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segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

O Benfica entregue aos bichos.

Imaginem que estão em 1985, acordavam, iam ao Estádio da Luz e alguém vos dizia que:
- o Presidente agora era um tipo que é sócio dos três clubes;
- o n°2 é sportinguista;
- o n°2 usa o clube para pagar o casamento da filha.
No dia a seguir, estavam Presidente e n°2 no olho da rua. No Benfica de Vieira, para os vieiristas está tudo bem. Foi apenas um... "adiantamento".

terça-feira, 17 de julho de 2018

Algumas curtas gloriosas



- A estrutura do Benfica anda há mais de um ano a ver a sua correspondência virtual vasculhada, roubada e publicamente divulgada e para os amantes de Vieira (que são quase todos os benfiquistas) a culpa é da Comunicação Social, do Porto, do Presidente da Federação (que, só assim de passagem, foi 'inequivocamente apoiado" por Vieira... duas vezes), do homem do talho, da Júlia Florista, do Rio Tejo, dos ácaros do colchão de uma casa na Nazaré, das moscas irritantes de Santa Comba Dão. Nem por um segundo esta gente se dedica a pensar na absoluta e ridícula incompetência que isto revela sobre os dirigentes do clube.

- O medíocre Castillo vem para o Benfica receber 2,3 milhões de euros por ano. Com uma gestão deste nível, é natural que alguns bolsos bigodais estejam cada vez mais cheios e os cofres do clube cada vez mais vazios.

- Domingos Soares Oliveira, o lagarto que manda no clube há mais de uma década, vem dizer aos benfiquistas que a prioridade da estrutura não é o reforço do plantel mas o "investimento no estrangeiro" ("Não vamos aumentar o nosso endividamento, sobretudo para financiar a compra de jogadores. Não há a intenção de o fazer, a não ser para algum investimento hipotético no estrangeiro"). Acho que fica tudo dito sobre o que importa a esta gente que desgoverna o Glorioso.

- Ferreyra-Jonas com Félix a espaços e a crescer com os dois craques; Pizzi-Krovinovic com Gedson a espaços e a crescer com os dois craques; Rafa-Zivkovic com Salvio a espaços e a crescer com os dois craques; Grimaldo-Fejsa com Cervi e Keaton a espaços e a crescer com os dois craques. No meio de tanta miséria estrutural, esta promessa de bom futebol com tantos talentos é o que me vai animando por estes dias.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Quem manda no Benfica

Só para que não restem dúvidas sobre quem manda, mesmo, no Benfica.

Então há uma mudança de estratégia em relação à formação e quem a explica (sem explicar, porque não disse nada com conteúdo) é o director financeiro? Mas agora quem manda no futebol é quem manda nos números? Foi Domingos Soares de Oliveira o eleito pelos sócios?

https://bancada.pt/futebol/portugal/soares-de-oliveira-e-a-saida-de-nuno-gomes-era-necessario-outro-perfil

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Os 4 Indispensáveis



Todas as saídas de todos os bons jogadores são tristes; este ano não será excepção. Lá veremos alguns craques serem vendidos para o estrangeiro a troco de umas dezenas de milhões - ou nem isso.

Compreendendo que, no Benfica e ao contrário do que diz desde 2009 o sportinguista que manda nas contas do clube, todos os anos é essencial fazer duas ou três grandes vendas, consigo aceitar - apesar da tristeza - as saídas de Ederson, Semedo e Lindelof. Se possível, apenas dois deles, já que se os três saírem teremos de reformular mais de metade da zona mais recuada da equipa, o que é naturalmente um perigo.

Depois há jogadores de qualidade que poderão sair, embora o preço de venda não valha a sua saída: Júlio César, Lisandro, Samaris, Salvio, Carrillo, Cervi, Horta, Rafa, Mitroglou, Jiménez. Seria importante manter esta fornada porque, não sendo insubstituíveis, são jogadores experientes e muito importantes para criar e manter um plantel capaz de lutar em todas as frentes.

Por fim, os 4 indispensáveis. Tivesse eu orelhas grandes, bigode e três cartões de sócio dos três grandes na minha carteira, não venderia de maneira nenhuma estes 4 génios: Grimaldo, Fejsa, Pizzi e Jonas. Porque podem ter a certeza: com tanta qualidade, talento, inteligência e criatividade em campo, só por milagre o Penta escaparia.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

O lucro desconhecido da Benfica TV

O lagarto que manda nas contas e praticamente em todo o clube, Domingos Croquete de Oliveira, vem anunciar que a BTV no seu primeiro ano conseguiu uma receita "a rondar os 30 milhões de euros". Número, sem dúvida alguma, de belo alcance para o primeiro ano; esperamos que o clube saiba fazer evoluir e potenciar mais o canal (despedir o Guerra Santos Fernando Pedro é uma medida que urge) para que o segundo ano gere ainda melhores receitas.

Ora, sabemos que a Comunicação no Benfica é bastante deficiente, mentirosa e omissa, mas já que falaram para estrangeiros e não para os sócios do Benfica (que não têm nada a ver com isto, como é evidente) desta vez podiam ter usado dados certos. É que dizer "a rondar" é assim um bocadinho parvo. No entanto, vamos assumir que "a rondar" são 28 milhões de euros. E agora, como saber o lucro que tivemos se os custos não foram anunciados? Imaginamos, inventamos, pedimos à Maya que lance as cartas astrais? 

Este Benfica é isto: mesmo num projecto que claramente teve sucesso no seu primeiro ano, que foi a resposta ao sistema Oliveira que alguns de nós pedíamos há muito tempo, que trouxe (vamos ver até quando) para dentro do clube o controlo sobre as transmissões de boa parte dos seus jogos, acontecem sempre estes "a rondar" e estas voluntárias omissões. 

No café, junto à minha mesa, dois benfiquistas cinquentões gabavam-se do feito:

- Os gajos pagavam-nos 7 milhões, agora já fizemos 30 milhões ahahahahahahahah
- O pintinho até bufa!! ehehehehehehhe

Tive de levantar-me e explicar aos senhores que quem bufava era o Joaquim Oliveira, o amigo pessoal do Luís Filipe Vieira (que, por acaso, era o Presidente do Benfica), e accionista da Benfica SAD, frequentador assíduo da Tribuna Presidencial da Luz e das Galas do Benfica. E depois expliquei-lhes que, como somos nós a transmitir os nossos jogos e somos nós que temos um canal que os transmite, também gastamos dinheiro com isso. 

Fui meigo e disse-lhes que o lucro foi de 20 milhões de euros. Com estes benfiquistas crentes, temos de ir devagarinho, não lhes dê um ataque cardíaco quando perceberem que estão a apoiar aquilo de que tanto falam quando lhes dizem verdades. Cuidado com as pedras da calçada...

