sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Os 3 plantéis



- O plantel do Benfica é o melhor do Campeonato. Tem muitas e boas soluções para todas as posições e modelos de jogo - o grande jogador Rafajonizzi pode fazer a diferença. Exige-se a Rui Vitória que perca poucos pontos, não se exige o título. Pode haver quem faça mais e seja campeão não invalidando o bom trabalho do nosso técnico (a doença do resultadismo tem de acabar de vez). No resto, ganhar Taça de Portugal, Taça da Liga e chegar pelo menos aos oitavos da Champions.

- O plantel do Sporting é óptimo. Sendo Jesus o melhor treinador em Portugal, tendo transformado em apenas 12 meses um clube destruído que não conseguia vender nenhum jogador a preços decentes para um clube altamente competitivo que vende jogadores por 40 milhões de euros, é expectável que faça uma época na linha do que fez na anterior. Ou seja, não vamos poder dar muitas abébias.

- O plantel do Porto tem alguns jogadores talentosos mas é curto. Falta pelo menos um central de qualidade e um avançado melhor do que o belga para jogar com André Silva. Nuno Espírito Santo parece-me ser apenas mediano e a mística do Porto já não se recupera porque a corda partiu há alguns anos. Sem essa ligação profunda dos jogadores ao clube, sendo de dimensões menores a Sporting e Benfica em termos de base de apoio, o Porto resvala para um mar de equívocos. Não me parece que vá além do terceiro lugar.

20 comentários:

antonioSLB disse...

Se não tivesse havido Campeonato da Europa ou se Portugal não tem sido Campeão Europeu (sem saber ler nem escrever), o Sporting não tinha valorizado ninguém. Podia vender, mas os valores seriam muito inferiores. Dizer que foi JJ o responsável por essa valorização é uma falácia sem sentido, propaganda para os nossos ouvidos. Basta ver que mais uma vez se opta por contratações de jogadores já feitos para render já a todo o custo, e dispensam-se os da formação como Palhinha, Medeiros e Podence, que ainda este ano se tinha garantido á boca cheia que iriam ficar no plantel principal. Ficar em 2º lugar no campeonato já o Sporting ficou muitas vezes e isso não valoriza ninguém.

troza disse...

Uma boa análise rápida e concordo com a forma de avaliar Rui Vitória.

Como disse em 2013... perder um campeonato com 5 empates e uma derrota é mau... mas não era razão para despedir um treinador porque em 10 campeonatos assim, ganham-se 8 ou 9... calhou perdermos aquele... e a verdade é que fomos campeões no ano seguinte com 5 empates e uma derrota (tivemos mais uma derrota mas o campeonato estava decidido).

O mesmo é válido para Rui Vitória! Se fizer o mesmo que o ano passado (Ganhar quase todos os jogos contra os pequenos) é o mínimo e pode ser campeão. Mas pode haver uma equipa que faz mais. No entanto... o sporting este ano tem LC...

Anónimo disse...

"Se não tivesse havido Campeonato da Europa ou se Portugal não tem sido Campeão Europeu (sem saber ler nem escrever), o Sporting não tinha valorizado ninguém."

O Slimani fez um europeu fenomenal lol. Um jogador que se valorizou apenas na liga portuguesa a ser vendido por 30 milhões é de tirar o chapéu, por muito que te custe.

Luis 10 disse...

Realmente, o Slimani ( 30 milhões) e o Naldo (4,5 milhões) se não fosse o campeonato da Europa o Sporting não tinha valorizado ninguém...Em relação ao João Mário foi apenas considerado o melhor jogador do campeonato da época passada na qual 5 meses foi eleito o jogador do mês. É com cada uma...
Parabéns ao autor Ricardo, um excelente artigo bem descriminado e isento.

SL

Antonio Fernandes disse...

