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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Reserve-se o Marquês! Somos Campeões! O 33º é nosso! BEN-FI-CA, BEN-FI-CA, BEN-FI-CA!

Não, este não será mais um post irónico no qual discorrerei, em tratado benfico-sociológico, sobre a visceral pesporrência dos benfiquistas. Este texto é todo meu e cuida da minha própria bazófia pessoal como adepto do Benfica. Melhor: do meu apurado sentido de clarividência e acerto nestas coisas das previsões futebolísticas.

Arrogante encartado aos olhos de muitos adeptos do meu clube, por nestes anos ter previsto o apocalipse - houve mesmo quem me chamasse, de uma forma que considerei ternurenta até pela ingenuidade da expressão, o... «anunciador de desgraças» -, venho hoje, numa provavelmente muito surpreendente faceta minha (só para os desatentos), falar-vos do futuro risonho que esta época trará. Acreditem, o anunciador de desgraças (não é assombrosamente delicado e querido?) está aqui hoje para vos dar uma alegria. E se os meus caros e mesmo eu próprio, embora menos por ser mau benfiquista, estamos precisados de uma boa notícia. 

O que é extraordinário neste momento é que, de uma forma bastante irónica, o mais profundo e enojado leitor daquilo que vou escrevendo é bem capaz de estar todo contente com estes primeiros dois parágrafos: é que pode odiar-me, mas lá no fundinho sabe que aqui esta besta acerta em 99, 9 por cento das coisas que anuncia, com tempo e antecipação (não depois delas acontecerem), para o futuro do Benfica. Descansa, odioso rapaz, também tu terás um lugar no céu e uma garrafa de uísque para beber no Marquês. Como Deus dos Maus, Senhor das Trevas, Inacreditável Abutre, Prestidigitador-Papagaio, Rei dos Malvados, Príncipe das Angústias e, claro... anunciador de desgraças (maravilhoso e terno, na verdade), eu vos absolvo, pobres carcaças que vão vivendo o Benfica como se fossem barquinhos de papel no meio de uma tempestade medonha.

Seremos CAMPEÕES, companheiros! E antes que venham com discursos pretensamente inteligentes (por favor, não tentem disso em casa), aparentemente lúcidos (devem só usar produtos para os quais tenham dinheiro), ponderadamente cautelosos (sabem lá vocês o que isso é!), calem-se e deixem o Anunciador de Desgraças anunciar uma Maravilha e vos explicar calmamente e sem histerias o porquê de o Benfica estar a três meses do seu 33º título de Campeão Nacional.

Antes disso, entendam de uma vez por todas que o que é belo no futebol, para além das minis, do cheiro do relvado, dos abraços e beijos a gente feia que se senta ao nosso lado e outras tantas virtudes mil, é a possibilidade de, como crianças, apostarmos no futuro. Dizermos: «será assim!», «não será assim!», «ponho dez pastilhas Gorila em como o Cortês é uma bela merda e só vi um jogo dele!», «só vi duas horas de Roberto e arrisco os meus pães com tulicreme e manteiga: vai passar o ano a dar frangalhadas» e coisas deste tipo, das quais me lembrei agora por acaso, sem qualquer aparente razão para tal. 

O que é bonito é estudar o fenómeno, conhecer-lhe as manhas, antecipar reacções. É lindo poder dizer antes dos outros que um gajo muito elogiado é um pobre coitado sem talento ou que um pobre coitado sem talento aos olhos da maioria é afinal um jogador fabuloso. Ou que um treinador tem qualidades quando lhe chamam tudo e mais alguma coisa; ou avisar os adeptos e sócios de que um Presidente tal anda a arruinar um certo clube, quando até gente inteligente passa o tempo a comer gelados com a testa e a não ver o que parece evidente, óbvio e demasiado real para que alguém o deixe passar por entre as mãos. Mais uma vez, isto é apenas no plano teórico, sem qualquer presumida relação com a realidade. Meros apontamentos, notas soltas. «Eu só vim ver a bola...».