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Oremos a Nossa Senhora das Furnas

As análises sérias às contas do Benfica, feitas por pessoas que percebem do assunto e são honestas, dividem-se entre a preocupação e o medo. Há os moderados, que assumem que o clube está numa situação difícil em termos financeiros - por isso, estão preocupados; há os mais temerosos, que vêem num futuro não muito distante um desfecho ao nível daquele que Vieira deixou no Alverca - contas maquilhadas que, após a sua saída, se revelaram ser falsas e absolutamente letais para o futuro do clube.

Fora deste espaço honesto e sério de análise às contas do clube, há uns quantos benfiquistas que acham que o Benfica está no rumo certo ou que a situação é perfeitamente sustentável no curto, médio e longo prazo. Neste grupo, haverá 3 tipos de pessoas: as pagas pelo clube para espalharem mentiras pelas redes sociais e Comunicação Social, maquilhando o mau em bom - chamemos-lhes: os «Pedros Guerras»; o honestamente optimista, alguém que vê o problema mas prefere acreditar nas milhentas soluções mentirosas que a Direcção lhe vende para o futuro - por isso, sempre que faz uma análise, procura iluminar os lados positivos, "esquecendo-se" dos factores evidentemente negativos; o ignorante que acha que o curso que tirou lhe serviu para pensar esquecendo-se que o acto não depende de números mas de factores que extravasam o marranço.

Ninguém competente na área, honesto como benfiquista e sério como ser humano, pode vender aos outros benfiquistas a ideia de o clube estar a ser bem gerido. A explicação é simples: não é compatível assumir uma boa gestão num clube de futebol que necessita de fazer constantes mais-valias anuais para não apresentar resultados pornograficamente negativos. As vendas de jogadores não devem servir para maquilhar Relatórios & Contas; antes devem ser o suporte extra que dará lucro e fará evoluir o clube para patamares de maior qualidade e de melhores objectivos. É, aliás, o próprio Domingos Soares Oliveira que o diz, quando em 2009 mente aos benfiquistas afirmando que o clube já não precisava "de vender jogadores para equilibrar as contas". 5 anos depois, estamos prestes a sangrar uma equipa campeã, retirando-lhe 6, 7 ou mais titulares. Mas ainda há quem acredite nas coisas que estas pessoas que desgovernam o Benfica dizem.

Garay por 6 milhões é, assim, mais um sinal do que o Verão trará. O comum tontinho continuará a dizer que o Benfica vendeu porque não podia deixar o jogador contrariado (escuso-me a explicar o porquê de esta teoria ser absurda), aceitará ter vendido abaixo da cláusula (ao contrário do que o Presidente sempre defende, mentindo) e papagueará que ainda só foi vendido 1 (na verdade, já saíram 4) e que não "devem falar antes de tempo porque desestabilizam". O comum tontinho não sabe pensar, não sabe antecipar nada e pior: acha que deve fazer de polícia do que os outros dizem. Quando levar com toda a realidade que ele dizia não vir a acontecer já esquecerá e andará louco por um Cortez qualquer que ele defenderá à exaustão - insultando todos os que disserem que ele é um cepo, como mais tarde também se verificará - porque o «Jesus vai ensiná-lo a defender». 

Entretanto, o Estádio que - palavras de Vieira - estaria garantidamente pago em 2012 afinal só estará pago em 2024. Mas as contas do Benfica estão no caminho certo. E quem não o afirmar não é bom benfiquista porque defender o clube é defender as mentiras, enganos e aldrabices que todos os anos são atirados para os olhos dos crentes na Nossa Senhora das Furnas.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

O lagarto que manda no clube e a música que dá aos tolinhos

«Domingos Soares Oliveira, administrador da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Benfica, garantiu ontem que o clube "não está dependente, e não estará sobretudo no futuro, da venda de jogadores para equilibrar as suas contas", apesar dos resultados negativos de 13,8 milhões de euros no primeiro semestre desta temporada.

"Se estivermos na Liga dos Campeões com alguma regularidade e se conseguirmos fazer a renegociação dos direitos televisivos, estes dois factores permitem cobrir o nosso défice de tesouraria, sem termos de fazer qualquer venda de jogadores", disse Soares Oliveira à Rádio Renascença.»

- 31 de Março de... 2010.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

4

1) Oblak está de volta ao plantel principal. Excelente notícia, que permitirá dar competitividade séria ao Artur, sem gastarmos mais uns euros noutro jogador que depois sairia emprestado para o Paquistão. Oblak tem a qualidade necessária para, daqui a um ano, ser titular no Benfica. Até lá que vá dando luta a Artur e fazendo uns jogos nas Taças. 

A estratégia de Oblak - que se portou mal com o clube - não resultou. Correu-lhe mal e teve de recuar. Bem a Direcção do Benfica a resolver a questão - reingressa-o, se possível dá-lhe um calduço e siga a marinha. Põe-te a pau, Artur.

2) Este ambiente de euforia sportinguista é-nos bastante favorável, historicamente. Não são raros os episódios por parte dos sportinguistas de uma cagança injustificada (no Sporting, a cagança é sempre injustificada; este ano só vêm de um 7º lugar, coisa pouca) que acaba por fazer brotar mais uma humilhação em Alvalade. O Benfica está mal, muito mal - táctica, física, moralmente. Mas o jogo com o Sporting é daqueles em que isso interessa pouco. Acredito perfeitamente num golo de Cortez no próximo fim-de-semana. 

3) No mesmo dia em que Fernando Gomes - o corrupto do Apito Dourado que o nosso Presidente apoia inequivocamente - vem dizer que a Benfica TV pode constituir-se como um perigo à ética e verdade desportivas (isto de ter amigos corruptos e apoiá-los inequivocamente é espectacular), o Benfica lança um Comunicado a pedir a demissão de benfiquista que se limitou a dar a sua opinião sobre a realidade do clube. Acho extraordinário e é só.

4) Não há limites para a mentira/demagogia/promessas não cumpridas/populismo/engano/falsidade/desrespeito pelos sócios no Benfica:

«Este é o último ano em que vamos precisar de vender jogadores» - Vieira, 23 de Agosto de 2013.

«O Benfica não está dependente da venda de jogadores para equilibrar as suas contas» - Domingos Soares Oliveira, 31 de Março de 2010.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

As mentiras do lagarto que manda no nosso clube - I - Não há necessidade de vender jogadores

26 de Março de 2007


«Domingos Soares Oliveira, administrador da SAD do Benfica, apresentou o empréstimo obrigacionista de 20 milhões de euros e o balanço da actividade económica desde a chegada de Luís Filipe Vieira, tendo assumido que o Benfica, «neste momento, não é um clube vendedor» de jogadores.