O Naldo foi vendido pelo valor que custou, não teve valorização nenhuma. O João Mário só foi vendido pela visibilidade do Campeonato da Europa, o campeonato nacional tem pouco ou nenhum interesse no estrangeiro. Basta ver os jornais desportivos aqui ao lado em Espanha á 2ª feira, nem os resultados publicam! E não esquecer que não jogou Liga dos Campeões, como aconteceu ao Renato Sanches, onde efectivamente se valorizou e deu nas vistas. O Slimani é a exceção que confirma a regra. Já o ano passado o mesmo clube o queria, na altura o presidente do Sporting gozou com a "pequenez" desse clube, que no último ano acaba por ganhar mais campeonatos que o clube do presidente nos últimos 15 anos!

MM disse...

A vinda de Marković arrebata corações e na perspectiva do Sporting, só no Sporting independentemente de comparações com os rivais, triplica muito do potencial daquela equipa que como o Ricardo diz, pelo trabalho de Jorge Jesus, já joga um futebol que SLB e FCP nunca jogarão. Colectivamente não existe rival ao Sporting em Portugal.

Ignoradas as dinâmicas treinador / plantel, mesmo com Marković, nome a nome, só no 11, o SLB em qualidade individual continua a levar vantagem sobre os rivais. Isso é mais ou menos inegável olhados Jonas, a dupla de centrais, agora Rafa e mais 2 ou 3 nomes muito fortes: pólos de muita muita qualidade dispersos por muitas zonas do campo. Ao Benfica faltará como diz um "post" mais abaixo um "Valdo" e faltará igualmente competência no banco, não em si mesma mas relativamente a Jorge Jesus.

Não é depreciativo dizer-se que JJ é incomparavelmente melhor do que Rui Vitória. Trata-se somente duma evidência que aliás muito lisonjeia as qualidades de RV, treinador que até na vertente técnica será, presume-se, um bom treinador. Pelo menos aos adeptos (como eu) nada sugere o contrário.

O principal adversário do Sporting, ou um dos principais, a par da qualidade individual do SLB é a falta de soluções no plantel em associação a uma campanha Europeia que se adivinha exigente e que daqui a muito pouco tempo misturará jogos brutais da LC com confrontos com o SLB (13ª jornada, certo?), tudo muito separado por poucos dias. Ver vamos o que faz JJ, timoneiro e quase-exclusiva fonte de qualidade no Sporting trabalhando 2 jogadores muito bons, 1 excepcional, 2 ou 3 bons e 1 (o Sérvio) especial.

Anónimo disse...

Em até sou democrata e não vejo mal nenhum em haver adeptos de outros clubes a "passar" pelos nossos blogues.
Agora o que me faz impressão é tantos nicks e tantos comentários.
Credum... nunca mais começam as aulas!
SLB35

Redceltic disse...

A venda do slimani foi realmente grande negocio do sporting. Jogador pior que Cardozo que não rendeu nem metade no tempo dele. Joao Mário tb nao foi do europeu que beneficiou dado que não esteve especialmente brilhante nessa competição. Jesus foi obviamente o responsável máximo por essa valorização, mas tb não podemos esquecer a que clubes foram vendidos os respetivos jogadores. Sporting fez bom dinheiro mas não conseguiu vender a colossos.
O que se nota no plantel do Sporting é que o efeito jesus se faz sentir em ambas as vertentes: a boa (futebol praticado) e má (desaparecimento progressivo de portugueses na equipa principal).
O BENFICA continua com mesmo treinador- para o bem e para o mal.
O porto continua na aparente fase descendente iniciada desde a saída de vitor pereira... e ele bem avisou.

bio disse...

Ricardo,

Quando falas só de bola e esqueces as outras coisas, é um prazer ler-te.

Um abraço.

SL

RedMist disse...

1. Vai ser estranho ver Marko de verde e branco. Não se trata de azia, inveja ou um qualquer outro sentimento menor: é apenas estranho. Tinha uma desmultiplicação de velocidades assombrosa. Hoje, contudo, já não parece ser o mesmo jogador. Além de que sinto-o mais desencantado. Não lhe desejo nada de mal (sinto apenas gratidão pela belíssima época que fez ao serviço do clube) mas, mesmo que fazer pior do que em Inglaterra e Turquia roce o impossível, não acredito que vá ser (tão) feliz nesta sua segunda passagem por Portugal.

