3 fins-de-semana teremos 2 deslocações complicadas e intervaladas por um jogo caseiro acessível frente ao Boavista. Paços de Ferreira será um grande teste à nossa capacidade de dependermos só de nós para sermos campeões. Alvalade será isto e muito mais. Afinal de contas é o Derby que queremos sempre vencer. Sair desta fase sem perder pontos seria uma enorme demonstração de força deste Benfica.

No meio disto tudo a péssima noticia é a lesão do Nico. Uma semana? Duas semanas? Pelo que parece só voltará a tempo do Sporting. Sem ele a equipa perde em capacidade para ganhar mas principalmente em qualidade de jogo. A última vez que o Nico teve uma destas ficou mais de um ano desaparecido. Espero vê-lo a brilhar em pleno Estádio de Alvalade.

E se me é permitida uma picardiazita… Ontem com o Eliseu confirmou-se, finalmente, a aposta na formação.

Ps: Grande jogada a do 0-4. É possível estar apaixonado por duas pessoas ao mesmo tempo? É que começo a sentir-me dividido entre o Nico e o Jonas.


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O revolucionário Ola John






Ola John, um talento que é um crime desaproveitar. O tipo de jogador que a qualquer momento pode rasgar o jogo, levantar o relvado e deixar cair a bola na baliza adversária.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Benfica-Sporting: segundo raio-X

Nem o Benfica dava sinais de ir conquistar todos os títulos do ano após a vitória sobre o Estoril, nem o Benfica parece agora, depois da derrota contra o Sporting, que está prestes a iniciar uma época desastrosa. São 15 dias de preparação, muitos jogadores novos, capacidade física alterada, um adversário que ontem jogou muito mais próximo do onze com que irá entrar na maior parte dos jogos oficiais do ano. Após estes dois jogos, há sinais positivos, outros negativos. Há dúvidas ainda, há algumas certezas. Compararei os sinais que este jogo me trouxe com as primeiras impressões que escrevi após o jogo com o Estoril:

1) Uma inesperada (pelo parco tempo de preparação) sintonia entre os jogadores e uma boa assimilação da filosofia de Jorge Jesus: sa saída de bola, vimos o médio defensivo baixar para os centrais abrirem; vimos a compensação do extremo na subida do lateral; vimos a procura de alternar entre o jogo interior e a busca pela verticalidade dos extremos; vimos os movimentos de aproximação ao miolo por parte do avançado; tentativa de combinação em triângulos: «extremo, médio, avançado» ou «lateral, médio, extremo», consoante a zona do campo em que procurávamos a construção de jogo; compensação do médio-defensivo à subida dos laterais; procura (ainda difícil) de sintonia entre o médio defensivo e o médio de transição; movimentos de ruptura de um dos avançados, procurando deixar o terreno livre para a entrada ou do extremo em diagonal ou do outro avançado, com espaço aclarado; pressão alta e orientada para os espaços exteriores para logo "sufocar" o portador de bola com dois e três jogadores; trabalho nas bolas paradas. 


Não há muito a acrescentar ao que escrevi há dois dias atrás. A equipa está, de facto, surpreendentemente bem rotinada após tão pouco tempo e esse é um mérito indiscutível do homem que, compreensivelmente, vem dizer que "só trabalho não chega; tem de haver qualidade". É incrível como esta Direcção tem minado o trabalho de Jorge Jesus, este ano chegando ao cúmulo do ridículo, destruindo por completo uma equipa campeã nacional. Por outro lado, Jorge, este será o ano em que terás plantéis com a qualidade com que os teus antecessores tiveram de trabalhar. Vais poder mostrar que és melhor do que Fernando Santos, Koeman, Trapattoni, Quique e Camacho. Pelo menos é isso que esperamos de ti. 

2) Luís Felipe entra directamente para a Wall of Cepos. Todos os anos, por alguma estranha razão, o Benfica decide contratar um mau jogador. Não é possível acreditar que Jorge Jesus ou a equipa de prospecção do clube tenham vislumbrado qualidade em Luís Felipe, tão mau é o rapaz; logo, temos duas hipóteses para esta contratação: deu alguma comissão ao treinador, ao Presidente ou a outro gajo qualquer; é importante ter nos treinos uma referência no sentido de o mister poder explicar como não se joga futebol - «olhem para o Luís Felipe, aquilo é tudo aquilo que vocês não podem fazer!». Luís Felipe entra assim na Wall of Cepos, continuando a saga que se iniciou com Emerson e teve continuidade com Cortez. Se o primeiro ficou absurdamente uma época inteira a titular, contribuindo para não ganharmos o título, já o segundo ia ficando não fora termos emendado a mão no último segundo de Agosto. Espera-se que Luís Felipe possa seguir as pisadas de Cortez e ficar já encostado para sair em Janeiro. A diferença é que Cortez veio emprestado e este, se ficar os 5 anos ligado ao clube, custar-nos-á 2 milhões de euros. Só 400.000 a menos do que... Garay.