«Entendemos que com o aumento das receitas deixa de existir a necessidade de vender jogadores. O Benfica fará, como qualquer clube, vendas quando pensar que existe uma proposta interessante para o clube e para o jogador, mas neste momento não é um clube vendedor», afirmou Domingos Soares Oliveira, em conferência de imprensa.

O administrador-executivo realçou que a Direcção está consciente do valor dos seus jogadores e do possível interesse de outros clubes, mas colocou em causa o timing com que as notícias surgem, isto na semana do clássico do Benfica-FC Porto: «Não temos dúvidas de que os jogadores do Benfica têm valor suficiente para estar em qualquer mercado internacional. Não é surpreendente que estas notícias apareçam, mas existem coincidências no tempo em que surgem, as quais não passam despercebidas ao Conselho Administrativo da SAD.» A BOLA (AQUI)

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Carrega, Somague!

2003-06-06

«132,5 milhões de euros para novo estádio
BENFICA VAI PEDIR AUMENTO DE AVAL

Manuel Vilarinho vai pedir hoje aos sócios, na Assembleia Geral marcada para as 20 horas no Fórum Lisboa (antigo Cinema Roma), a aprovação de uma proposta que autoriza a Direcção a "prestar garantias ou realizar outras operações de crédito" "até ao montante de 132,5 milhões de euros" (26,5 milhões de contos) com vista à construção do novo estádio.

A Direcção pretende alterar a deliberação da AG de 28 de Setembro de 2001, na qual os sócios autorizaram que fossem contraídos créditos bancários até ao valor de 45 milhões de euros (9 milhões de contos), que era então o valor em falta para o novo recinto, uma vez que o restante financiamento estava assegurado. 




A alteração desta alínea está a provocar reacções muito fortes por parte dos sócios, que falam mesmo no pedido de passagem de um "cheque em branco". Manuel Vilarinho, contudo, recusa polémicas e garante que o que está em causa é bastante explícito. Trata-se unicamente, segundo o presidente do Benfica, do aumento das garantias dadas ao banco para que seja definitivamente assinado o projecto de financiamento do novo estádio. Aumento esse que o banco pede face à derrapagem de cerca de dois milhões de contos (dez milhões de euros) - de 24,5 para 26,5 milhões -, relativos ao recheio do recinto (cadeiras, azulejos, louças sanitárias, etc), não contemplado no projecto inicial. 

Vilarinho explica mesmo que as garantias apresentadas pelo Benfica continuam a ser as mesmas, existindo apenas um aumento do prazo de hipoteca (mais anos). Segundo o líder encarnado, o mutuário do negócio é já a Benfica Estádio, mas quem apresenta as garantias é o clube, daí a necessidade de autorização dos sócios. Essas garantias passariam do tal valor inicial de 9 milhões de contos, para cerca de 11 milhões.

O banco até poderá nunca fazer uso destas garantias, desde que o Benfica cumpra as suas obrigações dentro do prazo, o que poderá não ser difícil, se, conforme é convicção de Manuel Vilarinho, a venda de lugares na nova Luz correr bem.

Só que estes valores não estão bem explícitos no documento, que apenas fala em dois valores: os 9 milhões de contos (45 milhões de euros) que constam na deliberação da AG de 28 de Setembro de 2001, a que aprovou o novo estádio, e a mudança para 132,5 milhões de euros na nova versão, que Vilarinho garante tratar-se do montante total dos custos da nova Luz.

Com a polémica instalada, Vilarinho não levanta o véu sobre o tabu da sua recandidatura e diz que tudo pode acontecer.» (AQUI)


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2003-06-07


«Financiamento do Benfica
DIRECÇÃO GARANTE AVAL

 Os sócios do Benfica, reunidos ontem em Assembleia Geral Extraordinária (AG) no Fórum Lisboa (antigo cinema Roma), aprovaram, por esmagadora maioria, a proposta da Direcção que permitirá fechar o projecto de financiamento do novo estádio da Luz.

A Direcção pediu aos sócios autorização para efectuar empréstimos bancários até ao valor de 132,5 milhões de euros (26,5 milhões de contos), um aumento substancial em relação ao aval de 45 milhões de euros (nove milhões de contos) que os sócios haviam dado em Setembro de 2001. 

A Direcção explicou que este aumento foi uma exigência do sindicato bancário para salvaguardar atrasos nos pagamentos e que poderá nunca vir a ser activado na sua totalidade.» (AQUI)


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2003-06-06


«Cem milhões em 15 anos
CONTRATO BANCÁRIO SUBMETIDO À AG

A Direcção do Benfica apresenta esta noite em Assembleia Geral Extraordinária o contrato bancário tendente à construção do novo estádio. O "project finance" dos encarnados contempla um empréstimo na ordem dos cem milhões de euros (sensivelmente 20 milhões de contos) a amortizar num período de 15 anos, conforme confidenciou ao nosso jornal fonte do clube da Luz.




A construção do novo estádio do Benfica está estimada em 134 milhões de euros (cerca de 26,8 milhões de contos). Destes, 22,6 milhões resultam da comparticipação estatal constante do contrato programa já assinado com o Governo.

O Benfica beneficia igualmente de uma verba na ordem dos 10 milhões de euros como resultado da atribuição à Câmara Municipal de Lisboa de uma parcela de terreno para construção de um posto de combustível. A estes números acresce ainda uma verba resultante da venda dos terrenos onde se situa o velho estádio à Somague, empresa responsável pela construção do novo recinto.

Em traços gerais é este o cenário que os responsáveis do clube da águia explicitarão os associados na reunião magna a ter lugar pelas 20 horas no auditório do Cinema Roma.

A eventual aprovação das propostas a apresentar aos sócios permitirá aos responsáveis benfiquistas fechar o "project finance" que poderá assegurar a viabilidade das obras em curso.» (AQUI)


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2003-06-08


«Garantias fazem brilhar nova Luz
ALMOFADA DE 72 MILHÕES DE EUROS

A Direcção do Benfica conseguiu assegurar a conclusão do novo Estádio da Luz com a aprovação do aumento das garantias de financiamento aprovadas na Assembleia Geral da passada sexta-feira.

Dos 45 milhões aprovados em 28 de Setembro de 2001, os responsáveis pediram aos sócios a autorização para um eventual endividamento de 132,5 milhões de euros, quase o triplo da verba inicial. Uma das razões adiantadas por Manuel Vilarinho foi o aumento de custos do novo estádio devido aos acabamentos do recinto. Os 45 milhões inicialmente orçamentados passaram para 60 milhões com os melhoramentos efectuados. Contudo, para os chegar aos 132,5 milhões que a Direcção está autorizada a atingir sobram ainda 72,5 milhões, uma verba que dava para o construção de um novo recinto desportivo.

