domingo, 31 de maio de 2009
No comments...
A SAD do Benfica comunicou hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) um resultado líquido negativo de 18 milhões de euros correspondentes aos primeiros nove meses da época 2008/09, segundo os resultados do terceiro trimestre.O passivo da SAD encarnada aumentou 20,48 por centoASF O comunicado enviado à CMVM refere que os 18.450.273 euros negativos contrapõem aos 3.684.109 positivos registados no mesmo período da época 2007/08, resultados justificados pelo aumento dos custos (41,5 milhões) e pela quebra das receitas (36,5 milhões contra 41,9 no ano passado).O passivo da SAD do Benfica totaliza agora 150.663.794 euro!!!
sábado, 30 de maio de 2009
Rambla pa'qui, rambla pa´llá, esa es la rumba de Barcelona
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Quique, o mágico
Na pré-época houve coisas que me desagradaram logo. Todo o mundo teve oportunidade de treinar (até Edcarlos e Luís Filipe) mas houve pelo menos 3 que me pareceram um pouco postos de lado: Zoro, Petit e Adu. Se em relação ao primeiro nem me aqueceu nem arrefeceu, os outros 2 eram dos meus favoritos, e por isso a facilidade com que Petit saiu, e a vontade de despachar Adu não me agradaram nada. Claro que fica por saber se foi decisão sua ou superior, mas se um treinador aceita tudo sem se impor é um banana e não serve, se foi decisão sua ter que ver com os seus próprios olhos cepos como os que viu e nem sequer exigir uns treinos para o Adu, então é um nabo. Também decidiu não contar com Diamantino e Chalana. Decisão legítima, mas tem que abarcar com as consequências. Se eu for trabalhar para a China, se a empresa me colocar um tradutor à disposição e eu recusar, a partir daí não me posso desculpar por não perceber chinês. Infelizmente, por alguns banhos tácticos que Quique levou, deu para perceber que ele não fazia a mínima ideia de como o adversário jogava, ao contrário deles que conheciam o nosso futebol previsível de trás para a frente. Como se isto não fosse suficiente, veio a guerra com o Maradoninha, outro dos meus preferidos. Logo aí, se eu mandasse, entre Quique e Léo eu sei bem quem escolhia…
Passando ao futebol, apesar de alguns lampejos contra a lagartada e o Nápoles, o futebol apresentado não me entusiasmou. Começava-se a ver que seria um futebol razoavelmente eficaz contra equipas que assumissem o jogo, mas inconsequente contra quem não o fizesse, ou seja quase todas as equipas em Portugal. E mesmo algumas equipas que o assumiam conseguiam vulgarizar completamente a nossa equipa, como foram os casos do Gala e do Olympiakos. Entre os milhentos pecados que foi cometendo, vou tentar lembrar-me dos que lhe fui apontando, e resumi-los aqui:
- Filosofia de jogo muito à base da contenção e de transições rápidas, completamente contra-natura com o que o Benfica tem de ser;
- Total ineficácia na gestão da baliza, conseguiu passar a época sem dar confiança a nenhum dos GR;
- A dispensa de Leo conjugada com a titularidade primeiro do Jorge Ribeiro e depois do David Luíz fizeram com que passássemos grande parte da época debilitados no flanco esquerdo com a agravante de sacrificarmos o que podia (e pode) vir a ser um grande central;
- A aposta em Amorim na direita foi uma imbecilidade que nos custou o nosso melhor médio centro, e como se viu pelos jogos do Urreta tínhamos uma solução. Aliás, até teríamos outras, num Benfica mais atacante podiam jogar o Reyes ou o Di Maria no flanco direito. E goste-se ou não, houve um reforço escolhido por ele para esse lugar, se esse jogador falhou então ele será muito culpado;
- O duplo pivot para funcionar tem de ter 2 jogadores muito completos. Para mim só havia 2 no plantel (ou 3, no máximo) que podiam desempenhar bem o lugar: Amorim e Katsouranis. O 3º que me parece ter características para o lugar é o Felipe Bastos. Yebda é limitadíssimo no passe e no remate, Carlos Martins é fraquíssimo na ocupação de espaços, e Bynia está ao nível do Yebda. Perderam-se meses em que não se rotinou a melhor dupla, e isso podia-nos ter trazido mais pontos. E em certos jogos, certos momentos em que tínhamos de arriscar tudo por tudo, acredito que Aimar também podia ocupar uma das posições;
