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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Jorge Jesus e a sucessão



Antes de mais, confesso: Estou absolutamente aturdido com tudo isto. Acho que estaremos todos. Embora ainda não seja oficial, já ninguém acredita que não seja real, a saída de Jorge Jesus directamente para o Sporting é o facto mais bombástico e inesperado desde a estupidez feita com João Vieira Pinto.

Não, não esperava que JJ continuasse como treinador do Benfica, pois parecia-me evidente que o Benfica procurava uma mudança no comando técnico do Benfica. Se era por intenção da redução da massa salarial, se era por JJ não aceitar a ideia de a aposta ter de passar por mais jogadores da formação seja, tão só, pelo facto de Vieira não querer correr o risco de JJ se tornar maior que a estrutura do clube na recolha de méritos das conquistas, o facto é que me parecia inevitável a saída de JJ do Benfica.

O que não esperava, embora já o tivesse admitido possível em conversas com amigos, é que o Sporting fosse mesmo capaz de cumprir as exigências financeiras de JJ, quer em termos salarias quer em garantias de investimento no plantel, e que JJ fosse aceitar trocar o Benfica pelo Sporting, depois do estatuto que conquistou na história do nosso clube.

Sem prejuízo de estar a assinar contrato com um clube que tinha treinador, passando assim de forma pouco elegante (mas bem ao jeito de JJ) por cima de um colega de profissão, o facto é que JJ pouco se importou em manter uma boa imagem junto dos adeptos que o idolatraram durante tanto tempo, deitando ao lixo os 6 anos que passou na luz, em prol da sua conta bancária e do seu ego. Mas caro Jorge Jesus, a “justa causa” parece ter-se enraizado como modus operandi lá para os lados de Alvalade, seja com fundos de investimento, empresas de construção civil ou… treinadores. Toma cuidado, porque o carma é sempre uma m****.

Disse-o aqui várias vezes e repito, JJ não era nem nunca seria o treinador que me enchia as medidas para o meu Benfica, por razões técnicas, mas também por razões de personalidade. Mas mesmo deduzindo a baixeza moral de JJ, não esperava que fosse do nível que demonstrou com esta troca.

Quem fica a ganhar? Em questões de competência, o Sporting, claramente; Em termos financeiros, Jorge Jesus, inquestionavelmente; Em termos morais, o Benfica, embora não se ganhem títulos com moralidades é verdade, mas satisfaz-me a ideia de achar o Benfica diferente do Sporting e do seu presidente, como comprova este processo.

Ainda assim, não devemos guardar qualquer sentimento demasiado negativo sobre JJ, porque o Benfica é o Benfica enquanto JJ será sempre… JJ; porque enquanto foi nosso treinador, foi-o com qualidade e competência; e porque, em última analise, JJ não foi mais que um profissional que aceita a proposta laboral que melhor serve os seus interesses. Em suma, não teremos de o receber com a maior das festividades, mas também não o deveremos fazer com escarnio e estupidez porque, queiramos ou não, JJ faz parte da nossa (melhor) história. Respeito e dignidade, características naturais de alguém que ame o Benfica, é o que se pede.

Saído Jorge Jesus, quem para o seu lugar? À hora que escrevo, parece-me claro que o sucessor será Rui Vitória. Não é nome que me agrade, pelo contrário. Não tenho visto nas suas equipas uma ideia de jogo capaz de singrar num clube grande. Tenho visto sempre equipas que defendem num bloco recuado, que fazem da transição ofensiva o seu maior argumento ofensivo e, sobretudo isto, têm sido equipas sem grandes princípios e posicionamentos de posse e controlo de jogo.

O jogo entre o Vitória e Sporting a contar para esta última edição da Taça da Liga parece-me absolutamente paradigmático para ilustrar o que falo, isto é, nesse jogo o Sporting apresenta um 11 bastante alternativo e, não sei precisar os minutos, vê-se reduzido a 10 bastante cedo no jogo. Perante isto, o Vitória, sem embargo do natural domínio nos números da posse de bola, não foi capaz de criar uma única oportunidade clara de jogo, sendo que as suas tentativas de desmontar um adversário a defender em cima da sua área se resumiram a cruzamentos e mais cruzamentos, facilitando assim a vida à linha defensiva leonina. Se for isto o que Rui Vitória tiver de melhor para o Benfica… Não me parece suficiente. Não é menos verdade que o próprio, em entrevista à RTP durante a semana passada, afirmou que a sua ideia de jogo tem sido fortemente condicionada pela qualidade e características dos jogadores que vai podendo ter em Guimarães, sendo que, ainda segundo Rui Vitória, quando lhe fosse possível subir o nível de jogador que tivesse ao seu dispor, iria também apresentar uma ideia mais positiva e completa no seu jogo. Do que tenho visto em Guimarães, não vejo por onde, mas espero que sim.

Eu preferia seguir caminhos técnicos diferentes e que tenho por melhores. Caminhos que passassem por Marco Silva, Peseiro, Paulo Sousa, Paulo Fonseca ou Vítor Pereira (sobretudo este). Tudo treinadores de quem já vi muita qualidade de processos nas equipas que já conduziram e tudo treinadores com ideias claras e competentes para um futebol de equipa grande, independentemente da qualidade individual que têm ao dispor.

Seja quem for, será bem-vindo e o 35º está à nossa espera.

P.S. Não dá para levarem o Gabriel também?