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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Os assobios a Artur e o desapoio ao Benfica

Muitas vezes somos aqui acusados de "não apoiar" como se a internet servisse para apoiar o que quer que seja. Neste espaço elogia-se e critica-se, vive-se o Benfica como ele sempre foi vivido - sem açaimes na boca dos benfiquistas. Só os parolos é que acham que criticar algo é ser contra o clube - e se há muitos parolos por aí...

Mas o que é mais extraordinário é assistir ao "não apoio" no estádio. Eu, desde que vou à Luz, nunca assobiei um jogador do Benfica, menos ainda quando o jogador está psicologicamente em baixo. Já uma grande parte dos benfiquistas - alguns deles que depois andam pela net a pedir "apoio" - acham que apoiar a equipa é assobiar um guarda-redes que depois de um erro monumental está totalmente destruído. Há coisas que nem a extrema estupidez explica.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Júlio César



E é já depois do arranque da época oficial e da (quase) redenção de Artur que o Benfica anuncia o homem que se pretende que seja o dono da baliza mais Gloriosa do Mundo: Júlio César.

O internacional canarinho, mais que um grande guarda-redes, é hoje em dia, um grande nome. O seu currículo fala por si e faz-se pagar. E o seu valor salarial deve-se exactamente ao seu enorme passado e não tanto ao seu mediano presente e futuro.

Júlio César foi, nos tempos do Inter Campeão Europeu de Mourinho, quase unanimemente considerado o melhor guarda-redes do Mundo. Não acho que tenha chegado realmente a esse patamar, mas é indesmentível que sob o treino de Silvino chegou bem alto na hierarquia mundial.

Após a saída do técnico Português do clube Italiano, o guarda-redes Brasileiro foi paulatinamente descendo de nível, chegando à quase ruina desportiva. Não desistiu e teve em Scolari o seu maior e melhor aliado para renascer das cinzas e voltar à ribalta mundial com a titularidade da baliza Brasileira.

Não, não acho que Júlio César seja, neste momento, um enorme guarda-redes, conforme o enorme encargo financeiro (para os padrões do Benfica) que a sua chegada representa. Não quero com isto dizer que Júlio César é mau guarda-redes ou, tão pouco, inferior a Artur, apenas considero existirem atletas com o mesmo nível desportivo por preços bem mais em conta.

Não obstante, acho que o guardião Brasileiro dará bem conta do recado que lhe é confiado e que, sem qualquer dúvida, ainda é um guarda-redes superior a Artur.

Em suma, podíamos estar melhor servidos, mas Júlio César é solução para o problema que tínhamos, coisa que Romero não seria.

Bem-vindo sejas à família.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

7 tiros sobre a boa vitória sobre o Porto

- É fácil dizer que «estava visto que com Oblak não sofreríamos golos» depois de acabar o jogo. Na verdade, qualquer das opções seria válida - se, por um lado, o puto vinha de 3 jogos consecutivos com boas exibições e baliza inviolada, por outro, a pressão e exigência de um jogo como o de ontem poderiam ter forçado Oblak a uma exibição menos conseguida. Artur não tem estado bem, é facto indesmentível, mas não estaria incapaz de responder de forma assertiva se tivesse sido chamado. Jesus arriscou, optando por aquilo que a maioria pedia - elogios, no entanto, por isso, porque se tivesse corrido mal facilmente seria alvo de críticas. Arriscou, deu-se bem e, agora sim, após este teste de fogo, parece-me de todas as formas justo que se mantenha o guarda-redes em quem se apostou e respondeu à altura. A qualidade superior de Oblak, essa, é visível há muito tempo, mesmo tendo em Artur um guarda-redes de qualidades evidentes. 

- O jogo não teve qualidade de explosão, não foi um festival de futebol glorioso, não desaguou em muitos golos, não foi daqueles que vão directamente para o panteão dos clássicos. Mas foi um jogo interessante do ponto de vista táctico. Jesus fez recuar, na primeira linha de pressão, os dois avançados para zonas mais próximas dos médios. Ou seja, deu liberdade aos centrais do Porto para trocarem a bola mas retirou-lhes as opções (sobretudo as do miolo). Digamos que a ideia de jogo do Benfica passou por direccionar a posse dos portistas: ou sendo forçados a sair pelas laterais ou obrigados a jogo directo. Resultou de forma exemplar na primeira parte, com o acrescento de ter em Markovic não propriamente um extremo mas uma espécie de interior que vagueava entre a linha e a zona central (Enzo compensava a saída de posição do sérvio). Num dos vários lances em que a pressão sufocante do Benfica a meio-campo conseguiu recuperar a bola, Markovic fez o que sabe fazer como mais ninguém que estava em campo: desequilibrou para golo. Primeiro, criando a dúvida (ninguém sabe o que pode sair dali), depois arrancou, feito menino d´oiro, para chegar à zona de decisão e decidir. Como quase sempre, Markovic decidiu bem e rápido. Rodrigo, onde é mais forte (trabalho de desmarcação em linha com a última barreira adversária e não quando joga mais recuado), saiu disparou no momento certo para de primeira rematar e fazer o 1-0. Este tipo de entendimento, se for mais vezes explorado, dará muitos mais golos. Basta ler.