Há pessoas que não têm nem talento nem conhecimento do jogo para analisar rapidamente um jogador. Por isso pedem tempo, "é preciso esperar para ver", etc, etc. Na verdade, saber ver talento num jogador é mais difícil do que saber ver que ele é um mau jogador. E Luís Felipe, para quem sabe e quer ver, é de facto um mau jogador. E para isso não são precisos 3 meses de visualizações; bastam três ou quatro jogadas. 2 jogos depois, os sinais que a primeira jogada do Benfica-Estoril me deu continuam perfeitamente vivos. É o cepo do ano, como já é tradição com esta Direcção. Convinha assumir o erro - tal como com Cortez o ano passado - e contratar um lateral-direito que dê garantias. Fica, no entanto, a pergunta: como é possível alguém dentro do Benfica achar que um jogador mau como Luís Felipe tem atributos para ser contratado?

3) João Teixeira. Uma surpresa no onze e uma boa surpresa em campo, embora não tenha feito um jogo exemplar. Cometeu alguns erros compreensíveis pela natural ansiedade em mostrar serviço de um puto que tem qualidade: bolas perdidas em zonas cruciais, alguns erros no passe, nem sempre mantendo o equilíbrio posicional aquando das subidas dos laterais. Positivo: muito boa antecipação dos lances, entrando em desarmes que denotam concentração e capacidade para antever o jogo adversário; disponibilidade física; agressividade positiva, disputando cada lance com o espírito competitivo que se exige a um jogador do Benfica; visão de jogo, encontrando boas e inesperadas soluções mesmo quando estava pressionado; a procura pelo jogo vertical interior - quase sempre para Talisca ou Derley - dá bons indícios sobre a forma como interpreta o jogo. 


Não mudo uma vírgula das primeiras impressões. Acrescentaria apenas: com este plantel com tão pouca qualidade e quantidade no miolo, não integrar João Teixeira será um erro dos grandes. Se for preciso, mudem-lhe o nome. Muito bom jogador, John Texas.


Visto o segundo jogo destes dois reforços, mantenho uma dúvida - Benito - e ganho uma certeza - César. 

Sobre o primeiro, preciso apenas de confirmar o seu jogo contra uma equipa diferente do Sporting; ou seja, uma equipa que privilegie um ataque continuado e não, como os leões ontem fizeram, um jogo de contenção e cinismo. O Ajax será um bom teste para avaliar se as preocupações que tenho com Benito são reais ou se o jogador consegue ser um bom reforço. Defeitos: mau posicionamento em situação defensiva, não antecipando os movimentos do adversário e caindo excessivamente na "queima" que ou o faz perder o lance e deixar o extremo ficar isolado ou o força a um jogo demasiado faltoso; nas bolas paradas, Benito hesita muito e é várias vezes apanhado fora do seu espaço, deixando o adversário com tempo para executar; com bola, procura pouco o jogo interior e as combinações com os médios - recorrentemente dá no extremo, ao longo da linha, o que mostra uma compreensão deficiente do que é o jogo. Virtudes: compensa bem o lado contrário da defesa, sempre que a equipa está descompensada; mostra tranquilidade e segurança no seu jogo; boa condição física, subindo e descendo sem dificuldades e sem ficar com as costas desguarnecidas; boa eficácia de cruzamento; consegue ser desequilibrador quando se aventura em zonas ofensivas. Em resumo, não me parece ser o lateral titular de que o Benfica precisa. 

Sobre César, julgo que estamos perante uma boa contratação. Bom jogo nas alturas; excelente a antecipar os lances - pelo ar ou pelo chão -; forte no desarme; percebe bem a necessidade de ser fiel à linha defensiva; tem segurança com bola quando sai com ela ou passa para o miolo, sem dificuldades; lançado em velocidade com o adversário, mostra-se rápido e eficaz na procura do espaço que lhe garanta o desarme. Deve procurar menos os passes de risco para o lateral, quando este está pressionado - a equipa tem de ter mecanismos que o protejam dessa opção, mas o jogador deve também saber defender-se e defender o perigo para a equipa de uma perda de bola em zonas perigosas. Resumindo, tecnicamente capaz, atleticamente forte, tacticamente inteligente, César é já, se Lisandro sair, o segundo melhor central do Benfica e o previsível titular, se não contratarmos ninguém para a posição.


Nada acrescento a "talento puro" e "cabe a Jesus burilar este diamante.

6) Derley deixava água na boca no Marítimo e ontem confirmou todas as expectativas. Sendo titular ou vindo do banco, será uma das figuras da época 2014/2015. Tem golo; tem presença física; sabe deslocar os defesas para a entrada dos colegas; combina muito bem com os extremos, não raramente mudando de posição com eles; de fora para dentro é perigosíssimo, tanto em diagonais dentro da área como aparecendo à entrada da área para finalizar um cruzamento; sabe recuar, tabelar, abrir jogo e rapidamente procurar a bola no espaço; nas recuperações de bola em transição, é óptimo porque sai rápido e decide geralmente bem. Não é um 9 puro, é mais um Rodrigo. O que quer dizer que, se Cardozo sair ou se mantiver lesionado, o Benfica precisa de ir ao mercado para ter uma opção mais "posicional" no ataque.