2. Porque o contexto é diferente. O clube é diferente. As personalidades daqueles que integrarão o seu balneário são muito distintas daquelas de que beneficiou no Benfica: já não terá uma “armada sérvia” para o integrar e atenuar as saudades de casa. Porque não sinto que o jogador aspirasse a este desfecho. Porque regressar a Portugal significa um retrocesso difícil de gerir quando, tão cedo, foi presenteado com a melhor competição do mundo. E porque, acredito, JJ não vai ter mãozinhas para voltar a ajudar o jogador nos termos em que o fez no passado.

3. É um jogador que precisa particularmente de estabilidade (ao invés de andar a saltar de clube em clube época após época), sentir-se parte importante, integrada e acarinhada (como o Benfica e respectivo balneário o conseguiu fazer), de estar feliz para poder aportar ao jogo tudo aquilo que já mostrou. E não vejo este SCP ou JJ a conseguirem fazê-lo. Não que não o queiram: mas porque não têm os instrumentos para, não o sabem.

4. A alusão a Marko é feita em virtude do carinho que sinto por tudo aquilo que significou a sua passagem pelo Benfica: integrou e foi parte importante de um dos melhores plantéis “encarnados” que alguma vez vi jogar. Os destinos de SCP e FCP, a mim, pouco me importam. As práticas tidas ao longo dos tempos leva a que a única coisa que ambos despertem em mim é a vontade em fingir que não estão lá.

5. Vamos ter saudades de Carcela. Não agora: lá mais para a frente. Que RV não ia à bola com o jogador (e respectivo perfil “rock star”), não será novidade para ninguém: mesmo tendo o atleta respondido positivamente em todas as vezes em que foi chamado. E, (também) por isso, RV estará condenado a estagnar: pelo menos, enquanto não evoluir no capítulo de que os jogadores são todos iguais, expoentes máximos das boas práticas e da virtude, peças de xadrez à livre disposição do treinador, o cavalo só passa uma vez e todas essas tretas que, no fundo, têm apenas um significado: não estou para me chatear – ou fazem o que quero e como quero ou vão de vela.

6. Neste capítulo, a única diferença para JJ passa pelo grau de intolerância e irremediabilidade com que assume essa posição. JJ fazia cara de mau, gritava, chamava-lhes tudo, olhos nos olhos: mas não lhes “cortava” as pernas. Com RV, não há margem de erro: o cavalo só passa uma vez. Independentemente da qualidade do atleta ou da importância que o clube despendeu.

7. Máxima liberdade, máxima responsabilidade: soa bem no papel, desde que interpretado por gente que não miúdos nos seus 20s e com mais dinheiro e pressão nas mãos do que aquela que conseguem compreensivelmente gerir.

8. Há uma obra intitulada “Sensibilidade e Bom Senso”. Aconselho RV a ler… o título.

9. Esta postura, diga-se, assenta que nem uma luva nas aspirações da actual direcção do Benfica: na medida em que permite que o “carrossel” de entradas e saídas não perca a embalagem. Se num caso falamos de atletas cuja utilidade, ao longo dos anos, passou fundamentalmente pela possibilidade em alguns encherem os bolsos… outros entraram para o clube faz agora um ano: merecendo a desculpa esfarrapada de que eram “contratações JJ” a ideia de estarmos perante um clube (e respectiva direcção) que navega ao sabor do momento: ao caso, do treinador que lá esteja e respectivos caprichos.

RedMist disse...

10. E, quando tal acontece, o problema não passa pelo treinador (que, compreensivelmente, estica até onde pode por forma a ter as melhores garantias que o levem a ser bem sucedido): mas por aqueles que o permitem, que se demitem das suas responsabilidades – pela direcção.

11. Com o “papão Vale e Azevedo” a expirar de validade, a “desculpa JJ” foi a melhor coisa que podia acontecer àquela gente. É como o sabão azul e branco: dá para tudo. De LFV a RV e respectivos postos intermédios, tudo isto soa à mesma irresponsabilidade, despesismo e aproveitamento de sempre: mudaram apenas umas quantas moscas.