- As declarações sobre Reyes foram completamente inoportunas e a partir daí o rendimento do nosso jogador mais decisivo foi uma sombra do que vinha sendo. Reyes apesar de alguns alheamentos fez uma primeira metade da época em que se mostrou batalhador, motivado, o que conjugado ao seu incrível talento resolveu alguns jogos. Mas Quique é capaz de ter tido inveja de algum jogador aparecer mais nas capas do que ele, e com aquelas declarações parvas no Restelo perdeu um jogador, e que jogador;
- Aimar. Incrível como um ex-nº10 da Selecção Argentina pode ser um problema, mas Quique conseguiu. No seu esquema de 4-4-2 parece-me que Aimar só poderá funcionar num dos lugares do duplo pivot (perdendo-se alguma capacidade defensiva) ou numa das alas, desde que tenha alguma liberdade para flectir para o centro e exista um lateral com muita qualidade ofensiva. Mas Quique fiel ao seu esquema e à sua teimosia insistiu com Aimar a avançado. Foi triste ver o argentino no meio de jogadores corpulentos que o neutralizaram com alguma facilidade, vê-lo a finalizar mais (e mal) que a construir, conseguiu não tirar rendimento dele e queimar um lugar que tanto jeito teria dado a Cardozo;
- Suazo. O que disse a Aimar aplica-se a Suazo, se bem que por motivos diferentes. Este jogador podia ter feito uma dupla de sonho com Cardozo, mas Quique decidiu quase sempre jogar com ele e Aimar, fazendo com que Suazo tivesse que suportar quase todas as despesas de área. Quando nos víamos a ganhar era frequente ver Aimar recuar no terreno e a táctica era biqueiro para a frente para a corrida do Suazo, era deprimente ver o hondurenho completamente rebentado por andar o jogo todo a correr quase meio campo sozinho. E depois já se sabia, estivesse a 100% ou a 30%, ele era a primeira opção, Cardozo a segunda, o que tendo em conta que um é nosso o outro é do Inter, ainda se torna mais estúpido;
- Cardozo. Mesmo com todos os equívocos já referidos de Quique, uma coisa ficou provada neste final de época: com o Tacuara em campo as possibilidades de marcarmos golos e consequentemente ganharmos aumentam exponencialmente. Infelizmente Quique não descobriu isso, a lesão de Suazo é que o possibilitou. Nem quando foi assobiado por substituí-lo percebeu que era para ele;
- Mantorras. É coxo, não aguenta os 90 minutos, blá, blá, blá. Como o Trap percebeu mesmo com estas condicionantes todas Mantorras ainda pode valer ouro. Ou alguém duvida que em meia dúzia daqueles finais complicados de jogos com ele em campo havia sempre a hipótese de golo? Viu-se que Quique ficou surpreendido no último jogo da época, isso diz tudo.
Ainda podia falar do total desaproveitamento de Felipe Bastos e Urreta, mas o post já vai longo. E escusam de vir com a lenga-lenga de “no fim é fácil apontar os erros” porque quem me conhece e segue os meus comentários sabe que eu fazia estas críticas quando ainda liderávamos a Liga, não fui na “ilusión” tão publicitada.
Resumindo, quanto do descalabro foi culpa de Quique? Deve ele continuar?
Respondendo à primeira pergunta, muito. Apesar de reconhecer que hoje em dia no Benfica qualquer técnico se arrisca a ser queimado e não campeão, há uma série de erros de Quique que não têm nada a ver com as (in)competências de LFV e do Rui. Cometeu uma série de erros inadmissíveis, e mesmo num clube extremamente bem organizado corria o sério risco de fazer uma má época. E fez, aliás fez uma péssima época, a “sorte” dele foi como já referi entrar após uma época que roçou o ridículo, logo não era difícil melhorar um bocadinho, se bem que ele se esforçou. E não podemos esquecer que ele não sofreu com a saída de nenhum titular da época anterior, e ainda viu entrarem 10 jogadores que custaram mais de 2 dezenas de milhões de euros ao clube.
