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terça-feira, 7 de maio de 2013

Passámos da ciência à religião em menos de um Licá.

E agora? Agora resta crer. Mais do querer, resta crer. 

Não devia ter sido assim, não podia ter sido assim. Ao Benfica bastava ganhar, EM CASA, a Estoril e Moreirense para ser campeão. Leiam a frase outra vez, releiam. Sim, bastava isto. E o que fez o Benfica de Jesus? Aquilo que tem sido normal no Benfica de Jesus: falhou no momento crucial. Porquê? Bem, acho que as explicações já aqui foram dadas muitas vezes. Quem vê, vê; quem não vê, passará sempre o tempo a crer. E faz bem. Porque, de facto, é mesmo o que resta. Eu prefiro sempre a ciência à religião - não me levem a mal.

E agora? Bem, agora, além de restar crer, resta outra coisa: um desafio. Dos grandes. Há quem ache que defende o benfiquismo dizendo: "e agora, qual o problema? Vamos ao Dragão e saímos de lá campeões!!!!!", assim com muitos pontos de exclamação para todos verem o benfiquismo exacerbado, o verdadeiro, o impoluto, o fundamental benfiquismo. O melhor benfiquismo, porque para estas pessoas, mais do que a ciência, é a religião que as move. E é bonito e é sentido e é giro, mas é mais arriscado, mais difícil, menos competente. Releiam outra vez: bastava termos ganho, NA LUZ, a Estoril e Moreirense para sermos campeões. Se podíamos ter tido isto, porquê forçarmo-nos a um jogo de alto risco? Se tínhamos 95 por cento de possibilidades de sermos campeões há 24 horas, por que filha da puta de razão é que agora temos 20 ou 30? "Ah 20 ou 30, tu não és benfiquista!!!!!!!!!!!", assim como muitos pontos de exclamação porque toda a gente sabe que a exclamação está directamente relacionada com o nível de benfiquismo. Quem não coloca as coisas assim nestes termos, nestes pontos de exclamação que exclamam muito!!!!! MAS MUITO MUITO! COM CAPS LOCK E TUDO!!!!!!!!!!!!!!!!, é porque é mau benfiquista.

20 ou 30 por cento, claro. Porque o jogo é no Dragão - e eles têm muitos defeitos mas também grandes virtudes: principalmente a mentalidade vencedora; é por isso que eles vêm ganhar mais vezes à Luz do que nós vamos ganhar ao Porto -, porque esta equipa geralmente vacila nas alturas cruciais - ontem foi só mais um episódio -, porque o Benfica tem uma final europeia quatro dias depois, porque, porque, porque.

«Mas, Ricardo, ainda temos 20 ou 30 por cento»? Sim, companheiros, ainda temos. Agora resta crer. E aqui o científico vai comprar um fiozinho com a Nossa Senhora, vai comer uma hóstia, vai beber vinho e, para finalizar, vai apanhar o comboio para o Dragão. Até os cépticos, quando já nada mais podem fazer, têm de ir atrás da crença. Juntemo-nos, então, todos numa grande festa celestial. E, se Deus quiser, seremos campeões.

domingo, 6 de janeiro de 2013

6

1. O Porto continua a ganhar, mesmo jogando mal. Depois de um período de grande qualidade nos primeiros meses, esta equipa revela deficiências curiosas e prometedoras para os nossos objectivos. Apanhá-los nesta fase é, por isso, uma boa notícia. A má é que nós também não apresentamos um futebol que dê garantias para os grandes jogos. E, claro, sofrermos de um estranho trauma sempre que os defrontamos que já dura há mais de duas décadas. Para o próximo clássico, além de preparadores físicos e treinos tácticos, contratem 11 psicólogos, outros 11 psiquiatras e um gajo que saiba o que é o Benfica a ver se alguém no clube compreende que em qualquer jogo grande, especialmente na Luz, os outros é que devem tremer, não nós.

2. Antes, porém, o Estoril. É uma tradição desta espécie de campeonato, nos momentos decisivos da prova, no jogo anterior a disputarmos com o Porto a liderança, aparecer um herói da Madalena a resolver os encontros com arbitragens desfavoráveis ao Benfica. Esse é um problema que hoje terá de estar presente na palestra - discutam pouco com o árbitro, não façam entradas estúpidas, não se desconcentrem. O outro problema é a equipa do Estoril, que sabe o que é uma bola. E, claro, o nosso tipo de futebol que tanto dá para goleadas como para desequilíbrios e erros que custam pontos. Já sei que o Jesus não abdica dos dois avançados, mas eu faria diferente: preenchia o meio-campo com um 10 (César; Aimar ficaria para o clássico), deixando Cardozo no banco para a segunda parte.

3. Num campeonato disputado a dois o efeito psicológico da vantagem pontual, mesmo que com um jogo a mais, é fundamental. Nesse sentido, chegar ao clássico com mais três pontos assume uma importância vital para o resto da competição - hoje só pode dar vitória, não há outro resultado aceitável. Entrar em campo com 3 pontos de vantagem pode ajudar à tal serenidade raríssima sempre que jogamos contra o Porto.

4. O Sporting perdeu mais uma vez, desta vez em casa contra um Paços de Ferreira treinado por uma figura muito interessante da qual falei há uns meses - falaremos mais dele esta semana. Tinha previsto um Sporting a lutar pelos lugares entre o meio da tabela e a Liga Europa; jogo após jogo, pela inexistência de qualquer coisa que se assemelhe a uma ideia de futebol, pergunto-me se não teremos uma histórica descida ao abismo. Como benfiquista amante dos jogos ao vivo entre estes dois grandes clubes, não é coisa que me agrade. Um lugar acima da linha de água, conquistado em dificuldades nos últimos minutos do último jogo, isso sim, todo um circo aceitável e festivo.

5. O Hóquei perdeu contra o Porto. É o benfiquinha forte contra os fracos e fraco contra os fortes dos últimos largos anos. Qualquer dia tiro um tempo para analisar os resultados em todas as modalidades que temos tido contra os portistas nos últimos 20 anos. Os traumas só se curam com competência, grandiosidade e conhecimento histórico do clube. Coisas que escasseiam na generalidade de quem nos governa.

6. João Cancelo. Aquele abraço.