quarta-feira, 5 de agosto de 2015

As Caras do 34



Adiei e adiei e adiei a partilha da minha opinião sobre o 34 mas agora, a horas de começar a minha viagem em direcção à Supertaça, não posso adiar mais.

Olhamos para o Benfica bicampeão e saltam à vista o génio do Gáitan e a classe do Jonas, a liderança e autoridade do Luisão, a segurança e experiência do Júlio César e a impetuosidade e arranques do Salvio.
O Nico e o Jonas foram sem dúvida as estrelas mais brilhantes do campeonato.

Além das 5 estrelas do 34 há que destacar ainda o obreiro do mesmo.

Com todos os seus defeitos, com a sua dificuldade de arranque e com o seu desmesurado e desadequado ego, Jorge Jesus conseguiu ainda assim ser o principal responsável pelo Bicampeonato.
Exímio nos treinos mas desorientado durante o jogo, Jorge Jesus conseguiu aproveitar o trabalho de 6 anos para aperfeiçoar a sua ideia e automatizar os mecanismos e processos da equipa.
O Benfica não brilhou e também não foi pragmático. O Benfica teve muitas dificuldades em expor o seu futebol mas conseguiu ser a equipa mais consistente e objectiva. O futebol do Benfica era Jorge Jesus, bem ou mal era um jogo já com muita personalidade. Isto explica como é possível vencer, vencer e ser campeão, jogando com o Eliseu, jogando com o Jardel e jogando com um meio-campo simplesmente composto por Samaris e Pizzi.
Os jogadores sabiam o que tinham de fazer, sabiam o que os seus colegas iam fazer e estavam sempre conscientes das movimentações e obrigações tácticas de todo o colectivo.
 

O plantel perdeu muitos jogadores essenciais e os bons reforços só vieram já com a época a decorrer.
Jorge Jesus tem todo o mérito do 34, tal como tem todo o demérito na Taça e principalmente na Europa.

Para mim existem as estrelas do 34, existe o obreiro do 34 e ainda existem as caras do 34. 

Dois jogadores personificam exactamente o que foi este Benfica. Não foram os melhores jogadores, não foram os mais brilhantes mas foram dois campeões que apesar das suas limitações conseguiram encontrar a sua consistência, equilíbrio e deram o seu bom contributo à equipa.

O Jardel e o Lima são as caras deste 34.

Longe do brilho e muito trabalhadores, são a imagem de um Benfica muito trabalhado.
Para consumo interno o Jardel foi fantástico. Mau arranque, foi encontrando o seu caminho e acabou cheio de confiança e incansável. À imagem do que foi o Benfica.
Sem magia o Lima foi aquele jogador que conferiu personalidade ao ataque benfiquista. Não teve nota artística nem precisou.

Uma terceira cara do 34 seria o Maxi. Jogador totalmente identificado com o clube, com as ideias do treinador, vice-capitão, muito raçudo e trabalhador. O Maxi nunca foi um extraordinário jogador mas a sua postura sempre fez a diferença. Sem a fantasia de outros, o uruguaio fez-se campeão pela experiência e o querer.

O Lima e o Jardel são as caras do 34 e é curioso como estes foram as figuras dos dois principais momentos da época, a vitória no Dragão e o empate em Alvalade.
 



1 comentário:

Anónimo disse...

As caras do 34 é o nosso emblema caralho!