"1. O clube do “regime” que os dirigentes dos outros clubes dirigiam
Um dos dogmas que Pinto da Costa consagrou na sua “encíclica” doutrinária, como uma tentativa mais de justificação da desvirtuação da verdade desportiva, foi o “sacramento” da mistificação histórica. Pinto da Costa é, nesse aspecto, o maior inventor, não do século mas da história da humanidade, desde os confins do seu alvor.
Pinto da Costa conseguiu inventar a primeira – e única conhecida – história sem factos ou, para os que quiserem dito de outra maneira, a história dos não acontecimentos históricos!
Mas também por isso é que ele é um “inventor” e não um historiador. Um “inventor” de “estórias” e não um historiador da história.
Mas não é sobre a “estória” da história da fundação do seu clube que agora quero dissertar, sem esquecer naturalmente que foi uma das suas grandes invenções históricas sem factos históricos. É certo que nesta sua “estória” ele conseguiu germinar um filho sem pai e nem tal proeza inventiva Deus no Paraíso conseguiu com Adão, que Deus, é crença dos cristãos, assume-se como Pai de todos e, em consequência, o Pai de Adão. Com Eva já não é bem assim porque Deus confessa que esta já resultou da costela daquele seu conhecido primeiro filho.
O que de novo foi agora magnificamente recordado e defendido – por Carlos Móia – foi “estória” de Pinto da Costa sobre o “clube do regime”, aquele epíteto que ele ligou ao Benfica para justificar as grandes e mui frequentes vitórias deste.
Pinto da Costa pregou e mandou pregar esta história dos não acontecimentos históricos porque os que aconteceram, os que realmente fizeram a história não são, segundo ele e os seus pregadores, factos da história. Por exemplo, já depois de derrubado o “regime”, nos vinte primeiros anos que se lhe seguiram, antes da implantação total do seu “regime democrático” de desvirtuamento da verdade desportiva, o Benfica ganhou só … metade dos campeonatos disputados!...
E era o Benfica um clube do “regime”, não um clube da democracia, principalmente daquela em cuja casa, arguido que esteja, tem honras de festim, um festim ao branqueamento, conseguido pela justiça que o julgou, dos factos que o levaram à condição de réu!
Apesar de tudo, Pinto da Costa não viu as coisas tão brancas assim. No domínio do ilícito disciplinar pelos mesmos factos, ele foi um réu condenado por tentativa de corrupção.
Condenado mas que, neste país dos sem vergonha que assaltam o poder, é festivamente homenageado na dita casa da democracia porque o seu cumprimento da pena é só um faz de conta!
De resto, será que haverá tanta diferença entre os que organizaram e participaram no festim e um condenado por tentar corromper uma verdade, no caso a desportiva?
Tem o povo português, e os Benfiquistas em particular, assim uma tão grande experiência concreta relativamente ao amor à verdade por parte de um político, seja ele qual for?
Não sabem eles, de sobra, que um político raramente cumpre aquilo que apregoa na sua campanha para ser eleito?
Faltar à verdade, ou manipulá-la com mistificações, tem sido, pois, algum factor distintivo entre o cumprimento de Pinto da Costa e o de um político?
O Benfica não foi um clube do “regime” ditatorial salazarista e, para o comprovar, basta que Pinto da Costa o apregoe e mande pregar pelos seus acólitos! A “verdade” da pregação de Pinto da Costa é sempre o oposto da Verdade, daquela Verdade verdadeira!
Agora que o clube de Pinto da Costa tem sido um verdadeiro clube do “regime” da “democracia” que temos vivido, lá isso tem!
E de tal modo que as dúvidas parecem legítimas.
Será Pinto da Costa que se revê na “democracia” que a esmagadora maioria dos nossos políticos pratica e exerce a seu bel-prazer?
Ou será esta esmagadora maioria de políticos que se revê na “democracia” apregoada e praticada por Pinto da Costa e seus diáconos?
Pinto da Costa não quer saber ainda, por exemplo, da existência de dois factos históricos o que é próprio de um inventor de história sem história.
A história fez-se e historia-se com factos históricos como aqueles que nos comprovam que o “regime” tinha no seu seio deputados, membros da União Nacional, dirigentes da Legião Portuguesa e outros bem colocados seguidores de Salazar e do Salazarismo que eram dirigentes e altos funcionários do FC Porto, enquanto os presidentes do Benfica eram operários e sindicalistas que tinham sido deportados e perseguidos pela PIDE.
