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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Treinadores do Plantel Glorioso by Ontianos

E os três treinadores do Benfica colocados no pódio pelos Ontianos, com uma boa margem sobre os restantes, foram:

Béla Guttmann; Otto Glória; Eriksson

Com o sueco a liderar destacado.

Os restantes mais votados foram, e de modo equilibrado, o Toni, Jorge Jesus e Jimmy Hagan.




terça-feira, 14 de outubro de 2014

Parabéns Toni



Há precisamente 68 anos atrás nascia aquele que viria a ser, juntamente com Rui Costa e o eterno Eusébio, uma das minhas maiores referências de e do Benfiquismo. Há precisamente 68 anos nascia António José Conceição Oliveira, o mesmo que volvidos alguns anos viria a ser “Toni”.

“Toni”, esse nome tão simples, mas tão cheio de Benfica. “Toni”, essa pessoa tão transparente, mas tão cheia de mística, tão repleta de sentimento glorioso. “Toni”, tão Benfica quanto o próprio Benfica.

Parabéns António Oliveira, obrigado Toni.


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Tu és o Benfica, Toni

A Taça do Irão é do Toni. Logo, a Taça do Irão é do Benfica. Isto assim dito: a Taça do Irão é dos benfiquistas.

Neste dia de namorados, não há como não admitir: nós, do Benfica, estamos apaixonados por ti, Toni. Sempre estivemos. Aquele abraço ao Rui Costa na noite de Leverkusen, aquele choro em directo e ao vivo, aquele bigode no 6-3, aquela tua alma à espera dos penalties em 88. Sabes, Toni? Tu és o Benfica. Tu és o Toni do Benfica. Mais ninguém consegue isso na vida: ser o tal do Benfica. Tu és.


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Era para a esquerda, Vítor.

O tempo é um líquido que se entranha no corpo e vai pingando para o chão a ritmos diferentes. Brota aos prantos, às vezes, chovendo dos braços; outras, cai devagar, com medo da queda. Não tenho noção se aquele penálti do Paneira ainda está aqui comigo ou se choveu há muitos anos. Sei que me molha, aos jorros, de tempos a tempos. E então eu sorvo dos poros aquela memória ou agacho-me de joelhos sobre as poças que a defesa de Bucci deixou a reflectir na água. 

Toda a gente sabe que era para o lado esquerdo, Vítor, mas a incredulidade de ver Faustino Asprilla no relvado e os pedidos sôfregos de Gabriel Alves - "falta acção disciplinar!" - para um amarelo que não chegou, confundiram Paneira na hora da decisão. Não foi astuto, o nosso 7, porque se tivesse visto a massa disforme de cabeças que compunham o primeiro anel tinha sentido a direcção do sucesso - o público todo a contorcer os pescoços e os olhos, fazendo sinais de golo: "é para ali, caralho", como se as redes e os fumos e os fios de aço fossem transparentes -, tinha visto o golo antes dele acontecer.

Mas o tempo escoou para outro lado qualquer e, quando demos conta, em vez de um 3-1 que pecava por nulo - não escasso, mas nulo -, que devia ter sido um 6-1 ou 7-1 sem espinhas, acabou nas mãos de Bucci e depois no desespero de João Pinto num 2-1 sem verdade, desonesto porque cruel. O Benfica acabava um jogo de tareia monumental contra uma equipa fabulosa agarrado a um golinho de vantagem e a olhar para o golo sofrido com ansiedades e desperdícios. 

Mas recuemos: Veloso dá de primeira em Rui Costa que recebe junto à linha, sem pressas. Ouve-se um som de fundo de milhares de gargantas aos soluços: "vai, vai, vai" que no plano geral dá "aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah", que era o som de quase todos os 90 minutos que viam o Benfica jogar. O Maestro espera que o adversário o ultrapasse e depois, sim, avança pelo meio, sempre com aquele ar de quem já está a festejar o golo e viu tudo o que vai acontecer enquanto os italianos procuram disfarçar a tristeza do que não sabem que já foi. De repente, faz um passe para Yuran e continua a correr - aquele 2-1 mágico que, por mais tácticas e prelecções que existam em laboratórios do futebol mais evoluído, destrói qualquer marcação - para receber mais à frente, já em território inimigo, e levantar a bola com a pontinha do dedão enquanto um jogador do Parma se deita no relvado da Luz e vê as costas do Maestro correrem na direcção da baliza e fintarem de anca mais outro que apareceu por ali e depois, logo de seguida, meterem na frente de Isaías o charme do golo. Isaías correu que nem um cavalo alado, ou então voou com um trote terrestre, e quando chegou à frente dos Diabos amansou a bola com um só toque e fez um golo junto ao poste que ainda é melhor porque deixa o salto de 120.000 adeptos em suspenso e passível de ser fotografado com alma e vinho e dúvida e tudo no meio. 