- Como sabe quem me lê, nunca fui um indefectível do Cardozo como nunca o achei o diabo em campo. Reconheço-lhe qualidades óbvias, acho-o excelente para ter no plantel - sendo titular ou suplente utilizado, consoante a estratégia de jogo -, gosto dele, tem golo, é versátil, mas importa lembrar algo: o Benfica pode ganhar sem Cardozo. Mesmo que seja a uma equipa à qual raramente ganhamos. Os fundamentalismos, de um lado e do outro, nunca foram benéficos. Este é só mais um que se dispensa. 

- Este Porto é fraco. Este ano tenho visto poucos jogos dos portistas e ontem foi o primeiro que vi ao vivo. Fica mais fácil de ler uma equipa quando temos todo o enquadramento colectivo à nossa frente e não o que as televisões mostram. Sofre de pouca criatividade no miolo, obriga Fernando (que é, de facto, um bom jogador) a incursões para as quais não tem qualquer capacidade- Fernando não é Matic, mas é obrigado a isso num meio-campo que não tem ideias definidas, em que os automatismos existentes passam por tentar combinações laterais com os extremos e esperar uma desmarcação do Jackson. Moutinho faz-lhes falta. Moutinho faz-lhes toda a falta do mundo. Licá e Varela não correspondem, parecendo sempre sem saber se devem explorar a profundidade ou atacar as zonas centrais. Fonseca, que fez uma época soberba o ano passado (é bom não esquecer), está a fazer um trabalho aquém das qualidades que parecia poder desenvolver e o resultado é uma equipa que, se bem pressionada, hesita e demonstra não ter planos alternativos para chegar à baliza adversária.

- O Benfica, se tivesse feito o que lhe competia nesta primeira volta, teria hoje não 3 mas 7 ou 8 pontos de vantagem. Não é a olhar para a classificação ou para a liderança a meio do campeonato que se analisa a prestação de uma equipa; é vendo o que os adversários jogam, a qualidade de plantel que têm, sabendo a que nós temos e o que podemos fazer. Se o Benfica, este Benfica anémico, vence um campeonato em cada 5 e sempre que o Porto está fragilizado e não por ser melhor do que o melhor Porto, então talvez seja altura de no Benfica perceberem que este ano é o tal para aproveitar o facto de os portistas estarem em ano medíocre. Já que só vencemos pela falta de qualidade alheia, que ao menos a aproveitemos para ganhar uns títulos, que afinal tanto escasseiam.

- Soares Dias assinala falta; fiscal diz-lhe que não é falta; Soares Dias tem de marcar bola ao solo. O amarelo ao Enzo advém de um lance anterior. Ok, está compreendido. Agora só resta perceber qual a razão para o fiscal de linha ter achado que aquilo não é falta; o porquê de Josué não ter sido expulso num lance no qual nem amarelo viu; o porquê de não ter assinalado o penálti do Mangala e o penálti do Garay; o ter interrompido o lance que isolava o Jackson e a razão de ter deixado 4 amarelos a jogadores do Porto no bolso na primeira parte. Ou seja: foi provavelmente a pior arbitragem dos últimos 50 anos. Isto porque errou para os dois lados. Quando erram para um só lado, não se chama arbitragem, chama-se roubo.

- O Estádio da Luz existe para estar sempre cheio. Sempre. Não só contra o Porto, não só porque o Eusébio morreu. Que o fabuloso ambiente de ontem sirva para animar mais benfiquistas a voltarem a estar presentes. É que já andamos cansados de ver tanta cadeira vazia nos outros jogos todos. O Marquês constrói-se também com o Gil Vicente, com o Arouca, com o Freamunde, com o Sarilhense. Está na altura de ver alguém da Direcção entender isso e saber usar o cérebro para encher o estádio e de os benfiquistas sentirem gosto por ir ver futebol ao vivo. Não há nada mais emocionante, mais bonito e transcendental do que um golo do Benfica a acontecer à nossa frente.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Oblak, o melhor guarda-redes do mundo...

... pelo menos até sofrer o primeiro golo.

