Vieira, o sócio tricolor, gostou muito do convívio com os dirigentes do São Paulo. Não conseguiu disfarçar um sorriso cúmplice quando lhe explicaram que o clube no Brasil é conhecido como o Tricolor Paulista. E quando lhe mostraram o hino do São Paulo, na cabeça de Vieira fez-se luz: "chega do Ser Benfiquista, para um Presidente tricolor um hino tricolor. A partir da próxima época este será o nosso hino".
Ainda não sabemos as repercussões que esta revolucionária medida terá junto dos sócios - habituados há décadas ao hino de Luís Piçarra e ao Avante p´lo Benfica - mas, pelas primeiras impressões que obtivemos à saída do estádio, parece haver abertura para a mudança.
José Severino, 57 anos, empregado de mesa, defendeu que «os tempos são outros, o futuro é o caminho, o hino do São Paulo é lindo, vou já para casa ensiná-lo aos meus pequenos". Já António Nogueira Pato, bancário de profissão, lança um olhar à modernidade do futebol: "É fundamental compreender que o futebol actualmente é um grande negócio. Prendermo-nos a tradições antiquadas e até um pouco bafientas - a voz de Piçarra lembra o Regime e toda a sua podridão ideológica - é não compreendermos o potencial que há em explorar novos horizontes, inovarmos, transcendermo-nos". Numa perspectiva de expansão da Marca, Fagundo Fagundes lembra a importância do Brasil no contexto universal: "O Brasil é hoje um dos países com potencial para dominar a esfera política e económica nos próximos anos. Implementar o Hino do São Paulo como Hino do Benfica é não só uma medida exemplar de aproximação aos nossos irmãos brasileiros como, do ponto de vista financeiro, um acto de gestão assombroso. Já imaginaram o potencial social de vermos por todo o país crianças, jovens, adultos, idosos a cantar o Hino do Benfica com sotaque brasileiro? Os meus parabéns à Direcção por mais este grande passo rumo ao futuro".