Nada acrescento a "será uma das figuras da época".


Nada acrescento a "fica a ideia para o nosso mister reflectir" e "Luís Felipe é um feliz contemplado na Wall of Cepos".

8) Bernardo Silva não pode entrar só a 10 minutos do fim, para uma posição que não é a dele e depois concluir-se que "não serve". Se o Jesus quer desperdiçar talento puro de um puto que é benfiquista até ao tutano, pode dizê-lo publicamente; isto assim é que não. Se quer desculpas, arranje outras. Não vale é fingir que se aposta quando na verdade está-se a apostar em não apostar. 


Diz mesmo tudo. 



sábado, 19 de julho de 2014

Benfica-Estoril: primeiro raio-X

O primeiro jogo da pré-época nunca pode servir de motivo de depressão ou de euforia. Os jogadores têm apenas 15 dias de preparação, procuram ainda a melhor forma de interpretar a ideia de jogo que o treinador tem e entender os restantes colegas e seu tipo de jogo. É, portanto, apenas e só um gerador de primeiras impressões que necessitarão de mais base que as sustente. Sendo assim, vamos ao primeiro raio-X de 2014/2015:

1) Uma inesperada (pelo parco tempo de preparação) sintonia entre os jogadores e uma boa assimilação da filosofia de Jorge Jesus: sa saída de bola, vimos o médio defensivo baixar para os centrais abrirem; vimos a compensação do extremo na subida do lateral; vimos a procura de alternar entre o jogo interior e a busca pela verticalidade dos extremos; vimos os movimentos de aproximação ao miolo por parte do avançado; tentativa de combinação em triângulos: «extremo, médio, avançado» ou «lateral, médio, extremo», consoante a zona do campo em que procurávamos a construção de jogo; compensação do médio-defensivo à subida dos laterais; procura (ainda difícil) de sintonia entre o médio defensivo e o médio de transição; movimentos de ruptura de um dos avançados, procurando deixar o terreno livre para a entrada ou do extremo em diagonal ou do outro avançado, com espaço aclarado; pressão alta e orientada para os espaços exteriores para logo "sufocar" o portador de bola com dois e três jogadores; trabalho nas bolas paradas. 

Alguns dos pressupostos que orientam a filosofia de Jorge Jesus estiveram bem nítidos neste primeiro jogo. Ainda faltam alguns, os que mais dificilmente são explicáveis a jogadores que chegaram há 3 semanas e começaram a treinar há 2. No entanto, é positivo que tanto trabalho esteja a ser compreendido pelos atletas. É uma das grandes mais-valias do nosso técnico: em termos de treino, é dos melhores do mundo.

2) Luís Felipe entra directamente para a Wall of Cepos. Todos os anos, por alguma estranha razão, o Benfica decide contratar um mau jogador. Não é possível acreditar que Jorge Jesus ou a equipa de prospecção do clube tenham vislumbrado qualidade em Luís Felipe, tão mau é o rapaz; logo, temos duas hipóteses para esta contratação: deu alguma comissão ao treinador, ao Presidente ou a outro gajo qualquer; é importante ter nos treinos uma referência no sentido de o mister poder explicar como não se joga futebol - «olhem para o Luís Felipe, aquilo é tudo aquilo que vocês não podem fazer!». Luís Felipe entra assim na Wall of Cepos, continuando a saga que se iniciou com Emerson e teve continuidade com Cortez. Se o primeiro ficou absurdamente uma época inteira a titular, contribuindo para não ganharmos o título, já o segundo ia ficando não fora termos emendado a mão no último segundo de Agosto. Espera-se que Luís Felipe possa seguir as pisadas de Cortez e ficar já encostado para sair em Janeiro. A diferença é que Cortez veio emprestado e este, se ficar os 5 anos ligado ao clube, custar-nos-á 2 milhões de euros. Só 400.000 a menos do que... Garay.

3) João Teixeira. Uma surpresa no onze e uma boa surpresa em campo, embora não tenha feito um jogo exemplar. Cometeu alguns erros compreensíveis pela natural ansiedade em mostrar serviço de um puto que tem qualidade: bolas perdidas em zonas cruciais, alguns erros no passe, nem sempre mantendo o equilíbrio posicional aquando das subidas dos laterais. Positivo: muito boa antecipação dos lances, entrando em desarmes que denotam concentração e capacidade para antever o jogo adversário; disponibilidade física; agressividade positiva, disputando cada lance com o espírito competitivo que se exige a um jogador do Benfica; visão de jogo, encontrando boas e inesperadas soluções mesmo quando estava pressionado; a procura pelo jogo vertical interior - quase sempre para Talisca ou Derley - dá bons indícios sobre a forma como interpreta o jogo. 