Com Artur de fora por tempo indeterminado, uma vez que a luxação no ombro pode não ser tão grave quanto inicialmente aparentava, Oblak assumiu com naturalidade a baliza do Benfica. Em Setúbal, o jovem esloveno teve muito pouco trabalho mas não tremeu e o Benfica saiu do Sado com os 3 pontos. Está encontrada a solução para os problemas defensivos do Benfica. Ou então estamos perante mais um episódio de histerismo colectivo injustificado por parte dos adeptos. Vou mais pela segunda.

Não entendo o entusiasmo que se gerou em redor da lesão de Artur e da titularidade de Oblak. Fez-se do guarda-redes brasileiro o bode expiatório dos problemas defensivos, atribuíram-se as culpas e, com a lesão, o problema está resolvido. Nada mais errado.

Vamos por partes: é de facto verdade que Artur tem estado menos feliz nos últimos jogos ao serviço do Benfica. Não é chamado a intervir com frequência durante os jogos, algo comum nas partidas das equipas grandes, e quando é chamado à acção não tem "salvado" o Benfica. Muitos dos lances em que é chamado a intervir até são, de facto, lances iminentes de golo, mas a verdade é que Artur não tem safado o Benfica em nenhum. A juntar a isto, as intervenções recentes menos felizes em jogos com o Arouca ou Olhanense não ajudam a que a sua popularidade esteja em alta. Será, portanto, Artur Moraes uma nódoa? Não, não é. Provavelmente até é o guarda-redes mais consistente desde Robert Enke. Quando substituiu Roberto, e até mesmo durante a sua primeira temporada, realizou exibições muito positivas que lhe valeram um estatuto de intocável até mesmo junto dos adeptos mais exigentes. E assim se passa do 80 para o 8. É assim o loop dos guarda-redes no Benfica: são excelentes, muito bons, bons, razoáveis, suficientes, fracos, fraquinhos, medíocres, miseráveis, umas bestas, nem para tratar da relva serviam. O problema não está no guarda-redes. Ou se está, o guarda-redes é uma ínfima parte dos nossos problemas. O modelo defensivo, a forma como a equipa se desorganiza quando perde a bola, a forma como faz as transições e como defende as bolas paradas, isso sim são os verdadeiros problemas. Deixaremos essas questões para outras núpcias.

Nem Oblak é a oitava maravilha deste mundo. Quantos dos que estão a colocar Oblak no patamar de Cech, Neuer ou Buffon é que já viram mais de 5 ou 10 jogos do esloveno? Como sabemos, hoje, 23 de Dezembro, Oblak é o melhor guarda-redes do mundo. Quando sofrer o primeiro golo, quando der o primeiro frango, entrará para a grelha da Luz, pedir-se-á a sua cabeça e iremos clamar por um novo herói, um sucessor de Zé Gato, Bento ou Preud'homme.

Não estou com isto a diminuir ou a colocar em causa as capacidades de Oblak. Do pouco que vi, e com a idade que tem, Oblak tem tudo para ser um bom guarda-redes, capaz de assumir a titularidade do Benfica a curto/médio prazo. E se corresponder nestes próximos jogos, merece ficar com a titularidade quando Artur regressar da lesão. Mas não embandeiremos em arco: nem Artur é tão mau como se tem pintado por aí, nem provavelmente Oblak é tão bom quanto gostaríamos que fosse. Até porque, com apenas 20 anos, precisa de crescer. De crescer e de que alguém aposte nele.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Afinal já não haverá outro



E quando já todos vaticinávamos a estreia de Oblak com a camisola do Benfica na primeira liga Portuguesa, eis que as mais recentes noticias e Artur, via facebook, vêem confirmar que a lesão que o guardião Brasileiro sofrera frente ao Olhanense não era assim tão grave e até poderá estar apto para defrontar o Vit. Setúbal já na próxima sexta-feira.

Este “volte-face” na condição física de Artur deixa-me algo desiludido. Obviamente que essa desilusão decorre da não estreia de Oblak e não do restabelecimento físico de Artur. Eu, como muitos, tenho muitas e boas espectativas quanto a Oblak e algumas reservas quanto à recente performance de Artur. Escrevi-o no inicio da semana e volto a reafirma-lo, os erros defensivos e consequentes golos sofridos pelo Benfica não têm em Artur o seu único e principal responsável, mas também não tem sido o Brasileiro a peça mais brilhante da equipa (se é que há algum jogador que já tenha brilhado verdadeiramente esta época e de forma consecutiva).