Na reunião magna o vice-presidente Tinoco de Faria justificou que a quantia pedida servirá unicamente para segurar o clube encarnado contra qualquer percalço, e só será utilizado para adiantar ao empreiteiro verbas prometidas ao Benfica, mas sem um prazo definido de entrada. Do Instituto Nacional do Desporto os encarnados têm a receber 14 milhões de euros; das finanças são aguardados mais 17 milhões referente ao reembolso do IVA; finalmente foram ainda salvaguardados 37 milhões destinados a "Fundos Próprios". Somando as parcelas destes três pontos atinge-se os 68 milhões que, adicionados aos 60 milhões da construção da nova Luz, perfazem 128 milhões. Com um tecto de 132,5 milhões os responsáveis do clube encarnado ainda ficam com uma garantia de 4,5 milhões para colmatarem qualquer derrapagem no custo das obras.

"o negócio possível". Em relação ao acordo com a Shell, Manuel Vilarinho reconheceu que não foi "o melhor negócio", mas lembrou que era prioritário pagar os impostos em atraso referentes a 2000. Recorde-se que, no mínimo, os cofres do Benfica vão beneficiar de 500 mil euros, apesar de hipotecarem uma receita até 2017.

Milhões davam para Zidane 

Mesmo com a certeza que o "excedente" de 72 milhões de euros não será aplicado na aquisição de jogadores, a verba ainda permite sonhar com os melhores futebolistas do mundo.

Em 2001 o Real Madrid adquiriu Zidane à Juventus por 70 milhões de euros, uma transferência "louca" que dificilmente se repetirá no presente defeso devido à recessão que afecta o mundo do futebol. Só graças a essa crise e à baixa dos preços dos passes é que os 72 milhões chegariam para comprar um Zidane e para lhe garantir os salários.

Mais barato seria Figo, que em 2000 saiu do Barcelona para Madrid por 50 milhões. E ao alcance estaria Ronaldinho Gaúcho, avaliado neste momento em "apenas" 13 milhões de euros.» (AQUI)

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2004-12-21





“Não me peçam mais porque não posso fazer mais”, afirmou ontem Luís Filipe Vieira, no meio de uma extensa entrevista à RTP (África e Internacional), onde abordou os mais diversos temas da actualidade benfiquista e do futebol nacional.

(...)
Amortizados 100 milhões no estádio

“Não há dinheiro mas há imaginação, credibilidade. O novo estádio custou 165 milhões de euros e já pagámos mais de 100 milhões”, anunciou o presidente das águias, que se queixou várias vezes do que herdou do passado. “O Benfica ganhou uma volta a Portugal e ainda hoje está a pagar isso, mais de um milhão de euros”, referiu, como exemplo. Vieira afirmou ainda que “existiram ‘off-shores’ na Luz, no tempo de Vale e Azevedo”, altura em que “o clube esteve três anos sem pagar ao fisco”. “Em dois meses, depois, pagámos nós 20 milhões de euros”, garantiu.» (AQUI)

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2005-04-29


(...) Estádio da Luz ficou mais caro

Domingos Soares Oliveira, administrador da SAD responsável pela área financeira, revelou ontem que o novo estádio custou 162 milhões de euros, sensivelmente mais 25 milhões do que o previsto. Com o novo recinto, os encarnados aumentaram substancialmente os proveitos e ganharam mais 3 mil sócios, contabilizando nesta fase um número de associados pagantes na ordem dos 95 mil.» (AQUI)

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2005-06-08


«(...) Passivo a descer

Vieira também destacou a importância do centro de estágio. “É aqui que pensamos ter mais 100 anos gloriosos, é aqui que vamos fazer a nova geração do Benfica”, sublinhou, recordando os “problemas financeiros” que afectaram a construção da infra-estrutura.

Apesar dos avultados investimentos feitos no estádio (162 milhões de euros) e centro de estágio (15 milhões de euros, acrescidos de impostos), Vieira assegurou: “O passivo está controlado e a baixar.” (...)» (AQUI)

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2005-08-01


«À Somague - Revela 'Jornal de Negócios'
Benfica hipoteca jogadores

 O Benfica 'hipotecou' cinco jogadores do seu plantel principal - Petit, dos Santos, Fyssas, Geovanni e Carlitos à empresa de construção Somague. Os passes dos referidos atletas servem de garantia para o pagamento da dívida relativa à construção do novo Estádio da Luz.

O passe de Petit, ou os 50% do mesmo detidos pela Benfica SAD, é um dos cinco 'hipotecados' à Somague

A construção do novo Estádio da Luz custou 162 milhões de euros e o Benfica ainda têm em dívida cerca de 64 milhões de euros. "Tudo o resto está pago", assegurou Domingos Soares de Oliveira, administrador da Benfica SAD, ao 'Jornal de Negócios'. 

No passado dia 14 de Janeiro, segundo revela o 'Jornal de Negócios' na sua edição desta segunda-feira, a direcção do Benfica assinou um contrato com a Somague, estipulando o pagamento em 59 prestações de uma tranche de 19,3 milhões de euros. A garantia dada pelos 'encarnados' sobre este contrato foram os passes de Petit (os 50% detidos pela Benfica SAD), dos Santos, Fyssas, Geovanni e Carlitos. 

Ao abrigo do referido contrato, a Somague pode accionar a cláusula de garantia se o Benfica falhar uma prestação, passando então a deter os direitos sobre os passes dos atletas dados como garantia. O contrato estipula ainda que o Benfica fica obrigado a dar como garantia o passe de outro jogador caso um dos cinco dados como garantia sejam vendidos. E estipula que terá de ser um passe de valor semelhante ao do jogador eventualmente vendido.

Em caso de incumprimento do contrato por parte da Benfica Estádio, a Somague passa também a deter garantias sobre os direitos pagos pela Olivedesportos pela transmissão televisiva de jogos do Benfica nas épocas de 2011/2012 e 2012/2013, equivalentes a 7,5 milhões de euros/ano.