João Teixeira, juntamente com Rúben Pinto, Bernardo Silva ou outros jovens da formação, não deve nada a putos que chegam vindos do estrangeiro. A única razão para não serem aposta prende-se com uma estratégia errada de modelo de gestão. No Benfica, pensa-se sempre em fazer lucro, mesmo que no saldo entre compras e vendas na era Vieira o prejuízo seja assinalável. Olhem para os putos, dêem-lhes reais oportunidades, que vão ver brotar daquele Seixal muito titular e muito "activo" que poderá ser vendido no futuro, além do contributo desportivo. Agora, é mesmo se apostarem neles e não se lhes derem um ou outro jogo de pré-época para logo serem encostados quando chegarem mais uns estrangeiros tipo... Luís Felipe.

4) Benito e César - ficam para outras núpcias. Tanto mostraram qualidades como defeitos. Prefiro ver o jogo de amanhã para não ter dúvidas sobre se são de facto reforços ou se estaremos perante jogadores medíocres.

5) Ola John. Um talento puro. É um dos meus jogadores preferidos e no qual tenho muita confiança. Espero poder ver este ano o Ola John de sempre com um acrescento em termos motivacionais e de espírito combativo. A qualidade que este miúdo tem merece ter consequência no relvado. E nós merecemos ter um Ola John a brilhar de águia ao peito. Cabe a Jesus burilar este diamante. 

6) Derley deixava água na boca no Marítimo e ontem confirmou todas as expectativas. Sendo titular ou vindo do banco, será uma das figuras da época 2014/2015. Tem golo; tem presença física; sabe deslocar os defesas para a entrada dos colegas; combina muito bem com os extremos, não raramente mudando de posição com eles; de fora para dentro é perigosíssimo, tanto em diagonais dentro da área como aparecendo à entrada da área para finalizar um cruzamento; sabe recuar, tabelar, abrir jogo e rapidamente procurar a bola no espaço; nas recuperações de bola em transição, é óptimo porque sai rápido e decide geralmente bem. Não é um 9 puro, é mais um Rodrigo. O que quer dizer que, se Cardozo sair ou se mantiver lesionado, o Benfica precisa de ir ao mercado para ter uma opção mais "posicional" no ataque.

7) Candeias. Imaginando que Gaitán fica (o que não é, de todo, expectável), para as alas teremos o argentino, Salvio, Ola John, Pizzi e Candeias. Não será injusto dizer que o último será a última opção. Tendo em conta que Maxi pode não ficar ou mesmo ficando tem, como teve sempre, problemas posicionais, que Cancelo não é opção para Jesus e que Luís Felipe é, enfim, mais um feliz contemplado na Wall of Cepos, diria que Candeias poderia dar um bom lateral. Fica a ideia para o nosso mister reflectir.

8) Jara - 5,5 milhões de euros - não é nenhum cepo, mas também não justifica ficar no plantel tendo em conta que temos Lima, Cardozo e Derley (e Nelson?). Vendia o gajo. 2 milhões seria um negócio implacável.

9) Aparecer de 5 em 5 minutos a cara do Presidente é uma coisa asquerosa. Esta lobotomia aos benfiquistas - que tem resultado - é demasiado degradante. Numa campanha de angariação de sócios, a escolha para ter como figura da mesma a cara do Presidente diz tudo de quem temos a desgovernar o nosso clube.

10) Calado se estivesse calado era um bom poeta calado. A Benfica TV tem um principal requisito: ser lambe-botas do Presidente, do treinador e de tudo o que se faz no clube. Mas também não exagerem. Nada justifica tanto melão.





quinta-feira, 17 de julho de 2014

Sem rumo

Djuricic muito próximo de sair do clube. É este o problema: falta de estratégia, ausência de coordenação entre as ideias do técnico e as compras efectuadas. Avançámos 8 milhões de euros num excelente jogador que, pelas características que tem - é potenciado a «10», nunca a segundo avançado ou encostado numa ala -, não se enquadra no modelo de Jorge Jesus.

Agora irá de empréstimo para nunca mais voltar. Sidnei-Sete-Milhões e Ola John-Nove-Milhões conhecem o conceito. E tantos outros que, somados, mostram o porquê de o Benfica estar endividado até ao pescoço. Enquanto se enganam os adeptos e se destrói uma equipa campeã, enquanto se justifica esta absurda sangria com o endividamento (do qual os dirigentes são os únicos responsáveis), temos enterrados milhões de euros em jogadores emprestados. 

Já só apoia isto quem ou é muito cego ou tem algum interesse pessoal. 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Uma Candeia mal iluminada



Deste final de época, para além do triplo triunfo e consequentes festejos, sobra ainda a contratação do jogador Candeias, pertença do Nacional da Madeira.

Percebendo que se trata de um negócio de ocasião, por se tratar de um jogador em final de contrato, não consigo encontrar nesta aquisição uma lógica desportiva facilmente entendível. Candeias é um jogador interessante – não mais que isso – que se encontra próximo do seu limite evolutivo. Não vejo no extremo Português uma capacidade para evoluir muito mais do que conseguiu até ao momento, logo, não me é previsível que venha a ter um nível competitivo suficiente para assumir um lugar indiscutível no 11 do Benfica. Naturalmente que é um jogador com qualidade e capacidade para fazer parte do plantel, numa lógica de 2ª linha, mas não mais que isso.

