Há um tópico que gera sempre discordância, mesmo aqui entre os escribas do Ontem: o percurso europeu condiciona de forma negativa ou positiva a campanha no campeonato?
Não há uma resposta universal a esta pergunta. Não há uma casualidade entre as duas competições que se verifique de forma constante.
Há vários factores que condicionam esta resposta. Tudo depende do contexto.
Condição física; Moral; Concentração; Motivação; Confiança; Gestão; Entusiasmo.
Estes são alguns factores a ter em consideração.
A caminhada até à final de Amesterdão não coincidiu com o título de campeão nacional mas a caminhada até à final de Turim coincidiu.
Na minha filosofia, uma equipa grande com um treinador de alto nível conseguirá sempre beneficiar de uma boa campanha europeia.
Num clube ambicioso, exigente e alimentado por vitórias, só consigo aceitar que sucessos fomentem sucessos.
O ano passado fomos campeões também ao colo das vitórias europeias e não apesar delas.
Há dois anos as vitórias europeias deixaram-nos festejar o titula na Madeira e depois perdê-lo na Luz? Não acredito.
O empate caseiro com o Estoril e a derrota no Dragão estiveram longe de ser responsabilidade dos jogos europeus ou do Carlos Martins. Há uma gestão física e mental que deve ser feita e que nessa época não foi. Jogar a medo só resulta uma vez e calhou ser na presente temporada no Estádio do Dragão.
Este Porto de Lopetegui irá beneficiar ou sair prejudicado pela continuidade na Champions?
Como já disse, acredito que uma equipa grande e bem treinada irá sempre beneficiar de boas campanhas europeias. Principalmente no campeonato português.
Nessas equipas as vitórias alimentam-se com vitórias e a cultura de vitória é imprescindível para qualquer sucesso. Uma boa campanha europeia gera um aumento de confiança nos jogadores, aumenta a união entre jogadores e adeptos, dá estofo ao plantel e mantém a equipa a competir sempre a um ritmo elevado.
Há três factores cruciais.
- A questão física não é um mito. Mas uma equipa como a do Porto ou a do Benfica têm de ter um plantel que permita uma cirúrgica rotatividade nos jogos do campeonato sem que essa prejudique as ambições de serem campeões nacionais.
- A questão mental depende da liderança e também da personalidade dos jogadores. Um avançar na Liga dos Campeões pode tanto criar entusiasmo e confiança na equipa para todas as competições como pode levar a desconcentração e desvalorização dos jogos nacionais. Se a gestão física é importante, a gestão de psicológica é ainda mais.
Neste contexto o cansaço é mais significativo em equipas espanholas, italianas ou inglesas do que para as portuguesas (campeonato português é menos exigente) mas a parte psicológica é mais determinante em Portugal do que nesses outros campeonatos (campeonato português é menos prestigiante).
- O terceiro factor é a propensão para lesões. Contudo não posso aceitar que uma equipa trabalhe condicionada pelo receio destas. As lesões são acasos que não podem, à partida, condicionar uma competição.
Felizmente para o Benfica, este Porto ainda não atingiu um nível de maturação que o faça espelhar no campeonato um sucesso europeu. É a minha opinião.
Portanto, apesar de considerar que tanto o Benfica como o Porto deveriam ser mais fortes no campeonato com os sucessos europeus, este Porto está numa fase de construção que o distancia deste equilíbrio.
Não será nunca por uma questão física pois Lopetegui já mostrou não ter receios da rotatividade. Usou-a em excesso no primeiro terço do campeonato e a equipa chega a esta fase fisicamente fresca e com as segundas linhas prontas para competir.
Considero que o grande desafio do treinador portista será o foco dos seus jogadores. Este plantel está recheado de qualidade mas também de jogadores têm as suas ambições muito distantes do campeonato português. São jogadores que vieram para o Porto ganhar tempo de jogo nas partidas nacionais e para se mostrarem aos seus clubes e/ou ligas mais fortes nas competições europeias. São demasiados os jogadores que não percebem a rivalidade com o Benfica nem o valor de se ser campeão nacional.
Portanto irão eles sentir aquela motivação extra numa deslocação a Vila do Conde? Irão arriscar colocar o pé nas vésperas de uma meia-final europeia? Irão manter os níveis de concentração entre os jogos europeus e nacionais?
Mais que nunca irão valer a este Porto jogadores como o Quaresma, Maicon e Helton, sendo ou não titulares.
Este será o grande desafio do treinador espanhol. Saber gerir mentalidades, saber focar a equipa, recarregar baterias e conseguir transmitir a importância de ser campeão nacional. Além disso, deverá também perceber que há jogadores que poderão dar mais num jogo com o Arouca do que aqueles que são habitualmente titulares. Falo do Ruben Neves, do Quaresma, do Evandro e do Ricardo, por exemplo.