Ainda no âmbito do referido contrato, a Somague tem outras garantias complementares a título de penhora, como as rendas de 100 mil euros mensais pagas pela Benfica SAD à Benfica Estádio pela utilização do Estádio da Luz; as rendas de 270 mil euros/ano de dois camarotes em específico e de todos os restantes em geral e ainda as receitas dos bilhetes de época, neste caso tendo como referência os valores obtidos nessa venda em 2003/2004, que ascendem a 2,640 milhões de euros/ano.» (AQUI)

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2006-01-23




Manuel Vilarinho em entrevista ao "A Bola":

«Deixou o Benfica cinco dias depois da inauguração do estádio e teve oportunidade de fazer o 
discurso e elogiar as pessoas que trabalharam no projecto, inclusivamente o actual presidente, que 
teve intervenção decisiva em toda aquela obra.
- Hoje em dia tudo aquilo me parece um milagre.
- Milagre pelo gigantismo, pela dificuldade?
- Não é o gigantismo que me impressiona, o que coloca um pouco os pêlos arrepiados é o facto de o Benfica ter avançado para a obra na situação económico-financeira em que se encontrava na altura e o resultado ter sido um sucesso.
- Obra também erguida em pouco tempo.
- Em pouco tempo e sem derrapar, até pelo que me parece o custo ficou abaixo do orçamentado. 
Pouco, mas ficou!»

[o custo da obra do Estádio da Luz foi anunciado em Assembleia Geral de Sócios em meados de 
2001 como sendo de 23 milhões de contos; depois de concluída a obra foi anunciado pelo próprio 
Benfica e por todos os jornais como tendo atingido os 32 milhões de contos]

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2003-11-09


Texto de Diogo Vaz Guedes, Presidente da Somague (até 2007):

«O Euro milagre
O CONVIDADO

E eis senão quando dei por mim a começar a escrever, pela primeira vez na minha vida, para um jornal desportivo. Porquê? - perguntava eu, este convite a alguém que no seu dia nada tem a ver com o desporto excepto o de ser um amante incondicional de todas as modalidades desportivas, praticante irregular de algumas delas e sportinguista convicto desde tenra idade.

Tentei então imaginar o que esta condição de colunista por um dia significava para mim, lembrei-me do meu pai José Vaz Guedes, hoquista internacional, capitão da selecção nacional e várias vezes campeão do Mundo e da Europa, e Prémio "Stromp" do Sporting. Continuei o esforço e revi uma família de desportistas e ainda hoje, alguns deles militantes activos no acompanhamento do desporto nacional e preocupados, no contexto do futebol, com a gestão dos principais clubes portugueses e seus sucessivos défices de exploração, sempre à procura de apoio do Estado para suportar, por vezes, meros problemas de gestão.

Lembrei-me então subitamente do profundo envolvimento da Somague na construção dos Estádios para o Euro'2004 e de quão minuciosamente, perspectivando a oportunidade, havíamos preparado a nossa empresa, através de uma parceria com os holandeses credenciados na FIFA, Ballast Nedam, para a construção dos estádios do futuro.

Fiquei satisfeito, revivendo estes últimos cinco anos, por verificar que o nosso esforço de ir à procura de soluções para os nossos clientes tinha dado frutos: Estádio da Luz, Estádio do Dragão, Estádio do Bessa, Estádio de Leiria, Estádio Loulé-Faro eram infraestruturas que tinham assinatura Somague, sozinhos ou acompanhados em consórcio. Tínhamos conseguido fazer bem o trabalho de casa.

Mais gratificado fiquei ao verificar que na inauguração do primeiro deles, a Somague foi brindada com um tributo do qual não recordamos paralelo ao longo dos nossos 56 anos de história, por um dono de obra que, pelo prestígio que tem em Portugal e no Mundo - o Benfica - nos deixa a todos muito orgulhosos.

Mas tenho a certeza que, não fora o profissionalismo, a motivação, a ambição e o espírito de grupo que se vive na nossa empresa não teria sido possível cumprir, como o foi no Estádio da Luz e dentro de dias no Estádio do Dragão, o contrato PMG (preço máximo garantido) com os dois clubes.

E está aqui a verdadeira inovação e, se quisermos, a regeneração da imagem das empresas de construção sérias em Portugal: é possível cumprir preço e prazo com qualidade se nos couber a responsabilidade de controlar o projecto!

Continuei a minha cruzada e tentei reavivar a minha memória recente e verifiquei que, apesar das críticas sucessivas a construtores e futebol, na recente inauguração do Estádio da Luz estavam presentes quase todas as grandes personalidades portuguesas: Cardeal Patriarca, Presidente da República, primeiro-ministro, ministro Adjunto, ministro das Obras Públicas e presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

Afinal, parece que a cerimónia era mesmo importante e que o futebol e a construção, quando tratados de forma séria e responsável, são igualmente motivo de orgulho nacional.

E já agora, deixem-me dizer-vos que sou dos que penso que, provavelmente, teria até sido evitável construir dez estádios para o Euro'2004. Mas, perdoem-me a franqueza, a partir do momento em que essa foi a decisão tomada, à Somague competia garantir, com profissionalismo, a maior quota de mercado possível.

Nunca tive, ao longo da minha vida profissional, uma vivência tão rica e ao mesmo tempo tão difícil como aquela que passei nestes últimos dois ou três anos, com os conhecidos problemas políticos e de financiamento das grandes infraestruturas desportivas nas quais sempre acreditamos, apostando pela positiva nas pessoas, na confiança, na amizade, na cumplicidade e na nossa capacidade de, com bom senso, ultrapassarmos os vários problemas que foram surgindo.

Hoje é fácil cantar vitória e valorizar as capacidades dos portugueses, mas outros sabem e recordar-se-ão que foram muito poucos os que acreditaram que era realmente possível. É este pequeno detalhe que valoriza a ambição, a coragem, o trabalho e a conquista.

Viva Portugal!» (AQUI)

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2002-08-23



«Provocado recentemente, Luís Filipe Vieira gabou-se de ter apenas a quarta classe. Tem, no entanto, fama de bom gestor. Ela advém-lhe do facto de, em pouco mais de uma década, o seu nome surgir ligado, enquanto sócio ou administrador, a um infindável número de empresas, genericamente ligadas aos ramos da construção civil, transportes e camionagem, e acessórios para automóveis, essencialmente, pneus. 

É um autêntico “self-made man”. Hoje, que é assessor e conselheiro do actual presidente da SAD do Benfica, Manuel Vilarinho, é também o mais que provável próximo presidente encarnado.

A entrada de Filipe Vieira na Luz ficou garantida antes mesmo das eleições que levaram Vilarinho à presidência no confronto directo com o ex-líder, Vale e Azevedo. Vieira surgiu então como alegado candidato, papel ao qual renunciou para apoiar Vilarinho, já com a promessa de que entraria para a administração da SAD encarnada. Tal não aconteceu da forma directa, como estaria perspectivado, porque alguém se esqueceu que a lei que regula as sociedades anónimas desportivas não o permitia: Luís Filipe Vieira havia deixado de ser presidente da SAD do Alverca para se mudar para a Luz, e o texto legal obriga a um hiato de um ano para que um administrador de uma SAD de um clube assuma funções numa outra.