Não obstante, jogadores para constituírem uma 2ª linha do plantel do Benfica já o clube tem sob contrato como Pizzi e/ou Ola John, para lá de Ivan Cavaleiro a quem é preciso dar competição, seja por via de oportunidades na equipa principal, seja por via de um empréstimo a um clube de primeira liga onde se possa impor como escolha principal.

Perspectivando as mexidas naturais do mercado de verão, e na pior das hipóteses, há a considerar as possíveis saídas de Gaitan e Markovic, ou seja, dois jogadores de classe e qualidades inegáveis. Perdendo estes dois fica a pergunta: Candeias é capaz de suprir alguma destas saídas do 11? Obviamente que não. Nem Candeias nem sequer Pizzi, Ola John ou sequer Cavaleiro.

O melhor que consigo prever para Candeias no Benfica é ser o Hugo Vieira ou Steven Vitória do próximo plantel, isto é, contratação para adepto ver (Hugo Vieira) sendo emprestado em seguida ou contratação para preencher uma das vagas na lista a enviar para a UEFA como jogador formado localmente (Steven Vitória).

Em suma, não há em Candeias nada que o diferencie positivamente dos jogadores que já se encontram contratualmente ligados ao clube.

E se a ideia era a de contratar um jovem português para as alas do ataque que pudesse ir evoluindo e conquistando o seu espaço, havia em Ricardo Horta uma solução muito mais promissora, até porque Candeias já conta com 26 anos. Não, não é um “velho”, mas está próximo do máximo que poderá dar, bem diferente do jovem extremo do Vitória de Setúbal e que já pertenceu ao Benfica.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Lesão de Salvio - uma oportunidade de fazer diferente

Sem Salvio até Março, urge mudar de sistema de jogo. Não faz qualquer sentido continuar a apostar em dois extremos, dois avançados e dois médios quando o mais eficaz dos extremos e o que mais equilibra um sistema já de si bastante fragilizado não pode jogar até quase ao final da época. Além disso, não há solução para a direita; Ola John e Gaitán têm dificuldades desse lado, Sulejmani é inconstante.

Com a qualidade que há no miolo - este ano, se não houver saídas, teremos finalmente um lote de médios (não «10»; médios) capaz de assegurar qualidade até ao final da época: Matic, Fejsa, Enzo, Amorim, Almeida, Gomes -, o que é lógico é optar por uma de duas soluções:

4x3x3 - Matic como homem mais recuado, Enzo a 8, Djuricic a 10; nas alas, Ola John na esquerda; Markovic na direita, os dois em constantes movimentos interiores (que é o que procuram recorrentemente), deixando a profundidade para os laterais - Siqueira e Maxi têm qualidade na forma como aparecem em movimento ofensivo a dar soluções ao portador. Na frente, Lima. Soluções alternativas para este sistema: por Matic, Fejsa ou Almeida; por Enzo, Amorim ou Gomes; por Djuricic, Gaitán; por Ola John, Gaitán; por Markovic, Sulejmani (mais vertical); por Lima, Cardozo, Rodrigo ou Funes Mori.

4x4x2 losango - Não é propriamente um losango simétrico; comparando, poderá ser uma espécie de regresso de Jesus ao sistema que o fez pela única vez, em 4 anos, campeão nacional. Usar na ala esquerda, um extremo puro e na direita um interior que garanta todas as valências de um médio e acrescente a capacidade para, não sendo extremo, dar largura e profundidade à ala direita, em troca com o lateral desse lado. Assim:

Matic mais recuado; Enzo a interior direito (posição que conhece bem, visto que na Argentina, além de jogar a extremo, quando entrava para o meio-campo normalmente partia de uma posição de interior direito e não de um «8», como no Benfica), Ola John a extremo esquerdo, Djuricic (Gaitán) a «10». Na frente, Markovic no apoio ao ponta-de-lança, que neste sistema já poderá mais facilmente ser Cardozo (se não for vendido). Lima, Rodrigo e Funes Mori servirão como alternativa.

Na baliza, Artur até ver. Oblak tem capacidades para discutir o lugar e agarrar a titularidade se Artur voltar a cometer alguns dos erros do ano passado. À esquerda, obviamente Siqueira; à direita, dependerá dos jogos. Não tendo o Benfica um único lateral-direito de qualidade inegável, terá de revezar Maxi com Almeida (ou até Amorim). Seria bom começar a apostar na evolução de um talento puro como o de João Cancelo, mas não tenho grandes esperanças que isso aconteça com Jorge Jesus ao leme. No centro, Garay e Luisão. As alternativas são fracas e darão problemas, enquanto o segundo melhor central do plantel (melhor do que Luisão, inclusivamente) foi emprestado. 