12. Carcela vai fazer falta. Mesmo com Rafa (já lá iremos), vão existir jogos e momentos em que, mais do que um acelerador de jogo ou especialista entre linhas, vamos precisar de alguém que, pura e simplesmente, “parta os rins”. Que olhe nos olhos e vá ao desafio com um sorriso nos lábios. Um malabarista.

13. Com o Benfica a jogar a esmagadora maioria dos seus jogos em “vertigem”, jogadores com este grau de habilidade dão muito jeito. E, neste capítulo, Carcela era quem melhor o fazia no clube. Mais: nesse capítulo, era o melhor da liga. A léguas. E que vimos ser feito ao jogador que, durante uma fase absolutamente determinante da época passada em que foi peça importante na recuperação que então se começou a assistir, fez “só” esquecer Gaitan? Transferido à pressa e ao desbarato – como se de um “parasita” se tratasse.

14. Revejam a sua expressão nas declarações prestadas na final da Supertaça: tudo o que Carcela pedia era uma oportunidade. Errou no passado: é certo. Mas emendou o erro: em campo, onde o jogo se joga, pelo exemplo. Não foi de palavras e promessas vãs: arregaçou as mangas e fez - não se lhe podendo apontar nada que não sejam apontamentos determinantes no sucesso em que assentou a época passada.

15. Bem sei que, com o jogador, o Benfica não terá falhado em nada quanto ao contratualmente estabelecido. Mas, conforme nos relembra o pai de Adrien, há vida além dos contratos (e dos mercados). E, neste capítulo, resulta como límpido que a direcção foi ingrata com Carcela. No caso de RV, mais do que ingratidão, estamos perante um caso de injustiça no trato dado.

16. O “cavalo” passou à porta de Carcela. E aquele agarrou-o. Foi RV quem privou o atleta de nele continuar a sua marcha.

17. Agora que o mercado já fechou, será possível limparem a merda que fizeram e procurar reabilitar o melhor central do campeonato? Jardel não o merece: anos e anos a receber merda, a ser tapado por “consagrados” e a ir com a cabeça onde outros não vão com os pés – tudo para ver os Taarabts da vida pavonearem-se por ali enquanto lhe tapam as merecidas aspirações pessoais. Não o merecia. Não ele.

18. Guedes é a mais recente manifestação de algo cada vez mais notório: que não é somente a actual direcção quem não tem mãozinhas para o Benfica, mas igualmente (e à sua semelhança) RV. À medida que vai procurando (e, naturalmente, sendo-lhe possibilitado, na exacta medida do que ocorreu com JJ) dar um cunho excessivamente pessoal ao plantel, revela toda a sua banalidade. A sua principal valência passava por aquilo do qual, possivelmente pela embriaguez do sucesso, se começa a esquecer: o equilíbrio.

19. Saber ser e estar. Respeitar o passado. A sensibilidade dos adeptos. O equilíbrio e orgânica de um plantel. A história por aqueles alcançada. Os requisitos de um plantel campeão. RV está a desbaratar um passado rico. Tem esse direito: na exacta medida em que o teve, por exemplo, Artur Jorge. À luz do pouco que vai resultando do seu “cunho pessoal”, pode-lhe, contudo, custar caro. E, com ele, arrastar o clube e carreiras.

RedMist disse...

20. Se, aos seus olhos, Guedes terá de “nascer 10 vezes” (não usa tais termos, mas o resultante dos seus comportamentos e escolhas são em tudo semelhantes), ao menos que alguém ali vá recuperar arquivos do passado e perceba que, há semelhança do sucedido com Gomes, Bernardo, Cancelo e afins, Guedes terá, dentro de 2 anos, um rendimento desportivo e financeiro muito superior.

21. A sua explosão não é uma matéria de probabilidades: mas de tempo. Não se trata de saber se “explodirá”, mas quando. Se clube e jogador se mentalizarem e trabalharem para isso, Guedes será determinante dentro de, pelo menos, 2 anos: no clube e, necessariamente, na Selecção A. Ora, um jogador com esta qualidade, potência e futuro não se “desbarata” desta forma. Jamais.