Nessa medida, sou e serei um entusiasta de Oblak até que ele prove o contrário do que mostrou no Rio Ave. Um guarda-redes sereno, com personalidade, ágil, forte e seguro na defesa de remates, tendo ainda um longo caminho a percorrer no jogo de pés e muito a provar nas saídas aos cruzamentos. Ou seja, neste momento e com ambos em condições psicológicas perfeitas, Artur e Oblak não são muito diferentes entre si, sendo certo que um está no epílogo da sua carreira, enquanto outro se encontra no seu início.

O factor que pode diferenciar de forma definitiva o rendimento de ambos será a capacidade psicológica de cada um, sendo que o Brasileiro se encontra, nitidamente, a atravessar uma fase de alguma falta de confiança que gera uma intranquilidade pouco aconselhável para um guarda-redes. Porém, nada nos garante que Oblak reagirá de forma assertiva à baliza de um clube como o Benfica. Qualidade técnica para ser guarda-redes do Benfica tem-no, não guardo grandes dúvidas, quanto à capacidade psicológica, só experimentando, não obstante de eu apostar que sim.

Porém, há algo que me parece certo, se a equipa entrar para o jogo de sexta-feira com a atitude competitiva com que entrou nos jogos com Arouca e Olhanense, pode ser o Artur, o Oblak, o Mika ou o Varela o guarda-redes que, estou certo, será igual e perderemos o jogo.

A equipa Sadina tem demonstrado uma evolução bastante assinalável depois da troca de treinador, parecendo-me uma equipa muito bem organizada, que conseguiu estancar as graves falhas defensivas que a afectaram no inicio do campeonato, conseguindo assim aproveitar da melhor forma a capacidade de desequilíbrio de Rafael Martins – muito veloz e perigoso se lhe for dado espaço – e a capacidade finalizadora assinalável de Cardozo (o outro).

Em suma, seja qual for o sistema táctico que Jorge Jesus escolha para a partida (e todos já sabem qual acho melhor), seja qual for o guarda-redes e restantes 10 titulares, se a intensidade não se alterar face às últimas partidas, vamos sofrer e muito.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Vamos a eles, Oblak!




No futebol, como na vida, o azar de uns representará uma oportunidade para outros. Esta é uma das leis inexoráveis da vida e uma das regras mais básicas da sociedade, por muito pequena que ela seja. E assim será com Oblak. O azar de Artur, de quem se prevê uma paragem algo prolongada, poderá ser a oportunidade ideal para o jovem Esloveno se afirmar na baliza do Benfica.

Obviamente que parto da premissa que recairá sobre Oblak a escolha de Jorge Jesus para substituir o, até aqui, dono da baliza do Glorioso, analisando de uma forma rápida e objectiva aquilo que parece ser a hierarquia de opções do nosso treinador. Sendo certo que qualquer outra opção me surpreenderia, mas não pode ser colocada de parte.

Seja qual for o tempo de paragem que espera Artur, esta é a oportunidade das oportunidades para Oblak. Naturalmente que não seria desejável que esta mesma oportunidade surgisse por via de uma lesão do Brasileiro, seria muito melhor que ela acontecesse por exclusivo mérito de Oblak e total confiança de Jorge Jesus. No entanto, o facto é que não aconteceu assim e quanto a isso, nem Oblak, nem Artur ou Jorge Jesus podem fazer nada. O infortúnio bateu à porta do guardião titular, há que lamentar e seguir em frente dando oportunidade a quem lhe segue, cabendo a este demonstrar qualidades que o façam permanecer no lugar, mesmo após o regresso do primeiro.

Será caso para dizer que agora tudo estará, literalmente, nas mãos de Oblak, ou seja, demonstra qualidade inequívoca, confirmando os excelentes sinais dados ao serviço do Rio Ave durante a época passada, e permanece com a titularidade mesmo após o regresso de Artur ou, contrariando tudo o que penso dele, defrauda as melhores expectativas, acabando por ceder o lugar ao Brasileiro aquando do seu regresso à boa forma física.

De Oblak os adeptos esperam qualidade e tranquilidade na posição mais ingrata que existe no futebol. Dos adeptos, Oblak pode e deve esperar apoio e, sobretudo, tolerância, por se tratar de um jovem com imenso potencial, mas também por se dever ter a noção que nem todos os problemas defensivos do Benfica tinham origem em Artur, nem Oblak será a solução para todos os nossos males. Há que felicitar e apoiar Oblak pela oportunidade que vai ter, mas também há que compreender e condescender com possíveis erros que surjam.

O que realmente espero e desejo de Oblak? Que se afirme como guarda-redes titular do Benfica e que demonstre que Jorge Jesus estava errado quando no início da temporada disse que o Esloveno ainda não estava pronto para a baliza do Benfica.