É apenas e só um exercício. Sabemos que Jesus continuará, mesmo sem Salvio, a apostar no seu 4132. Pagará ou receberá louros por isso. Até agora, e apesar do bom trabalho da época passada, o saldo é francamente negativo, além de que perdeu o balneário (razão mais do que suficiente para não ter visto o seu contrato renovado, muito menos por dois anos). Mas o problema do Benfica está muito longe de ser técnico. Está lá em cima, na bancada presidencial. E enquanto lá estiver em cima, estes exercícios far-se-ão por gosto por futebol; títulos, sucesso desportivo, respeito pelo Benfica - apenas sonhos e delírios de uns quantos anti-benfiquistas primários como nós.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Pizzi, por quanto e para quê?



Quando se começaram a ouvir/ler os primeiros rumores que davam conta do interesse do Benfica no extremo Português do Atlético de Madrid, ainda que lhe reconheça qualidade, afirmei, em conversa entre amigos, “deve ser especulação para vender jornais”.


No entanto, os ditos rumores não paravam, pelo contrário aumentavam. As “certezas” de que o Benfica estaria interessado na contratação de Pizzi eram cada vez maiores e já não podia ser um caso de mera especulação jornalística que procura o lucro, tinha de ser mais qualquer coisa.


Por isso, e fazendo contas ao plantel, perguntei: “Para quê?”. Então o plantel já não estava dotado de soluções viáveis para a posição? Havia/há Gaitan, Salvio, Ola John, Markovic e Sulejmani que, em princípio farão parte do plantel. “Deve estar alguém para sair”, pensei eu. Quem? Gaitan é sempre um dos nomes mais falados quando se aborda o assunto de saídas do plantel, tem sido anunciado o interesse do Man. City em Salvio, bem como foi tornado publico o interesse do AC Milan em Ola John. Ou seja, dos 5 nomes apresentados, 3 podem constituir uma saída (não me parece “admissível” mais que isso). “Boa medida”, apressei-me eu.


Porém, havia esquecido que Urreta ainda faz parte do plantel, logo, a pergunta “para quê?” voltou a surgir. “Será que pensam perder mais que um jogador daquela posição?” Se assim for, ficaríamos com menos 2 dos 5 que fazem parte do plantel (não coloco a hipótese de serem vendidos os 3), ou seja, aos 3 que sobrariam, poder-se-ia juntar Urreta e teríamos o “problema” resolvido, até porque no plantel ainda há soluções de recurso, caso assim seja necessário, como Melgarejo, Rodrigo ou Enzo. Logo, a questão do número de opções não seria justificação suficiente para a contratação de Pizzi.


Tentando não ser negativista ou abutre, coloquei a hipótese de se equacionar a vinda de Pizzi pela questão da nacionalidade, podendo haver dificuldades em encontrar gente suficiente que havia sido formada localmente para a lista a enviar para a UEFA. Logo, para enquadrar a aquisição de Pizzi, já teria de colocar 3 factores que deveriam acontecer cumulativamente: 1 – Saída de um dos extremos do plantel, 2 – saída de outro extremo e 3 – a necessidade de haver jogadores formados localmente. 


Chegado aqui, ocorreu-me outra pergunta (sou pior que os miúdos), “para quê gastar dinheiro num jogador que servirá para fazer numero, quando há Miguel Rosa (embora não seja extremo de origem, jogou muitas vezes, e muito bem, nessa posição durante a ultima época na equipa B) que seria uma solução a custo 0 e, talvez, com um custo salarial mais reduzido?”. A resposta não foi fácil, mas ainda assim, querendo reduzir ao mínimo a minha vontade de dizer mal, consegui “engolir” a embirração de Jorge Jesus com o Miguel e decidi aceitar, sem mais perguntas, a contratação de Pizzi.


Estava já eu convencido da lógica da contratação e sou “apanhado” pela notícia de que o extremo ex-atlético ia rumar ao Español de Barcelona por empréstimo do Benfica, ou seja, todas as minhas “explicações” para a contratação caíram por terra. Para fazer número não era, pois os emprestados não “fazem número”; Por ser melhor que Urreta também não seria, porque não fica no plantel; Para suprir alguma saída também não é, porque caso ela ocorra de que nos serve o Pizzi estando no Español?


Eu tentei, juro que tentei, mas não consegui encontrar a resposta à pergunta inicial e, por isso, lanço o repto a quem consiga: Pizzi, por quanto e para quê?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Uma esperança, uma confirmação negativa e duas certezas

Garay. A lesão do argentino vem levantar um dos problemas de que temos falado ao longo destes meses: se um dos centrais titulares se lesiona, resta-nos Jardel, um jogador que tem feito exibições de muito pouca qualidade, cometendo erros atrás de erros, mostrando que não tem a capacidade necessária para jogar no Benfica.

No entanto, e por uma questão de justiça, há que dizer que ontem Jardel terá feito a sua melhor exibição desde que está no Benfica: fortíssimo pelo ar, concentrado, sempre em apoio ao lateral, excelente nas vezes em que entrou em antecipação e posicionalmente, apesar do pouco perigo que a Académica gerou, esteve muito bem. Sóbrio, eficaz, seguro, consistente. Eu gostava de ver este Jardel até ao final da época. Infelizmente foi a excepção e não a regra.