E a história também se faz de factos históricos que nos comprovam que a “democracia” de Pinto da Costa é a “democracia” da fruta, da compra de árbitros, do pagamento de férias a árbitros, da corrupção desportiva.
Mas não factos históricos para Pinto da Costa! Na sua “democracia”, se alguém lhes chamar factos, então só pode estar a imaginar fantasmas, nem sequer “enganos” porque enganos são factos e a “estória” de Pinto da Costa é uma “estória” sem factos.
É este o seu “regime”, o regime que ele consagrou na sua encíclica da trapaça e da história sem factos históricos.
E, para ele, não podia ser o regime salazarista porque o seu clube foi, durante o período histórico do mesmo, bastante parco em factos que, desportivamente, pudessem de facto ser factos históricos!
E isso é um facto ... e basta ser facto para não ser “estória” de Pinto da Costa!
Assim como é facto histórico o facto que se traduziu na irradiação de um presidente do FC Porto por ter abandonado um jogo de futebol, quando estava a levar uma “cabazada” do Benfica!
Factos, factos ainda, e factos históricos, são igualmente aqueles factos, mais propriamente apelidados de tramóias – e tramóias do “regime” salazarista – que evitaram ter o FC Porto ido parar à segunda divisão!
2. A cópia dos offshores à Vale e Azevedo
O FC Porto diz ter vendido parte dos passes de alguns seus jogadores a certas empresas com nomes difíceis de repetir e escrever. São empresas desconhecidas do comum dos mortais, o que não pode causar qualquer perplexidade.
De facto, nem o próprio jornal do regime “papal”, aquele pasquim a que alguns chamam de “o jogo” mas muitos mais, e com não menos propriedade, apelidam de “o nojo”, conseguiu, na investigação que diz ter levado a cabo, qualquer referência às empresas em questão.
O sigilo bancário também não é para ser devassado!
De todo o modo, e aproveitando um tipo de sugestão à Miguel Sousa Tavares, hoje consagrado na sua “(des)nort(e)ada”, coloco eu também a minha hipótese, na forma, que não no conteúdo.
Miguel Sousa Tavares mostra-se renitente em acreditar na hipotética notícia sobre as clareiras do Dragão, no caso de os bilhetes exigidos pelo Benfica não serem postos à venda. E, claro, vai avançando com (presuntivos) aconselhamentos à direcção do Benfica, o que não admira porque a arte do aconselhamento foi em primeiro lugar doutrina consagrada pelo “patriarca da cúria” e mui abençoada pelos juízes-pilatos – ou pilatos-juízes? – que foram chamados a julgar da bondade desta nova doutrina.
Uma doutrina que muitos dizem ter sido um óptimo desenrascanço do coiro, tão óptimo que logo o primeiro conciliábulo do tribunal de Gaia o consagrou na sua doutrina do “lava-pés”, perdão, do “lava-mãos”, que de Pilatos não é dito ter lavado os pés.
Mas eu não copio, como disse, o conteúdo, apenas aceito a forma. Perece-me bem, pois, que Pinto da Costa e seus apóstolos no governo da corrupção desportiva, ao menos na tentada por obra e graça de uma benevolência que os deuses estão sempre atreitos a conceder a um “papa” mesmo que da mentira, talvez tivessem pensado que o exemplo dos offshores à Vale e Azevedo não teria forçosamente de conter só contras! Afinal, Vale e Azevedo, até agora pelo menos, parece que se não deu mal de todo porque sempre lhe ficaram pagas umas prestações do iate e mais uns furos!
Quem parece estar ainda a “arder” com as massas é o Benfica, mas quem vier de trás que feche a porta!
E há-de vir alguém de trás de Pinto da Costa, que até mesmo um “papa” é um ser finito!
Além do mais, quem se não lembra da enormidade de comissões pagas pelo FC Porto a intermediários?
Em tempos, algo recuados mas sempre presentes, houve quem – José Veiga – questionasse o destino de muitas dessas comissões, o que lhe valeu a natural excomunhão.
Seja como for, com a razia de impostos que vem a caminho, nada mal pensado que certos dinheirinhos se ponham a coberto da avareza do fisco português.