Quanto à segunda pergunta, defendo há muitos meses que as eleições deviam ser em Junho/Julho. Se fossem e tivéssemos um novo Presidente, defendi sempre que o Rui e o Quique deviam pôr o lugar à disposição, para que o novo Presidente pudesse escolher sem pressões financeiras. Caso fosse decidido dar um segundo ano a Quique por iniciativa do novo Presidente e o do Rui, tentando mostrar que os problemas do nosso futebol derivavam todos do LFV, eu iria aceitar respeitosamente a posição apesar de achar sinceramente que não ia funcionar. Acho Quique um fraco treinador, com graves problemas em termos motivacionais, e que revelou total ignorância sobre o futebol português, daí preferir a sua saída.
Por mim “vaya com dios” fazer companhia ao Nélson, não deixa nenhumas saudades.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
O nosso Rui Costa...
Por uma questão hierárquica, começo pelo posto mais alto, o do Maestro Rui Costa.
Apesar de tornar este post (ainda mais) secante, obrigo-me a fazer um enquadramento histórico: Rui Costa foi o meu primeiro ídolo do futebol. A primeira camisola autografada que obtive é o nº10 da Selecção assinada amavelmente pelo Rui. Chorei inclusivamente algumas vezes com ele, como foi o caso do golo marcado contra nós na Luz. Torci pela Fiorentina e pelo Milão. Numas férias que fiz em Itália, quando passei por Florença, não desisti enquanto não descobri os transportes para chegar ao Artemio Franchi, apesar de estar a chover “cats and dogs” nesse dia, só porque sonhei ter a sorte de chegar lá e ver um treino do Rui (e do Nuno que também lá estava na altura). Não vi nada, não vi nenhum dos 2, mas era fã a esse ponto. E o “era” nem é um passado muito distante, ainda o ano passado, no final de mais uma época degradante, o Benfica fazia o último jogo em casa e eu já tinha jurado que não voltava a pôr os pés na Catedral naquela época, no entanto não resisti, lá convenci a namorada que já quase morria de tédio nos jogos a ir à Luz para nos despedirmos do Rui. Fui, quase vomitei quando vi fazer-se a onda num campeonato que terminávamos em 4º, mas pelo Rui tudo vale (valia?) a pena.
Tudo isto para dizer o quanto eu admirei o jogador Rui Costa. Pela sua classe, pelo seu talento, pela correcção demonstrada, pelo quase romantismo com que vivia o futebol foi um caso único de paixão futebolística. Mas a partir do momento em que passa para Director Desportivo, aí doa a quem doer tem de ser avaliado pelos resultados, seja o Rui, seja o Veiga, seja a minha Mãe, se desempenhar um cargo de responsabilidade no Benfica serei implacável na análise.
Tinha expectativas altas para o Rui. Julgava-o uma pessoa integra, benfiquista, e com alguns skills, pelo que pensei que muita coisa ia mudar na Luz. Confesso que este sentimento foi algo abalado quando alguém que conhece o Rui há largos anos me disse que ele era um vaidoso de primeira que se ia colar ao lugar como uma lapa, tal como o Vieira, e que nada ia mudar, o entreposto de jogadores e comissões na Luz ia continuar. Não quis acreditar, e continuo a acreditar que Rui põe o Benfica acima dos seus interesses pessoais. Daí eu ter esperado uma alteração radical da política desportiva do Benfica, acreditei que íamos começar a fazer 3 a 4 contratações cirúrgicas, apostar nos jovens da cantera, e tentar conservar a todo o custo aqueles jogadores que podiam transmitir alguma mística, já que foi assim que me parece que se construiu um Benfica vencedor, tão diferente deste Benfica que actualmente vemos a definhar. Para ajudar à festa, no início do seu trabalho teve mais de 20 milhões de euros para gastar, algo que aumenta as suas responsabilidades.