Pelo lado negativo, Melgarejo. Mais um jogo horrível do paraguaio. Quem vê nesta adaptação uma ideia de génio não deve ver os jogos ou então tem algum filtro que lhe permite ver um Roberto Carlos sempre que a bola chega à lateral esquerda do Benfica. Eu vejo cada vez mais um Fernandez.

Ola John. O maior elogio que se pode dar a um puto com tanta qualidade é saber que decide como decide não por necessidade física mas porque tem o cérebro para entender o jogo. Ola John pode, porque tem características atléticas e técnicas para isso, ultrapassar um defesa e ir à linha final fazer um cruzamento - como 99 por centos dos extremos acha que deve fazer. Mas Ola John raramente o faz e só o faz quando o jogo vertical e posterior bola para área se justificam. Fá-lo raramente porque compreende que é mais fácil chegar à baliza pelos espaços interiores - em combinações, por jogada individual ou passe a abrir no outro flanco, descongestionando - do que se procurar esticar o jogo para um abismo de profundidade. Com esta idade, a decidir assim, só não será dos melhores do mundo se não quiser.

Lima. Marcou, assistiu para golo e deu a marcar outros que Cardozo não soube aproveitar. A qualidade do brasileiro transcende os golos que marca ou as assistências que faz. A forma como se movimenta, tanto em profundidade como em largura, no ataque do Benfica, criando espaços tanto para o companheiro de ataque como, em permuta, para os extremos que aparecem em diagonais, dá ao Benfica a qualidade da surpresa e do desequilíbrio. É um jogador colectivo. Um grande jogador colectivo. Quando marca, vêm os elogios todo e eles acolhe-os no peito; quando não marca, as luzes não o focam, mas ele está sempre lá.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

12

1) A melhor equipa do grupo foi a casa da pior equipa do grupo perder; a segunda melhor equipa do grupo ficou extremamente feliz por empatar em casa da pior equipa do grupo; a pior equipa do grupo foi a casa da segunda pior equipa do grupo ganhar; a segunda melhor equipa do grupo foi a casa da segunda pior equipa do grupo perder e levar um banho de bola; a segunda melhor equipa do grupo ficou deveras contente com a excelente derrota em casa («por apenas 2-0») contra a melhor equipa do grupo, embora a pior equipa do grupo tenha vencido a melhor equipa do grupo em casa. A segunda melhor equipa do grupo, em vez de se assumir como segunda melhor equipa do grupo, e procurar ganhar os jogos fora contra a segunda pior equipa do grupo e contra a pior equipa do grupo, decidiu que podia empatar um e perder outro porque, naturalmente, a melhor equipa do grupo tudo resolveria quando fosse jogar fora contra a pior equipa do grupo e contra a segunda pior equipa do grupo. A segunda melhor equipa do grupo contou com o ovo no cu da galinha e agora espera que a segunda pior equipa do grupo vá resolver os problemas da segunda melhor equipa do grupo ao campo da pior equipa do grupo. Isto se não acontecer o que seria uma surpresa monumental: a segunda melhor equipa do grupo ir a casa da melhor equipa do grupo ganhar o jogo. Mas isso não deve ocorrer visto que, como nos foi vendido na altura, a melhor equipa do grupo é a melhor equipa do planeta, o que quer dizer que perder por 0-2 em casa contra a melhor equipa do grupo é não só um motivo de satisfação como até de orgulho e, vá, alguma vaidade. A segunda melhor equipa do grupo decidiu abdicar do estatuto de segunda melhor equipa do grupo, fez-se de pior equipa do grupo durante uns jogos e agora vai ter de ser, à força, a melhor equipa do grupo se quiser passar o... grupo.

2) Ola John tem coisas. Muitas, variadas e boas. 

3) Gaitán também tem coisas. Geralmente más.

4) Matic seria um 8 delicioso. Aquele passe vertical na segunda parte, uma coisa deliciosa que faz sonhar com o rapaz mais avançado no campo e pensar no que poderia fazer se largasse a posição onde vai andando, desposicionando-se e desposicionando a equipa ou fazendo faltas desnecessárias que originam livres perigosos para os cepos que só têm essa arma como futebol.

5) Garay e Pérez. Delícia.

6) Cardozo: há mais baliza além do sítio central onde está o guarda-redes.

7) Não havendo soluções experientes, Almeida a médio defensivo. A lateral não, por favor.

8) Informação aos «melhores adeptos do Mundo»: há jogos aos fins-de-semana também. E, espantem-se, bem mais importantes para a equipa do que os das Terças e Quartas.

9) O nosso mister veio dizer antes do jogo que a dupla Lima-Cardozo não é a sua preferida mas que, por ser decisivo o encontro de ontem, tinha de arriscar no "tudo ou nada" e meter os dois de início. Eu julgava que nos jogos decisivos, e nos outros, o mister devia meter os jogadores em quem acredita e que acha que podem criar a melhor solução para resolver os problemas. Afinal não. Quando o jogo é decisivo, arrisca-se. É todo um novo conceito futebolístico.