22. Transferir Guedes nos termos noticiados é repetir, na exacta medida, os erros de um passado recente. É, deliberadamente, não ter aprendido nada: pela mais pura e sedenta “fome” financeira. Tivessem FCP e SCP atletas desta qualidade e teriam tirado o triplo dos respectivos rendimentos desportivos e financeiros. Não o digo por convicção: mas por não faltarem exemplos disso mesmo.

23. Esta direcção é ímpar na delapidação do património humano e material do clube. Pena que não aplique a si mesma a “política carrossel” e mercantilista que tanto lhe apraz aplicar aos demais. Isso sim, seria um excelente negócio para o Sport Lisboa e Benfica.

24. A querer fazer sair Guedes (por forma a que este evolua), somente por empréstimo. Jamais transferido definitivamente nos presentes termos: desvalorizado, a jogar a espaços, não sendo opção para o treinador. Preferencialmente, sem opção de compra. A ter de ser com opção, nunca abaixo dos €50M. Nunca.

25. Transferi-lo definitivamente por €25M + €5M não poderá mais, de ora em diante, ser considerado aselhice: mas um “roubo de Igreja”, um crime - não imputável a JJ e merecedor de explicações imediatas e detalhadas por parte dos únicos e verdadeiros culpados (de sempre) – a direcção.

26. Rafa. Belíssima contratação: apenas peca por tardia, na medida em que o Benfica “ataca” o jogador num momento incompreensível – com uma série de aquisições anteriormente feitas para a posição, quando teve todas as condições para avançar para o negócio anteriormente, fazendo do atleta a sua principal (senão única) primazia.

27. Fê-lo à boa maneira daquilo a que nos têm habituado: sem necessidade (face às muitas opções no plantel para a posição), atabalhoadamente (avança, recua, desiste, já não falo contigo, agora já quero outra vez), quando o seu valor está mais inflacionado que nunca, a roçar a cláusula (se é que, entre cedências e empréstimos, não a ultrapassou). Negociação implacável. B-A-BA de qualquer bom gestor.

28. Se não ocorrerem imponderáveis, vai-se dar bem. Não engana. Vai fazer o lugar de Gaitan (só essa posição, à esquerda, ainda que noutros termos, pois é um jogador substancialmente diferente), dará muitas alegrias aos adeptos (do Benfica e da FPF) e sairá para Inglaterra por muito mais do que aquilo que se deu por ele.

29. Voa como Simão, pisa como Pizzi: eis chegado Rafa.

30. Por último (que isto já vai longo): Benitez. Não vale a pena. Enquanto RV continuar a dar largas ao seu poder visionário e LFV salivar com a hipótese de mais um negócio com a chancela JM, estamos encalhados com Horta e Danilo para a posição 8.

RedMist disse...

31. À semelhança do já verificado com Raúl (e estão novamente a voltar à carga com a coisa), Benitez bem podia ser o Zidane das Pampas que, no presente contexto, de pouco lhe valeria: Horta e, principalmente, Danilo, são para serem enfiados pelas goelas abaixo dos benfiquistas até a coisa descambar e a pressão social os tirar de lá.

32. Benitez teria sido um importante auxílio na (sofrível) ligação entre sectores: na medida em que, entre outros aspectos, libertaria Jonas de ter de descer tantas vezes para vir buscar bola e que o deixa invariavelmente longe da zona do terreno onde é letal.

33. Para ir de A a B, este Benfica anda ali a fazer dezenas de passes, previsíveis, inconsequentes, que só servem os interesses dos adversários. Mesmo sem fantasia, precisão de passe e adornos de encher olho, Benitez tem o potencial para ir de A a B em 8/9 passadas, entregando-a, seguidamente, com qualidade e em zonas mais próximas da baliza adversária, a quem tem pés para criar: Jonas, Pizzi e Rafa.

