Para quem lê este blogue há mais de dois meses, o conhecimento da minha crença não é novo; para quem não lê, ficará a conhecê-la mais em detalhe: acredito profundamente que os equipamentos alternativos devem ser a cópia fiel do principal, com as cores inversas. Se o equipamento é todo vermelho, o alternativo deverá ser todo branco. Se o equipamento é vermelho e branco, o alternativo deverá ser branco e vermelho. Tudo o que fuja disto, está errado. Aceito todo vermelho e derivados dentro das cores vermelho e branco e nada, mesmo nada, mais do que isto.
E isto porquê? Por amor à História do clube, por respeito a quem decidiu as cores que nos representam e - aqui é que entra o sobrenatural, para alguns - porque é minha crença profunda de que o Benfica sai prejudicado em termos competitivos quando usa equipamentos que fogem às cores do clube e que, por isso mesmo, não fazem sentir aos jogadores que estão a representar o Sport Lisboa e Benfica.
Pode parecer uma conversa de uma estupidez superlativa - esta de achar que um jogador do Benfica não sentirá o peso da instituição que representa se não usar as suas cores - mas não é. É algo até bastante natural e humano, bem distante de alguma espécie de prodigiosa evocação aos deuses ou do domínio do sobrenatural - o jogador não sente o peso, a história, a tradição e o nome do clube porque, quando olha em frente, sente no sul dos olhos cores repugnantes.
Aliás, pior do que sentir uma deformação de cores, o jogador não sente o encarnado viçoso sobre o corpo e isso, naturalmente, fá-lo-á correr menos, ter menos dose de superação, gastar menos gotas de suor naqueles minutos finais, falhar mais passes, ser menos solidário com os colegas, enfim, o jogador, quando envergando um cinza misturado com cor de merda, quase só quer fechar os olhos, aninhar-se junto a uma linha lateral sem tráfego humano e esperar pelo fim do jogo. E é humano, indescritivelmente humano, que um jogador queira desaparecer dos olhares dos outros quando vestido com tão desesperante e horripilante traje - que nem parece coisa de futebol, mas de algum torneio 12 horas de ping-pong, ali entre a Pontinha e Mem-Martins.
É importante que o Benfica saiba que, enquanto anda a desrespeitar a sua própria História, além de castigar os jogadores ao nível psicológico, está também a contribuir para um menor sucesso desportivo. Isto tem de ficar bem claro, de uma vez por todas. Aquilo que era, há um ano, uma ideia um pouco abstracta para mim, hoje é mais científica do que a certeza que todos temos sobre a verdadeira cor cerebral do Alan: é estúpido.
Senhor António Elias, contacte os senhores do marketing e diga-lhes isto, está bem? Pode ser que um dia eles percebam que esta merda não é o Alverca.
Benfica - Trabzonspor (principal) - vitória
Trabzonspor - Benfica (alternativo) - empate
Twente - Benfica (alternativo) - empate
Benfica - Twente (principal) - vitória
Gil Vicente - Benfica (alternativo) - empate
Benfica - Feirense (principal) - vitória
Nacional - Benfica (principal) - vitória
Benfica - Guimarães (principal) - vitória
Benfica - Man Utd (principal) - empate
Benfica - Académica (principal) - vitória
Porto - Benfica (principal) - empate
Otelul - Benfica (alternativo) - vitória
Benfica - Paços Ferreira (principal) - vitória
Portimonense - Benfica (principal) - vitória
Basileia - Benfica (alternativo) -vitória
Beira-Mar - Benfica (principal) - vitória
Benfica - Olhanense (principal) - vitória
Benfica - Basileia (principal) - empate
Braga - Benfica (alternativo) - empate
Principal: 13 jogos, 10 vitórias, 3 empates
Alternativo: 6 jogos, 2 vitórias, 4 empates