Por
vezes dá ideia de que as últimas eleições foram extremamente concorridas e que
o presidente Vieira venceu com uma esmagadora maioria do eleitorado a seu lado.
Não foi esmagadora. Não foi assaz grande. Não foi particularmente volumosa. Não
foi especialmente significativa. O presidente Vieira venceu com uns retumbantes
7,25% de sócios a seu lado. Repito o número: 7,25%. Número de sócios a dividir
por número de votantes dá isto: 7,25%. Querem que eu repita? 7,25%. Menor que o
valor do défice previsto para 2013. Pouco mais que a percentagem de portugueses
que votou no CDS nas últimas legislativas. Por cada votante em Vieira que
encontrarem na rua, encontrarão 5 esquizofrénicos. Acho que já perceberam a
ideia.
Mas
a verdade é que Vieira ganhou e assegurou a sua quarta eleição, dobrando assim
o número de campeonatos ganhos e quadruplicando o número de Taças de Portugal e
de Supertaças conquistadas. Se estas eleições valessem um troféu, seguramente o
Museu Cosme Damião teria o dobro da riqueza que o actual presidente lhe
acrescentou com os principais títulos de dez anos de mandatos.
Mas
deixemos os cenários de parte e regressemos à realidade, que é onde realmente
as coisas se passam... A lista do Luís das Furnas, o homem que roubava as
moedas do elefante do Jardim Zoológico (vêem como é de pequenino que se começa
a roubar...) acabou com 7,25% do eleitorado do seu lado, resultado para o qual
contribuíram exactamente 18.139 sócios de um universo de mais de 250.000.
Numa
eleição com apenas dois candidatos esta percentagem eleitoral é absolutamente
ridícula e deveria ser o suficiente para as pessoas entenderem que o projecto
era um completo disparate e que a larga maioria dos benfiquistas se riu da
patética figura do senhor que foi sócio do mesmo clube de Jorge Nuno, Reinaldo,
Adelino e Antero (e com os quais fez muitos e proveitosos negócios para o
Alverca e para o Porto) e da trupe que o acompanhava (se já foram a uma AG,
sabem as figuras que Rui Cunha faz). Mas, enfim, o senhor já pode contar aos
netos que um dia foi presidente do Benfica durante mais de uma década sem
ganhar praticamente nada no futebol, o que levará os netos a perguntarem se os
benfiquistas da altura eram efectivamente estúpidos ou meramente, vamos lá,
menos inteligentes.
Meus caros, vamos lá elevar esses padrõezinhos de
exigência. Isto não é o Alverca.