34. Entregue a bola, não se fica por aí. Não fica expectante, parado, dando a sua tarefa por terminada: arranca, dá continuidade à jogada, rasgando defesas pelos espaços entretanto criados e, assim, criando desequilíbrios. A isso, junta uma imponência e capacidade de pressão que lhe dão uma outra dimensão no capítulo defensivo, a que se junta competência no jogo aéreo.

35. Mais nenhum atleta tem tais qualidades. No Benfica ou em Portugal.

36. Mais um a atacar, mais um a defender. Como Renato. Mas, sobretudo, como Enzo. Ambos razoáveis nas respectivas posições de origem: contudo, com a competência superior que se reconhece (para já, apenas a Enzo) na adaptação a outras zonas do terreno.

37. Para que se perceba a crença na dimensão que atribuo ao atleta, o contentamento na vinda de Rafa para o Benfica ou do regresso de Marko a Portugal só é equiparável ao desespero que me assolou ao confirmar o destino dado a Benitez.

38. Com Ederson na baliza, a defesa “recuperada e de cabeça limpa”, Fejsa sem lesões, as opções para as alas que o Benfica tem, somada à melhor dupla avançada a que o país assistiu desde Jardel e João Pinto… a introdução de Benitez a 8 faria do sonho do tetra algo de curto: pelo menos, para as minhas ambições e expectativas.

39. Com estas condições, a conquista da Europa teria de ser a meta. Teria: Condicional Presente. E a condição indispensável para essa possibilidade passava impreterivelmente por um jogador que direcção e treinador entenderam, por bem, emprestar.

40. Com o tacto que lhes reconheço, para o ano Benitez é transferido para o Granada. Não sem antes termos adquirido 50% do passe de Danilo. Por meros €15M. Mais palavras para quê?

paulojcduarte disse...

"se Portugal não tem sido Campeão Europeu (sem saber ler nem escrever)"

"Não é depreciativo dizer-se que JJ é incomparavelmente melhor do que Rui Vitória. Trata-se somente duma evidência que aliás muito lisonjeia as qualidades de RV, treinador que até na vertente técnica será, presume-se, um bom treinador. Pelo menos aos adeptos (como eu) nada sugere o contrário."

já tinha saudades destas pérolas, atrevo-me a dizer e fica aqui gravado para a posteridade nos confins da internet, RV vai deixar mais saudades que JJ quando sair. Tamanha injustiça no futebol português só me lembro de Vitor Pereira no Porto e Queiroz na seleção.

Anónimo disse...

E depois veio o Slimani, esse campeão europeu, desmentir o teu raciocínio.
Aceitar que os outros também fazem coisas boas não é mau nem nos torna piores adeptos do Glorioso.

Nuno Figo disse...

Red Mist, que pena não ser você o treinador, olheiro, presidente e massagista do Benfica.

Carcela não tem igual, afirma. Porquê? Porque não.
Cervi, Rafa, Salvio, não são a gazua que Carcela seria. Ou foi. Melhor dizer seria, porque nunca de facto foi.
Benitez, outro. Inigualável. Não há outro em Portugal. Porquê? Porque sim.
Porque Red sabe. Viu, só ele, o que Benitez teria feito. E agora tem esse trunfo imbatível: o que Benitez teria feito. Um trunfo imaginário (pois só existe na sua imaginação) mas altamente valioso. Porque Benitez não tem igual, né?

Rafa é simultaeamente uma boa aquisição e uma aquisição falhada. Agentes, chulos e esbirros tripeiros vieram envenenar o negócio e tentar evitá-lo. Mas conseguimos o jogador! Que interessa? O vai não vai vai, o avança e recua - embora público que as culpas recaíam em agentes sem escrúpulos e com uma agenda bem azulada - é culpa da direção benfiquista, essa tricampeã por mero acaso. Na máquina de calcular RedMistica, um falhanço. Rafa ali está, de 36 nas costas.