Houve depois uma coisa coisa estranha na área do Benfica que ainda ninguém sabe bem como foi e que acabou nas redes do Neno e o árbitro validou mas não deve ter sido muito bem um golo porque disto eu não sinto a escorrer-me dos braços para o chão. Houve Helder, acho que sim, aos pontapezinhos sobre a bola e depois algo estranho e de que me não recordo bem que originou passe, depois remate e depois um golo, uma espécie de golo, e que sentimos no coração não bem como gelo mas como quando morre gente, que é o sentir do adepto do Benfica quando vê golos adversários no estádio - uma morte silenciosa, cortando veias ou sorvendo veneno. 

No resumo, vê-se Nevio Scala descrente naquilo, tal era o banho de bola a que assistia e ainda por cima gratuitamente - os treinadores, mesmo os maus ou bons ou medíocres, por menos ou mais que façam das suas equipas, têm esse privilégio dos deuses de partilharem relvado com a loucura e com o génio. Nevio Scala estava assim, após o golo do Parma: dava-se por feliz ao mesmo tempo que sentia no coração aquela pontada da injustiça - quase vergonha - de andar a levar a sua equipa a solo sagrado. O público, mesmo gelado ou de luto, respirava de tal forma que punha cubos de gelo ou então mantos de veludo sobre as cabeças de quem nos visitava. Não queria ser Nevio Scala ou aqueles olhos tontos dele em suplício. "E agora que marcámos, o que é que vem aí?"

O que veio foi um fartote de Benfica, que parece que decidiu fazer uma recolha de todos os melhores momentos das centenas de equipas benfiquistas anteriores ao mesmo tempo que se despedia de nós: aquele grupo de gente de 94, vendo agora com distância e saudade, dava todo o ar de sentir de tal forma o clube que já conhecia a nossa tragédia que havia de chegar. Jogavam para escrever Benfica. Tinham pena de nós e por isso decidiram dar-nos tantos momentos e jogos e golos e jogadas e emoções, para que não nos esquecêssemos de que um dia houve este clube que nos fascinou e eternizou crianças até sermos velhos. Compraram-nos futuro naquelas épocas, decidiram deixar memórias tão fortes que nos permitissem aguentar os 20 anos que estavam por vir. 

E nós comprámos, sem medos nem hesitações, tudo o que eles davam e tudo o que eles deixavam dentro de nós - foi assim, até hoje, que viemos respirando e bebendo e comendo, sempre na esperança de ver o Benfica outra vez, com estes bancos de oásis deixados na pele.

Yuran recebe na esquerda, à entrada do meio-campo adversário, com um toque faz cueca sobre o marcador e segue em frente, feliz. Mete no meio em Isaías e - oh, o 2-1! - corre para ir ao encontro da bola, o touro sertanejo não duvida, faz compasso de espera e mete no ucraniano que vai, gazela, perto da área do Parma, de primeira levanta a bola para um Isaías que veio de trás e aparece em vólei falhado e circense, a bola tabela no relvado e vai a caminho de Paneira que, por ter dois cérebros no pé direito, em vez de chutar ou inventar mosntruosos caminhos, a deixa bater primeiro e depois, com a cara da chuteira, abre na direita onde João Pinto a recolhe - sem saber se dá meia-volta e remata ou se dá lugar ao improviso - e deixa para Rui Costa que estava desde o início da jogada a acompanhar o lance com os olhos e com o génio. Depois foi só rematar, simples e para dentro da baliza. Correu desalmado para a bandeirola de canto porque os putos não sabem o que hão-de fazer com o golo, é uma coisa pesada e sem maneiras o golo, não tem coreografia de sentidos, tanto pode dar pirueta como morte instantânea. Deu mãos na cabeça, um abraço do João Pinto e um tapinha do Silvino que por estas alturas já preparava o seu ofício de oficial tapinhador de jogadores. 

Foi um golo que conteve dentro de si todos os golos do Benfica desde o Bermudes e Cosme até àquele segundo. E ainda hoje é esse golo que nos leva ao estádio de bandeiras e cachecóis no corpo. Vamos em busca desse Benfica até ao final dos nossos dias. E esse, por mais que tentem, nunca no-lo vão roubar.




quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O dia em que cumprimentei Toni… Obrigado Joana



Foi na semana passada que decidi escolher o passado sábado para fazer a minha visita ao museu Cosme Damião. Podia tê-lo feito antes, mas por uma questão de compatibilidade de horários com Joana (minha namorada e portista), apenas no passado sábado surgiu essa oportunidade.