Se o Lopetegui não me surpreender, prevejo um Porto a sair prejudicado no campeonato pela continuidade europeia.
E vocês?
Não há uma resposta universal a esta pergunta. Não há uma casualidade entre as duas competições que se verifique de forma constante.
Há vários factores que condicionam esta resposta. Tudo depende do contexto.
Condição física; Moral; Concentração; Motivação; Confiança; Gestão; Entusiasmo.
Estes são alguns factores a ter em consideração.
A caminhada até à final de Amesterdão não coincidiu com o título de campeão nacional mas a caminhada até à final de Turim coincidiu.
Na minha filosofia, uma equipa grande com um treinador de alto nível conseguirá sempre beneficiar de uma boa campanha europeia.
Num clube ambicioso, exigente e alimentado por vitórias, só consigo aceitar que sucessos fomentem sucessos.
O ano passado fomos campeões também ao colo das vitórias europeias e não apesar delas.
Há dois anos as vitórias europeias deixaram-nos festejar o titula na Madeira e depois perdê-lo na Luz? Não acredito.
O empate caseiro com o Estoril e a derrota no Dragão estiveram longe de ser responsabilidade dos jogos europeus ou do Carlos Martins. Há uma gestão física e mental que deve ser feita e que nessa época não foi. Jogar a medo só resulta uma vez e calhou ser na presente temporada no Estádio do Dragão.
Este Porto de Lopetegui irá beneficiar ou sair prejudicado pela continuidade na Champions?
Como já disse, acredito que uma equipa grande e bem treinada irá sempre beneficiar de boas campanhas europeias. Principalmente no campeonato português.
Nessas equipas as vitórias alimentam-se com vitórias e a cultura de vitória é imprescindível para qualquer sucesso. Uma boa campanha europeia gera um aumento de confiança nos jogadores, aumenta a união entre jogadores e adeptos, dá estofo ao plantel e mantém a equipa a competir sempre a um ritmo elevado.
Há três factores cruciais.
- A questão física não é um mito. Mas uma equipa como a do Porto ou a do Benfica têm de ter um plantel que permita uma cirúrgica rotatividade nos jogos do campeonato sem que essa prejudique as ambições de serem campeões nacionais.
- A questão mental depende da liderança e também da personalidade dos jogadores. Um avançar na Liga dos Campeões pode tanto criar entusiasmo e confiança na equipa para todas as competições como pode levar a desconcentração e desvalorização dos jogos nacionais. Se a gestão física é importante, a gestão de psicológica é ainda mais.
Neste contexto o cansaço é mais significativo em equipas espanholas, italianas ou inglesas do que para as portuguesas (campeonato português é menos exigente) mas a parte psicológica é mais determinante em Portugal do que nesses outros campeonatos (campeonato português é menos prestigiante).
- O terceiro factor é a propensão para lesões. Contudo não posso aceitar que uma equipa trabalhe condicionada pelo receio destas. As lesões são acasos que não podem, à partida, condicionar uma competição.
Felizmente para o Benfica, este Porto ainda não atingiu um nível de maturação que o faça espelhar no campeonato um sucesso europeu. É a minha opinião.
Portanto, apesar de considerar que tanto o Benfica como o Porto deveriam ser mais fortes no campeonato com os sucessos europeus, este Porto está numa fase de construção que o distancia deste equilíbrio.
Não será nunca por uma questão física pois Lopetegui já mostrou não ter receios da rotatividade. Usou-a em excesso no primeiro terço do campeonato e a equipa chega a esta fase fisicamente fresca e com as segundas linhas prontas para competir.
Considero que o grande desafio do treinador portista será o foco dos seus jogadores. Este plantel está recheado de qualidade mas também de jogadores têm as suas ambições muito distantes do campeonato português. São jogadores que vieram para o Porto ganhar tempo de jogo nas partidas nacionais e para se mostrarem aos seus clubes e/ou ligas mais fortes nas competições europeias. São demasiados os jogadores que não percebem a rivalidade com o Benfica nem o valor de se ser campeão nacional.
Portanto irão eles sentir aquela motivação extra numa deslocação a Vila do Conde? Irão arriscar colocar o pé nas vésperas de uma meia-final europeia? Irão manter os níveis de concentração entre os jogos europeus e nacionais?
Mais que nunca irão valer a este Porto jogadores como o Quaresma, Maicon e Helton, sendo ou não titulares.
Este será o grande desafio do treinador espanhol. Saber gerir mentalidades, saber focar a equipa, recarregar baterias e conseguir transmitir a importância de ser campeão nacional. Além disso, deverá também perceber que há jogadores que poderão dar mais num jogo com o Arouca do que aqueles que são habitualmente titulares. Falo do Ruben Neves, do Quaresma, do Evandro e do Ricardo, por exemplo.
Se o Lopetegui não me surpreender, prevejo um Porto a sair prejudicado no campeonato pela continuidade europeia.
E vocês?