Uma noite festiva num estádio com 53.000 pessoas no primeiro jogo da época - sinal de que as pessoas estão motivadas e esperançosas numa nova brilhante caminhada para o título -, um ambiente bom, sempre de apoio aos jogadores, técnicos e dirigentes, o regresso das bandeiras à Benfica (e não aqueles símbolos estranhos das claques) e uma equipa coesa, organizada, capaz de surpreender o adversário com um jogo fantástico de troca de bola, mudança de flanco, apoios constantes, velocidade, técnica, desequilíbrio e imensas situações de golo.
O Benfica que vimos ontem foi um Benfica competente, um Benfica à Benfica. Na esquerda, Melgarejo, uma brilhante adaptação do nosso genial treinador (ele que tantos milhões já deu ao clube em vendas extraordinárias e valorizações maravilhosas de jogadores), à esquerda Bruno César e sua natural capacidade para jogar nas alas (até porque temos poucos extremos; a opção de Jesus é brilhante) e na frente Rodrigo que, por não ter feito a pré-época com a equipa, estava fresco, solto, cheio de fome de golos.
Sinceramente há pouco que possa apontar a esta equipa e a este treinador. O nosso apoio também foi de grande benfiquismo e portanto em noites destas, de mística e superação, saio do estádio com aquele sorriso na cara, igual ao de todos os outros benfiquistas que desceram as escadas, caminharam pelo espaço exterior do recinto, foram beber copos para as rulotes e depois entraram no carro com o espírito cheio e prontos para mais uma noite de glória.
Uma palavra para o nosso Presidente: no mínimo, brilhante. A forma como gere e incentiva o nosso treinador a inovar e a experimentar novas fórmulas é, a todos os títulos, notável. Há quem critique absurdamente o nosso líder, injustamente desmerecendo o que este homem fez e faz pelo Benfica. A esses só digo isto: são abutres, querem mal ao clube, estão em campanha eleitoral, têm uma missão de destruir todo este império de competência e profissionalização.
Agradecer também ao nosso Director-Financeiro, pela valorização de activos, pela notável capacidade de equilibrar as contas, pela criatividade com que resolve os problemas financeiros do Benfica. Um sportinguista que deve ser idolatrado porque a verdade é para ser dita: não há, no universo de milhões de benfiquistas, um único capaz de fazer o seu trabalho. E quando assim é devemos estar gratos por Soares Oliveira sacrificar a sua vida pessoal desta forma a uma causa que, apesar de não ser a dele de nascença, se tornou a sua missão de vida.
É verdade que Melgarejo teve azar na forma como participou nos dois golos sofridos. Mas temos de compreender porquê: o rapaz tem sido alvo de uma campanha miserável por parte de pseudo-benfiquistas que, depois de Roberto e Emerson, apontam agora as miras a este jogador que tão brilhantemente tem sido adaptado a lateral-esquerdo. Podemos vir a perder pontos, jogos até, talvez campeonatos. Mas podem escrever o que vos digo: daqui a um ano será vendido por 50 milhões de euros e ainda receberemos o Van Persie.
O empate ocorreu, é verdade, mas porque o árbitro estava como sempre pelos corruptos. Este futebol português está sujo e podre, é impossível ao Benfica lutar contra isto de forma sustentada. Só conseguiremos atingir a limpeza total desta sujeira quando o notável plano de Luís Filipe Vieira estiver finalizado: o apoio a Fernando Gomes, a proximidade com Joaquim Oliveira, as relações comerciais com Salvador e o discurso semelhante a Pinto da Costa dão-nos sinais claros de que a estratégia está a começar a resultar. Mas demora tempo, naturalmente. Só quem não percebe as movimentações necessárias nos corredores do futebol pode criticar acções que são, do ponto de vista político, da maior competência, visão e capacidade profissional.
O Benfica está muito bem dirigido - temos o melhor Presidente dos últimos 18 anos; muito bem treinado - ninguém ganhou tantos jogos como Jesus; extraordinariamente organizado - temos Estádio, temos Centro de Estágio, temos sala de convívio e não tardará o museu do clube. Temos uma televisão na qual participam benfiquistas de alto quilate - deixem-me especificar uma pessoa: Pedro Guerra. Benfiquista notável, capaz de explicar aos adeptos aquilo que eles não entendem porque, sejamos francos, nem todos têm a capacidade mental para entender este fantástico trabalho que está a ser feito no clube.
Peço-vos que se deixem de críticas e ideias tontas, romantismos imbecis e análises irónicas sobre o Benfica. O tempo é de união, devemos todos dar as mãos e apoiar, apoiar muito, apoiar sempre. Não importa que empatemos, não importa que as coisas pareçam (e apenas isso) caminhar para o abismo. Posso garantir-vos porque sei (a minha convicção e conhecimento é fruto de um benfiquismo sem mácula e defensor dos mais altos valores do clube) que dentro do Benfica se trabalha com método e disciplina. Dêem tempo - 10 anos é muito pouco para atingir os objectivos. Com tudo o que temos tido de batalhar, talvez este seja mesmo o ano 0 do Benfica. Acreditem no que vos digo: daqui a 10 anos seremos o maior clube do mundo.