Mas a espera de Luís Filipe Vieira tem sido bem recompensada. Assumida a ambição de suceder a Vilarinho – “Caso este não se recandidate”, diz –, a questão que se coloca para a anunciada “passagem de testemunho” é apenas a de saber: quando?! Tudo indica que a substituição de Vilarinho por Vieira acontecerá antes da data oficial, tendo por base de sustentação um factor importantíssimo: a conclusão das obras do futuro Estádio da Luz e a necessidade do respectivo pagamento ser feita a tempo e horas. Mas o próximo acto eleitoral na Luz está agendado apenas para Outubro de 2003...

A verdade é que parecem não restar dúvidas quanto ao facto de o caminho estar a ser devidamente preparado. E com a total conivência do próprio actual líder benfiquista, o qual vem alegando “um certo desgaste”, assumindo mesmo que, se soubesse o que sabia hoje, não teria concorrido às eleições contra Vale e Azevedo. Mais recentemente uma grande parte das acções da SAD do clube que estavam na posse do presidente foi mesmo vendida. 

Depois de ter entrado “em rota de colisão” com alguns dos mais importantes elementos que acompanharam Vilarinho na sua campanha, levando homens como Luís Nazaré, João Carvalho, Mário Negrão, Lopo de Carvalho, Silva Gomes (apelidados por si como “tecnocratas”) e mesmo Vítor Santos (o famoso “Bibi”, tido como amigo íntimo de Vieiria e um dos principais financiadores do clube benfiquista) a abandonarem Vilarinho e o Benfica, Luís Filipe Vieira tem sabido rodear-se de importantes apoios, possuindo, ainda por cima, ao que consta, verbas avultadas que permitirão saldar grande parte das dívidas do clube.

Os apoios passam pelas suas ligações à construção civil, no caso particular à Somague, a empresa que gere a construção do futuro estádio da Luz, ou ao ramo imobiliário, onde o Banco Espírito Santo (BES), principal financiador do citado projecto, tem óbvios interesses numa parceria com uma construtora como a já enunciada.

Por outro lado, Vieira cimentou a amizade com o “empresário FIFA” José Veiga, aquele que possui um dos melhores “portfolios” do futebol mundial e que mais jogadores tem colocado no clube encarnado nas últimas épocas. Há, aliás, quem insista em como, apesar de o ter “descartado” esta época, Vieira tem Mário Jardel “guardado” como “trunfo” para jogar talvez ainda antes de a época chegar a meio, o mais tardar na próxima, caso a burocracia eleitoral “arraste” o processo até lá.

(...)


O “Luís Cabeçudo” do Bairro das Furnas, como era conhecido em criança, ou o “Descarado das Furnas”, alcunha de adolescente, atingiu a maturidade gabando-se de já ter amealhado um bom pecúlio, que aumentou substancialmente depois de ter aceite a proposta do dono de uma gasolineira da Póvoa de Santo Adrião para tomar conta dela. “Só como sócio-gerente”, contrapôs. Foi a sua “rampa de lançamento”: com muito trabalho, tendo por lema “amigos, amigos, negócios à parte”, e tido como um patrão duro, em meados da década de 80 Vieira tinha já parte do seu “império” construído, tendo, pelo meio, casado com Vanda.

Tem dois filhos deste casamento, Tiago (de 25 anos) e Sara (16). Reside na Costa da Caparica e a sua fortuna pessoal está avaliada em mais de 15 milhões de euros (três milhões de contos). O seu objectivo enquanto homem de finanças é vender ou alienar todas as participações para, depois, as reunir numa única empresa, que poderá passar, quem sabe, pela própria SAD benfiquista.»  (AQUI)


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2003 




«Contactado pelo jornal, o presidente do Conselho de Administração da Somague, Diogo Vaz Guedes, confirmou que «o investimento no Benfica é uma questão em aberto» e deixa implícito que qualquer investimento passará pelo afastamento – informal ou institucional – de Manuel Vilarinho da presidência do clube.», A BOLA


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Não viajes, Benfica.

A forma como eu entendo o Benfica passa por sentir que o clube deve estar no futebol sempre de uma forma ambiciosa - em Portugal e nas competições europeias. Foi assim que fui ensinado: noites contra equipas estrangeiras, noites gloriosas, antes e depois em confraternização com os adeptos das equipas que vinham à Luz, a experiência partilhada, o Benfica maior que o país. 

A História deste clube revela-nos isso: transcendência, dentro e além-fronteiras. Quando, no final dos anos 50, houve quem pensasse o clube não apenas para uma hegemonia nacional mas para o elevar o Benfica a uma potência europeia e mundial. Sem medos, temores, traumas, preconceitos, mesquinhas formas de portugalidade reprimida. Esses homens viram largo, não se remeteram a objectivos pequeninos nem a estados de espírito coerentes com o que a miséria política do país perpetuava. O Benfica elevou-se porque teve gente com horizontes distantes e teve, claro, porque a ambição em si mesma não se resolve, gente de muito valor. Houve, portanto, dois principais factores para a consolidação do Benfica na Europa como melhor clube europeu da década de 60: sonho e competência. Um sem a outra, é utopia; a última sem o primeiro, incapacidade de transcendência, limites curtos.

Para mim, o Benfica deve estar programado para, em todas as épocas, lutar pelas provas nacionais e esperar grandes prestações europeias: a final como objectivo, mas se ela for inalcançável, ao menos conseguir chegar aos quartos ou meias-finais das provas. É assim que o Benfica se perpetua e consagra a sua própria História, não há segunda opção. Antes até das questões financeiras - que hoje são quase fins em si mesmos e não, como seria lógico, apenas meios - o que importa, ou devia importar, é o lado desportivo, a questão da competitividade e assumpção de grandeza. O Benfica deve impor-se sempre na Europa porque é essa a sua matriz fundamental e histórica - ao contrário, por exemplo, do Sporting, que sempre foi um clube com pouca capacidade para as disputas europeias; e até do Porto, que só a partir dos anos 80 assumiu objectivos europeus, embora para isso muito tenham contribuído as várias passadeiras vermelhas estendidas nas competições nacionais, que os libertavam para mais facilitadas disputas na Europa.

É, por isso, com muita pena minha que admito a nossa incapacidade actual para enfrentar os últimos quatro meses da época com possibilidades de sucesso em todas as provas. Custa-me que o Benfica não possa olhar para o futuro e pensar seriamente em ser Campeão Nacional e vencedor da Liga Europa. Custa-me, porque se houvesse competência em quem dirige o clube esta realidade poderia ser substancialmente diferente. Bastaria, para isso, que no Benfica se pensasse que os objectivos financeiros devem sempre estar atrelados ao que realmente importa: os objectivos desportivos. E que as pessoas percebessem que quanto mais troféus o Benfica ganhar (cá e no estrangeiro), mais dinheiro entrará nos cofres do clube - não são só as receitas vindas da UEFA, esse é apenas um pormenor; são as receitas advindas da satisfação generalizada dos adeptos. 

