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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

93 de Pipi

Muitos Parabéns ao querido Rogério Lantres de Carvalho ("Pipi" para os amigos) pelos seus 93 anos.

Além de ter sido um extraordinário jogador, um dos mais brilhantes da nossa História, é ainda hoje um homem de um trato maravilhoso, educado, culto, agradecido, polido, grato, humilde. Rogério é dos últimos grandes cavalheiros de uma era que inevitavelmente se perdeu para nunca mais voltar.

Vejam bem a beleza desta foto. A classe, a desenvoltura, o gesto de Rogério Pipi. Todo ele arte.


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Benfica 12 Porto 2



A 7 de Fevereiro de 1943, o Benfica-Porto que vêem na imagem acabaria com um esclarecedor 12-2 a nosso favor.

Treinado pelo húngaro Janos Biri, o Benfica de Francisco Ferreira, Barros, Júlio, Teixeira, Albino, Gaspar Pinto e Rogério Pipi, entre outros, acabaria por fazer a primeira dobradinha da sua História nessa época de 42/43.

Nesta monumental goleada infligida ao Porto (12-2, a maior goleada de sempre entre os dois clubes), o jogo disputou-se no Estádio do Campo Grande. Golos de Júlio (4), Valadas (2), Teixeira (2), Manuel da Costa (2), Francisco Ferreira e Alfredo (auto-golo).

Um dia e uma época felizes, portanto.

terça-feira, 13 de março de 2012

Maravilhoso Rogério "Pipi"

A morte. Explicam-nos em vida o que é a morte. Nunca entendemos. Fazemos pequenos resumos durante o sono ou no quase sonho. Falhamos sempre. Imaginamos uma viagem do ponto A ao ponto B com missangas e derivações de beijos. É mentira - a morte, nossa e dos outros, é uma coisa dorida, que dói dentro de nós e no espaço que nos arredonda. 

Às vezes levamos a morte dentro de nós para ver se alguém nos salva. Ninguém nos salva. Começamos um dia com vontade de libertação e libertamo-nos. Ninguém nos liberta. Nem mesmo aqueles que achávamos que podiam libertar-nos. Sem culpa, nossa ou deles. Só vida e medidas que são deles e nossas. Ninguém sabe como tratar da existência.

O meu Pai morreu há dois anos. Ligaram-me do hospital, estava eu a servir cervejas e tortas de laranja, alguém fez um pequeno compasso de espera, eu rebaixei os joelhos atrás do balcão e disse: "Sim?". Do outro lado, alguém disse: "O teu Pai faleceu" e eu não disse coisa nenhuma nem fiz esgar algum. Pedi licença, vesti-me, fui a casa, bebi uma garrafa de gin e fui para Abrantes. E isso valeu tanto quanto tudo o resto.

Isto para dizer que conheci o Senhor Rogério Lantres de Carvalho, mais conhecido como "Rogério Pipi". Tem laivos de morte e vida. Olhei-o de frente e ainda não tinha o cheiro a caixão, embora tivesse aquele aroma a uma morte provável e quase certa. É possível que seja por isso que seja a pessoa mais encantadora que conheci, já que não deve nada a ninguém e então pode ser homem bom. Rogério Pipi é um homem bom. Manteve ao longo da vida esse resguardo animal de conseguir transportar dentro dele a bondade e todas as coisas que vêm amarradas com ela. Rogério, sem expectativas de futuro, disse-me isto: "ainda estamos à espera de sermos felizes". Isto vindo de um homem que, entre outras coisas, venceu uma Taça Latina e marcou tantos golos quantos os goles que eu darei em copos de gin-tónicos na minha existência.

Abraçou-me no fim da despedida e agradeceu-me. Soube dizer "Obrigado", ainda que os obrigados vivessem todos nos outros corações que, espantados, agradeciam aquilo que se estava a passar. Havia amor ali, e todos procuravam de onde vinha. E o amor nem sequer vinha do Benfica, mas da vontade de encontrar solução para a morte. Como se, por instinto, de repente todos se tivessem lembrado de que não morremos. Não morremos. E o Rogério fosse uma ideia em que todos queríamos acreditar.