Dito o que esperava, vou dizer o que vi acontecer: a mesma merda de sempre. Voltou-se a deixar sair jogadores importantes (Petit e depois Léo), voltou-se a ignorar os jovens, voltou-se a fazer uma dezena de contratações, agravadas com o show-off de chegarem as estrelas em jactos privados a Tires como se de D. Sebastião se tratassem. Contratou-se um daqueles típicos técnicos “moderno, jovem, tacticamente evoluído”, mas que bem espremido nunca tinha ganho nada. Falou-se uma vez mais em “ano 0”, em “projecto de 2 anos”, e quase todos engoliram e bateram palmas porque era Rui que o dizia, logo era lei, como quase tudo o que ele diz. Infelizmente o campeonato não se ganha em Agosto, nem o trabalho do DD termina aí, por isso quando começou a bola a rolar assistimos a mais uma sequela de filmes já bem conhecidos, a gestão ridícula do caso Léo, o encostar de Diamantino e Chalana, a choradeira da arbitragem, a equipa desgarrada que ia jogando cada vez pior, e o triste fim de época em que ficamos sempre com a sensação que se a Liga durasse mais uns meses até a UEFA estaria em risco. Acaba-se mais uma época em depressão, e os resultados são cruelmente frios: 3º lugar, vergonhosa prestação europeia, e apenas a taça da cerveja para disfarçar.
É possível achar bom o trabalho do DD que com mais de 20 milhões para gastar está à frente da equipa que obtém estes resultados? Não vejo como, aliás penso que se em vez de Rui Costa fosse outro qualquer já estava na forca há muito tempo. Mas tenho a certeza que mais de metade dos benfiquistas acham que o Rui esteve muito bem e que “só” errou ao escolher o treinador. Infelizmente esse “só” custará uns milhões largos e mais um ano perdido. Eu não adopto essa teoria, porque é uma escapatória à Vieira, e a última coisa que quero ver é o Rui tornar-se igual a ele. Ou seja, chega ao fim do ano, corre com quem está abaixo dele, e tudo fica bem, o responsável maior passa incólume e continua. É o que Vieira tem feito durante anos e espero que Rui se desmarque já. Porque para mim só existem 4 cenários:
- Ou aceita mudo e calado que se corra com o Quique, contratando-se outro treinador nas suas costas, começando já o novo ciclo a gastar milhões em jogadores novos, e aí está a ser cúmplice de Vieira tornando-se farinha do mesmo saco;
- Ou assume publicamente que errou ao contratar Quique, assume todos os seus restantes erros, e mostra-se confiante que este ano pode ser diferente explicando em que é que consiste a mudança;
- Ou assume que o seu projecto era com Quique, e demite-se com ele, admitindo que as coisas no Benfica actual não funcionam como ele gostaria, e coloca-se à disposição para voltar a colaborar com o clube no futuro, caso outras pessoas com outra forma de pensar tomem conta do clube, e aí ganhará todo o meu respeito;
- Ou então, num cenário que me parece quase impossível, consegue a manutenção de Quique, defende o projecto de 2 anos publicamente, e aí apesar de eu achar que não trará grandes resultados, ganhará o meu respeito pela coerência demonstrada, e pela inversão de estratégia em relação ao Benfica de Vieira.
Resumidamente, ao fim dum ano não estou minimamente satisfeito com o trabalho de Rui Costa. Agora o que não sei é o quanto é responsabilidade dele, e o quanto está acima dele, mas duma coisa tenho a certeza: se ele continua caladinho ao lado de LFV, Paulo Gonçalves, e restantes elementos responsáveis no clube, então será julgado com eles, e com eles sairá em ombros, ou corrido pela porta pequena. Por tudo o que o Rui Costa jogador e homem representou, por mim espero que saia pelo seu próprio pé e volte a entrar pela porta grande, podendo na estrutura certa ajudar o nosso clube a voltar a ser o Glorioso que todos conhecemos. Rui, está na hora de mostrar se és um dos nossos, todos queremos acreditar que sim, e ainda estás perfeitamente a tempo de o fazer.
