quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A Pobreza de Trabalho Esgota Qualquer Tempo



A 11 de Junho, num texto ao qual chamei “Paciência Para Vitória”, escrevi o seguinte:

Paciência e tempo. São dois conceitos essenciais para o trabalho de Rui Vitória no Benfica.
Mais do que se analisar estatísticas teremos de observar o trabalho desenvolvido.
O normal é um treinador só ao segundo ano ter montada uma equipa à sua imagem e estar preparado para vencer tudo. Com Jorge Jesus foi um pouco ao contrário. Primeiro ano de empolgação, segundo ano de desastre e só dois anos depois se colheram os frutos do seu trabalho.
O Rui Vitória terá a pressão e obrigação de chegar ao Tri. Nós temos a obrigação de não dificultar o trabalho ao treinador, ou pelo menos de evitar injustiças.



Ontem, 15 de Dezembro, publiquei o texto “Olhar o Benfica”, no qual escrevi isto:

A Supertaça e a Taça já foram, temo uma contagem de 4 derrotas nos 4 jogos com os rivais e estamos também a 8pts da liderança.
O mínimo exigível é que hoje se fique a 5, que se elimine o Zenit e que sejamos Tricampeões.
Que hoje se junte à vitória uma boa exibição e maior evolução. Só assim o Rui Vitória recupera margem de manobra.
Quero muito poder voltar a dar-lhe o benefício da dúvida
.



Pois bem,

A paciência esgotou-se. A margem de manobra não foi conquistada. O benefício da dúvida evaporou-se.
Como eu disse, mais do que analisar estatísticas temos de analisar o trabalho desenvolvido. A estatística pontual é o que é. A estatística de resultados é o que é. O trabalho realizado é o que arrasa qualquer boa vontade.

O tempo passou e o futebol continua fraco.
O tempo passou e as ideias continuam básicas, escassas e aos trambolhões.

É um problema perder com o Sporting? É um problema perder com o Arouca? É um problema perder com o Porto? É problema perder com o Galatasaray? É um problema perder outra vez com o Sporting? É um problema perder mais uma vez com o Sporting? É um problema empatar com o Astana? É um problema perder com o Atlético? É um problema empatar com o União?
 
É.

Mas maior é aquele problema que se vê tanto nas derrotas como nos empates como nas vitórias. Pior é este problema com que somos constantemente confrontados quando vemos a nossa equipa jogar.

Por mais água que o treinador beba, é preciso muito mais para a equipa começar a jogar.


2 comentários:

Anónimo disse...

Eu desconhecia o futebol do Rui Vitória. a pré-época foi horrível mas eu desvalorizo. Contudo, no primeiro jogo eu lancei o veredicto à sua incompetência. Podem dizer que sou mesquinho mas quando ele manda para o jogo o Mitroglou com dois treinos e que não jogava há meses num jogo de tamanha importância (vide o jogo 2-0 com o Vilas boas para a Super Taça em 2010 e sua influência no psicológico a época toda) e vi tudo à minha frente. Em geral tenho pouco feeling para bola mas desta fez foi na mouche!

NauBenfica disse...

Os jogadores do Benfica jogam a três velocidades: devagar, devagarinho e parados (tática excelente para quem gosta da calacice). Jogo aos solavancos, pontapé para a frente e fé na Virgem, exagero de passes para o lado e para trás, muitos passes errados, pontapés livres e cantos mal cobrados, a quase ausência de remates de fora da área, desmarcações quando calha, deficiente pressão no adversário, afunilamento do jogo, ausência de garra à Benfica... Eu não sou treinador, mas parece-me que tudo isto se afina com treino, com trabalho duro e competente, com uma cultura de exigência no grupo de trabalho. Isto não é maneira de jogar para o Benfica. O Benfica é o Benfica, Rui Vitória! O Benfica tem jogadores para fazer muito melhor. Ó homem, você até escreveu um livro sobre futebol...
Só mais um reparo, Rui: um líder tem de se impor e tem de exigir. Um verdadeiro líder não tem necessidade de ser grosseiro, como alguns que conhecemos, mas rijo, lá isso, tem de ser.