Entendamo-nos: os adeptos têm direito a dizer barbaridades e a antecipar o futuro, mesmo errando. Os dirigentes não. Quando colocamos a responsabilidade de uns nos ombros dos outros estamos a adulterar a essência do que é este jogo e do que se pretende de cada lado das facções. No entanto, não se preocupem: eu, sendo adepto, não antecipo o futuro, estando errado. Como vocês sabem, mesmo os que odeiam este meu poder adivinhatório, místico e talvez mesmo de alguma sensualidade oracular, o nível de acerto é tal que nada têm a temer senão que o céu, ou uns pedaços de telha solta, vos caia em cima da cabeça.

Seremos campeões porque temos um bom técnico. Logo à partida, passa por aqui. Seremos campeões porque Jorge Jesus é de facto um bom treinador. Claro, comete erros; ao longo destes anos, tem cometido alguns e em momentos cruciais. Mas a visão geral, a análise detalhada e simultaneamente abrangente revela um talentoso mister ao nível do treino, do conhecimento do jogo e da antecipação (o tal poder adivinhatório quase tão apurado quanto o meu) e, por outro lado, um péssimo cuidado humano, uma teimosia que extravasa a normalidade aceitável e um poder dentro do clube que, em vez de o potenciar, o prejudica, prejudicando no fim o Benfica. Culpa disto? É lógico: Vieira e sua maralha. Tivesse tido Jorge Jesus um Presidente decente nestes últimos 4 anos e teria neste momento não 1 campeonato ganho mas 3. Sim, é a diferença de ter boas estruturas ou estruturas de merda: perdem-se 2 campeonatos em 4 anos.

«Mas, Ricardo, para estares tão confiante este ano a Direcção terá aprendido alguma coisa?», perguntar-me-ão. É lógico que não. Não aprendeu este ano como não aprendeu nos últimos 12 anos como nunca aprenderá. O que se passa, meus caramelos do «Carrega, Benfica!», é que o Porto está nas lonas. Estivesse o Porto bem e os erros que a estrutura constantemente comete - este ano, entre muitos (lembremo-nos de Cortez ou a saga Cardozo, por exemplo), sobressai a venda Matic, que é de uma imbecilidade atroz para um clube que tem uma necessidade imperiosa de vencer esta época o Campeonato - dariam o mesmo resultado das últimas três: Porto campeão. Ou seja, entendam isto de uma vez por todas: com esta gente que desgoverna o clube, o Benfica só será campeão nos anos em que o Porto estiver fraco e em mudança de ciclo - e mesmo assim não o será sempre. 

Vítor Pereira foi duas vezes campeão como técnico do Porto - há que relembrar sempre este estranho fenómeno, mesmo sabendo que não é tão mau como o pintam mas tendo toda a noção de que é bem pior do que Jorge Jesus. Villas-Boas, que é bom, deu um banho monstruoso em Jesus. O que quer isto dizer? Que o Benfica não depende da sua competência para ter sucesso desportivo mas da incompetência alheia. É duro? Oh, se é. Não é fácil admitirmos a nós próprios a realidade, companheiros caramelos do "Temos é de apoiar na Internet!". Mas é a verdade e é a honestidade e é o que está certo e é o que nos faz melhorar e é o que nos faz lutar por algo melhor e mais digno pelo nosso glorioso Benfica. Vou repetir: com Vieira, o Benfica só será campeão quando os outros forem incompetentes. 

E, minhas bestas cibernéticas, meus malucos do "Eu sou muito benfiquista porque não sou pró nem anti Vieira; sou é do Benfica" e outras frases neste registo que, enfim, me escuso a comentar de tão óbvias que são - embora seja de perguntar a essas pessoas se, com o rabinho sentado na cadeira do acrítico acrílico ou apoiando gente nefasta, acham que estão a ajudar o clube -, meus docinhos de ternura de Piso 1, meus cobertorzinhos de vermelho e branco cosidos pelas patroas e pelas vovós, meus queridos benfiquistas, nada temam: SEREMOS CAMPEÕES!!!!! 

O que podia ser o Tri (2012/2013/2014) será apenas o primeiro título depois do Tri do Porto, mas será festejado como se fosse um Penta. Se nas duas últimas épocas, Jesus fez um bom trabalho e não fez do Benfica Campeão Nacional por causa de Vieira, este ano Jesus, apesar de Vieira, fará do Benfica Campeão Nacional. Podem reservar a festa: o Anunciador de Graças já pôs a sua mão mística sobre o caneco dos sonhos.