10) A única forma possível de os 11 postes escoceses poderem marcar golo passava por atirarem bolas para a área, um ou dois fazerem uns bloqueios à basquetebol e criarem um espaço para alguém cabecear. Isto sabia eu, sabias tu, sabia o mundo e até sabia o Jorge Jesus. Mas foi mesmo assim que o Celtic marcou o seu golo. Encosto ilegal? Aceito. Já é mais difícil aceitar a ingenuidade de Artur, o mau posicionamento defensivo do Benfica e aparecer um gajo isolado ao segundo poste. Contra um futebol de 1913, soluções pontuais e específicas de 1913. 

11) Eu já não me lembro de uma arbitragem europeia a nosso favor. É possível que tenha existido na década de 90, mas começa a ser desesperante ter de assistir consecutivamente a prejuízos - em casa e fora. Se calhar o encosto do Luisão, as gargalhadas histéricas de jogadores e técnicos, as frases imbecis do lagarto carraça e a falta de uma palavra de apaziguamento naquele dia que colocou o nosso capitão dois meses de molho têm alguma coisa a ver com isto. Mas não quero ser apelidado de mau benfiquista. Bem fez Luisão em atirar-se para cima do árbitro. Ou, como diz esse tratado de brilhantismo Rui Gomes da Silva, «o árbitro não tinha nada de meter o corpo à frente do Luisão». E é esta coisa Vice-Presidente do Benfica.

12) Vítor Pereira anda com «As bolinhas amestradas» pois «parece que sabem que gostamos de grandes desafios». É bem verdade: no Porto adoram grandes desafios. Especialmente se as bolinhas dos árbitros também estiverem amestradas:



sábado, 10 de novembro de 2012

7

1) Muita atenção ao trabalho de Paulo Fonseca, no Paços de Ferreira. Não é só o facto de estar em 4º lugar à 9ª jornada; muito mais importante do que isso: o que esta equipa joga, com os parcos recursos de que dispõe. É, com Peseiro, o treinador que tem sabido construir melhor futebol na relação qualidade de jogo/jogadores que tem.
2) O que a Comunicação Social tem feito ao Sporting é das coisas mais nojentas a que tenho assistido. As montagens - primeiro de Jeffrén, agora do Van Wolfswinkel - servem de atestado à mais simples filhadaputice dos jornalistas e dos directores de jornais que aceitam fazer parte dessas jogadas porcas. Os sportinguistas, mesmo que recorrentemente queixinhas e desculpabilizadores - não, a culpa de o Sporting estar assim não é externa -, não merecem tamanha humilhação. Isto serve hoje para o Sporting como no futuro poderá servir-nos. Temos de estar atentos ao nojo em que se tornou o jornalismo desportivo em Portugal.
 3) O jogo de Vila do Conde é fundamental - não importante; fundamental. Com um Porto forte e em crescendo, não podemos de forma nenhuma descolar da liderança. Recebendo a Académica, a probabilidade de vitória portista é altíssima; já o nosso jogo tem uma dificuldade maior e não é nada óbvio que consigamos vencer o Rio Ave. Espero que a equipa entre organizada - fundamental reforçar o meio-campo! -, a querer resolver o jogo de início e não à espera de que o resultado apareça. Chamar Miguel Rosa começa a ser tão evidente que não se percebe tanta teimosia em ignorar uma mais-valia que ainda por cima é benfiquista e da formação. 

4) Garantem-me que sairão jogadores em Janeiro. Não um, mas mais. Se a época está praticamente perdida pelo péssimo planeamento de Agosto, uma ou mais saídas serão as machadadas finais. Espero que, no Benfica, alguém (Rui Costa?) avise os dirigentes de que não podemos vender Luisão, Cardozo ou Aimar em Janeiro e esperar resultados positivos em Maio. Por favor, tenham respeito pelos benfiquistas.

5) Os dirigentes do Benfica não obrigam o Sporting a pagar os estragos do incêndio que atearam no nosso estádio porquê? Usem das estratégias de aproximação aos lagartos que quiserem, mas não gozem connosco, adeptos. Nós exigimos que o Sporting pague os actos violentos dos animais que nos destruíram parte do estádio. 

6) Muito bom trabalho de Jesus com Ola John. Soube esperar e integrá-lo no tempo certo. Bem regado, poderá estar aqui uma pérola que dará ao Benfica benefício desportivo - pensemos primeiro neste, no desportivo, e deixemos a questão da valorização de activos para a terceira época. 

7) O Benfica precisa de um lateral-direito e de um médio para ontem. Maxi está de rastos e os próximos meses serão ainda piores - em termos defensivos, a cair fisicamente, comete todos os erros que cometia na primeira época, é um autêntico passador. Proponho um jogador que pode fazer as duas posições, que não seria caro e cuja saída enfraqueceria um adversário: Salino. Perfeito para o que precisamos.