A tão aguardada visita, por questões profissionais e por pensar que o nosso museu se encontrava aberto ao público até às 21h, ficou marcada para as 16h. A manhã e início da tarde de sábado passaram devagar, talvez pelo entusiasmo que me cobria, as horas iam se sucedendo de forma amorfa e incrivelmente trabalhosas. O trabalho, esse prolongou-se para lá do previsto, para lá da hora marcada, algo que só serviu para aumentar a ansiedade e entusiasmo. No entanto, e ainda que a muito custo, lá chegou a hora de partir em direcção a São Domingos de Benfica.



Uma vez junto da catedral ainda tive o “bombom” de ver os “nossos” mais pequeninos e, quem sabe, estrelas do amanhã, a trocarem uma bola que lhes chega pela cintura e a quem o manto vermelho assenta tão bem. Porém, não era dia de apreciar o futuro, era dia de enaltecer o nosso grande passado e assim lá fui apressadamente até à entrada do Museu Cosme Damião.



Já no hall de entrada, por informação de alguém de dentição incompleta, a ansiedade, o entusiasmo, a alegria e o êxtase deram lugar à desilusão, ao desamimo, à tristeza. Passavam 30 minutos das 17h e, ao contrário dos meses de Julho e Agosto, o museu encerraria portas às 18h.



A visita às nossas memórias, às nossas grandes conquistas, à nossa história teria de esperar, aliás terá de esperar até que seja novamente possível compatibilizar horários com a menina portista para que, mais uma vez, lhe tente purificar a alma, para que, mais uma vez, eu tente explicar-lhe os momentos de tédio que ela passa ao meu lado quando joga o Benfica, para que, mais uma vez, eu tente explicar-lhe porque gosto tanto de a levar ao estádio para ver o Benfica, para que, mais uma vez, eu me deleite com o Sport Lisboa e Benfica.



Já no caminho de regresso, ao passar pela entrada para a catedral da cerveja, enquanto me ia sentindo como uma ervilha no fundo de um poço seco, perdido na imaginação do que podia estar a ver naquela altura, caso os imperativos profissionais não me tivessem detido, sou chamado à realidade por Joana: “Olha ali o Toni!”. Não sei se por ainda estar atarantado com a desilusão ou se por não acreditar que ela estaria mesmo a ver Toni, rodei a cabeça sobre mim mesmo umas dez vezes na esperança de interceptar no meu campo de visão a silhueta do nosso ex-treinador, mas nada feito, a cegueira provocada pela ilusão, desilusão e nova ilusão era tal que não consegui perceber que ela me apontava Toni exacta e literalmente à minha frente.



Depois de ver, reparar e processar que era mesmo Toni, não resisti e, ao contrário do que faço sempre que vejo alguma figura pública, aproximei-me e dei um sentido cumprimento a um dos meus 3 grandes ídolos do Benfica (os restantes são Rui Costa e, naturalmente, Eusébio), porque Toni não é apenas uma figura pública, porque Toni não é apenas um ídolo de infância, porque Toni é tudo isso e porque Toni é Benfica, porque Benfica também é Toni.



Durante aqueles 2/3 segundos em que lhe apertei a mão direita, foram muitas as coisas que me deu vontade de lhe dizer, quis dizer-lhe que foi ele o treinador que venceu o primeiro titulo que me lembro festejar, quis agradecer-lhe por todo o Benfiquismo que ele sempre se orgulhou de ter, ou melhor, agradecer não, porque não acredito que o faça na busca de reconhecimento, o que quis mesmo foi dar-lhe os parabéns, pois acredito que o faça por devoção, quis reconhecer-lhe a capacidade para, mesmo que nas entrelinhas e não de forma absolutamente directa, ir dando os recados para quem o quiser ouvir sobre o actual Benfica, sobre o que se vai passando no seu, no meu no nosso Sport Lisboa e Benfica. Quis tudo isto e muito mais, mas a voz embargou-se, o corpo petrificou-se e o cérebro congelou-se, não sendo sequer capaz de tirar uma foto que fosse com Toni.



No final daquele breve momento, saí dali sem uma recordação física de Toni, sem lhe ter dito absolutamente nada do muito que gostava, mas saí dali com a recordação eterna de que no dia 05-10-2013 cumprimentei Toni… Obrigado Joana.

domingo, 2 de setembro de 2012