Com o início de época, os benfiquistas partiram-se em vários grupos opinantes (os que-já-sabiam-que-o-Jesus-era-o-maior-e-esperam-goleadas-todas-as-semanas, os muito-surpresos-mas-optimistas, os prudentó-optimistas, os assim-assim, os que-estam-à-espero-do-regresso-à-normalidade, os que-esperam-o-cataclismo-final, etc...). Não sei onde me inserir. Nem sequer sei bem o que sentir.
A minha vida de adepto benfiquista está, infelizmente, manchada por constantes e tortuosos falhanços do clube nos momentos cruciais, às vezes antes. Por isso, precisarei de vários anos a ganhar regularmente para acreditar sem desconfiar.
Estou naquela fase em que, se por estapafúrdio lógico o plantel e equipa técnica fossem trocados com os do Barcelona, eu ainda estaria aqui com receio do futuro e com dúvidas em torno da capacidade de Messi manter um rendimento constante, ou de Iniesta desequilibrar num jogo contra o Porto. Eu sei que não tem sentido, mas são muitos traumas no lombo, é mesmo assim.
Mas também não quero estar aqui a ignorar todos os sinais positivos. Um gajo não se deixar contagiar por aquela vibração feita de esperança, que anima um adepto ainda longe do campeonato estar garantido, é como comer um robalo de mar no Furnas do Guincho com uma mola no nariz e só a tirar para a última garfada. É uma boçalidade do tamanho do défice do Sporting e tira a graça (quase) toda à coisa.
...e eu não quero ser boçal. Não quero correr o risco de sermos campeões e eu ter passado o campeonato todo de máscara cirúrgica anti-euforia nas fuças e a lavar as mãos com desinfectante depois de cada goleada.
Os sinais de melhoria estão aí. Vocês já os conhecem e caso contrário, há aí gente melhor habilitada para vos elucidar! A extensão dessas melhorias, duvido que alguém saiba, pois até Deus, se existisse, andaria aparvalhado com a deslobotomia que fizeram ao Di Maria, ou mesmo ao Coentrão, tentado pela diabólica fantasia de Aimar, incrédulo com a força de veludo do Queniano, ou mesmo invejoso da omnipresença de Javi Garcia…
Pronto! Calma...Calma que um campeão não se faz assim. Não é num ano, é preciso estabilidade, estrutura...ainda há-de chegar uma batalha ingrata onde havemos de perder estes sebastiões todos…
O que é que eu estou para aqui a dizer? Nada! Eu nada! Não tenho nada a dizer; vão jogando, vão jogando...que estarei a torcer - e já agora, porque não - a acreditar!