O que as pessoas que governam o Benfica ainda não compreenderam (nem compreenderão, visto que muitas delas nem do Benfica são) é que o adepto e sócio do Benfica, se vê o clube vencer consecutivamente, dá tudo e mais alguma coisa. Compra camisolas, vai aos jogos, paga cartões de sócio aos amigos e à família, chama outros para o estádio, dá presentes relacionados com o clube, promove a ida aos espaços comerciais do estádio, empolga-se, compra red pass. Esta valorização do «activo» adepto benfiquista é desprezada por uma lógica de "clientela" e ainda por cima uma lógica incompetente, mal-educada, absurda, desfasada, desconhecedora do que é o benfiquismo e de como ele pode ser potenciado. Até para as questões financeiras, esta gente é incompetente. Por um simples motivo: falta-lhes o lado emocional. Paradoxo? Não, uma evidência. Um clube, por mais que nos vendam a ideia, não é uma empresa. Pode ser gerida com profissionalismo - deve, aliás, ser gerida com profissionalismo -, mas um profissionalismo apaixonado. Um gestor deve saber de contas e do clube. Um dirigente deve conhecer a fundo o que faz mover os benfiquistas pela simples razão de que ele deve ser... um deles, e não um adepto de outro clube (que é moda na nossa Direcção). 

Já o escrevi algumas vezes, o exemplo melhor para compreendermos o actual pensador das questões financeiras do Benfica é este: em vez de pensar em ter 50.000 adeptos por 10 euros no estádio, não se importa de ter 10.000 adeptos por 50 euros. Esta fórmula define completamente a diferença entre ser-se gestor e benfiquista e ser-se apenas gestor. Para DSO, não interessa se o estádio está quase cheio ou quase vazio. Interessa saber, no final do jogo, que entraram 500.000 nas contas do clube. Não percebe, porque não sente o clube, que se estiverem 50.000 pessoas no estádio, a equipa mais provavelmente ganhará o jogo. Não percebe, porque não sente o clube, que se estiverem 50.000 pessoas no estádio, no próximo jogo muitas delas virão outra vez. Não percebe, porque não sente o clube, que se estiverem 50.000 pessoas no estádio, esses vão falar do jogo para casa e para o café e para a empresa e para o banco e para o autocarro e vão, a curto, médio e longo prazo, trazer mais gente para dentro do estádio. Não percebe, porque não sente o clube, que se estiverem 50.000 pessoas no estádio, o benfiquismo propaga-se e evolui. Não percebe porque não é do Benfica. E isso é algo de profundamente absurdo, que nenhuma teoria de "profissionalização" me consegue convencer. A menos que me digam que num universo de milhões de adeptos do clube não há nenhum gestor BENFIQUISTA com capacidade para fazer melhor do que o trabalho incompetente de um lagarto. 

O mais bizarro ainda é o facto de nem em termos financeiros este gestor conseguir compreender as dinâmicas do clube. Podia ignorar a importância desportiva que um estádio cheio potencia, mas compreender ao menos as mais-valias financeiras de tê-lo sempre composto com pelo menos 50.000 adeptos. Podia ignorar o que é a confraternização em dia de jogo, mas pensar a possibilidade de receitas superiores em merchandising e quotização por ter o estádio com pelo menos 50.000 adeptos. Podia desconhecer o valor intrínseco da alegria que os emigrantes têm em ver na televisão um estádio pintado a vermelho, mas potenciar a venda de cartões de sócio e camisolas junto das comunidades no estrangeiro. Nada disto Domingos Soares Oliveira compreende e muito menos sente. E é por isso que o Benfica nada ganha em termos desportivos e corre dramaticamente para um fosso financeiro de onde só muito dificilmente sairá se não se inverterem as estratégias - desportivas e financeiras.

De modo que, com muita pena minha, teremos de desprezar a nossa História no futebol europeu. Com um plantel absurdamente desequilibrado (que nem em Janeiro souberam dotar de soluções para as evidentes lacunas que ele tem), a única hipótese, já por si muito remota, de sermos campeões passa inexoravelmente por... sermos já eliminados contra o Leverkusen. 

Lá estarei no Estádio a apoiar, porque não consigo querer uma derrota do Benfica. Lembrar-me-ei do golo do Isaías que festejei com o meu Pai já com meio-estádio a descer as escadas do terceiro anel, pensarei no Ulrich Haberland e nos seus mágicos 4-4, sonharei com a vitória. Mas, lá no fundinho, no pragmático que há em mim, se no final do jogo na Luz tivermos sido eliminados, ao menos terei a certeza de que pelo menos ainda haverá uma pequena esperança de sermos campeões.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Em vez da estátua do Eusébio, que tal a inscrição "Arbeit macht frei"?





Tenho lido por aí que a entrevista de Vieira foi vazia de conteúdo, que o Presidente do Benfica se defendeu, chutou para canto e não disse nada. Permitam-me que discorde. Vieira disse muita coisa, directa e indirectamente. Aceito a opinião que defende que Vieira está mais polido - é verdade, já não diz o que lhe vem à cabeça, agora leva tudo estudado. O que pode ser problemático porque, se antes dávamos o benefício da dúvida às coisas absurdas que dizia, hoje sabemos que tudo o que diz tem um pensamento e uma ideologia como base. E, tendo em conta o que disse, é coisa para não me deixar nada tranquilo. Vejamos então o que disse o grande líder:

- Rui Costa - não manda nada mas está ao seu lado. Mas tem alguma influência no Benfica? Não, quem manda é ele. Então o que está Rui Costa a fazer no Benfica? Vieira não consegue explicar, não sabe explicar e não quer explicar. É compreensível: Vieira não vai dizer aos benfiquista que Rui Costa está, neste momento, amarrado a um posto que não lhe dá liberdade para agir directamente pelo clube nem sequer o potencia como possível futuro candidato à Presidência. Isto porque Vieira alterou os estatutos há uns anos, quando nem sequer quis ir a votos com outros candidatos. Mas Rui Costa tem culpa nisto. Se está amarrado, desamarre-se. Se lá se mantém e não bota faladura, lá saberá as linhas com que se cose. Sabendo que, quanto mais se mantiver atrelado a Vieira, menos hipóteses terá de vir a ser uma figura de destaque no futuro. É que, um dia, as pessoas vão ver o que Vieira vai deixar de pé no clube. E vão ficar chateadas, muito chateadas. Por ora, desfrutemos da paz dos anjos. 