E RV? Está estragado.
Ora porra, eu todo contente a ver Horta, Guedes, Rafa, Semedo, Grimaldo, Lindeloff, Cervi, Jimenez... putos novos, tudo gente que entra em campo com confiança e olhos na baliza contrária... estava eu, na minha ignorância, feliz por ver que RV continuava firme no seu desígnio de jogar com os jovens, com a cantera... E afinal estava tão enganado. JJ dava muitas mais chances que RV, afirma. Pois é. Lembro-me bem das chances que JJ deu a Fábio Coentrao (4a escolha de JJ para defesa esquerdo), para o espanhol tb defesa esquerdo que nunca calçou, para Enzo que teve que ir uma época para a Argentina, para Bernardo Silva que foi experimentado a (surpresa) defesa esquerdo, para Cancelo, André Gomes, Cavaleiro, Guedes. JJ "não lhes cortava as pernas"?!! Porra, homem. Menos.

Melhor plantel dos últimos anos. Um onze por estabilizar. Um treinador recordista no número de pontos alcançados, na sua temporada de estreia - mas em que vá se lá saber porquê, ninguém acredita ou elogia.
Sporting está na luta (alicerçado em 2 empréstimos fortes). Porto é outsider.
Vamos a isso. O campeonato começa agora.

MM disse...

" ... já tinha saudades destas pérolas (...) Tamanha injustiça no futebol português só me lembro de Vitor Pereira no Porto e Queiroz na seleção."

O que diz é verdadeiro para os excelentes Vitor Pereira e Carlos Queirós.
Não o é para Rui Vitória. Há jogadores do SLB que deverão sentir-se agradecidos por serem treinados pelo RV. A equipa do Benfica ou o clube nem por isso ...

Mas novamente, sem que isto denote menosprezo pelas qualidades de RV, ou pela sua pérola ...

paulojcduarte disse...

"A equipa do Benfica ou o clube nem por isso ..."

ok, depois de uma pré época desastrosa a calcorrear meio mundo, 3 dias antes da supertaça estar a jogar a 3000m de altitude, equipa formatada por 6 anos de JJ ( e não estou a dizer mal de JJ, gosto de muitas coisas dele), perder Maxi, Luisão, Julio César, Lima...

Ir jogar a s. petersburgo sem defesa central...

e acabar a época campeão com recorde de pontos, mais golos que em qualquer época de JJ, chegar aos quartos da champions com o bayern e perder o jonas para a 2ª mão, ganhar a taça da liga e supertaça.

ler que existem almas que não dão valor ao treinador RV, que tudo isto apareceu por obra da sorte...

para refrescar a memória, quantos jogos o benfica ganhou sem Gaitán na época 14/15?

também podem ir ver qual a equipa que levou 3 em tel aviv, eram só coxos nesse plantel.

Anónimo disse...

Pois é...temos um grande plantel, um treinador que é muito bom em termos de liderança e em termos humanos, além de saber não descer a certos níveis...mas imaginem o futebol que jogaríamos este ano com o JJ a potenciar o jogo rápido e apoiado entre André Horta, Grimaldo, Pizzi, Jonas e Rafa...

Benfiquista Primário

O Cabinda disse...

Eu não sei porque se fala tanto em Jesus neste blog. Um sitio que é tão crítico ao homem que nos faz lembrar a todo o tempo do que era o Benfica antes e depois do lfv. Também o Jesus passou seis anos a lembrar-nos do que era o Benfica antes dele aparecer. Incrível como já esquecemos de que com o JJ tínhamos goleadas em casa e vitórias arrancadas a ferros em jogos fora. E esquecemo-nos dos três anos de humilhações que o JJ nos deu. Esquecemo-nos daqueles jogos europeus em que entrávamos a perder. Esquecemo-nos dos pontapés nos adjuntos. Para mim é uma alegria incomensurável ver aquele aldrabão vestido de lagarto. Não sei porque se diz com toda a clarividência ( eu não sou muito amigo de clarividências apresentadas como verdades irrefutaveis) que o JJ é o melhor treinador português. O que o Rui conseguiu no ano passado foi brilhante, onde lhe foi superior em todos os parâmetros. Esquecemo-nos de todas as ofensas que o JJ nos brindou na época passada. Esquecemo-nos dos empurrões ao Shéu. Só uma pessoa realmente nojenta pode ser capaz de tal acto. Obrigado pelo espaço de debate. Jorge Carvalho.