3. O (apos)tolito do ridículo e o ridículo da sua gaffe do ridículo
Há desde há pouco um certo miúdo traquinas a quem, no meio das suas naturais brincadeiras de puto marado, puseram uma gravata e ensinaram a ter um ar superior. Naturalmente que a sua catequese não vinha só de agora mas a verdade é que ela está a apresentar algumas brechas que, se não o tornam ridículo, a ele, puto ridículo, tornam ridículo um “papa” que, sendo ridículo, é mais conhecido pela prática de “doutrinas” sobre as “verdades” dogmáticas do seu reino, “verdades” que nada têm de comum com a verdade desportiva ou parental.
O puto ridículo cometeu uma gaffe. Não, não me refiro ao diz que viu o que não viu, ou ao diz que existiu e nunca nado foi!
Refiro-me à falta de conhecimento do seu ridículo quando achou ridículo ameaçar faltar a uma taça da liga.
A quem é que o puto ridículo se estava a referir?
Pode ser difícil de aceitar mas não é difícil de acertar!
O (apos)tolito ridículo referia-se, sem a mínima dúvida, ao seu “patriarca”, dada a agora sua maior proximidade com o centro dos “ofícios papais”.
Com efeito, sendo um puto ridículo considerado já tão exemplarmente entendido na matéria – do ridículo – certamente que ele não se iria esquecer de quem foi o seu ridículo antecessor porta-voz do ridículo e o conteúdo ridículo da mensagem que lhe ordenaram difundir como um ridículo capataz e que ele, ridiculamente amestrado da sua obrigação do ridículo, do ridículo deu conhecimento.
Mesmo tendo em conta que o (apos)tolito era ainda, nessa altura, um ridículo puto de cueiros, certamente que ouviu Soares Franco, tão ignorantemente ridículo do seu ridículo papel de porta-voz do ridículo, a revelar a toda a gente que Pinto da Costa lhe telefonou, avisando o seu subalterno de que o “FC Porto poderá não comparecer quarta-feira em Alvalade, no jogo das meias-finais da Taça da Liga de futebol”.
Parece-vos, Benfiquistas, que é o cúmulo do ridículo ter o puto ridículo vindo agora a público, com o seu ridículo, reavivar o ridículo do seu ridículo “papa”?
Não é!
É apenas o realçar do ridículo de um (apos)tolito do ridículo!
4º O apelo à salvação do eucalipto que se elogiou eucalipto.
Compreende-se que José Manuel Delgado venha apelar ao Benfica, ao Sporting e ao FC Porto para darem uma mãozinha e ajudarem a salvar o Belenenses.
Compreendo o apelo. José Manuel Delgado até me parece um Benfiquista, jogou futebol no Benfica mas ganhou a sua notoriedade futebolística ao serviço do Belenenses.
Como Benfiquista, porém, não posso apoiar este apelo. O Belenenses também foi um clube que em tempos alcançou a sua maioridade e independência. Foi um grande por direito próprio.
Desejou o papel de subserviência ao reino do desvirtuamento da verdade desportiva, em troca de promessas de migalhas de jogadores?
Não quis colocar-se do lado da luta pela defesa da verdade desportiva?
Fez a sua opção!
Optou por ser mais um eucalipto da mentira e da subversão da verdade desportiva, “sibi imputat”!
Era maior e vacinado, já devia saber o que acontece aos eucaliptos da mentira e da tramóia desportivas! Nunca devia ter pensado que a secagem, quando não interessasse mais, só atingia os clubes de proximidade!
Sim, bem sei que ainda há pouco houve um seu presidente que, com os presidentes do Benfica, do Sporting e do Marítimo, assinou um manifesto de luta pela verdade desportiva.
Mas também sei que ele foi corrido e que o speaker do Belenenses entoava e pedia aos seus pares para entoar loas ao “papa” da corrupção desportiva.
A ele se dirija o pedido de esmola!
O Sporting, se quiser, que ajude também mas ele nem para si tem!...
Já poderá ficar muito satisfeito, se lhe não acontecer o mesmo!...
Quanto ao Benfica, que o Belenenses assine primeiro uma profissão de fé pública a favor da verdade desportiva, denunciando concomitantemente as manigâncias “papais”!
Que diabo, na minha aldeia e na minha infância, pobre que se prezasse, se queria esmola, começava por rezar um pai-nosso e uma ave-maria, acompanhados dos desejos de maiores felicidades para o pretendido esmoler.
E era se queria receber a esmola!"
Escrito pelo blogger GIL VICENTE do "Coração Encarnado"