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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Decisivo ou talvez não


Olho para os nossos adversários e penso em como seria uma tremenda injustiça não nos sagrarmos campeões esta época. A equipa do Benfica apresenta a regularidade e consistência exibicionais que fazem os campeões, conseguindo com frequência aliar a estes dois factores o sempre desejável futebol-espectáculo, determinante para entusiasmar os adeptos, fazendo-os entrar numa perfeita comunhão com a equipa que transcende e relega para segundo plano as mais prementes necessidades do adepto benfiquista. E, como todos bem sabemos, não há nada nem ninguém que afecte o estado de espírito de um benfiquista empolgado. Ou há?

Se os factores atrás descritos me dão motivos para encarar a segunda metade do campeonato de uma forma optimista, outros há que me deixam algo apreensivo. E já não falo das carências óbvias do plantel, nomeadamente da qualidade (ou falta dela) de alguns jogadores que envergam o manto sagrado. Fechado o mercado de Inverno não nos resta grande alternativa senão rezar para que a velha máxima “fazer das fraquezas forças” se aplique em todo o seu esplendor, pois é com estes jogadores que temos de contar até ao final. O que me deixa apreensivo - e, certamente, a todos os benfiquistas -, dizia eu, é verificar que o triste espectáculo das nomeações de árbitros continua a passear o seu perfume pestilento de forma desavergonhada. Isto vai requerer outro tipo de trabalho por parte de Jorge Jesus, muito para além do treino físico ou táctico: urge preparar mentalmente os jogadores para o que aí vem. Um gesto irreflectido por parte de um deles poderá comprometer irremediavelmente tudo o que de bom se fez até aqui. De um jogador nervoso a uma equipa à beira de um esgotamento vai um pequeno passo. Parece-me que Jorge Jesus já percebeu isso, a avaliar pela forma como Luisão afastou e mandou calar os colegas que protestavam o ridículo penalty assinalado por Jorge Sousa a Emerson. Não foi um simples “calem-se” que eu vi ali. O que eu vi ali, quero crer, foi um “calem-se que a gente já mete mais duas ou três no bucho a estes cabrões”. Este é, indubitavelmente, o caminho para atingir a vitória. Não há outro.

Daqui a poucas horas temos um jogo complicadíssimo. Desenganem-se aqueles que pensam que o jogo do título é o de 2 de Março. Ou bem que chegamos lá com a vantagem pontual merecidamente conquistada até este momento, ou tudo poderá desmoronar-se que nem um castelo de cartas. Sim, é uma visão pessimista, mas já tive visões destas em cor-de-rosa e só me trouxeram dissabores. O jogo que decide o campeonato é hoje e se a equipa não encarar isto desta forma está dado o mote para o fracasso. O Vitória de Guimarães é, tradicionalmente, um adversário difícil de superar. Jogando em casa, é duplamente mais complicado. Com Xistra a arbitrar, as dificuldades mais do que quadruplicam. É chegada a altura de sermos espertos e Jesus, com todos os defeitos e virtudes que possa ter, é esperto. No meio da inquietude que sinto neste momento, a esperteza de Jesus descansa-me um pouco. Se é certo que o campeonato ainda está muito longe de estar decidido a nosso favor, não é menos verdade que a glória suprema pode estar ali ao virar da esquina.

Fevereiro é, portanto, o mês das grandes decisões. É em Fevereiro que vamos saber se recebemos os azuis com uma margem confortável, se apagamos as luzes do campeonato mais cedo ou se as mantemos acesas até ao final. E é também em Fevereiro, conforme garantiu o nosso presidente, que se decide o negócio dos direitos de transmissão do clube, fundamental para o Benfica dos anos vindouros, onde se saberá se o Ás de trunfo “Benfica TV” não era apenas uma manilha seca.