domingo, 24 de maio de 2009
Bipolaridades
Tenho um amigo lagarto que acusa os benfiquistas de serem bipolares. Sem querer concordar, experimento alguma inquietude face à classe evidenciada por Quique, especialmente nos últimos dias. Sabem quando um gajo acaba (se é que isso acontece) com uma gaja chata, mas dotada? Aquela coisa do “A gaja era burra, mas será que não estou armado em esquisito?” – sensação de arrependimento futuro, apesar do acerto da decisão, sensação de que estamos a mandar embora algo de que vamos sentir (muita) falta...estão ver? Se calhar não...
P.S.(para os menos esclarecidos): Estou só a tentar ilustrar uma sensação, não quero com esta analogia dizer que o Quique tem mamas fixes, ou que é bom a falar ao microfone – o que, por acaso, até é! Estão a ver... sensação lixada...
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Este blogue vai a votos!
terça-feira, 19 de maio de 2009
Tiro aos pratos
- Já está. O Benfas foi mesmo o terceiro a cortar a meta e acabou por demorar mais uma jornada para chegar ao inglório final. Até o LFV diz que não ganhámos nada, ficando a sensação que a Taça da Liga é um troféu mais metafísico do que real no nosso futebol.
- Depois de uma semana a clamar pelo Salvador, este foi traído pelo judas bronzeado e - como é exemplo a votação aqui a decorrer – já há malta pronta a crucificar a possibilidade anunciada.
- A verdade é que o peso do banco benfiquista já se fez sentir: Jesus já começa a parecer menos competente, e Quique, mais. Já nem é preciso um contrato para se começar a escolher a cova no cemitério encarnado.
- Sim, porque Jesus foi arrogante. Esquecendo o azar que teve no jogo, ficou patente que o treinador do Braga resolveu ignorar a receita, por todos conhecida, para contrariar o Benfica, e tirou da cartola uns truques e baldrocas que fizeram do Braga um dos adversários que mais se pôs a jeito às parcas armas do onze encarnado.
- Mas Quique não é bestial, e assinou mais umas quantas besteiras. Tantas alterações na penúltima jornada, com jogadores a trocar, regressar ou alternar de lugar, mesmo que acertadas, só sublinham o desnorte ou, pelo menos, a falta de estabilidade que marcou esta época.
- Quem vê Jorge Ribeiro a actuar no lugar que já foi de Léo, automaticamente recorda as palavras de Quique, remoendo os 90 minutos nessa paulada intelectual de que o brasileiro tinha a aprender com o português.
- Revelo-vos a palavra mais panisga da gíria futebolística: “acarinhar”. Começa por ser curioso como povoa o másculo léxico dos que giram em torna do futebol, mas fica tudo esclarecido ao ver o que um pouco de carinho fez ao Cardozo; é bonito...
- A incompetência e genérica falta de classe dos nossos árbitros é frequentemente subestimada. A arbitragem na pedreira de Braga, com amarelos a torto e a direito, conseguindo expulsar, por acumulação, um jogador em 12 minutos (nem que tenha sido o estouvado Yebda) é formidavelmente estapafúrdia. Ainda para mais, quando não mostrou amarelo no único lance violento de que resultou uma lesão (Katsouranis). Genialmente estapafúrdia, já que nesse lance ainda conseguiu amputar o Rúben Amorim ao último jogo da época. E eu digo que é subestimada porque se o jogo fosse outro, qualquer um duvidaria das intenções do árbitro. Desta vez, só pode mesmo ter sido falta de jeito, ainda que seja difícil de acreditar e, para o árbitro, mais humilhante!
- Mas foi mesmo a noite de Quique. Depois de levar na corneta toda a semana, de assistir à oficialização da descrença geral nas suas capacidades, eis que o espanhol prega com três castanhadas que deixaram Jesus de braços abertos, a barafustar com a equipa. E para coroar a noite, na conferência de imprensa ainda lhe perguntam pelo Atlético de Madrid: “Eu nunca falo com outros clubes quando tenho contrato (...)” – Olé!!
