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sábado, 18 de julho de 2015

Um mau serviço ao futebol

A silly season é um momento doloroso para mim. Não só por não haver futebol de alta competição mas também pelas notícias que dia sim, dia sim saem acerca de possíveis reforços, jogadores desviados, contratações falhadas, dispensas questionáveis e vendas inesperadas. São três penosos meses com a agravante de este período de transferências se alargar injustificadamente até 31 de Agosto (ou Setembro, para a Rússia e um ou outro país) quando a meu ver o mercado deveria estar encerrado o mais tardar a 10 ou 15 de Agosto, altura em que praticamente todos os campeonatos europeus já começaram.

E como se tudo isto não bastasse, acresce um neo-fenómeno a que assistimos nos últimos anos com programas “especiais” sobre o período de transferências. A TVI 24, com uma direcção de informação e uma equipa de desporto experientes e conhecedoras do mercado televisivo, lembrou-se de uma forma fácil mas pouco digna de conseguir audiências: um programa sobre nada. O Mais Transferências, transmitido diariamente, consegue ser, mais que um programa sobre nada, um mau serviço ao futebol. Para quem não conhece o formato, um conjunto de jornalistas “da casa” (Pedro Sousa, Rui Pedro Brás, José Manuel Freitas) dissertam com acérrima certeza sobre assuntos que manifestamente não dominam, emitindo juízos definitivos acerca de rumores e de informação sustentada por fontes muito duvidosas para não dizer, em alguns casos, inexistentes. A forma como se manipulam rumores transformando-os em verdades que dias depois são desmentidas é de uma ausência de vergonha inqualificável e um autêntico ataque ao código deontológico do jornalista, onde se fala na necessidade da comprovação dos factos e no combate ao sensacionalismo. O Mais Transferências é pouco mais que um programa de boataria e de desinformação.

Há sete anos, quando nas palavras do próprio renunciou ao jornalismo cansado de andar a correr atrás das ideias dos outros para construir o seu património ideológico, José Marinho estaria longe de imaginar (ou não) que por esta hora estaria novamente a correr atrás das ideias de outrem. E o mesmo mau serviço que o Mais Transferências presta na televisão, José Marinho copia nas redes sociais. Uma vez mais, informação com fontes pouco fidedignas, grau de falibilidade máximo, narcisismo insuperável, necessidade extrema de chamar a atenção e agora, para tentar desculpar-se das sucessivas mentiras com que presenteia os seus seguidores, dedicou-se à modalidade de atirar areia para os olhos dos seus seguidores referindo-se a um presumível post do Ontem em que alguém afirmou (será que afirmou mesmo?) que Jesus iria renovar pelo Benfica. Enquanto procuramos tal post, aguardamos que Bynia atinja o talento de craque da Liga Portuguesa, profetizado por Marinho, que defenda os interesses do Benfica em vez de tentar justificar os injustificáveis erros do seu ex-agenciado Artur Moraes, que reexplique o negócio de Garay, uma vez que a sua tese foi desmentida pelo presidente Luís Filipe Vieira ou que Maxi Pereira renove o contrato. É que um homem de tantas certezas não pode reger-se sob a velha máxima de Pimenta Machado, que dizia que “no futebol, o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira”. Está no direito de se enganar, é certo. Não está é no direito de tomar os seus leitores por parvos e de tentar camuflar as suas fraquezas com o nosso trabalho, que na verdade, e ao contrário dele, de trabalho tem pouco e não é mais que um passatempo. Sobre Marinho, a sua maneira de estar no futebol e o seu carácter não me pronunciarei mais até porque não é guerra minha, mas resta-me dizer que não é por se entregar a carteira de jornalista que se deixa de praticar mau jornalismo. E se voltar a lançar suspeitas de que uma força estranha lhe apaga posts no Facebook, nós refrescamos-lhe a memória. Não vá tratar-se de um caso de sonambolismo, temos guardados os posts que o próprio escreve e posteriormente apaga com as ordinarices que escreve acerca de nós.

Passem bem. E de preferência sem estas personagens.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Maxi Pereira e o FC Porto

Oito anos depois da chegada como jogador incógnito, oito anos depois de ter conquistado, por mérito próprio, o carinho e a admiração dos adeptos do Benfica, oito anos depois de vénias, de cânticos, de estandartes, de títulos e, mais importante que tudo isso, depois de ser sub-capitão e de ter capitaneado por várias ocasiões o mais titulado e prestigiado clube português, Maxi Pereira decidiu por vontade própria assinar pelo maior rival.

