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terça-feira, 21 de março de 2017

Ponderação da Sorte

Eu não posso acreditar que um treinador que trabalhe o ano todo e é campeão nacional consiga todo o seu sucesso à base da sorte.

Por mais água que se beba a sorte não pode ser o guia de todo o percurso futebolístico de uma equipa.

No final da época passada houve um consenso de opinião sobre a evolução do Benfica ao longo do campeonato. Foi uma evolução que se deveu muito à integração do Renato Sanches no meio campo e à deslocação e afirmação do Pizzi à direita.


A equipa ganhou força no centro do terreno, ganhou maior capacidade de recuperação da bola, de pressionar alto, de rotura ofensiva e de aproximação dos sectores. Era o monstro Renato a funcionar.
Mas a equipa ganhou muito mais do que essa força. Ganhou um futebol mais apoiado, mais pensado e com maior qualidade pelo interior do terreno. Era o futebol do Pizzi a funcionar.

E este consenso foi tão geral que até o treinador do Benfica falou nele no final da época.

Rui Vitória foi peremptório a afirmar que a grande transformação do Benfica devia-se ao posicionamento do Renato a 8 e do Pizzi na linha.

Rui Vitória não se coibiu de elogiar o mérito de ter devolvido o Pizzi à direita.

Rui Vitória não se escondeu ao afirmar que no Seixal o Benfica não iria conseguir outro Renato e que por isso teria de ir ao mercado.


Foi? Não.

O que me traz aqui é unicamente a incoerência deste discurso. Onde antes havia o mérito de uma opção que lançou o Benfica para o Tri, agora há um retrocesso total no modo de operar.

Como pode Rui Vitória explicar os seus méritos na redescoberta do Pizzi se agora o trouxe de volta para o meio? Não faz sentido.

E por isto me questiono quanto na Sorte tem apostado o treinador do Benfica.  A lógica do Tri não retiraria o Pizzi da linha em prol de um jogador com características tão opostas às suas. A lógica do Tri não colocaria a 8 um jogador tão distinto do Renato.

A sorte diz-me que a aposta no Renato e a deslocação do Pizzi foram um golpe não pensado e não trabalhado do treinador. Esta situação revela que não fossem as lesões do Salvio e nunca o Pizzi teria jogado à direita nem o Renato teria sido chamado à titularidade.

Porém eu recuso-me a acreditar que seja tudo um bafo de sorte. Recuso-me a acreditar que em nenhum momento do processo o treinador teve um desenvolvimento racional que o levou a tomar as suas decisões, a perceber os méritos destas e a reconhecer o seu sucesso. 

Por isto tenho de perguntar: Que raio se passou Rui?