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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Epicidade do futebol:




o campo do Estrela; à direita Cabrita, glória eterna; o actual treinador adjunto do Benfica, Quaresma, em cima à esquerda; logo ao lado dele, e capitão, o catedrático Jorge Jesus; ainda Norton de Matos e Rosário; os equipamentos do Estrela; a bola; os anos 80 escarrapachados num rectângulo de relvado.

sábado, 11 de agosto de 2012

Mas qual modelo?

«Este campeonato vai-nos colocar perante uma situação diferente das equipas B de antigamente. Mas uma coisa é certa: iremos seguir o modelo da equipa principal. Não faz sentido ser de outra forma. Quando existir a transição de um jogador terá de estar identificado com tudo»

O princípio é óptimo e é tão evidente que nem devia sequer ser posto em causa. Uma equipa B deve estar em constante contacto com o que é feito na equipa principal, deve servir de alimento à primeira equipa e deve, como é óbvio, reger-se pelos mesmos princípios tácticos utilizados pelo técnico principal.

O problema prende-se com a filosofia: que modelo e sistema temos? E Jesus prosseguirá os mesmos princípios dos últimos três anos, optando por um 442, em que a equipa acaba inevitavelmente por deixar dois blocos de jogadores distanciados, entregando o espaço central ao adversário, sofrendo 10 a 15 transições perigosas por jogo? Se é este o modelo para esta época, então talvez seja caso de pedir a Norton de Matos que diga aos seus jogadores: "esqueçam tudo o que estão a ver na equipa principal". 

O problema destas frases - que, repito, têm um bom princípio ideológico - é que acabam por ser estéreis. Um modelo de jogo, se se pretende que alastre para a equipa B e, já agora, para toda a formação, tem de primeiro ser decidido não pelo treinador mas pelos responsáveis pelo futebol do clube. Tem de ser pensado, reflectido, encontrado na essência do que é a história do clube e de como se pretende jogar. Depois sim, chega a prospecção do treinador mais apto a corresponder a uma ideia geral do Benfica.

Ora, no nosso clube isto não acontece: quem escolhe a filosofia táctica é o treinador e a estrutura vai atrás. É uma forma de gerir o futebol, não será a melhor mas nem por isso deixará de ser uma opção válida. Só que, se é esse o caso (e no Benfica é isso que acontece), não vale a pena procurar um encontro entre as formações jovens e equipa B com a formação principal, porque não há linha contínua que sustente essa possibilidade - não foi o clube que decidiu, foi Jesus, logo quando Jeusus sair o clube não terá qualquer filosofia moldada ao futuro. 

Norton de Matos o máximo que poderá fazer é procurar entender o que se vai passando na formação principal e de alguma forma ir copiando. Mas isto é de um amadorismo terrível, porque então quererá dizer que a pré-época serviu para muito pouco. E a verdade é que tanto numa - primeira equipa - como noutra - equipa B - as pré-épocas têm sido acima de tudo momentos de indecisões e dúvidas. Uma, a primeira, porque não está completa nem equilibrada (quando estará?); outra, a segunda, porque ainda nem sequer ficou definido quem sai, quem entra, se seguem este ou aquele modelo.

«Mas uma coisa é certa: iremos seguir o modelo da equipa principal. Não faz sentido ser de outra forma». Certo, mas não deveriam estar já a ser treinados os modelos de uma e outra equipa? E se Witsel sai, como fica o modelo? Ele que já é o único «8» do plantel (há Matic, mas para Jesus é um «6»). Conseguem imaginar uma equipa campeã com um único médio de transição uma época inteira? Eu também não. Agora imaginem se dissermos adeus ao belga.