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segunda-feira, 18 de maio de 2015

Um Desabafo 34 no Meio da Alegria do 34



Tenho ainda um 34 para discutir, um Benfica – Marítimo para assistir, competições extra-Benfica para olhar, uma Taça da Liga que quero celebrar e o futuro do Benfica para analisar.

A alegria de ser bicampeão é tanta que não estou com qualquer vontade de falar sobre as tristezas que aconteceram na festa do 34. Infelizmente são situações tão más que não tenho como não lhes fazer referência.

Enquanto benfiquista a minha revolta neste momento vai para com os do Benfica que não souberam dignificar o 34. Sobre vergonhas de terceiros, como a inqualificável acção do polícia para com uma família benfiquista na entrada do estádio em Guimarães, deixo para outro momento.

O foco está sempre na festa no Marquês mas para mim a grande festa benfiquista aconteceu no pós-apito final do jogo e em vários focos do país.
O final do jogo trouxe aquela alegria espontânea a todos os adeptos benfiquistas. Estivessem onde estivessem todos celebraram e cantaram e buzinaram e gritaram e dançaram. Festejaram sozinhos, com os amigos, familiares e com todos os não conhecidos com que se cruzavam na rua. Ainda não era noite e já ocorria a verdadeira festa benfiquista.

Foi assim comigo.

Entusiasmo com uma grande primeira parte. Nervosismo e má disposição com um mau segundo tempo.
Golo do Belém tudo mudou. 10 Minutos para acabar. Uns já cantavam. Eu ainda me agarrava aos nervos. “Não estamos a jogar nada mas eles também não!” Pensava.

Acabou o jogo e festejei. Ri-me e desfrutei. Com os amigos e com todos os benfiquistas com que me cruzei. Festejei no local onde assisti ao jogo. Já sem bateria festejei no caminho para o Saldanha. Festejei enquanto rapidamente comia um hambúrguer. Festejei enquanto discutia o Benfica numa esplanada acompanhado por benfiquismo, benfiquistas e umas imperiais. Festejei até quando um casal estrangeiro quis registar em foto a alegria de ser bicampeão. E continuei a festejar enquanto caminhava para o Marquês.

A partir daí o espírito mudou.
Cheguei ao Marquês e fiquei desiludido com a menor afluência comparativamente com os títulos anteriores. O Benfica foi bicampeão, 31 anos depois, e as pessoas não aderiram como em outros títulos. Fica para a direcção a responsabilidade de ponderar quais as causas e como reverter esta situação.

No Marquês fui obrigado a conter o grito benfiquista e a tentar desfrutar de um show previamente montado.
Rapidamente percebi um dos motivos de muita gente lá chegar e rapidamente ir embora. Que banda sonora era aquela que inundava os ouvidos de todos e abafava os cânticos das nossas gargantas?

Anteriormente discutimos aqui a artificialidade de uma previsível festa. E foi isso mesmo que aconteceu. Artificializaram a Festa do Marquês. Infelizmente.

Por volta da meia-noite já se discutia se valeria a pena continuarmos ali.
“Isto não me diz nada, bazamos?” Falávamos uns para os outros.

Decidimos esperar que a equipa chegasse. Não faltava muito e pelo menos queríamos receber os jogadores.

Valeu a pena esperar porque vale sempre a pena receber e saudar os nossos campeões. Pena que mais uma vez a recepção tenha ficado aquém das experiências anteriores.

Eu gosto do autocarro a passar no meio da multidão com os jogadores a dançar ao som dos adeptos.

Um palco montado a impedir o acesso ao centro do Marquês. Um palco montado a separar ainda mais os jogadores dos adeptos. Um palco montado para jogadores festejarem e adeptos olharem. E como acredito que até os jogares teriam preferido uma maior proximidade…

Isto não é uma festa do Jet 7. Queremos, ou quero, menos preocupação com a estética e mais com o sentimento. Olhem para 2004-05. Olhem para a festa que os adeptos vivem antes, durante e depois das deslocações, sem colunas, sem palcos, sem DJs, sem luzes e sem nada que não seja a garganta, o coração e o cachecol.

Esta artificialidade do Marquês foi o menos bom da festa.

O mau da festa, o péssimo da festa, apareceu-me depois.

No Marquês já tinha assistido a famílias a fugir de petardos e de tochas. No Marquês já tinha presenciado cenas de porrada entre dez ou mais adeptos.

Quis desvalorizar mas quando liguei o rádio não consegui.

Relatos de inicio de confusão entre adeptos e a policia. Relatos de vândalos a atirarem pedras à polícia. Relatos de fim de festa. Chego ao computador e deparo-me com essas imagens. Mantenho-me no computador e apercebo-me de relatos e imagens de selvajaria em Guimarães, tanto no estádio como nos seus arredores.

Pena que certas pessoas não se saibam comportar em sociedade. Pena que certas pessoas não saibam respeitar os outros. Pena que certas pessoas tenham decidido manchar e arruinar os dois principais focos na festa benfiquista: Onde a equipa jogou e para onde a equipa se encaminhou.

Isto é triste. Isto é mau. Isto não vai ser esquecido. Infelizmente esta gente conseguiu contribuir para uma ainda menor afluência à festa do Tri.

PS: Não sou contra a preparação de uma festa. Posso ser contra o modo como é pensada. Tem havido boas ideias, ideias que bem trabalhadas podem ser geniais. Por exemplo, as duas gigantes transmissões televisivas no Marquês foram muito bem vindas. É uma ideia que melhor trabalhada e inserida numa preparação diferente pode trazer muito mais benfiquismo e festa ao próximo título.