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sexta-feira, 9 de maio de 2014

E para o ano - com ou sem Jesus?

Independentemente do que venha a ocorrer na próxima semana e meia, a época do Benfica já pode e deve ser considerada de sucesso. Campeonato ganho, conquistada a Taça da Liga e a chegada às finais de Turim e Jamor são elementos suficientes para valorizar um trabalho de grande qualidade de Jesus e dos seus jogadores. Claro, se ganharmos os dois troféus em disputa não só a época será de sucesso como será historicamente épica, visto que o Benfica nunca venceu 3 competições no mesmo ano (a Supertaça é sempre um título do ano anterior); 4 seria para morrermos todos de euforia. 

A questão que se coloca é: Jesus sairá? Jesus ficará? Sendo certo que Vieira nunca abdicaria daquele que lhe escuda a profunda incompetência (3 títulos em 14 anos; 2 deles já com Jesus, o que quer dizer que o Presidente do Benfica, antes de Jesus entrar no clube, venceu apenas 1 campeonato em 9 anos), resta saber se não será o próprio treinador a querer sair. Perscrutando os amigos de maior conhecimento sobre estas coisas, e que raramente falham naquilo que me dizem, encontro, neste tema, provavelmente a maior disparidade de "certezas" que alguma vez verifiquei: há os que me GARANTEM que Jesus continuará no Benfica; existem os que me dão como CERTO que Jesus está a menos de duas semanas de sair do clube; e há, ainda, os que não só me CONFIRMAM a sua saída como dizem que será por sua livre e espontânea vontade. 

Ora, com tantas seguranças e certezas tão díspares, a verdade é que, tendo tantas visões, nenhuma vale grande coisa - não por serem dadas por pessoas sem qualificações (pelo contrário, é gente que só fala quando sabe do que fala), mas porque, pelos vistos, anda por aí muita contra-informação, talvez bastantes hesitações, provavelmente carradas e carradas de areia para os olhos. 

A minha opinião (que não vontade, ressalve-se), cruzando todos os dados, é a de que Jesus de facto sairá pelos seus próprios pés. E faz até muito sentido. O treinador do Benfica sabe bem com quem está envolvido; conhece a fundo a incompetência de quem lhe é hierarquicamente superior; está bem a par de que com uma estrutura decente em vez de 2 campeonatos em 5 anos teria 5 em 5 ou 4 em 5. Jesus conhece as suas capacidades e reconhece as suas fragilidades, o problema é que ninguém sabe domar as últimas. Por isso, Jesus é Rei no futebol do Benfica, extrapolando as suas competências muito para além do que devia e é aí que normalmente se prejudica, prejudicando o clube. Claro, Jesus disso não tem a menor culpa - culpa tem quem devia delinear muito bem as valências e atribuições de cada funcionário do clube. Só que, devido ao profundo desconhecimento do que é futebol, do que é o Benfica, do que significa o benfiquismo, Vieira não teve outra hipótese senão a de fazer de Jesus o seu capote. Se corre bem, aparece em tudo o que é televisão, iniciativa de angariação de sócios, entregas de prémios; se corre mal, diz que não dá pontapés na bola e vai minando a imagem do treinador. Isto não é seguramente um líder, menos ainda um líder para tão grandioso clube.

Se Jesus sair, o Benfica correrá o sério risco de não conseguir aproveitar o passo em frente dado esta época. Aquilo que poderia ser uma vantagem crucial para consolidar a posição de líder e criar hegemonia no futebol português, pode na verdade acabar em mais um 2005 ou 2010, anos em que, seguindo a tradicional incompetência directiva, o Benfica desperdiçou de forma absolutamente patética e ridícula tudo aquilo que havia conquistado meses antes. Não será surpreendente se nos próximos meses começarmos a ver formar-se uma onda gigante de fanfarronice, entrevistas ao Grande Líder, promoção da imagem do Presidente por patéticos Pedros Guerras e outros sabujos do género, frases megalómanas, promessas impossíveis, desvalorização dos adversários, etc, etc, etc. No fundo, tudo aquilo que esta Administração sempre foi: má quando perde (e perde recorrentemente); péssima quando ganha (e raramente ganha).

Se Jesus sair, meus caros, a única solução para o Benfica passa por escolher um treinador de tal forma competente e inteligente que consiga aproveitar o excelente trabalho do actual técnico ao mesmo tempo que terá de lidar com os constantes tiros nos pés que a Direcção geralmente dá. Olhando ao largo, cruzando tudo isto, sim, penso que Marco Silva poderá ser a melhor solução. Sabendo que, é evidente, o melhor para o Benfica não seria manter Presidente e perder treinador, mas precisamente o seu contrário.


segunda-feira, 3 de março de 2014

O caminho da hegemonia

Estranha estatística:

- O Porto está a mais do dobro de pontos (9) do Benfica do que o Estoril está do Porto (4);

- Fora de casa, em 11 jogos, o Porto tem mais empates e derrotas (6) do que vitórias (5);

- Em 11 jogos fora, o Porto tem 13 golos sofridos; em 10 jogos em casa, apenas 3 (ainda não recebeu o Benfica);

- Nos últimos 4 jogos, o Porto tem 3 empates e 1 derrota; 7 golos marcados, 8 sofridos.

Se o Benfica não aproveitar os anos atípicos do Porto - que ocorrem de 5 em 5 anos -, nunca conseguirá encontrar o caminho que lhe permita entrar e ficar na hegemonia. Para isso, tem de ser ambicioso e querer arrasar não só no Campeonato mas eliminando os portistas de Taça de Portugal e Taça da Liga.

O Benfica tem de começar a ganhar Campeonatos consecutivos, Taças consecutivas. Só assim aniquilará a capacidade de recuperação do Porto e o atirará para o papel secundário que tinha no futebol português antes do pintinho aparecer com mulheres em arcas frigoríficas.