Manipulado ou não pelo seu empresário, cuja índole conhecemos há muito, Maxi Pereira não tem desculpa. Poderia ter saído para a Turquia, onde o Galatasaray lhe oferecia uma avultada soma, poderia ter saído para Espanha, onde se fala o seu idioma nativo, poderia ter saído para Inglaterra, onde pelo que se sabe tinha mercado, mas preferiu o Porto. Maxi, o herói, o ídolo da Luz, o homem com oito anos de casa, preferiu esquecer o passado e rumar a quem tanto mal nos quer e tanto mal nos fez.

O seu comportamento ao longo destas últimas semanas de negociação, para não dizer meses, foi igualmente inenarrável. Maxi revelou-se, tal como há três anos, aquando da sua primeira renovação de contrato, um indivíduo sem escrúpulos, que tentou leiloar-se à espera de uma proposta milionária, utilizando a família como escudo de defesa , desrespeitando os adeptos que sempre o acarinharam e mentindo inclusivamente à Direcção, quando a cerca de duas semanas antes do final do mês de Junho deu o acordo com o Benfica como confirmado e encerrado, voltando posteriormente com a palavra atrás sem dar qualquer justificação a quem lhe pagou o salário durante oito anos e com quem manteve esta morosa negociação. Gratidão? Não a peço. Peço respeito, pelo menos. Respeito por quem lhe pagou a tempo e horas, respeito por quem o idolatrou, respeito por quem o ajudou a chegar à Europa, a mostrar-se no Velho Continente e o ajudou a chegar às 100 internacionalizações e à capitania da selecção celeste.

A perda de Maxi, ao contrário da de Jorge Jesus, custa-me. Custa-me porque, independentemente do seu valor, Maxi Pereira foi nestes oito anos um jogador “à Benfica”. Exibiu dentro de campo um profissionalismo ímpar, tão típico de poucos jogadores que nós, mais jovens, vimos, tão típico dos muitos ídolos que pais e avós nos contam dos anos 60, 70 e para alguns, 80. Contudo, e centremos atenções no plano desportivo, o que não falta no mercado são jogadores com tanta ou mais qualidade que Maxi. Não desvalorizando o uruguaio, cujos atributos futebolísticos não são de desprezar, a verdade é que o Maxi Pereira de hoje em dia valia pelo conhecimento que tinha do jogo e, sobretudo, pela matreirice. É um jogador “rato”, que sabe quando cavar a falta, quando fazer a falta certa, no lugar correcto, no tempo exacto, e com uma garra e vontade pouco comuns que compensam a indisciplina táctica imprópria de um defesa direito que tanto pode aparecer na área, qual ponta-de-lança, ou na posição de número 10 para fazer uma assistência para golo. Com o avançar da idade, Maxi foi perdendo velocidade, perdeu capacidade de drible e finta (lembram-se quando ele conseguia ir à linha, fingir que ia cruzar e meter a bola para dentro?) e tornou-se um jogador mais “pesado”. Não sendo “velho” aos 31 anos, a verdade é que a longo prazo o Benfica pode conseguir melhor no mercado. Choca-me a perda do jogador por tudo o que representava, mas não fico sobejamente preocupado com uma eventual perda qualitativa porque a haver competência na gestão do mercado, não ocorrerá. 

Podemos tentar perceber o ponto de vista do jogador. Maxi sempre falou na família, na família, na família e a verdade é que, a fazer fé nos números veiculados pela comunicação social, os 6 milhões de euros que o Benfica se dispunha a pagar em 3 anos ficam muito aquém dos 16 milhões que o Porto oferece em 4 temporadas. Mas pelos vistos, para Maxi, o dinheiro é mesmo tudo. Teve clubes internacionais (com o Galatasaray à cabeça) a oferecer muito dinheiro, mas nenhum deles tanto quanto o Porto. E foi esse o motivo que o fez assinar pelos azuis-e-brancos. A família, a família, a família... que nojo usar a família como argumento para querer ganhar mais e mais dinheiro, esse sim o único objectivo. Em jeito de conclusão, resta dizer que o Benfica perdeu um bom jogador e o Porto fez um mau negócio. No meio disto tudo, só mesmo o jogador fica a ganhar. E “só” do ponto de vista financeiro. Até porque se fizesse o que fez ao Benfica lá na terra dele, o mais provável era acabar numa valeta ou pelo menos ser ameaçado com um tiro na rótula, qual Paulo Assunção.