- Enzo Pérez - Interessante o momento da doença da mãe do rapaz. Não ponho em causa, acho curiosa a coincidência. Mas pode, de facto, ser apenas isso, uma coincidência. Só que mães adoentadas de jogadores há algumas e os jogadores mantêm-se ao serviço do clube. Este, por aquilo que nos fez, não devia beneficiar de qualquer privilégio. Ver a mãe, sem dúvida, ficar uns dias, sem dúvida; não arranjem é forma de atirar o homem para a Argentina por 6 meses. Nesse caso, estaremos certos do que sempre esteve em causa. E serão mais 5,5 milhões de euros a juntar aos 30 e tal milhões que estão enterrados em jogadores emprestados. É a crise, dizem. Mas no Benfica não parece haver falta de dinheiro. A não ser quando há que justificar medidas que vão no sentido oposto ao que foi sendo dito anos a fio. Alguém consegue ainda perceber isto? Concordar com isto? Não criticar isto? Digam-me como se faz, se puderem, que eu preciso de dormir mais descansado.

- O Mandato desportivo - A 26 de Junho de 2009, Vieira falava aos crentes assim:  

“Falta-nos conquistar títulos. Posso garantir que este mandato será para fazer obra nisso. Temos serenidade para investir no nosso ‘core business’ e ganhar não um, mas dois ou três campeonatos seguidos” 

E, de facto, o primeiro ano correu como prometido. Um campeonato, futebol de excelência, público empolgado, o Benfica estava de volta. Mas... estava? Não, bastou vencer um troféu 5 anos depois para recomeçar o disparate e a bazófia. Verteram-se entrevistas megalómanas, Jesus e Vieira, os dois de mãos dadas na imbecilidade, prometeram mundos e fundos, informaram o país de que o Benfica estava para ficar. Resultado: uma Taça da Liga, humilhações contra o Porto em todas as competições, incluindo nesse manjar um campeonato perdido em casa e uma meia-final da Taça depois de termos ido vencer por 2-0 ao Dragão. Afinal, o mandato desportivo não era para "dois ou três campeonatos seguidos", era para um e a masturbação consequente. 

Vieira, então, veio a terreiro: "tenho a culpa, cometi erros", frase pela primeira vez ouvida ao sujeito embora o sujeito tenha andado a cometer erros desde que pôs os pés no Benfica. Mas os benfiquistas são corações amolecidos (pelo tempo e pelas tristezas) e acreditaram no líder. E ele vem hoje, mais uma vez de peito aberto, assumir o que esteve mal: "fui eu! tive a culpa", embora tenha deixado no ar a ideia de que o que mudou da época passada para esta foi Rui Costa e o que fazia/faz no Benfica. Foi assim um daqueles "mea culpa" que soa a coisa falsa: "sim, falhei, mas" que é aquele "mas" que, em filosofia, se estuda como o elemento apenas apaziguador na discussão para depois ferir de morte o oponente. 

Recapitulemos: este é o mandato desportivo de Vieira, disse-nos ele há 3 anos, apesar de no ano passado termos tido das épocas mais humilhantes de que há memória, mesmo que a equipa, sejamos justos, nem sempre tenha estado mal - teve até momentos de brilhantismo. Mas lá está: ao brilhantismo desportivo, correspondia sempre a cagança no discurso e nas acções. Lá se foram os "dois ou três campeonatos seguidos" para a sarjeta. 
 
E este ano? Faremos melhor? Começaremos um ciclo (o 132º de Vieira)? Sim, mas com precaução. E Vieira explicou muito bem explicado o que pensa nesta entrevista:

«Não nos podem estar a julgar pelos resultados. Vejo o nosso trabalho por um todo. Os títulos são muito importantes para o clube, mas primeiro houve que construir uma base sólida, que tem vindo a ser construída ao longo destes anos"

Mas... não podemos julgar Vieira e a sua equipa de sportinguistas e portistas pelos resultados? Mas então... o mandato desportivo não tinha começado há 3 anos? Primeiro uma base sólida e depois então resultados? Há quantos anos ouvimos Vieira dizer estas mesmas palavrinhas, iguaizinhas, pequeninas? Anos a mais. Mas não para todos. Para 90 por cento de nós, Vieira está correcto na avaliação que faz e nas promessas que vende. São só 10 anos disto, caramba, não sejamos injustos, estamos ainda "em construção de uma base sólida". Até porque, diz o nosso líder hoje, «só agora começo a ter tempo para pensar exclusivamente no futebol». 

 Na Alemanha também foi assim. O Reichstag já foi queimado. A perseguição dos malvados comunistas já começou. Falta agora acabar com a concorrência interna. Ah não, isso já aconteceu com a mudança dos estatutos. A História, apesar de estar aberta, é de muito difícil interpretação.

 
- Olivedesportos - Não se coíbe Vieira de dizer que é amigo, muito amigo, de Joaquim Oliveira. Não sei a que propósito vem tal afirmação, mas deve ter razões profundas e compreensíveis. A mim, que não gosto da personagem (embora, pelos vistos, o homem seja afinal apenas e só um empresário, parem com essas insinuações sobre corrupção, se fazem o favor, que o Fialho não gosta nada disso), interessa-me mais saber o que vai o Benfica fazer em relação aos direitos televisivos. Vieira não confirmou nem desmentiu, disse "nim", embora tenha ficado no ar aquela politiqueira forma de dizer "sim", parecendo "não". Mas Vieira disse algo que estará neste momento a preocupar Luís Fialho: disse, e cito, "Com a Marca Benfica não há riscos", respondendo à hipótese de o clube não renegociar os direitos televisivos com a Olivedesportos. Afinal, como é que ficamos, ó Fialho? Então parece que a Olivedesportos não é a solução "inevitável", parece que há "marca sem riscos" para além disso. Estamos todos muito confusos. Ou então não. É que Vieira e a sua equipa de sportinguistas e portistas já nos habituaram ao longo dos anos a frases que se desmentem umas atrás das outras. Recuperemos o que dizia Soares Oliveira a 21 de Abril de 2010 sobre a necessidade de venda de jogadores:

«Do ponto de vista prático, com este último instrumento que fizemos aqui estamos tranquilos do ponto de vista de necessidades de tesouraria para os próximos anos.»

Hoje Vieira afirma, com todas as letrinhas, que a gestão do Benfica está pensada a contar com a venda de jogadores todas as épocas. Em matérias de maleabilidade da espinha, Luís Fialho tem ainda muito a aprender com estes homens. Mas acreditamos que, pelo caminho que leva, terá mais que tempo, espaço e lugar para atingir igual nível de filhadaputice.
 

E o mexilhão Benfica é que se fode.