- Mas que venha o Jesus, que venha, VEM JESUS! Primeiro por que ando verdadeiramente intrigado com as estonteantes madeixas do senhor – tenho que ver aquilo mais de perto e de forma mais sistemática. Segundo, o nome é mesmo formidável e dar-me-ia um prazer monumental passar um ano inteiro a fazer trocadilhos rascas com o Senhor!!
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Vários estádios
terça-feira, 12 de maio de 2009
Agora Escolha!
O reinado de Quique parece estar perto do fim. Com a anunciada saída ficarão por responder algumas das questões mais pertinentes sobre o espanhol: Ele frequentava solários ou conseguia aquele tom de pele só à base de creme cenoura? Considerará o seu trabalho ao leme do clube encarnado livre de mácula, ou, no seu íntimo, já terá admitido a enorme arrogância com que encarou o futebol português? Nunca saberemos...
Entretanto, aproxima-se o sucessor. Esbatidos pela bruma Sebastianista vislumbram-se dois vultos a cavalo: Jesus e Scolari.
Sabe-se que ambos não desdenham o cargo. Quando entrevistado pelo repórter do Ontem Vi-te, Jesus foi igual a si mesmo: “Há muito que os méritos das minhas qualidades têm sido despreteridos pelos agentes do futebol e penso que com a humildade de mim mesmo e dos jogadores poderemos ganhar muitas vitórias para o clube! Estou disponível para ir viver para a cidade de Sport e trabalhar muito p’rá prole do clube!”. Quanto ao Sargentão, e quando questionado se gostaria de se sentar no banco benfiquista: “Claro qui sim. Eu gosto do banco benfiquista, e se para mim banco é caixa, a verdadji é que o centro de treinos do Benfica é Caixa, logo eu acho qui está certo. Agora há qui difender os mininos, há qui apoiá! Quem si considera benfiquista tem qui pôr uma bandeira do Benfica na janela, e tem qui ter uma águia como animal di estimação. Tem qui ser – só assim irei pró Benfica!”
Como no mítico programa da RTP2: Agora Escolha! No entretanto, um defeso quase tão empolgante como os episódios de "O Justiceiro" que animavam a votação...
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Obrigado, futebol.
sábado, 2 de maio de 2009
D. Rui Costa
Compete-nos, no entanto, repensar este sebastianismo: que provas irrefutáveis sobre a evidência de que Rui Costa é o homem certo para o clube terão estes adeptos para tão grande demonstração de afinidade religiosa? Os 5 anos em que foi jogador profissional, os 12 anos em que, de longe, jurava amor incondicional a um clube que definhava em estádios vazios, goleadas sofridas por terras galegas e arranha-céus de jogadores medíocres que, por passarem perto do Estádio, eram logo apelidados de novos Eusébios? Compete-nos, não deixando nós de sermos, como qualquer homem de coração aquilino, ideólogos do RuiCostismo, entregar a emoção nas mãos do diabo e questionar: que caralho fez mais Rui Costa pelo Benfica que Chalana, Humberto Coelho, Veloso, Eusébio, Simões, Torres, José Augusto, João Pinto (esse mesmo), Nené ou Bento? A menos sabemo-lo bem: passeou aquela camisola pelos relvados menos dois séculos do que qualquer um destes. A menos sabemo-lo bem: gritava benfiquismo a partir de terras transalpinas enquanto os dessa lista falavam dentro de campo a língua do Benfica.
Urge, portanto, relativizar tudo isto e entender o sentimento dos caros adeptos benfiquistas como uma necessidade, em tempos de crise, de uma crença. Uma crença possível, a única crença, aquela que nasce de um país em ruínas, perdido entre a gloriosa memória e a entediante actualidade. Um país onde qualquer bípede que não seja conotado com outras fronteiras é tido de imediato como o grande e possível rei de toda a nação. Sem que se reflicta, sem que haja, do ponto de vista dos neurónios, mais actividade do que aquela existente em jogos no estádio do Sporting. Mas, tal como nos jogos no Alvalade XXI, as cadeiras às cores podem originar grandes ilusões de óptica.