P.S. Nada a dizer da atitude da Direcção do Sport Lisboa e Benfica. A Direcção, em especial na pessoa do seu presidente, não pode entrar em loucuras ou devaneios financeiros por jogadores com muitos anos de casa que já deveriam ter percebido o que é o Benfica. Entrar no leilão que Maxi e o seu empresário queriam seria um desprestígio para o próprio Sport Lisboa e Benfica. 


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Há uns anos, num hospital da Grande Lisboa, deu entrada na pequena cirurgia um miúdo dos seus 10 anos. Joelhos escalavrados, sobrolho acerto, uma bola de futebol debaixo do braço. “Caiu de um muro quando tentou apanhar a bola”, disse a mãe. Por entre a desinfecção das feridas e a sutura do sobrolho, uma colega minha resolveu meter conversa com o petiz:
- Então, magoaste-te muito? De que clube és?
- Sou do Benfica e do Real Madrid – respondeu o rapaz.
- E qual é o teu jogador favorito? O Ronaldo ou o Messi?
- É o Maxi Pereira.

Raros serão os adultos que têm Maxi Pereira como o seu jogador preferido. Muito menos uma criança. Disto, Maxi, só poderias encontrar num clube. E o dinheiro não compra estas coisas.

domingo, 19 de outubro de 2014

Evita, Rúben. Tens família [benfiquista].


"Lamentável este ataque ao Amorim".

Há uns dias, o saudoso Guarda Abel (com o qual aproveito para anunciar que não tenho qualquer fotografia) utilizou o Facebook para "avisar" um fiscal de linha, no seu próprio mural, para não se deslocar à cidade Invicta sob pena de apanhar uma tareia das antigas. "Evita. Tens família.", escreveu o simpático ex-agente da PSP da cidade do Porto.

Queria aproveitar as bonitas palavras de Abel para me dirigir a Rúben Amorim. O Rúben é um dos nossos. Não é um estrangeiro que chegou ao Benfica há 3 dias e que já está a pensar numa transferência para um colosso internacional qualquer. O Rúben não vê o Benfica como uma ponte aérea. Para o Rúben, o Benfica não é um meio mas sim um fim. Quando está em campo, veste a camisola. Quando está de fora, ergue o cachecol. E é por isso que, para mim, é difícil compreender e aceitar que Rúben Amorim tenha posado para uma fotografia com alguém que tanto mal fez e tanto mal quer aos benfiquistas.

Caso vos tenha dado um súbito ataque de amnésia ou tenham estado em coma profundo nos últimos 20 anos, Fernando Madureira (ou "Macaco", para os amigos), é o líder da claque dos Super Dragões. É a cabeça de uma organização mafiosa que ameaça e agride (e sabe-se lá o que faria mais se não houvesse um mínimo de descaramento por parte das forças policiais deste país) adeptos de vários clubes e que vive alimentando um ódio visceral ao Benfica, aos seus adeptos e a tudo o que o nosso clube representa. Lembram-se do que aconteceu no ano passado aos adeptos que tentaram deslocar-se ao Dragão Caixa para ver o Benfica sagrar-se campeão europeu de Hóquei em Patins às custas do Porto? Já se esqueceram do que acontece na Avenida dos Aliados sempre que o Benfica ganha um campeonato?

É por isso, Rúben, que tenho de te dizer isto mesmo. "Evita. Tens família.". A tua família é a família benfiquista. É a família a quem Madureira e os seus lacaios insistem em ameaçar e agredir. É esta gente que atira bolas de golfe para tentar acertar em adeptos e jogadores. É esta gente que ataca o autocarro do Benfica quando vai ao Norte, seja à entrada para o Estádio do Dragão, seja na auto-estrada, atirando pedras, partindo vidros e colocando em perigo a vida dos teus colegas de equipa, dos teus amigos. Por isso, Rúben, deverias ter evitado tirar aquela foto. Por uma questão de respeito para com os teus colegas e para com a tua família.

Não sei se Rúben Amorim viu ou não que era Fernando Madureira que estava ao lado de Pedro Proença. Se ainda estivessem umas dez, vinte pessoas, acredito que pudesse nem se ter apercebido, mas agora só estando lá mais duas… acredita quem quer na justificação. Por mim está tudo esclarecido. Foi um momento profundamente infeliz do Rúben, que não reflectiu sobre as consequências de tirar uma fotografia com alguém que nos odeia de morte. Esteve mal.

Por isso, antes de dizerem "Lamentável este ataque ao Amorim", pensem duas vezes. Pensem no que gente como Fernando Madureira representa. Isto não é um ataque a Amorim. É a defesa dos benfiquistas.

Às vezes, a melhor forma de ficar bem na fotografia é nem aparecer nela. Que sirva de lição.